aqui há dias, ia eu com a minha filha de carro, quando de repente um marreco dum peão se atravessa à minha frente, obrigando-me a fazer uma travagem daquelas com chiadeira incluída. borrei-me todo, olhei para o lado, perguntei à minha filha se estava tudo bem e ela respondeu-me:
- uííííííííí! outra vez, paizinho, outra vez!
noutro dia, fui buscá-la à escola e lá fizemos a viagem para casa a cantar e a abanar o capacete. quando estacionei, saí do carro, fui dar a volta para a tirar e reparei que não lhe tinha posto o cinto. borrei-me todo e fiquei a pensar na sorte que tive com aquela puta daquela negligência. e se calha eu tivesse de fazer uma daquelas travagens e ela fosse projectada batendo com a cabecita (estavam à espera que eu dissesse cornos, não era?) no vidro da frente?
aqui há dias, no algarve, ouve um cabrão dum filh'a da puta dum gajo (ou gaja) que se lembrou de se aproveitar dum daqueles momentos de negligência paternal que não lembram ao diabo e, num acto premeditado, repito, num acto premeditado, surripiou uma criança aos seus pais.
eu queria fazer um post a mandar vir com o raio dos pais cámones da miúda mas, sinceramente, não consigo ter autoridade moral para o fazer.
desculpem, não consigo!
fico, no entanto contente por verificar que há muita gente que consegue. parabéns, meus caros!
- uííííííííí! outra vez, paizinho, outra vez!
noutro dia, fui buscá-la à escola e lá fizemos a viagem para casa a cantar e a abanar o capacete. quando estacionei, saí do carro, fui dar a volta para a tirar e reparei que não lhe tinha posto o cinto. borrei-me todo e fiquei a pensar na sorte que tive com aquela puta daquela negligência. e se calha eu tivesse de fazer uma daquelas travagens e ela fosse projectada batendo com a cabecita (estavam à espera que eu dissesse cornos, não era?) no vidro da frente?
aqui há dias, no algarve, ouve um cabrão dum filh'a da puta dum gajo (ou gaja) que se lembrou de se aproveitar dum daqueles momentos de negligência paternal que não lembram ao diabo e, num acto premeditado, repito, num acto premeditado, surripiou uma criança aos seus pais.
eu queria fazer um post a mandar vir com o raio dos pais cámones da miúda mas, sinceramente, não consigo ter autoridade moral para o fazer.
desculpem, não consigo!
fico, no entanto contente por verificar que há muita gente que consegue. parabéns, meus caros!
15 comentários:
Mas que dá vontade, dá!
Pois eu acho que tens autoridade moral para desancares nos pais da miúda. Acho que nenhum pai / mãe responsável deixa três bebés SÓZINHOS num quarto (para onde não consegue olhar do restaurante onde está a jantar), num país estranho, sem a supervisão de um adulto, quando sabe que pode usufruir do serviço de baby-sitting do aldeamento.
Foi um desaparecimento, mas poderia ser um incêndio, uma queda, um envenenamento...
Mais: uma coisa é um descuido (como te esqueceres de pôr o cinto de segurança à tua filha, é algo que acontece e ninguém é perfeito), mas isto (os pais deixarem três crianças sózinhas e sem supervisão)foi bem além do descuido, foi mesmo negligência!
Concordo com a Ana A. e acrescento: a porra do serviço de babby-sitting era de borla. De borla? Sim, de borla. Tu falas em negligência, mas esta cena dos pais ingleses no Algarve parece coisa premeditada. Deus me perdoe de pensar isto, sequer!!!
Mandar vir com os pais tb não consigo. negligência por esquecimento pode acontecer a todos. mas eles não se esqueceram dos putos ... estou alí com a Ana: deixar três putos quase bebés sózinhos num apartamento, num país estranho...nunca, nunquinha da silva.
bjs
foi negligência sim, mas eu tb não consigo "atirar-me" aos pais da miúda. Eu imagino o que eles devem estar a sentir sabendo que grande parte da culpa é deles.
Sem te conhecer de lado nenhum, duvido muito que fizesses o mesmo que eles fizeram...
nem tu nem eu... por razões tão válidas como a tua.
Não atira pedras, mas não posso deixar de pensar que aquilo não foi uma negligência por esquecimento. Eles não deviam estar assim tão esfomeados que se esquecessem dos filhos num quarto virado para um parque de estacionamento isolado, com a janela e os estores meios abertos para irem jantar.
E não acredito que fosses capaz de fazer isso, assim como eu.
Não tenho autoridade moral para criticar nem estes pais nem nenhuns, mas convenhamos que estes arriscaram e de forma consciente um bocadinho mais.
Espero que a menina apareça bem e sã e salva isso sim é o que interessa.
olha! eu tb não consigo. é mesmo essa a palavra certa!
Eu também não consigo. Unam-se para apoiar estes pais...não se dêm ao trabalho de os culpar de algo..que nos pode acontecer a nós próprios...
Eu também já fui negligente...por isso não atiro pedras....
negligência ou não...pior (e mais horrível) castigo não podiam ter tido, e acredito que nunca mais o voltem a fazer, nem ninguém que tenha ouvido 5 minutos de radio/tv nestes ultimos dias...
eu nunca faria isso, porque não consigo sequer deixar a Matilde no carro para ir pagar o gasóleo ou ir (só) lá abaixo à garagem buscar uma coisa sem a levar comigo atrás...
mas muita gente deixa, não deixa?
Só pode criticar aqueles pais alguém de que nunca viveu nalgum país do centro ou norte da europa e conviveu com a cultura local. Isto é normalíssimo. Eles são muito mais descontraídos com os filhos (na minha opinião, positivamente) mas obviamente existem excepções tristes como esta (que sendo premeditada poderia acontecer a qualquer mãe ou pai galinha português que se julga infalível).
Acho que mais culpa do que a que eles devem estar a sentir é impossível. Daí que ache que não é de dedos acusadores que eles precisam agora.
Vamos estar a espesinhar quem já está no chão???
Acho que ninguém tem intenções de acusar ninguém. Pura e simplesmente, quem fala de negligência está boquiaberto com a facilidade dada pelos pais. Só.
Pode até ser normalíssimo, mas não é por acaso que os números de desaparecimentos de crianças é muito grande nesses mesmos países onde os pais têm muito "à vontade" com a segurança dos filhos!
Eu vou fazer 30 anos em Outubro, e lembro-me bem de como ficava a brincar com o meu irmão no quintal de nossa casa, sem a vigilância permanente dos meus pais (nós estávamos no quintal e eles em casa). Os tempos eram outros.
Podíamos estar a brincar na rua até altas horas (no Verão) e não havia problemas.
No entanto, com a informação em massa de casos de rapto, de desaparecimento, etc, começou-se a ter mais cuidado.
Quem ignora a realidade em nome do que "é normal" fazer-se, corre estes riscos.
Ninguém é infalível, mas penso que também ninguém faz por sê-lo!
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