terça-feira, março 31, 2009

much ado about...

assim de repente, de repente, a primeira coisa que salta assim à vista quando se folheia a playboy portuguesa - só a junção das duas palavras me faz espéss - é, digamos... como é que eu hei-de dizer... falta-lhe ali qualquer coisa que vemos nas playboys daqueles países estranhos como as amaricanas, as ingalesas, as ispanholas, as braseleiras... ai esta minha cabeça... olho para aquilo e falta-lhe... pois não ma lembro.

está lá o fotoshopi, está lá as maminhas, está lá as meninas bonitas...

mas sei que falta, eu sei mesmo que falta ali qualquer coisa...

eu sei que há nas outras. e até sei que é uma daquelas coisas que há em todas, mas todas as outras playboys... ai esta minha cabeça, o que raio é é que não ma lembro...



sexta-feira, março 27, 2009

expliquem-me lá


então mas é possível tecnicamente tirar alguma conclusão depois de se ouvir o disco dos depeche mode?

consegue-se?

mas consegue-se, assim, ouvir e dizer «eh pá, esta aqui é gira» ou pronto, dizer «esta aqui não vale nada», consegue-se?

então e supondo que existirão algumas realmente giras, haverá possibilidades técnicas de assobiarmos ou trautearmos um supostamente existente refrão?

reparem que eu não estou a dizer que o disco é mau. eu estou é a dizer que aquilo me parece tudo igual.

vou dar tempo ao tempo. acho que só agora gosto, como deve ser, do ultra. mas confesso que tenho saudades de singles que passavam na telefonia. coisas assim de se dizer «olhe a frase é na frineve... eu gostaria de ouvir o wrong»

têm mesmo a certeza que conseguimos fazer lai, lai, lai, larai, larai, la, lai com alguma das músicas do disco?

é que eu consigo assobiar o judas, o condemnation, o walking in my shoes, o suffer well, por aí fora e isto só para falar em coisas dos últimos 15 anos que foi quando eles electrificaram mais o já de si electrificado.

pronto, sou esquisitinho, não é?

está bem!

quinta-feira, março 26, 2009

belíssima


dou particular atenção à frase «localizado junto à belíssima vila de bicesse».

reparem que não dizem, sei lá, pacata, calma, coisas assim. não, nada disso, é belíssima e mainada!

pronto, é assim.

hoje no record:

Ricardo Sá Pinto defendeu hoje Pedro Silva na sequência da polémica final da Taça da Liga. "Fala-se que ele tentou agredir o árbitro mas, no meu entender, aquele gesto quando recebeu a ordem de expulsão foi para dizer que tinha tocado a bola com o peito. O Pedro Silva sentiu-se injustiçado e, se calhar, o comportamento que ele teve após o vermelho era 50 vezes pior na sua cabeça", referiu o atual responsável pelas relações publicas do Sporting, depois de uma visita à Escola Secundária Passos Manuel, em Lisboa, onde participou numa ação do programa de promoção do desporto escolar "PT nas escolas".

eu até diria mais. eu acho que ele quis dizer que o coração dele, que está dentro do peito, não bate, dá porrada. e sendo assim, aquele gesto foi algo que ele não pode controlar.

quarta-feira, março 25, 2009

pertinências

e pronto, fez-se!

como se dizia em relação a certo bezegol mais manhoso, «não bate muito mas distrai», foi mais ou menos a mesma coisa, também não devem ter entendido muito bem o que eram os seguros mas pelo menos estiveram distraídos.

a minha filha, contudo, além de praticamente não ter ligado peva para o que eu ia dizendo, ainda por cima, passou o tempo todo excitadíssima com a presença do pai
explicando o que raio eram aquilo dos seguros, ali em frente aos seus amiguinhos,

e por isso ela interrompia, ela ia para o meu colo, ela ia para cima de mim, ela metia o bedelho na conversa e pronto, lá entremeava as minhas frases com outras, de sua autoria, que achava pertinentes para o desenrolar da explicação. a saber:

- e já lhes disseste que quando eras pequenino pegaste numa tesoura e cortaste as tuas meias todas?
- diz-lhes lá que um dia também perdeste um sapato.
- olhem lá, o meu pai tem aqui muitos cabelos brancos. cabelos de velhinho, estão a ver?
- olha, conta a eles que também partiste um dente e que agora tens aí um buraco.
- faz lá aquele truque com o teu cabelo, para cima e para baixo para eles verem. fazes, pai?

e finalmente (e é nestas partes que ficamos a rezar para que ninguém tenha ouvido bem ou que tenham, pelo menos disfarçado)

- conta-lhes que no banho tu tiras a tampa da tua pilinha para trás para poderes lavá-la melhor.

coisas que aprendi há muitos anos e que pratico

melhor forma de falar com as crianças: conversar (sempre) com elas como se fossem adultos.

melhor forma de falar com adultos: conversar com eles (quase sempre) como se fossem crianças.

experimentem. resulta muitas vezes.

a profissão do pai

dentro de minutos irei estar, defronte de duas dezenas de crianças, explicando-lhes qual a profissão do pai da cuca.

agora pergunto: como se explicam os seguros às crianças quando nem sequer os adultos os entendem?

deus me ajude! está em causa a reputação da minha filha, coitada.

segunda-feira, março 23, 2009

burgessos

acabo de ler num blog por aí, uma crónica toda acatitada acerca do mundo do futebol. uma das palavras que a autora utiliza é burgesso.

gosto tanto dessa palavra.

rezam as crónicas que em tempos, foi visitar o norte do país um senhor chamado billy burgess. visto à luz do século xxi este nome não nos diz nada, mas em tempos remotos era uma autêntica celebridade porque foi, imagine-se, o segundo homem a cruzar a nado o canal da mancha.

vai daí decidiram fazer com ele um périplo por várias cidades europeias para mostrar de que fibra era o homem feito.

ao que parece, dizem as más línguas, o homem chegou ao porto e logo se formou um burburinho por causa de tal criatura que tinha, imagine-se, passado tanto tempo naquele mar gelado do canal.

uma observação mais cuidada revelou que o tal burgess não era mais que um cepo com olhos. ou seja, tinha um valente corpanzil mas dentro daquela mochelazinha, neurónios era o que menos lá se encontrava.

logo, logo o povo determinou que burgessos passariam a ser as pessoas com capacidades intelectuais análogas ao dito senhor britânico.

há coisa de três décadas, dada a cubicagem e o perímetro encefálico da sua volumosa cabeça, o tó quim, além de tó cabeças, foi denominado por tolan, numa singela homenagem ao navio que se afundou defronte do cais das colunas.

fico com pena que não tenha persistido o termo nos anos seguintes, até por que, convenhamos, tolan e tolas terão, na certa a mesma origem, ou não? ahhh, não me digam que não, não me desiludam

mais factos curiosos acerca dum clube diferente, afinal não tão diferente

o lucílio não deu pela peitada do pedro silva.

o lucílio não reparou na mão do paulo bento a dizer que o lucílio baptista necessita de abrir o puxador da porta - é o que significa aquele gesto, não é? ou será que significa «tem razão, senhor árbitro, são gaitas que sucedem neste ramo desportivo. não boa, meu. força!»

o moutinho diz que pedir desculpa não chega.

o lucílio diz que assume o erro mas não pede desculpa.

o paulo bento diz que não lhe pareceu um erro inconsciente. (referia-se às marcações dos penaltis?)

o quim diz que estudou a forma como o sporting marca os penaltis. quais penatis, pergunto?

sábado, março 21, 2009

todos diferentes todos iguais

a minha alma está parva.

quê, vou ler blogs a injuriar contra o «lucílio 4 penaltis não assinalados num só único sporting-porto baptista»?

vou?

olha que curioso.

quê, eu vi pessoas do tal clube diferente falar em roubo, não aceitar medalhas, recusar convites, tudo coisas primorosas nesse belo campo do fairplay?

ai que engraçado. afinal não são só os meus.

quê, então o «sport lisboa e pela verdade desportiva benfica» beneficiou dum penalti inventado e duma expulsão imerecida?

sério? aguardo pelas palavras do gabriel e do impoluto vieira.

quê, eu acabei de ver uma peitada do pedro silva ao lucílio?

que giro.

sexta-feira, março 20, 2009

começas bem, começas




é verdade, não me posso queixar. tive direito ao belo do postalinho, a um abraço - muito bom nos tempos que correm - e mais um desenho lá com umas coisitas escritas.

o problema surge... ora, sabemos que a criançada deve ter sido questionada pelas educadoras para se tirar dali algum sumo que servisse para construir uma coisa engraçada para alegrar o pai. tudo bem. o problema surge quando começamos a escalpelizar o raio do texto que vem no tal postal.

a saber:
- começa logo por informar que faz desenhos com o pai e que me ajuda a fazer coisas. quem conhece os nossos hábitos quotidianos sabe que eu nunca, repito, nunca fiz desenhos com ela. acredito pois que ela tentou mandar a educadora para canto, com uma afirmação que a deixasse ficasse bem vista perante as suas amigas e amigos. o «ajudo-o a fazer coisas» é verdade. e lá está, a miúda, esperta, imaginou logo que uma parte artística, por mais falsa que fosse, ficaria sempre bem, apensa a algo ligado ao labor e à solidariedade.

- diz depois que sente muitas saudades minhas quando está na escola. apesar de gostar que ela use palavras que designem coisas abstractas sinto ali, também, uma crítica à sua vida escolar. no fundo ela está a mandar uma indirecta a alguém «aqui isto é uma seca, tenho saudades do meu velhote». embrulhem!

- informa, por fim, que eu sou um simples servo, um reles motorista, que a transporta diariamente para a escola, exigindo ainda por cima, que a oscule antes das lides académicas. não me parece nada mal.

- gosto muito, contudo, da chancela que deixa no fim do cartão. fico na dúvida se aquilo não revela um certo gosto pela escrita cuneiforme. pronto, ela lá sabe. pelo menos tenho a certeza que é daquelas assinaturas que não são fáceis de falsear. a miúda tem sempre um fito nas coisas que faz.

maravilha!

maravilha, principalmente, porque ela tem a sorte de ter alguém - nem todas as crianças têm - a quem entregar, seja lá o que for, no dia do pai. maravilha também porque, também eu, obviamente,
tenho a alegria de receber coisas destas a 19 de março. vai oferecendo, pá. cá estaremos!

jungleland

muitas vezes, damos (dou) como certas certas e determinadas músicas como sendo, vá lá, as melhores (não necessariamente as nossas favoritas, atenção!) deste ou daquele disco.

vejam comigo, se o big mouth é a melhor canção do queen is dead, afirmação que merece todas as dúvidas, ninguém também leva a mal que se diga que o there is a light... seja, no fim de contas e passados mais de vinte anos, a que afinal é que é a tal.

(ou talvez não)

sem querer, sem saber porquê, passo olhos e ouvidos por este vídeo. é do born to run. ora enquanto eu for vivo, ninguém à minha frente manterá todos os seus dedos intactos se afirmar que o born to run é melhor que o thunder road. mais, pouca gente merecerá a minha franca compreensão se não me disser, no mínimo «ó meu menino, o thunder road é a melhor canção do século, não é?».

mas estava aqui a ouví-la, aquela introdução do roy bittan, aquele verso após o início « barefoot girl sitting on the hood of a dodge drinking warm beer in the soft summer rain...», aquele outro «late, last, night» dito duma forma pausada, sílaba a sílaba, a corneta do preto lá para o meio e para o fim...

e este tom épico assim a modes como o the outsiders ou o rumble fish - mais o outsiders que o rumble fish - com aquelas coisas da porrada, das perseguições, dos midnight gangs que se encontra sob o giant exxon sign...

mas e o piano... o piano lá para o fim. a voz dele, as palavras ditadas como se estivessem a fazer força para as teclas baterem nas cordas...

caraças, e se eu pensar nesta música duma forma isolada e não a ver como uma entre outras deste born to run. e se eu pensar esta música, assim, como se fosse a única do sprigsteen?

e se afinal...

afinal, concluo que sou capaz de a considerar a melhor música de sempre desta semana do born to run.

afinal...

é tão gira!



quinta-feira, março 19, 2009

eu gosto do meu pai porque ele é útil*

hoje é dia de são josé.

gabo-lhe a sorte de nunca ter recebido argolas construídas com aquele cartão que sobra dos rolos de papel higiénico, envolto com ráfia azul ou roxa**.

por outro lado, tenho a certeza que jesus, seu filho, lhe deve ter oferecido cenas fabulásticas. sei lá, um aguçador de lápis para os trabalhos de carpintaria ou até, quem sabe, uma mala do aki - havia com certeza uma loja dessas em nazaré - para guardar ferramentas.

* frase que escrevi na escola primária num cartão que ofereci ao meu pai. é por estas e por outras que eu merecia porrada.
** o meu pai já não teve a mesma sorte.

bijou das avenidas

gente amiga fala-me sobre a separação dum casal. neste caso, um casal em que ela era parte da coisa.

entre outras coisas, fala-me do facto de ter que substituir os títulos de:namorado, amor, querido, essas coisas, pelo nome próprio do moço em questão.

olho para o meu passado e revejo as formas de tratamento que as minhas relações tinham comigo. revejo também a forma que passaram a ter após os finais.

e não sei por que razão, não sei por que carga de água, a verdade é que com uma delas, não a mais duradoura, não com quem me relaciono mais, não com quem me relaciono menos, dizia com uma delas, continuámo-nos a tratar da mesmíssima forma que nos tratávamos durante o namoro.

é claro que não era querido, fofo, bijou, essas coisas. mas pronto, agora que penso nisso... vá-se lá a saber porquê.

curioso!

p.s.: sabes o que mais me custa? é que tenho lá por casa uma revista para ele e esperava entregá-la num próximo jantar lá em minha casa. sabes, a tal minha casa que era muito "limpa", recordaste?

estou fodido convosco. então e agora o que é que eu faço àquilo?

deito-a fora? não era propriamente uma revista com gajas nuas, mas também julgo que a não aproveitarás, por isso para ti não serve.

pronto, talvez o encontre por aí e lha dê.


abracinho aos dois.

sempre!

crime of passion

ali por volta de 1985 houve alguém do nosso grupo que comprou o the complete mike oldfield. era uma coisa em grande, com anúncios na telefonia, se calhar com a voz do jaime fernandes e, recordo-me até, havia direito a reclamo na tv.

não éramos nem de perto nem de longe, fãs do mike oldfield

aqui nesta parte, se isto fosse um blog de jeito, em vez de mike oldfield teria escrito «fãs do virtuoso guitarrista»

mas o moonlight shadow veio abrir um pouco alguns horizontes.

é claro que o tubullar bells é daquelas que parece que sempre estiveram lá. dá ideia que existem desde que existe música. mas, convenhamos, instrumentais não é nem nunca foi muito a minha praia.

contextualizemos um pouco a coisa: estávamos a meio da década de oitenta. e se eu tive lá em casa um disco - edições círculo de leitores - duma banda de rock sinfónico chamada omega - podeis, obviamente ir lá ver do que se trata, mas convenhamos, evitem comentários , seja lá de que espécie forem, acerca deste assunto, combinado? - que foi consumido, horas atrás de horas, a verdade é que a divulgação maciça do concerts of china lá do jean michel jarre, tornou a música sem pessoas a cantar mais fácil de ser suportada e em certos casos, mesmo agradável ao ouvido.

felizmente dei para esse peditório e fechei bem fechadinho o porta-moedas.

dizia eu, foi nesse contexto que o tal disco do mike oldifield veio mesmo a calhar. ouvíamos aquilo muitas muitas vezes.
era teu, não era sócio?
ora, a parte boa dessa colectânea - era um disco duplo - é que reservaram um dos lados - o lado b do disco um - para uma coisa chamada «vocal section». eu tenho para mim que essa parte era mais que suficiente para fazer a colectânea. mas isto sou eu, claro, a falar já em 2009. não é
à toa que sejam apenas estas músicas que estão nesse lado do disco, as únicas que eu mantenho do mike oldfield.

bom, aqui há dias reouço aquele lado b e, além das óbvias moolight shadow e to france dou de trombas - de orelhas, pronto - com duas outras que eu já nem me recordava que gostava tanto. falo do mistake, também com a maggie reilley e do crime of passion, esta com um gajo do qual não me recordo o nome e não me apetece ir ao google procurar.

é pá, gosto tanto destas músicas! vou ao youtube, procuro por elas e... espera lá... que engraçado, afinal o crime of passion também é uma daquelas músicas transportadoras.

ouço-a e transporto-me para meu grupinho do costume mas, desta vez, com, sei lá, com o paulinho, com o china, acho que até com o quim, imagine-se, todos a jogar mini-golfe ali ao lado do cinema roma.

havia lá um maduro que tomava conta daquilo e nos alugava os tacos. o gajo era passado dos carretos. ouço esta música e recordo-me de ele nos estar a explicar que com um gravador daqueles do spectrum, era capaz de desmanchá-lo, ligar a uns fios a uma agulha de cozer, arranjar uma cavilha para enfiar pelo buraco do disco e, segurando a dita cavilha com uma mão e a agulha na outra mão, com o disco a rodopiar manualmente, conseguia fazer tocar a coisa.

ele tinha este disco do mike oldfield lá na barraca onde guardava os tacos e dizia que o iria pôr a tocar lá em casa dele da forma como nos descreveu a coisa.

dias depois, quando lá voltámos para mais uma rodada, o disco ainda lá estava exposto. às tantas pergunta: - querem este disco do mike oldfield?

olhámos para o disco e estava todo, todo, mas todo fodido e cheio de riscos.

- não, deixa lá. há um gajo aqui do grupo que também o tem.

que maravilha, fazer dum agulha de coser um fantástico turntable made in avenida de roma.



terça-feira, março 17, 2009

ok edge, play the blues

eu acho que a minha música favorita dos u2 é o trying to throw your arms..., mas depois fico com uma sensação de injustiça porque atribuindo este prémio, ponho logo de fora o lemon.

ser música favorita é um prémio que eu atribuo não só pelos méritos musicais mas também pela patine que lhe está ligada e, obviamente, pelos brilhos ou manchas que neste ou naquele momento eu decidi colar a esta ou aquela canção. por isso, sim, o lemon está lá, como também está o trying to throw your arms....

depois começo a pensar - ainda há pouco na cozinha fazia nisso - e verifico que o under a red blood sky, completo e sem interrupções, é uma das minhas outras músicas favoritas dos u2.

pronto, tenho mais músicas favoritas dos u2. sei lá, o please, por exemplo é uma delas.

no entanto, há outra, apesar de nascida em 1988, que só passou a música favorita no fantástico verão seguinte, o de 1989, o segundo melhor da minha vida. falo do silver and gold.

esta música, o filme do joanou e a foto da capa, são uma das razões porque há um compartimento da minha casa, onde curiosamente estou a escrever isto, que tem exposto o rattle and hum.

yep, silver and gold.
this song was written in a hotel room in new york city.
'round about the time a friend or ours, little steven,
was putting together a record of artists against apartheid.
this is a song written about a man in a shanty town outside of johannesburg.
a man who's sick of looking down the barrel of white south africa.
a man who is at the point where he is ready to take up arms
against his oppressor.
a man who has lost faith in the peacemakers of the west while
they argue and while they fail to support a man like bishop tutu
and his request for economic sanctions against south africa.

am I buggin' you?
I don't mean to bug ya.

ok edge, play the blues.

está lá tudo: eu tinha 20 anos; saia dum desgosto de amor, estava a entrar num amor mais giro e mais, digamos, bélico; a áfrica do sul; o apartheid e tal; cenas comunistas e revolucionárias; sun city, enjôo pelo usa for africa...

e depois boto a tocar o silver and gold e decido que esta música é, não digo a minha música favorita dos u2 mas sim, digamos, a minha música favorita na classe «quem me dera ser bono para estar em palco a segurar aquele holofote» ou, principalmente, «nah, bom bom era ser edge para estar ali a rasgar aquela ganda, ganda malha».


segunda-feira, março 16, 2009

raurrr

champions c'u caralho, ameaças de morte, intervenção policial por causa duns escritos, chefes de claques com conferências de imprensa transmitidas pela tv, um jogador no papel de bode respiratório.

parece o porto não é?

é um clube diferente, sem dúvida.

led zeppelin


pronto, fiquei sábado a perceber porque é que isto é assim muito mais caro que as restantes colunas para os éme pê três!

(sonho!)


quinta-feira, março 12, 2009

uma espécie de mafaldinha com laivos de susanita e mais as suas manias com os bebés


(eu podia também pôr como título: ela e a mania de agora engravidar, parir - pare aí umas 4 vezes por dia e, dessas, seguramente metade são gémeos - amamentar, bater nas costinhas para arrotarem, banho, roupa para dormir, roupa para sair, fraldas...)


ela praticamente saiu avisando
logo de manhã:

- a ti cariño vai-me telefonar hoje a dar os parabéns?
- ó filha, eu acho que sim. ela costuma telefonar, não é?
- é.

avisei a dita cuja, durante o dia, para não se esquecer que a catraia aguardava o tal telefonema. sugeri que ligasse durante o jantar. assim sucedeu.

- olha, filha, é a ti cariño. - disse a mãe
- dá cá, dá cá. (pausa) está? eu hoje faço anos.
- ....
- a tua martucha, está melhor?
(tinha estado adoentada)
- ...
- eu vou sair da mesa para falar melhor contigo.

hoje, inquiro a tal ti cariño.
- do que falaste com a minha filha?
- coisas de mulheres.
- mau!
- sério. ela às tantas perguntou:

- queres bolo? vou-te guardar uma fatia de bolo que está delicioso.
- boa ideia.
- olha lá uma coisa. tu quando tinhas a martucha dentro da tua barriga comias bolos?
- não. não podia abusar porque depois começava a engordar muito e a deixar de ficar elegante.
- bem me parecia. (pausa) sabes, eu também não como bolos por causa disso. para não engordar na gravidez.
- isso

continuo a achar o "bem me parecia" um must.

sufragette city

há aqueles que "eh pá, berlin? isso não eram aqueles gajos que fizeram aquela estopada lá do breath away?"

há aqueles "berlin? top gun, que maravilha: slows, matinés, namoros...."

há aqueles "ihhh, até ao top gun eles eram jeitosos, mas depois....."

que se lixe, hoje, aqui, agora, eles são david bowie.

versão do c-a-t-a-n-o! gaja do c-a-t-a-n-o!


lisboa

sócio,

e recordaste daquela fase ainda mais parva do que a que atravessamos agora e que decidimos tratarmo-nos por «associado»? ai que parvos, caramba!

fica aqui exarado em acta que irei fazer um post - um verbete, pronto. - versando o tema «e que raio poderemos esperar nós de dois maduros, quando decidem deambular por lisboa, à cata de spots inusitados para fotografar a nossa terra

e lembraste também da minha pancada por aquele torreão daquele prédio para os lados do torel?


ou vasculhar alfarrábios e os seus recheios».

até lá, vê se isto te diz alguma coisa.


e...

e ela vai ver o o meu pé de laranja lima.

e ela já tem - fez ontem, curiosamente - a idade do zezé. e foi também, mais coisa menos coisa, com essa idade que eu tive, pela primeira vez, contacto com a história do xururuca. e nunca mais esqueci. e já revi a história, não digo dezenas de vezes, mas umas três ou quatro.

e eu até sou dos poucos que julga que é uma história para se ler - ver, ouvir... - aos 5, aos 10, aos 18, aos 40, por aí fora. é daquelas que adoramos por razões diversas em cada uma dessas idades ou apavoramo-nos - outras gentes mais sensíveis -, também, por razões diversas, a cada uma das idades.

e se eu aos cinco gostei da história porque vivia rodeado por alguns manueis valadares, aos 9 achava piada ao "eu quero uma mulher bem boa, eu quero uma mulher bem boa..." e aos 30 gostei doutras coisas. eu desconfio que ela vai achar piada, sei lá, a uma parte roxa qualquer do cenário. tenho a certeza que haverá crianças que terão medo que os seus paizinhos vejam no velho português, alguém com tiques pedófilos.


e com a idade dela, íamos montados em velhas camionetas da gnr, daquelas de caixa aberta com cobertura de lona, em excursões até à piscina do alvito. ela vai em camionetas com cintos de segurança individuais ver peças de teatro.

está feita uma finória cultural. qualquer dia só quer ver o câmara clara.

eu gosto do raio da escola dela.

21 anos




fernando francisco reges.

o jogador que eu queria ser quando fosse crescido outra vez.

nunca será um miguel veloso, nunca será um redondo, nunca será um makelele, nunca será ninguém desses. será um dia o paulo assunção quando derem por ele a dizer que afinal só ganha seis mil contos por mês (deves!), que está em fim de contrato e deseja ir para um qualquer kaiserslautern desta vida.

nessa altura, verão que afinal ele era bom. até lá, pronto, há-de ser sempre um quase assunção, um quase costinha, um quase essas coisas que por vezes jogam na frente dos centrais. para mim é o jogador que menos se esperava que fizesse seja lá o que for. para mim é o jogador que ninguém repara.

eu reparo. e gosto.

o hulk? meus amigos, estamos a falar dum gajo que custa(ou) dez ou onze milhões de euros. um gajo por esse preço tem que ser seja lá o que for. e é!

repito,
fernando francisco reges, 21 anos.

gosto muito. a minha vitória na liga dos campeões deste ano é saber que o meu clube é clube para ter paciência para aguentar aquela série toda de maus resultados só para garantir que haja fernandos a fazer o papel de fernandos redondos.

não sei se já o disse mas o moço tem 21 anos. fico contente por ninguém falar dele.

chiu!...

terça-feira, março 10, 2009

müliendo café

acaba de entrar no bayern de munique um tal de müller. nesse preciso momento eu andava a passear pelos canais.

apanhei o senhor da soport tv a dizer que o senhor se chamava môlér. mudo para a rtp e o senhor diz-me que o senhor se chama múlér.

eu sugiro um telefonemazeco, assim por volta das três da tarde, para a embaixada da alemanha ou até mesmo para o goethe institut portugal e, numa simples humilde atitude, perguntar como é que se lê o nome deste e dos outros jogadores que vão defrontar o sportem.

é que eu imgino que seja aborrecido passar na rua, ver um gajo qualquer e, só porque me apetece, desatar a dizer:
- ó anténia tadeió, tudo bem contigo?



mas pronto, tudo bem.

atletico madrid de paulo futre

sinto-me sozinho.

sou o único portista - mas não o único português - que não tem fé nenhuma na passagem aos quartos das champions.

sexta-feira, março 06, 2009

o efeito carolina michaelis

o zé eduardo martins mandou ontem o afonso candal para o caralho. aqui há tempos já tinha chamado palhaço ao nosso primeiro zé sócrates.

o afonso candal é filho do carlos candal que em tempos fez aquelas declarações meio esquistas sobre o portas andar a levar na bilha ou coisa parecida. o portas nessa altura ameaçou-o com umas bengaladas.

é esta a elevação do nosso país.

aguardo ansiosamente o momento em que, sei lá, por exemplo o diogo feyo - capilarmente, o nosso antonio conte - desata a empurrar o jaime gama lá de cima da tribuna só porque o proibiu de usar o telemóvel, enquanto cá em baixo todos batem palmas e dizem coisas como «olha que o velho cai»

gosto tanto de malhar nestes gajos


ora nós olhamos para a capa da a bola e lemos lá que o benfica vai jogar com ataque à espanhola.

olhamos para as fotos e vemos o quê? ora deixa cá ver... pois, dos quatro vemos um +unico jogador espanhol. dos outros, um é paraguaio e os outros são argentinos.

vemos com mais atenção e percebemos então a intenção lá do jornal «quique flores aposta tudo na vitória em castelhano». ah pronto, afinal quando eles falavam no «à espanhola» queria referir-se à língua utilizada. compreendo.

presumo então que se a defesa fosse feita com moretto, luisão, david luiz e sidnei o título da a bola seria «ataque à portuguesa».

parece-me bem.

já passaram uns dias valentes e a pergunta que
ainda ninguém fez ao treinador espanhol foi «ficaste ou não ficaste entesoado quando a alexandre lencastre roçou os seus avantajados tetos no teu peito durante aquele lascivioso abraço dado lá na tv?»

quinta-feira, março 05, 2009

shadowplay

então parece que os the killers vêm a portugal. tudo bem, não é novidade.

não desgosto. não estou a pensar ir.

mas no setlist está também incluída a shadowplay.

eh pá, o shadowplay? quantas hipóteses temos na vida em ouvir a shadowplay cantada, em cima dum palco, seja lá por quem for?

acho que afinal vou. quero fazer em grandes berros e de braços no ar uh-uh-uh, uh-uhuh-uh...

até porque o brandon flowers tem uma voz, infinitamente melhor - os leitores no público e daqueles suplementos que eles lá têm, podem começar a apedrejar. quem tiver no guarda-fatos uma velha gabardina preta, com restos de sedas da samson nos bolsos, pode apedrejar também - que o senhor curtis.

tenho que pensar no assunto.



caraças mais para a crise!

quarta-feira, março 04, 2009

menina dos óclos vermelhos*

andava a piscar muito os olhos e a fazer loopings com eles assim "a modes" como o nuno pires costumava fazer.

isso acontecia quer estivesse a ver tv quer estivesse de volta dos recortes de fotos de revistas com cãozinhos e gatinhos e outros inhos.

foi à senhora doutora dos olhos. andava excitada com a fantástica hipótese de usar óculos como a carina que até "tem uma coisa a tapar o olho, pai, sabes? é porque o outro olho é preguiçoso e não quer trabalhar, não quer ver. e a carina tem uma coisa lá presa nos óculos para o olho trabalhar mais".

ai que saudades dos tempos em que quem tinha óculos era simplesmente o "quatro olhos", o carregador de bicicletas ou, quem sabe o "vá, tira lá as cangalhas para te poder dar um pêro ou não me digas que tens medo, tens?". agora usar óculos é cul! bom, pelo menos para ela.

e afinal aquilo é mas é um tique (graças a deus!) e trata-se com pancada!

blogger que é blogger aprende com os ensinamentos de quem tem estudos mas isso já são outros trezentos.

o pior foi a desilução que se lhe assumou o corpo: e eu queria óculos, mamã e eu queria mesmo e eu odeio-te e não te quero ver mais e eu agora é que mando em mim e eu vou comprar um gatinho e eu vou ter uma filha e não te a deixo pegar ao colo e...

que maravilha. que miúda mais bem educada. repito a parte que gosto mais «e eu vou ter uma filha e não te a deixo pegar ao colo»

* nome com que pomposamente assinou num post it que me remeteu num aniversário, uma miúda que eu adorava e que eu controlava no pátio do meu rainha dona leonor.

cheiros


reparem bem no preciosismo:

estou com saudades do cheiro das páginas das cadernetas de cromos da panini desde que as mesmas já contenham alguns ou todos os cromos da respectiva colecção. por exemplo na da formula um julgo ainda me falta o circuito de brands hatch e a cara do ricardo zunino. ó caraças, estou desconfiado que é mas é a cara do jabouille e o símbolo da osella. pois, já não me recordo bem. sei é que tenho saudades desse cheiro, pronto!


terça-feira, março 03, 2009

mira

as esculturas são giras, o trabalho é digno e bem feito. tem a vantagem de nos ganhar a nós todos naquela competição que é "entreter a canalhada quando estamos na praia a brincar na areia".

ele já se tinha posto a fazer um web site. (um avanço tecnológico doutro mundo).

agora, imagine-se, deu-lhe para fazer um bídio todo maricas com músicas de ir ao cu. eu perdoo-o porque o moço vem lá dos confins do redondo e, pronto, não tem o discernimento cá da gente.

contudo, a ingratidão não será uma das coisas que ele me apontará. uma pessoa que me aturou bebedeiras (o homem chegou a carregar-me às costas, na sua mota, por esta nossa cidade nalgumas madrugadas da nossa imberbe juventude, caramba) merece o meu respeito.

pediste-me para divulgar o teu trabalho, cá estou eu para o fazer.



mas também te digo, se um dia me entalas contrato uma jornalista qualquer para te ir fazer uma entrevista. queres?