sexta-feira, julho 30, 2010

feios bonitos

não só com a morte do feio, mas também com mais uma mão cheia de exemplos de pessoas que lutam contra as adversidades com força, força, força... «eh pá, sabes, com 15 anos viu-se numa cadeira de rodas mas continuou ali, sempre bem disposto, tornou-se num homem melhor...» e que nos dão o exemplo de como lutar sem rezingar.

eu gostava que quando vissem estes belos exemplos, como o do notável feio, se lembrassem daqueles, coitados, que também são gente mesmo por não terem força para lutar, não conseguirem sorrir nas adversidades, não conseguirem ser felizes numa cadeira de rodas... não passam a ser piores pessoas que estas, por causa disso.

é que às tantas, elogiam tanto os alegres, felizes e frontais que enterram ainda mais estes, digamos, mais fracos.

ou menos fortes.

ou fortes até onde conseguem.

ninguém sabe, não é?

quarta-feira, julho 21, 2010

bi stil mái bitingue arte

um abraço ao zé que, se a memória não me atrofia, era o dono do dito cujo.

o nothing like the sun está dentro daqueles discos que eu chamo de... ó pá, não chamo de nada, mas dá ideia que fazem parte daquelas listas intituladas «o 10 melhores discos de sempre».

há uma coisa que eu tenho a certeza, é daqueles que eu ouço sem tirar. vai ali, desde o lazarus heart até ao secret marriage sem que me dê a vontade de levantar a coisa (a agulha, bem entendido).

não me está a apetecer rigorosamente nada andar por aqui a procurar palavrinhas bonitinhas para o descrever. até porque, aceito, estaria a ser injusto, confundiria sempre a qualidade do disco com a qualidade das memórias que ele traz atreladas.

por ora, pronto, fiquemo-nos com esta, que era a segunda do lado a do primeiro disco. 

 

e quem é que nos desliga depois?

carrego, quase sem querer, no botão que mostra os aniversários lá no facebook. percorro com o rato aquela lista e deparo-me contigo. caramba, diz lá que farás 44 anos no dia 9 de agosto.


fico meio tolo, meio atónito, fico ali paradinho, catatónico talvez. não sei o que dizer, o que pensar.


oh que merda, claro que não vais fazer anos nenhuns. caramba pá! tinhas mesmo que ir embora, tinhas mesmo que ir à nossa frente, como tão bem disse o tó? tinhas? que porra!


tinhas, não é?


depois, sabes, fico irritado com estas coisas, estas tecnologias. olho depois para o teu mural e vejo lá convites para o farmville e coisas dessas. acaba por ser até engraçado, tu já com um canteiro só teu e as pessoas, sem saberem, a desejarem ser tuas vizinhas.


mas e agora? ficas ali para toda a vida? é que, acredito, ninguém saberá anular a tua conta, ninguém saberá desligar-te da net. parece que estás ligado com um fio que vai desde lá de baixo (ou lá de cima, não é?) até à internet.


e agora?


se é para que nós te lembremos de ti, descansa, lembramos. sério, lembramos. lembraremos sempre.


parvalhão!

fui ao teatro

desta vez cheirava a omnia.

terça-feira, julho 20, 2010

um mimo

vamos supor que alugou a sua casa no algarve, ali na zona da oura, balaia, vá, pronto, até aos olhos de água. entretanto, tem que fazer o checáute até às 11 horas. malandros das senhoras que têm que limpar o raio da areia que foi deixando ao longo dos dias, bem como aquelas marcas de baba de camelo (não é a baba do camelo que engatou no libertos) que ficaram agarradas ao sofá quando andou a brincar ao nove semanas e meia. então pensa, caramba, poderia gozar um dia de praia mas depois ir para cima com o sal no corpo... se ainda pudesse dar um mergulho numa piscina. pronto, a solução existe. não menciono em público - nem respondo a todos os emails - mas podem perguntar que eu vos indicarei uma piscina, lá na zona, que ninguém sabe, mas pode-se ir lá dar uma cacholada sem ninguém perceber que não podem lá entrar.


vamos supor que o dinheiro não chega para tudo e que, por isso, não conseguiu alugar quarto em empreendimento com piscina. eu tenho a solução caso esteja hospedado ali na zona da balaia.... ora, está escrito ali em cima, pá!


vamos supor que está a passar de carro e houve na telefonia que na praia da maria luísa cairam mais uns calhaus em cima das pessoas. o trânsito fica complicado, tenta fugir à coisa, mas fica triste porque não se pode banhar. tenho a solução... no primeiro parágrafo e blah, blah, blah...


é joinha, tem parque infantil, é bom de estacionar, esteiras com fartura, bar/restaurante decente - quando eu digo decente, digo que lhe grelha sardinhas e faz carapaus com molho de escabeche - onde pode até beber umas jolinhas. esta parte já é a pagar. 


se não quiser usar a piscina e apenas pretender tomar um duche também se arranja.


ah, outra coisa, as cagadeiras são asseadas e têm papel.


um mimo.

segunda-feira, julho 19, 2010

pan

vamos supor que têm a sorte de estar numa discoteca cujo dj tem 4 neurónios e não anda ali a bater punhetas, colocando apenas aquelas músicas que ele gosta e que ninguém consegue dançar (vide uma canção que havia algures no inicio da década passada, meio árabe e... meio árabe também e algures entre as palavras que os senhores do disco diziam havia uns beijinhos). estão já a supor a coisa? 

bom, então decorem estas palavras:


put your face in my window
breathe a night full of treasures
the wind is delicious
sweet and wild with the promise of pleasure
the stars are alive
and nights like this
were born to be
sanctified by you and me
lovers, thieves, fools and pretenders
all all we gotta do is surrender


é que se pode dar o caso de ele tocar a última do lado a (não há muitas últimas do lado a decentes para dançar, aviso já) e convem saber de cor, pelo menos esta parte. é, esta parte, pelo menos convém saber.


é que a canção já vai ali a meio, já foi o come with me, já foi o swing your hips, o close your eyes e é então agora a parte em que aquele bocadinho de whisky que guardaram no copo fará falta. dêem então o gole, abram os braços assim, à la hutchence e espoletem a cena por aí fora: ó filha, bota a carita na minha janela e snifa esta noite cheiinha de tesourinhos. a ventania é uma ganda maluca, é tótil, docinha e com a promessa de te vir a saber a pato! e vai daí as estrelitas estão vivinhas da silva e bem sabes que noites como esta existem para serem santificadas, sabes por quem? ora bem, por nóses os doizes: amantes, gatunos, tolinhos e fingidos e não há volta a dar, desistamos! toca a render!


quinta-feira, julho 15, 2010

depois admirem-se: o novo dvd do springsteen não tem o thunder road!



não, este video não é deste concerto de hyde park. ele agora está de cabelo curtinho (o home tem 60 anos, tem que ter cabelo à velho, pô?) e continua estupidamente magro.

quarta-feira, julho 14, 2010

eu tento, juro, fazer assim como este senhor ensina. compreendem agora porque é que me sinto tão triste com o resultado?


Escrever bem é pensar em primeiro lugar no leitor. E pensar no leitor é, ponto primeiro, fazer a escolha certa das palavras. Falamos de léxico – primeira componente a ter em conta. Escrever bem não significa escrever de uma forma sofisticada, usando o que vulgarmente se chama de palavras “caras”. Quem escreve de forma complicada e difícil não comunica, mas antes isola, exclui, discrimina; está tão-só a pensar em si e não em quem lê. Palavras difíceis e pouco conhecidas travam o fluir da leitura, atrasam a compreensão. São como um tropeçar em arame farpado numa planície verdejante. Palavras comuns, pelo contrário, são reconhecidas instantaneamente pelo leitor, tornando a leitura bastante mais fácil, logo, um prazer. No fundo, é o leitor sentir-se “em casa”, encontrando no texto um bom “anfitrião”! Escolher bem as palavras é, portanto, o primeiro passo para o sucesso de um bom texto. Ponto segundo. Escrever bem é também respeitar a memória do leitor. Ora, aqui falamos de sintaxe, que é a componente da gramática que se ocupa da combinação das palavras na frase. Pois bem, essa combinação tem de ser (quase) perfeita, pelo que se impõe um limite no número de elementos a articular. Quem lê quer perder o menor tempo possível a compreender o que lê. Quer evitar voltar atrás vezes sem conta, quer ler com prazer e sem muito esforço. Frases demasiado longas dificultam a compreensão, por isso, as frases devem ser curtas para serem memorizadas logo na primeira leitura. Além disso, a memória retém com mais facilidade o que vem no início da frase, pelo que as informações mais importantes devem ocorrer no início do período. Gramaticalmente falando, a frase deve estar na ordem directa, contendo os elementos fundamentais: sujeito - predicado - complementos. Intercalações intermináveis e intercalações dentro de intercalações são também um tropeço à compreensão. No meio desse labirinto de palavras, o leitor pode conseguir encontrar o sujeito, mas fica a dar voltas e voltas para saber onde está o predicado! Articular bem as palavras é, portanto, o segundo passo para o sucesso de um bom texto. Ponto terceiro. Escrever bem é também fazer bom uso da pontuação. A pontuação é o tempero do texto, mas mal usada, pode ser um autêntico dissabor. Quando o leitor tropeça num sem-número de vírgulas, parênteses e travessões, acaba por perder o fio condutor da leitura. E vírgulas a menos também podem ser um problema. Podem alterar de forma drástica o sentido de uma frase. Se não colocarmos vírgulas na frase ”O marido da Ana que trabalha em Coimbra chega hoje”, ficamos a pensar que a Ana tem mais do que um marido. Dois pequenos sinais responsáveis pela incorrecção da frase. Pontuar bem o texto é, portanto, o terceiro passo para o sucesso de uma boa redacção. Ponto quarto. Finalmente, o estilo. O estilo é a maquilhagem do texto, que se quer bela, mas bastante suave! Os bem conhecidos elo de ligação, há anos atrás, encarar de frente são alguns exemplos de redundâncias que se devem evitar. Ideias repetidas não trazem nada de novo e aborrecem o leitor. O excesso de estrangeirismos é também uma “praga” a combater. Bem sei que existe um certo encanto em dizer spa em vez de termas, resort em vez de estância, feedback em vez de retorno, mas a leitura tem de ser confortável e não uma corrida de obstáculos. Por isso, devem usar-se termos estrangeiros apenas quando não existe expressão correspondente em português. Adornar o texto de forma equilibrada é, portanto, o quarto passo para o sucesso de uma boa redacção. Em suma, escrever bem é saber articular de forma sábia as várias componentes da gramática: escolher bem as palavras, combiná-las o melhor possível e, por fim, colocar adornos estilísticos quanto baste. Termino com esta sublime frase de Edméia Neiva, que sintetiza tudo o que atrás foi dito: “O segredo de um bom texto consiste em dizer de modo fácil coisas profundas e não em dizer coisas simples de modo complicado”.

eu ando há uns tempos para fazer este post mas, confesso, estava com receio de ferir a susceptibilidade de algumas pessoas e tenho-me acagaçado


mitos urbanos: mulheres que desenvolveram o polegar para se agarrarem a troncos

espanto-me diariamente com a quantidade de mulheres que afirmam terem passado a infância e a adolescência não de volta das suas bonecas e outros femininos lavores mas sim «a subir às árvores, a jogar à bola e sempre junto com os rapazes daquele tempo».


pergunto aos homens da minha geração: encontraram alguma vez mulheres em árvores? quantas trivelas se lembram de terem recebido, vindas duma gaja? ai encontraram? e lembram-se também? sério? hum....

terça-feira, julho 13, 2010

ando aborrecidíssimo....

... porque não há maneira de descobrir quem é o cabrão que canta aquela cover maravilhosa do dancing in the dark que anda a passar na csb rádio.

e por isso, enquanto o pau vai e vem, fico-me com esta.

 

eu era para ficar caladinho mas não resisto

no meio de duas garfadas de espargete, entremedas com uns bocados de costeleta do pingo doce eu vi, com estes que a terra há-de comer:

ESTAVA UM FIAT PUNTO NA CASA DO CRISTIANO RONALDO!

um fiat punto? não estão a ver bem a coisa, um fiat punto e de cor branca ainda por cima. poder-me-ão dizer que era da senhora que lá foi levar fraldas ou dodots mas mesmo assim... caraças, estamos a falar do ronaldo, pá! um fiat punto? no mínimo um 530d, não?


não tarda nada estão a dizer-me que o gajo afinal bebe água da torneira, querem ver?

sexta-feira, julho 02, 2010

eu gostava...

... que as pessoas que escrevem as avaliações dos alunos usassem um português que não as envergonhassem.

assim, estilo, que nem mesmo eu - um gajo que escreve cheio de alarvidades - conseguisse dar pelo erro.

depois não digam que eu não avisei: létse luque éte dâ trailâr

moço bonito

e agora que entrámos em julho, preciso mesmo de vos dizer uma coisa muito importante: finalmente o nacib arranjou cozinheira.

e como dizia quem eu cá sei, «escritor é pouco de se lhe chamar».


códrilhice

quando saí da minha aldeia, julguei que me iria afastar, de vez, da códrilhice local. mera ilusão, a puta da códrilhice é transversal a todó portugal, todas as classes sociais, todos os sexos*, tudo e todos.

não há cu, porra...



(* ok, aceito, mais o feminino)
(podem atirar as pedras)