terça-feira, novembro 28, 2006

vômembora

se não houver posts nos próximos dias, não se admirem. a culpa é toda dela que engendrou o esquema todo.

como não vai haver novidades até domingo, olha, pronto, aproveitem para ler os arquivos.

slr

passou por mim há pouco um slr.

meu deus, percebi finalmente o significado daquela trecho do hotel california:

"...her mind is tiffany-twisted, she got the mercedes bends..."

escuze, hold on!

na madrugada de ontem, apanhei um pediatra espanhol no hospital de cascais.

e o atendimento não foi nada mau, não senhor.

já só lhe faltava saber falar português para a gente se entender e ser simpático para não apanhar um estalo nas ventas. à parte disso. tudo bem.

aparvalhado

já passaram aí uns dois ou três dias e ninguém ainda me disse: eh pá, ó jaime, e o golo do ronaldinho, meu? fónix!

não percebo.

ó xô guarda, eu juro que só vinha a 77 km/h!

a bola diz que o livre do ronny foi marcado a 120 km/h.
o record diz que o livre do ronny foi marcado a 222 km/h.

as minhas perguntas são:
- estãrão a falar de dois livres diferentes?
- estará um dos jornais a mentir?
- estarão os dois?
- terá um dos jornais, pessoal que não sabe fazer contas?
- terão os dois?
- e que tal falar-se do canto directo do quaresma que entrou e ninguém viu?

domingo, novembro 26, 2006

dois anos

este blog faz hoje dois anos.

como todos nós que entrámos nesta treta dos blogs e mais o diabo a sete, também eu tinha um fito quando criei o meu. a minha ideia inicial era ter um cantinho onde pudesse escrever sobre música. queria falar aqui sobre discos que me tivessem marcado ao longo da minha vida. sei lá: o 79-83 dos bauhaus, o heroes do bowie, o live at the apollo dos hall & oates, o living in the 20th century do steve miller, o fugazzi dos marillian, o nebraska do springsteen, o agent provocateur dos foreigner, o lc dos durutti column, o steve mcqueen dos prefab sprout... ai porra, tantos tantos.

depois a coisa deu para o torto e comecei a fazer uso do mote deste blog e passei a postar "sobre aquilo que me vier à cabeça": futebol, filha e falácias.

acho que já aqui o disse, cada um destes posts que p'ráqui fui colocando, foi parido com muita, muita dor. continuo a ser ludibriado pelo teclado e o raio das ideias iniciais de cada texto, fogem-me a sete pés à medida que os vou escrevendo - este mesmo texto tinha como ideia inicial dizer que faço dois anos de blog, fiquem pois com essa ideia. o resto foi um delírio. continuo a achar que o resultado final quase nunca é o que eu queria dizer inicialmente. continuo cheio de dúvidas quando carrego aqui no botãozinho laranja que diz "publicar postagem". destes mais de 600 textos se calhar gosto de meia dúzia deles - eventualmente aqueles que tiveram revisor oficial de erros. o resto vou pondo porque me dá na real gana.

apesar de tudo guardo com especial carinho, as coisas boas que me aconteceram por ter um blog: ao amigos que ganhei, as pessoas que conheci, as coisas que me ensinaram, um colega de há mais de 25 anos com que voltei a escrever, uma turma que revisitei, uma amizade que revitalizei, etc...

criei o blog sózinho, escrevia nele para mim. tinha e ainda tenho vergonha de dizer que tenho um blog, não me orgulho assim por aí além das coisas vou escrevendo. aí, uma semana depois do primeiro texto, quebrei o silêncio e contei à minha mulher, tempos mais tarde disse aos meus amigos mais chegados, atitude que já revelou uma coragem fenomenal. os restantes leitores não sei de onde é que chegaram mas, diga-se de passagem, são sempre bem-vindos. não escrevo para aumentar o meu número de visitas nem para ter mais comments. fico obviamente contente quando vejo que eles surgem. mas ainda fico sem jeito quando sei que o fazem: ontem conheci pessoalmente uma pessoa que me lê. não a conhecia de lado nenhum e fiquei meio parvo quando ela disse aquela frase: ah, eu conheço-te, eu leio-te.

bom, dois anos depois sei que escrevo, sei que opino, sei que aparvalho. o que ainda não sei nem consigo entender é porque é que alguns me lêem e gostam.

juro.

sexta-feira, novembro 24, 2006

pais, pediatras e outros feiticeiros

arrepiam-me os pais que dependem, por dá cá aquela palha, do pediatra.

ontem à noite dei uma volta por babyblogs.
não é coisa que faço com muita assiduidade. confesso que já fiz mais. mas às tantas tornou-se muito cansativo. não por culpa das mães, é certo (só quem não teve um bebé é que não sabe as emoções que o raio dos pequenos nos trazem) mas mais por minha culpa: a maior parte das autoras dos babyblogs escrevem e falam sobre os filhos como quem brinca às bonecas e isso, para mim, é entediante. (sim, é uma crítica).
o que mais me saltou à vista foi a quantidade de posts que fazem referências aos conselhos que ouviram dos pediatras. se lêem que há um estudo que diz que eles devem adormecer junto dos pais, vai tudo mudar a cama lá para o quarto do casal; se ouvem dizer que o ranho dos bebés faz bem à pele, deixam os miúdos de queixo verde (esta fui eu que inventei, descansem), se lhes contaram que os bebés que dormem com cobertores de lã podem morrer sufocados, vão comprar um enxoval todo novo, etc.. mas estas mães perderam o cabrão do instinto? ou acham que agora os bebés são educados "by the book"? dahhhh, os nossos avós não liam livros!

mas o que eu achei mais alarmante foram as questões não-médicas com que esses senhores doutores eram bombardeados: como é que faço para ele largar as fraldas, porque é que ele não me dá beijinhos, será que pelo facto dele passar mais tempo com a avó põe em risco a minha relação de mãe, etc.

eu tenho as dificuldades e as dúvidas que todos os pais e mães também têm. e sim, algumas das dúvidas que estão ali em cima descritas também fazem parte de alguns dos meus pensamentos. mas gaita, a ideia é seguir em frente. sempre achei que calma, descontração e estupidez natural (e amor, porra, muito amor e paciência) sempre eram 95% dos ingredientes para uma educação equilibrada. é preciso pensar assim tanto no raio dos "eventuais" problemas das crianças? terão elas assim tantos problemas? o facto da criança ter começado a andar já para lá do ano e meio não será apenas sinal que "começou a andar com um ano e meio" e não "ai, lá na salinha dele já todos correm e ela ainda gatinha, ó senhor doutor o que devo fazer?" deixem os problemas da canalhada, para a canalhada que realmente tem problemas, pá!

estarão estes pais - que confundem estas coisas agora, no começo da vida dos filhos -, preparados para enfrentar o dia em que os filhos sejam piores alunos (e que chumbam e tudo) que os outros amiguinhos lá da escola deles? sinceramente, não me parece.

eu volto a dizer. a única coisa que eu tenho a certeza é que vou ser um pai que achará sempre que poderia fazer melhor na educação da minha filha. tenho de ter sempre essa noção. tudo o que depois vier de melhor, para mim, é lucro. para todos os efeitos a minha mulher é a melhor educadora da minha filha do mundo, para todos os efeitos eu sou o melhor educador da minha filha também. dos filhos dos outros não me responsabilizo.

posso dar uma sugestão? não tenham medo de falhar. eu falho e continuo sem medo, ok?

o que é feito de ti!

"Sou a favor da eutanásia das amizades. Quando é chegado o momento deve-se deixá-la ir, sem sobressaltos, sem remorsos, ao invés de prolongá-la artificialmente."

é quando leio coisas dessas que vejo que devia ter vergonha em escrever o que escrevo no meu blog. tenho porém a sorte de conhecer o seu autor há 20 anos e tenho por isso autoridade moral para lhe pedir um abraço cada vez que me cruzo com ele.

respeito!

(escreves tão bem, meu cabrão!)

bom, bom, era mesmo ir lá uma vez por ano.

preciso de ir à fnac da barra da tijuca fazer compras para enfrentar o resto do ano:

ao som do mar e à luz do céu profundo - nelson motta
a décima segunda noite - luis fernando veríssimo
arquipélago - diogo mainardi
porno política - arnaldo jabor
entre outros....

post propositadamente longo. com, pelo menos 18 anos. proibida a leitura a pessoas com menos de 35 anos.



eu estava convencido que a turma do rainha que eu mais tinha gostado, tinha sido a do meu primeiro 10º ano.

mas pensando um bocadinho melhor, verifico que o que me marcou, não foi bem a turma em si, mas sim um conjunto de acontecimentos que sucederam por essa altura: tinha passado a barreira do 9º ano, entrava finalmente na área de artes, mostraram-me o nebraska e o darkness on the edge of town, vi o cotton club e o rumble fish, conheci o left in the dark, apaixonei-me por uma miúda com problemas e cheia de complexos
(há sempre um momento na vida em que caímos perdidinhos por uma tipa assim. é da praxe. o facto de anos mais tarde ela me ter encornado com outra gaja - sim, eu disse gaja -, também é uma coisa, digamos, que fica sempre bem num currículo),
o meu vitória da picheleira foi campeão, saiu o queen is dead e o cerco, fiz a minha primeira directa, andava doido pelo plays live do peter gabriel, armava-me aos cucos a ver coisas do tarkovski no quarteto, tinha acabado de sair o misplaced childhood
(apesar de eu ser muito mais fugazzi ou scrip for jester's tear)
e os meus pais celebraram as bodas de prata.

e na realidade era uma turma bestial com pessoal do belo e todo joly, artistas meio malucos
(éramos uma turma de artes, não esquecer, ok?)
e com professores que até me acabaram por marcar à séria
(gosto muito de dizer "à séria"):
não consigo olhar para um quadro impressionista, uma cena art nouveau ou deco ou uma coisa qualquer do lalique sem me lembrar da famosa professora guidinha que para mim há-de ser sempre sinónimo de história da arte.

mas a história, como as montanhas, deve ser vista à distância. por isso, visto à luz de 20 anos já decorridos, verifico que "a turma", aquela, a tal, foi a que se criou no ano seguinte. quando recuo no tempo a ideia que salta à memória é que era uma turma com uma camaradagem fora do vulgar. também tinha os seus grupinhos, é certo. mas não eram grupos fechados, herméticos. eram coisas mais maleáveis, mais permissivas. eu, por exemplo, tanto ia com o pessoal da gabardina preta para a esbal ouvir os shish, como zarpava para o central park, ali no centro comercial s. joão de deus, para me roçar às gajas
(ok, não eram assim tantas. foi mesmo só com uma gaja)
quando dava o sign your name.

eu acho que o traço comum mais importante d'"a turma" era o humor. era tudo pessoal com um humor fora de série
(volto a dizer, éramos de artes).
humor do mais fino recorte, uma coisa muito inteligente, muito montypythoniana (eu pergunto, quantos de nós não elegem a vida de bryan como "um dos 10 filmes de sempre"?) e ao mesmo tempo muito subtil.

lembro-me que há coisa de 10 anos, numa noite em que fui ao speakeasy, no meio duma operação de charme que uma amiga me estava a submeter, encontro um colega dessa turma que já não via há uns bons 5 anos, o meu querido peixoto. apesar do gajo estar acompanhado, forniquei-lhe o caldinho e fui para a mesa dele. bom, foi um fartote de riso a noite toda
(bom, foram só 20 minutos, mas pronto, fica mais giro se eu disser que foi a noite toda).
no fim, pergunta-me a minha amiga: "mas olha lá, tu não o vias mesmo há 5 anos? eu acho que me estavas a tangar, vocês tinham conversas iguais, piadas iguais, gargalhadas iguais e ainda por cima, recomeçavam conversas que pareciam ter ficado suspensas há dois dias."

lembro-me duma outra história, esta ocorrida há coisa de 2 anos e pouco, quando apresentei a minha mulher e a minha filha ao Osmar
(desculpa lá, meu querido Luís, mas nos assuntos relacionados com esta turma, hás-de ser sempre Osmar).
quando vinha para casa, dizia-me a minha mulher: "não te percebo. vocês gostam tanto um do outro e só se vêm de dois em dois anos. juro que não percebo."

nesta sexta-feira, dizia-me alguém lá no nosso jantar: "tu desta gente, quem tens visto com mais frequência é o gonçalo, não é? é que têm conversas tão parvas, falam como se tivessem visto ontem ou na semana passada, conversas de putos, pá! ainda contam as mesmas piadas e as mesmas anedotas...". pois, compreendo o que ela quis dizer, mas na realidade não o via há 15 anos.

na sexta-feira aconteceu um milagre. eu continuo a julgar que sim, que foi um milagre. na sexta-feira, houve 16 pessoas que se lembraram que já foram putos charilas e foram reviver outros tempos numa jantarada ali para os lados de carnide. e foi bom, foi muito muito bom. na sexta-feira voltámos a provar que aquela turma não tinha problemas de gestão de egos complicados. foi como entrar numa cápsula espacial. dum momento para o outro passámos de senhores e senhoras respeitáveis para aquela cambada de putos que atiram pão uns aos outros quando estão a comer, que falam alto e que dão gargalhadas demolidoras. foi giríssimo. e para mim aquilo foi tudo muito rápido, passou tudo num fogacho. dizia-me o nápoles: "eu nem sequer vi a ementa! eu ouvi alguém falar em polvo e gritei: passa a dois!"

e não me canso de dizer: foi realmente muito bom. eu que tenho um coração que vive alimentado a "saudade", tive uma alegria doutro mundo quando pude rever:

a odete palaré (porra, a nossa détinha já é senhora professora da esbal - como é que aquilo agora se chama, pá? deves ser pouco lixada para a canalhada, deves.);
a alice (ó pá, juro que não te reconhecia se te visse na rua; eras tão menininha e estás tão senhora. isto é um elogio)
o inginheiro di napoli (outro, como eu, que só lhe faltou foi chorar - a gente estava a chorar por dentro, não era, man?) que me fez o favor de me mostrar uma cassete que eu lhe tinha ofertado com o still da joy division (bem, quando eu voltei a ver a minha caligrafia de há 20 anos deu-me cá uma coisa, pá). outro assunto, tu sabes fazer puxadas para roubar electricidade lá ao teu patrão, ou não? ensina à malta pá! agora com o frio dá jeito com os aquecedores, man.);
o tiago capristano (para mim, a pedra mestra do humor da turma) (ainda tens de me ensinar como é que eu faço para ir ao monument valey);
a susana teixeira (como é que é mesmo que tu te chamas agora, pá? moura-carvalho? realmente, isso agora já é nome de arquitecta) que está enxutíssima, charmosérrima, que deve ter tido os filhos pelas pernas, e que, como eu e o gonçalo dissemos: tens uns abdominais que até parece o petit! ah, melhér dum raio!;
o mira, o nosso pedro alentejano. coitado, está todo marado de snifar o raio do pó da pedra das esculturas. outro malandro que se esqueceu de engordar. (percebeste que fiquei meio à nora quando te abracei, não percebeste? percebeste que tens um t6 com duplex e vista para o rio aqui no meu coração, não percebeste?)
o tomé, que passou de cara de menino a senhor arquitecto respeitável de barbas. olha lá essa cena era postiça? és um dos "others" lá do lost?;
o osmar, contigo é diferente, pá. somos da mesma família. estamos condenados a ser mesmo felizes juntos;
o miguel, outro que ficou barbudo e com quem recordei uma célebre noite na aula magna, num concerto de beneficência aos povos oprimidos da américa central (foda-se! que coisa mais comuna!), onde estivemos nos camarins com o sérgio godinho e o luís pastor. depois do mira ter andado aos abraços ao baíco salomé lá da terra dele, ainda acabámos a noite a mamar imperiais no canecão! (olha lá, a namorada que na altura o teu amigo fred ou martim - nunca consegui saber qual dos dois é que era - tinha, era uma naco do c-a-r-a-l-h-o!);
o pissarra, rapaz que merece o meu sincero respeito porque continua igual aquele gajo pequenino do era uma vez o homem e também porque em 2006, em pleno século xxi, é a única pessoa que eu conheço que não tem telemóvel. não tem, nem nunca teve, repare-se!
a xana, a nossa actriz. que se lembrou de nos ganhar a todos: além de giríssima e charmosa, apresentou-se mais magra que há 20 anos. estúpida, isso faz-se, pá?
o gonçaladas, parvalhão de merda. pacóvio, ignóbil, imbecil, aldrabão, etc. tu achas que a gente acredita que já tens 40 anos? (disseste à paula que lhe mandei uns beijinhos cheios de saudade, pá? vê lá se precisas que te puxe uma orelhinha?)
a carlinha do prédio da sul-américa (é assim que assinas nos autógrafos, não é?), que teve a alegria da noite, quando lhe contámos que afinal o rabo da cláudia não era nada inferior ao dela. e que além disso era (e é), muito mais querida e doce que a outra parvalhona!
o pratas, porra o pratas está cum ganda níbel, sim sinhôr: arquitecto, fotógrafo, "filósofo", cineasta.... cum caneco, pá. a tua vida dava um filme. gostei tanto de te ver, meu malandro. (eu juro que deixo de te falar se não me mandares fotos lá dos nosso tempos, pá. muita atenção ao blog deste menino, ok? muita atenção à escrita desta malandro. níbel!!!)
e o narciso. ihhhhh, já nem me lembrava do narciso. bom, mas quem é que o mandou não trazer o elástico à ivan lendl? assim ninguém te reconhece na rua, pá

fico contente por saber que houve um cabrão dum post que, em parte, desencadeou a vontade de nos reencontrarmos (eu sabia que afinal ter um blog era uma boa aposta). sei que aquilo soube-nos a todos a pouco. tenho para mim que isto devia ter sido o dia todo, com futebolada, piquenique, churrasco, sesta, bailarico e eleição de miss "ti-chârte" molhada. para mim, era assim. mas vocês não alinham nestas merdas. têm medo do quê, das formigas nas toalhas aos quadradinhos?

pois, eu não sei se vos vou voltar a ver mês sim mês não. eu sei é que com filhos, maridos, mulheres e afins, foi uma sorte dos diabos, juntar ali aquele número de pessoas. sei também que agora estamos todos com o tesão do mijo para nos vermos todos os dias. eu então ando de pau feito. não tenho ilusões, a vida de cada um de nós não permite encontros destes com a frequência que nós gostaríamos. é certo que deixámos de ter 3 meses de férias no verão, mas gaita, a ver se não voltamos a estar 18 anos sem nos vermos.

pode ser? combinado? a gerência agradece.

p.s.:
1) o nápoles teve a indecência de me outorgar um cd
(isto tinha mais piada era se fosse uma k7. só que depois eu não tinha onde a ouvir. pois, se calhar foi melhor assim.)
com música da altura. assim, além de ir com o ego nos píncaros com os carinhos qu'estes malandros me fizeram, fiz a a5 a abrir ao som de coisas que já não passam pela cabeça desta malta nova como: o transmission, o winning dos the sound, o mr malcontent, o sketch for dawn e principalmente, muito muito principalmente o duel dos propaganda. nem queiras saber o quanto eu adoro o duel, pá.

2) o peixoto não pôde vir. fiquei mesmo triste, pá. prometes que me dás um abraço apertado quando nos reencontrarmos?

3) o desenho que está lá em cima, é uma caricatura feita pelo luís ratana
(já disse que éramos uma turma de artes, não já?).
que me retrata na perfeição: ali estou eu, gel na parte lateral do cabelo e a parte superior em reboliço, nariz vincado - sou possuidor duma sinalética portátil: ó jaime, diz-nos lá onde fica a casa de banho? - camisa aos quadradinhos, blusão de ganga coçadíssimo, umas calças bombazine e uns mocassins à índio. aliás, aqueles mocassins eram o meu logótipo.

4) eu gosto mesmo muito de vocês! obrigado por me terem deixado participar numa das noites mais felizes da minha vida.

quinta-feira, novembro 23, 2006

gostos

ela
na minha cama, de biberão, a ver o toy story2

eu
na sala, de duque de viseu, a ouvir o crisis, what crisis?

Martinha

Casa comigo Marta
Tenho roupa a passajar
Tenho talheres de prata
Que estão todos por lavar
Tenho um faisão no forno e não sei cozinhar
Camisas, camisolas, lenços, fatos por passar
- Casa comigo Marta
Tenho roupa a passajar
- Casar contigo, não maganão
Não te metas comigo deixa-me da mão

parabéns Ana e Tiago (e já agora Maria), agora a felicidade é a dobrar.

é pá, ó Tiago, tu não compres uma caçadeira com uns cartuchinhos de sal que não é preciso, não.

pontos quê?

recebo por mail uma gaita que nos diz quais são os pontos eróticos de cada signo. vou a investigar no meu e diz lá o seguinte:

Como o Ariano tem disposição de sobra para o sexo,
procura uma pessoa que seja ardente e ousada.
Para agrada-lo, o melhor é entrar no clima e realizar
suas vontades e fantasias.Os pontos eróticos são a
Cabeça e o Pescoço. Lugares para Transar:
adora locais ousados,que tornam o sexo mais emocionante,
como elevadores ou locais públicos.


Retenho com atenção a frase: "os pontos eróticos são a cabeça e o pescoço". E concordo. Realmente é verdade: dêem-me beijinhos na tolinha e no pescoço que aquilo depois é sempre a aviar!

p.s.: môor, próxima casa já sabes, só com elevador!

duarte o pio

o duarte de bragança conta na sábado:

"fui ter com a isabel ao brasil e pedi-a em casamento num barco. disse-lhe: ou me dás a resposta ou atiro-te à água"

fodido, o gajo, hein!

ah, leão

alguém, no seu perfeito juízo, imagina o scolari a festejar um golo contra o brasil? claro que sim (eu até já vi)!
alguém, no seu perfeito juízo, imagina o jorge costa, lá no banco do braga, a festejar um (sempre muito fugaz e aleatório) golo contra o porto? obviamente que não.
alguém, no seu perfeito juízo, imagina o domingos, lá no banco do leiria, a festejar um (sempre muitíssimo fugaz e aleatório) golo contra o porto? nem pensar, não é?
alguém, no seu perfeito juízo, imagina o rui costa a festejar um golo contra o benfica? pois, não estão a ver, pois não?

agora expliquem-me, utilizando se quiserem palavras infantis e eventualmente utilizando as mãos, porque carga de água é que o luís figo festejou ontem, de uma forma quase mourinha, o golo do crespo contra uma equipa do seu país e sua equipa do coração? reparem, ainda por cima do coração.

figo, vai pr'á merda a mais o teu sportinguismo, ok?

(também vos digo, não se esperava outra coisa dum gajo da margem sul, he he!) (blhag!!!!!!)

p.s.: é por estas e por outras que não me admirei mesmo nada, com as declarações do karyaka, quando disse que os jogadores da sua equipa - para os mais distraídos é o benfica - estavam todos a torcer pelo cska, no jogo de terça-feira contra o meu clube.

meus amigos, venham-me depois dizer que tenho de pôr uma bandeirinha de portugal à janela porque é sinal de patriotismo, que eu mando-vos para uma certa parte que eu cá sei (novamente para os mais distraídos, estou a falar em mandar-vos pr'ó caralhinho!).

terça-feira, novembro 21, 2006

sinceramente

o melhor contributo que o veiga poderia fazer à humanidade, seria ensinar ao guterres como é que com laca, se fixa a puta da melena diabólica.

só para o pessoal lá do meu bairro: o gajo tem penteado de quem vai ao mário da praceta todos os dias, não é?

rick rubin



os u2 estão em estúdio com o rick rubin.

aviso já, preparem-se!

segunda-feira, novembro 20, 2006

tás na mesma, cabrão!

para que conste: sim, eu vou fazer posts sobre a célebre reunião lá dos ex-residentes do rainha dona leonor.

mas dêem-me uns dias. ainda estou muito atordoado. é que foi bom, foi muito, muito bom!

domingo, novembro 19, 2006

nana



em arquitectura, no design, no ensino ou na moda, existe alguma norma tácita que obriga toda a gente a usar óculos estilo nana mouskouri?

um beijinho para a minha querida susana moura-carvalho que se lembra de meter o bedelho nestas áreas todas e além disso, vinte anos depois, continua muito, muito louca.

pato

acho que um dos problemas do meu clube acontece quando joga contra equipas fechadinhas, que jogam sempre lá atrás e que só sobem quando a sua defesa despacha bombas lá para a área contrária.

ontem voltou a acontecer isso.

o primeiro golo do meu clube é um golo que tem duas infracções: o quaresma recebe a bola com o braço e o postiga está em fora-de-jogo quando o cigano faz o centro. não gostei.

ontem o meu clube deveria ter perdido ali dois pontos. não pelo que jogou ou pelo que a académica fez para o merecer. nah, nada disso. sempre caguei para as vitórias morais.

acho que vem nas regras que a ideia do futebol e uma equipa conseguir ganhar, marcando mais golos que o adversário. se fosse pelo futebol desenvolvido então as vitórias deveriam ser decididas aos pontos e não pelo maior número de golos conseguidos.

e se calhar fazia-lhe bem entender que tem de jogar mais e principalmente mais depressa. não gostei, é certo. mas para mim, é como disse o outro, quando deu a pala a uma carteira dum gajo no metro: olha, soube-me a pato!

sábado, novembro 18, 2006

sim, vou voltar a falar dele. e depois, há azar?

começa a cheirar-me que o scolari anda a perder espaço no coração daqueles que ainda gostam dele.

está a tornar-se muito mourinho. está a mourinhar: caga tacos contra este, caga contra aquele. vai cagando à medida que precisa de ter um inimigo de estimação: começou com o mourinho, alastrou aos restantes portistas, agora anda a resvalar para um âmbito mais abrangente. esta guerra com o queiroz está a destapar com mais veemência a careca lá do senhor. desta vez a coisa pode lhe sair amarga. hummmm.....

para quem veio cá ganhar umas belas maquias a troco dum pódio num europeu - ainda por cima jogado em casa - cheira-me a pouco. muito pouco.

o madail devia ter-te dito que meteres-te com o treinador do porto é uma coisa, meteres-te com um gajo que foi bi-campeão mundial, treinador do scp e desejado por várias vezes pelo slb é francamente outra coisa.

ou muito me engano ou não tarda nada estás a dar de frosques.

ainda estás aí?

sexta-feira, novembro 17, 2006

isto é bom, isto é muito muito bom

E por falar em saudade, onde anda você
Onde andam seus olhos que a gente não vê
Onde anda esse corpo que me deixou morto de tanto prazer
E por falar em beleza onde anda a canção
Que se ouvia nas noites dos bares de então
Onde a gente ficava, onde a gente se amava em total solidão
Hoje eu saio na noite vazia, numa boemia sem razão de ser
Na rotina dos bares, que apesar dos pesares me trazem você
E por falar em paixão, em razão de viver
Você bem que podia me aparecer nestes mesmos lugares
Na noite, nos bares, onde anda você.
vinicius

2 amores - no foiê (que rima com palmiê)

no fim da peça (re)descubro que a minha mulher tem um caso com um gajo das revistas.

da primeira vez que o vimos, não liguei muito ao controle que ela lhe fez (deve ter sido porque aconteceu durante um jantar - altura em que estou mais interessado na comida - e num concerto dos duran duran - altura em que estava mais interessado em verificar que a popa do kick rhodes ainda é a "tal popa").

ontem foi mais descarada, olhou para ele, suspirou e disse: é sempre bom acabar a noite com estes docinhos.

ok e agora faço o quê? limo os cornos?

para as meninas que querem saber quem ele é, eu digo: é o cunhado do gaidão. pronto, tem um ar saudável e nota-se que não sai de casa sem fazer as suas abluções. salve-se isso!

2 amores



ontem, teatro villaret, peça 2 amores.

ir ao teatro é daquelas coisas que faço com gosto. mas cuja preparação (escolha da peça, compra dos bilhetes, contratação de baby-sitting, viajar para lisboa....) me deixa sem paciência nenhuma. quando lá chego esqueço isso tudo.

adoro aquilo. olho para aquele palco com uma inveja monumental daquela profissão. ai, velhos tempos em que fazia teatrinhos nas festas de final de ano da catequese. teatrinhos? teatrinhos uma ova! peças à grande (estou-me a rir enquanto escrevo "peças à grande"). sempre fiz essas peças escondido da família. nunca lhes contei que entrava nessas coisas. e disfaçava bem. uma vez a minha mãe esteve uma peça inteira sem saber que eu estava em palco. saudades....

voltando aos génios, peça do camandro. rir (muito alto e de boca aberta) do início ao fim. dois apontamentos, ou melhor, três: antónio feio (mil estrelas), zé pedro gomes (tótil) e maria henrique (actriz do catano)

ai sosái ati

reparei agora que bibá pitta é quase uma anagrama de pipáterra (ou não, ou não).

vou convidá-la para madrinha do meu blog.

geração rasca vs geração sensivel

é por estas e por outras que às vezes não entendo a juventude: querer ser como eu? tem juízo, pá!

(ainda assim, obrigado pela tua referência)

quinta-feira, novembro 16, 2006

inter quê?

quem me conhece sabe que volta e meia dou valentes calinadas linguisticas. por isso também nutro um certo carinho quando ouço uma ou outra do meu calibre.

hoje foi esta:

"e não é só isso, pá. aquilo demorava imenso tempo. e sempre tudo de seguida, sem intervais nem nada!"

tótil!

igualdades? pois, pois...

se um gajo escreve num blog que as gajas não fazem bicos de jeito, é um depravado dum punheteiro pornográfico.
se uma gaja se queixa num blog, da merda de trombeiros em que os homens se tornaram, é uma gaja toda práfrentex, defensora da causa feminina e que diz umas belas verdades.

se um gajo se gaba num blog que comeu 3 gajas numa ronda pelo bbc, pelo docks ou pelo "deibliu" e coisas dessas é um cabrão dum "os homens são todos iguais"
se uma gaja se gaba de ter aviado 3 chavalos numa só naite do budha, então já é venerada como uma autêntica kim cattrall.

sem ironias (juro! a sério, porra!)

estou-me cagando para o facto do veiga ter bazado do benfica. aliás, estou eu e estão todos os benfiquistas que eu conheço (para esses, é mais um portista apanhado pelo fisco, tranquilos portanto). o que me fez e faz impressão é a forma como foi efectuado o arresto das mobílias lá do senhor: os tapetes, ainda vá que não vá, a coisa foi simples, eu vi, enrolaram-nos, puseram um baraço à volta e está arrumado. agora, preocupou-me com a forma como aquele sofá branco-pérola entrou na camionete, assim, sem o envolverem numa manta (ó quim, então tu não tinhas emprestado a manta dos correios ao senhor?) nem nada.

e o plasma, viram? aquilo era coisa para ter umas 50 polegadas. e repararam que nem tinha sequer aquele plástico de bolhinhas a proteger a coisa. acho que nem o frança lá da minha rua teria feito umas mudanças tão más.

das duas uma: ou devolvem o material com riscos ou,
depois, não lucram nada se tiver de ir a leilão.

preocupa-me, claro que me preocupa.

quarta-feira, novembro 15, 2006

geração adam curry

já alguém tinha reparado que o venus das bananarama tem o mesmíssimo ritmo do you spin me round dos dead or alive?

watch out here i came......

terça-feira, novembro 14, 2006

beatriz




esta é provavelmente a melhor música brasileira de sempre.

bom, eu acho que é a melhor!

não é por causa desta música que a minha filha se chama assim. mas só porque esta música se chama assim eu dou graças a deus de ter posto este nome à minha filha.

(e até esqueço a maldição da minha filha ter nascido, numa altura em que há tantas beatrizes como poças de greg nas madrugadas de sábado, pelas ruas do bairro alto)

when i'm 64

daqui a uns anos, quando a minha filha me meter num lar e lamentar-se aos quatro ventos pelo facto de eu me andar sempre a borrar pelas calças abaixo ou a apalpar o rabo às empregadas, nessa altura, será ela gaja para criar um olddaddyblog?

medo!

curtas e grooooosas



há 10 dias consecutivos, que assisto lá no ginásio, quase sempre à mesma hora, um teledisco dumas tais pussycat dolls.

há qualquer coisa naquele video que me põe a correr mais depressa e eu não sei bem o que é.

nota: os telediscos destas gajas fazem corar de vergonha aqueles da samantha fox e da sabrina (mesmo aquele em que se vê o ovo estrelado da italiana). eu acho que se a minha mãe soubesse que eu andava a ver estas coisas, já me tinha dado um par de lostras nas ventas.

quando ela era ele

A Filipa Gonçalves quando está com uma vulgar gripe, começa a queixar-se feito um homenzinho ou desde que é extra-lábios é mais resistente à dor?

segunda-feira, novembro 13, 2006

da minha terra

foi criado mais um blog escrito por um conterrâneo da minha geração. a somar a este (não esquecer que este é o melhor blog do mundo, ok?), a este, e a este, agora surgiu este. a seguir com muita, muita atenção, pessoal! bem-vindo, pá!

(um dia ainda temos o Blé com um blog, para contar histórias das suas fugas para aveiro, de rádio de pilhas na mão e com a outra a enrolar uma bolinha de burriés.)

(será que esta coisa dos blogs, tem alguma coisa a ver com o hélder bloga?)

adormecimento mundial dos pólos

musicalmente falando, eu não tenho muita paciência para aquela coisa do "não se deve dizer não presta, deve-se dizer não gosto!" acho isso uma valente bodega. para mim é não presta e mais nada!

eh pá, ó jaime, mas há coisas que não gostas mas que têm qualidade, não?
pois, não mesmo! caguei pr'á qualidade, não gosto e acabou-se.

há uma secção, uma diocese musical que me tira do sério.




mas antes, um introduçamento. sou incapaz de dizer que gosto deste cantor ou daquela banda quando na realidade só lhes conheço uma, duas ou, vá lá três músicas. muito menos digo que "sim, conheço bem!", ok?

se eu gosto do your heart keeps burning, não posso dizer que gosto dos blind date porque na realidade não conheço mais nada desses gajos. só mesmo essa música, não é? o mesmo se passa quando gosto, por exemplo, do nothing like the sun - e gosto muito - mas odeio de morte todos os restantes discos do sting. por outro lado, esse apreço pelo referido album não faz de mim um fã da carreira a solo desse senhor (e o facto de ter aqui mencionado "carreira a solo" faz todo o sentido).

pode haver também o caso de gostar duma determinada música que até é porreirinha e tal, mas ao ouvir muitas desse género - e até do mesmo grupo ou cantor - provoca-me uma agonia tremenda, trazendo a essa avaliação a frase "estucha do caraças". refiro-me, por exemplo.... oh pá sei lá, deixa cá ver.... hummm, o to die a virgin ou o driving you slow, pronto, vá lá!

lembrei-me disto porque há uma música - duma banda que que eu até respeito e gosto, digamos, bués, os rem - que eu acho a maior seca do mundo. é seguramente a mais entediosa da década de 90. estou a falar do everybody hurts. para agravar a coisa, eu julgo que essa canção funcionou como um vírus que depois se propagou pelos seguintes 15 anos, até aos nosso dias.

é sempre dela que eu me lembro quando ouço a maior parte da música que passa actualmente na rádio.

se eu ouço um anúncio de operadoras de telemóveis, lá estão elementos dessa música; eu ouço os coldplay e lá vem a pianada e os violinos outra vez à memória; se depois tocam os keane, tunga, mais hurts ao barulho; james blunt, ui! arrepio; radiohead (aquele ok, computer....) mais bedum; snow patrol, então desde que este grupo passou a ser um pequeno fetiche para as direcções das rádios, são vómito certo; os mercury rev, blah; o sufjan, pois...; até os "cotovelo", os muse e mais ó caneco, têm coisas que se parecem com o everybody hurts.

eu pergunto, isto vai acabar um dia ou não? estarei condenado a trancar as portas em 1989 e a deixar passar apenas os depeche mode, o jamiroquai, alguns black crowes, poucos suede e, vá lá, o lenny kravitz?

dá vontade de ir para a porta das rádios com uma carrinha cheia de amplificadores, sub-woofres e afins, e pôr o Immigrant Song em altos berros para enxotar esta manada de músicas, da mesma forma que jesus expulsou os vendilhões do templo "ah aaaaa ahhhhh........."


nota:
1) aceito que os flaming lips tenham coisas também parecidas com o everybody hurts. mas atenção, esse gajos são 50-50. metade das músicas não valem um caralho e a outra metade são de caralho para cima. respeito, ok?
2) um dia faço um post sobre os gift, os madredeus e a mariza: as três principais razões para eu não comprar música portuguesa. (muito menos sacar da net) os três principais gregues nacionais. ai, minha nossa senhora da agonia!

domingo, novembro 12, 2006

o melhor desde o heat?



...hum, não sei. talvez. é bem capaz de ser mesmo. bom, é de certeza o melhor do scorcese desde o casino. e olhem que já passarm 11 anos desde que vimos a sharon stone pedrada até aos cotovelos.

mas é bom, porra.

e tem o di caprio finalmente a fazer-me dar a mão à palmatória e a dizer "sim senhor, bom actor!"
e tem o matt damon não tão bom como o leo
e tem o mark "new kids on the block" wahlberg (que eu tenho numa interview, em cuecas e a agarrar na sua love machine. não, não vão por aí, suas mentes porcas, é um número especial completamente fotografado pelo bruce webber e que também traz uma fotos acatitadas do nuno bettencourt) muito, muito em grande.
e tem o martin sheen, que é o melhor actor da família e não digo mais nada.
e tem o jack nicholson a ganhar o próximo oscar (vale?)


e tem a Vera Farmiga (ohhhhh meu deus!)


e fez-me lembrar duma coisa que eu já não me recordava. não é só o cameron crowe que tem filmes com boas bandas sonoras, o scorcese também é um senhor do caneco. alguém que põe o gimme shelter dos stones logo no começo da fita, merece todod o meu respeito.

reviver o passado da avenida de roma



eu não sei se o mike gayle é o meu escritor favorito, sei é que quando acabo um livro dele fico logo em broa porque tenho de esperar, pelo menos um ano, até que saia o próximo.

o turning thirty foi um livro que me marcou por duas ou três maneiras: porque o li em 2001 durante umas valentes férias em benidorm - ai aquele cais do sodré.... -, porque foi o primeiro livro que li em lingua inglesa - e isto faz toda a diferença numa pessoa que nunca tirou uma positiva a línguas - e porque há lá uma parte que ainda é um valente pancada para mim: a determinada altura o personagem principal do livro regressa à sua escola secundária porque se vai realizar uma festança com música dos anos 80 e onde tem oportunidade de rever um porradão de caras conhecidas que já não via há imensos anos. recordo-me que na altura em que li essa parte a associei imediatamente a uma festa que houve lá no pavilhão da minha escola, num sábado de manhã (ok, eu sei a data mas não vou aqui dizer), onde pedi namoro à sofia, a minha primeira namorada pós-escola preparatória. e ela aceitou. nessa festa, tocaram, salvo erro, os sétima legião. na parte da manhã houve música dançante, olarila. e eu sempre sonhei que poderia voltar a haver uma festa assim.

não, não vai haver uma festa dos anos 80 na minha mui nobre rainha dona leonor. até porque seria muito muito chato, voltarmos a assistir àquela novela que fez furor na altura, que era o salame andar à porrada lá com aquele outro gajo parecido com o bono, todas as quartas-feiras à tarde, durante cerca de 4 ou 5 semanas consecutivas. vai haver uma coisa muito melhor.

mas deixem-me lá continuar a coisa.

há precisamente 20 anos, no outono de 1986, é fundada uma turma levada da breca que tinha um ambiente francamente muito além. eu fiz parte dessa turma durante um ano e meio e mantenho uma inestimável saudade de todos esses dias que passámos juntos. como disse ali em cima, não é nenhuma festa que se vai organizar, mas quis o destino que um dos meus sonhos cinematográficos se viesse a realizar. não, não me vou postar em frente à casa da minha gaja de braços levantados e cantante em altos berros a tocar o in your eyes; também não vou dar com um saco cheio de latas nas fuças do gajo que me tentou roubar um relógio ali para o lado do apeadeiro do areeiro e muito menos vou beijar a ally sheedy. o que vai acontecer é um simpósio num restaurante com malta amiga e muito maluca que já não se encontra há muito muito tempo.

é o grande (inginheiro) pedro nápoles que tem as rédeas da organização do evento. eu não sei como é que aquilo vai começar. desconfio que será um desfilar de grandes abraços e beijinhos, muitos "eh pá estás na mesma!", outros "ah meu malandro que saudades do camandro" e com certeza alguns "então e filhos, já tens? mostra aí as fotos, pá!". já agora, eu que saiba que vêm com merdas do gánero "então essa barriguinha, pá?" ou "que cabelos brancos são esses, man?" ou "sempre comeste a menina dos óclos vermelhos?"

o malandro do inginheiro nápoles não se quer descoser quanto ao número e ao nome dos presentes mas já me deu algumas dicas. há pessoas que eu não vejo há 18 anos, outros há 15 anos e acho que aquele que eu vi mais recentemente, se a memória não me atraiçoa, foi há cerca de 10 anos (bom , há um que vejo com regularidade. mas esse é da família porra, não conta). e eu nem acredito que vou rever grandes camaradas e alguns bacalhaus daquele tempo.

eu ainda não acredito que vou rever o meu querido gonçalo
(o meu amigo. loiro como eu, big-nose como eu (ou melhor, perfil vincado) e de olho claro como eu. o rapaz que foi meu colega de turma durante mais tempo que todos os outros. companheiro do pastelinho de vialonga, de defesa do dnipropetrovsk, do roubo do copo do atéquenfim, de pista do clube roma, springfellows e até do news etc. saudades, pá!)

o mira
(o verdadeiro conde do redondo. que me apresentou o sr. fonseca do lua nova. que qual turiferário de incenso na mão me apresentou umas quantas capelinhas do bairro alto e da graça. que me disse coisas que nunca mais me esqueci. companheiro dumas valentes cóboíádas na sua dt. e a pessoa que um dia me disse: "não gostas de tinto, pois não? então isso agora acabou. vais beber uma garrafinha lá do vinho do meu pai. e de hoje em diante não tornas a dizer que a cerveja é melhor que o vinho." acabei a noite bêbado e a ouvir um disco dos nitty gritty dirt band)

o nápoles
(parceiro da música alternativa. o craque académico da turma. o inginheiro da coisa. não me consigo esquecer que eras capaz de tocar o true faith no berimbau de boca do osmar. tu lembraste disso, pá?)


o peixoto
(outro irmão. este era parceiro das coisas mais disparatadas que havia possibilidade de fazer. chegou, salvo erro, a ir comigo e mais outro malandro desta turma, furar preservativos com um alfinete para aquele supermercado que havia ali ao lado do luanda. estavas lá não estavas? ó cabrão, não te baldes ok? ou precisas que a gente vá aí à madeira buscar-te por uma orelhinha?)

e se fosse possível, estava aqui a noite toda a contar histórias daquele tempo, mas quero-me ir deitar e estou cheio de sono. quero também é que o pessoal não invente merdas para se baldar à janta. quero erguer os copos e sentir os ossos do capristano, do pã (grande baptista), do miguel serra, da alice, da carlinha (continuas aquele charme, ó tolinha?), rever o luis mário, etc.....

estou ansioso e não digo mais nada.

20 anos????? já????? fónix!

sábado, novembro 11, 2006

pois, o chato é realmente o pai ser bom demais..

o kiefer sutherland é o maior canastrão da minha geração. e como actor... tss... tss... nah, não me convences. é dos que anda há não sei quantos anos a fazer o mesmo papel.

salva-se o facto de ser inglês e tenho dito.

quinta-feira, novembro 09, 2006

5142 frases e pensamentos



mora cá em casa há 4 anos. toco nele, pelo menos, uma vez por semana. é uma espécie de missal romano do humor.

o melhor livro do mundo: millôr definitivo a bíblia do caos - millôr fernandes

quarta-feira, novembro 08, 2006

de médico e louco

mecânico de automóveis e pediatra. eram estes os dois oficios que eu mais gostaria de dominar:

- primeiro para contornar aquela figura de parvo que sempre faço quando eles me dizem, de cabeça baixa enquanto limpam as unhas com um busca-pólos, "istébem possível que se tenha c'abrir o mêtor. o xôr não está a ver aqui, hum? devem ser as bielas*, amigo."

- e depois para ver se não fico tão frustrado quando olho para ela, enquanto a sua tosse quase que assusta um camião tir e os seus olhos mortiços me dizem explicitamente: ó pai, faz qualquer coisa, pá!

merda do caraças!

(- cof, cof, cof!)
(- já vou, já vou filha!)

* onde se lê bielas, também se pode ler carter, junta do distribuidor, etc...

terça-feira, novembro 07, 2006

entreposto de comments

mais um blog, mais uma queixa. e eu volto aqui à questão: como é que eu fui tão ingénuo em pensar que essa coisa da "compra" de visitas e de comments eram histórias da carochinha. julgava pura e simplesmente que isso não existia, pronto!

acho que se não tivesse recebido uma explicação de uma amiga, feita de uma forma muito pausada e acompanhada por gestos com as mãos, eu nunca suporia que este autêntico caso de troca de influências existisse na blogosfera.

esta troca de favores parece um caso do apito dourado dos comments.

por falar em ser portista em lisboa...

a coisa aconteceu há 16 anos, no porto, quando lá vivi por altura da minha vida militar, vulgo tropa-macaca.

quando frequentávamos a escola de cabos as saídas nocturnas passaram a ser facilitadas. assim, o meu camarada fernando sousa, portista roxo, lembrou-se de me alertar: jaiminho, hoje a janta é lá em minha casa.

e quando eles dizem as coisas desta forma não há mais nada a dizer: vais e não bufas. e lá fomos, em direcção a rio tinto jantar com a família sousa.

lá chegados, fui efusivamente cumprimentado pela mãe e pela irmã que me ofereceram de tudo e mais alguma coisa para que enchesse logo de imediato o bandulho, apenas com "umas coisinhas para aquecer a pança". o pai, estranhamente, não me dirigia a palavra. não percebi qual a razão do problema mas pronto, não quis entrar em detalhes, não é?

estava a começar então a parte do jantar propriamente dita - já eu estava empanturrado até cá em cima - quando o sousa, lá em casa tratado por náundo, se lembra de dizer em voz alta: ó pai, aqui o jaiminho é portista.

nessa altura o senhor levanta a cabeça, arregala os olhos e exclama em voz muito alta:
- fuóda-se, cuarálho! e não dizias nada náundo? um gajo que é mouro e tripeiro merece o meu respeito. ah campeão, dum caneco.
e virando-se para a o filho que estava sentado à sua beira, continua:
- traz-me aí o copo das visitas especiais e troca de lugar ali com o teu camarada.
depois, virando-se para mim, exigiu:
- jaiminho, vá, senta-te aqui na minha beira.

e lá passei o resto do jantar, a levar grandes palmadas nas costas ao som da frase "mouro e tripeiro! é obra, carago!" enquanto bebia umas sagres, pelo copo das visitas especiais: um copo alto, bastante trabalhado e com a cara do fernando gomes a beijar a bota de ouro.

vitória sobre o vitórria

- o primeiro golo do porto teve o condão de fazer mais pela paz e a concordia sul-americana do que qualquer outra actividade diplomática. depois do golo do lizandro eu vi o fucille beijar o avançado portista. imagine-se, um argentino aos beijinhos a um uruguaio. ui!

- quando é que eu ganho juízo e baixo o volume da tv durante a transmissão da bola. aqueles locutores... ainda por cima tenho discos tão fixes lá em casa...

- ok, estou rendido. aqui estou eu de mão estendida. começo a gostar do postiga. mas atenção, eu disse começo a gostar, não disse gosto. é que eu tenho muito boa memória e não me esqueço dos jogos de merda que tive de suportar a ver esse puto.

- não tenho rigorosamente saudades nenhumas do diego. até dizem que ele anda a jogar muito bem e tal. e eu acredito. mas porra, não tenho saudades, o que é que vocês querem. agora meus amigos, ainda continuo a olhar para os cantos da tv à espera que o anderson apareça a receber uma bola qualquer. a propósito, posso chorar, posso?

- já agora, se o bruno alves tivesse dado uma trancada sem malícia (claro, aquilo é sempre sem maldade) no, sei lá, no moutinho por exemplo e o tivesse mandado para o hospital como é que teria sido? pronto, é só para saber, ok?

- ai quaresma, quaresma. ai lucho, lucho. ai pepe, pepe. ai helton, helton... eu cago um pé todo se esta equipa não for campeã nacional. a minha dúvida é mesmo saber como é que se safam na europa.

- cheira-me que o baía não sai mais do banco do clube. passa directamente de guarda-redes suplente para adjunto eterno. o gajo tem mais influência positiva na equipa sentado no banco do que na guarda da baliza. aquilo é uma reverência que até dói. já que não o vemos na baliza que seja então ali que ele brilhe. e a minha irritação com o scolari toma uma outra dimensão: o brasileiro não vê que o baía é, não só, a melhor solução para a titularidade como para suplente?

segunda-feira, novembro 06, 2006

portismo



pouca gente saberá o que custa ser portista em lisboa.

aviso desde já que não tem comparação possivel com a condição de ser benfiquista portuense. a coisa é muito pior.

a parte inicial acontece quando somos mais chavalos e não temos a couraça completamente revestida para nos defender das bocas que passamos a vida a ouvir. por outro lado, nos anos seguintes ficamos completamente vacinadíssimos contra essas coisas e olhamos para esses gestos com alguma pena e comiseração. mas atenção que não é fácil ter 10, 12 ou 15 anos e andar constantemente a ouvir comentários farsolas sobre a nossa opção clubística. adiante, é passado.


a parte realmente pior, é a dificuldade que temos em cumprir este nosso desígnio de sermos dragões cá em baixo. eu explico: eu só vi por duas ocasiões o meu clube a jogar em casa, uma em 1980 nas antas, num jogo contra o sporting que terminou empatado sem golos e onde houve molho valente entre o rodolfo e o oliveira (nessa altura de leão ao peito) e outra, curiosamente em casa emprestada, na luz, no ano de 1982, contra os holandeses do utrech (2-0, golos de costa e gomes). significa pois que passados mais de 25 anos, já só restam muito, muito vagas recordações desse dia de agosto em que pisei a velhinha basílica (tem lá algum jeito termos uma catedral? se eles têm uma catedral e outros têm capelinhas, nós temos uma basílica, carago) das antas.

as poucas vezes que vou ver o clube é principalmente nas deslocações que fazemos às equipas daqui da minha terra: vou ao restelo (péssimos couratos, boas bifanas), vou à amadora (onde, com o meu querido e lagarto rui "ó máiór, arranja'mum cigarrinho" monteiro, ouvimos umas grossas da ribeira a cravarem dinheiro para sandes mistas a troco de piropos "ó cara linda, orienta aí uns trocos para uns papo-secos, caralho!"), ia a alverca (o tal com o bar que vendia haice tii a € 1,50), ia à amoreira (que peão mais rasca, porra) e pouco mais. volta e meia vou a alvalade e muito raramente vou à luz. não me sinto muito confortável nestas deslocações aos estádios do scp e do slb. não, não me refiro a possíveis dissabores que esses encontros possam trazer ao meu clube. nada disso. a realidade é que os preços absurdos que os clubes da capital praticam quando recebem o melhor clube português invalidam qualquer presença minha nesses jogos.

mas nos outros eu estive e estou sempre lá. e atenção que vou (fui) principalmente nos piores momentos. vou quando a equipa precisa de palminhas. ou seja quando era treinador o fernando santos, na época do fernández/couceiro e até no ano passado (que para mim, apesar dos êxitos domésticos, foi um ano fracote).

o que eu gostava de saber era como é que é estar do lado de lá. ou seja, do nosso lado. gostava de sentir como é que é ver o clube ganhar ao benfica com um golo já nos descontos ou ao manchester por 2-1 ou à lazio por 4-1. como é que é festejarmos um golo do lucho abraçados ao azeiteiro de argoncilhe que se sentou ao nosso lado e nos disse "ó meu menino, deixa-me colar-te os ossos" ou, por outro lado, como é que é sentirmo-nos recompensados na derrota, pelo calor dos outros milhares que, como nós, iludem a tristeza, descendo a santos pousada a cantar à meia-noite, depois de afogarmos as mágoas num tasco da esquina.

este ano é que é. este ano vou ao dragão, porra.

domingo, novembro 05, 2006

inflação



Alguém me sabe informar quanto custa actualmente, o pintor de ganza do antigamente?

sem compromisso

correu um boato que ele andava a terminar os espectáculos com esta música, que eu (e ela, e ela também!) fiquei tão "augado", porque afinal....... não!


Você só dança com ele
E diz que é sem compromisso
é bom acabar com isso
Não sou nenhum Pai João
Quem trouxe você fui eu
Não faça papel de louca
Pra não haver bate-boca
Dentro do salão

Quando toca o samba
Eu lhe tiro pra dançar
Você me diz: Não
Eu agora tenho par
E sai dançando com ele
Alegre e feliz
Quando para o samba
Agradece e pede bis

Você só dança com ele
E diz que é sem compromisso
é bom acabar com isso
Não sou nenhum Pai João
Quem trouxe você fui eu
Não faça papel de louca
Pra não haver bate-boca
Dentro do salão

aliançados



eu nunca alinhei muito nessas fantochadas dos católicos "não praticantes", dos que dizem que "eu cá tenho a minha religião" ou dos que se dizem católicos mas não frequentam a igreja e afirmam que "eu cá tenho a uma forma especial e muito própria de falar com deus". por isso eu afirmo desde já que não sou católico, já fui e posso muito bem voltar a ser. mas de momento não sou.

contudo, por já ter sido, sempre me fez impressão e sempre me chocou bastante, certas manifestações católicas praticadas por ateus. a que mais me tira do sério é ver algumas pessoas casarem com cerimónia matrimonial apenas porque é bonito ou porque gostam dos rituais. se não sabem o que estão a fazer é melhor estarem quietinhas. mas não brinquem com estas coisas.

o meu querido rui e a minha querida susana (a ti cariño), são duas pessoas que não pertencem ao grupo que descrevi naquele parágrafo mesmo aqui acima. como já não sabem o que hão-de fazer ao excesso de amor que paira lá em sua casa, perderam por completo o juízo e, para acicatar ainda mais essa paixão, lembraram-se de ir à ourivesaria lá do bairro comprar duas argolas de ouro para enfiarem dedo abaixo.

eu tenho mas é cá para mim, que eles já não sabem é que pretextos hão-de arranjar para ver o seu gang de amigos juntos. vai daí, vieram com uma conversa qualquer, a dizer e tal, que agora por alturas do s. martinho, era uma boa ocasião para a gente ir vê-los a trocar as tais alianças. mariquices!

para disfarçar a coisa, lembraram-se que de organizar um almoço para um pequeníssimo grupo de amigos a fim de melhor disfarçar o acto lá das alianças. espeeeeertos!

bom, calha de caminho eu ter tido a sorte deles me terem escolhido como amigo há cerca de 10 anos.

calha de caminho também, eu estar incluído nessa restrita lista de convidados.

ele, o noivo, faz parte daquelas pessoas por quem a minha filha se derrete, cora de vergonha e se esconde encavacada quando lhe aparece à frente (achavas que eu me ia pôr aqui a destilar histórias nossas, não? estávamos bem fod...lixados) e só por isso merece o meu respeito; ela teve a paciência de me aturar como companheiro durante uns anos valentes, numa prova bem provadinha que, como no futebol, também nas relações humanas às vezes acontece taça. uma gaja como ela, linda de morrer, toda grossa, com pinta de "bifa camón" a namorar com um mastronço como eu, só mesmo comparado à eliminação do vitória de guimarães pelo cabeça gorda que ocorreu há uns anos valentes. também ali houve taça.

o destino tem destas coisas e, infelizmente, roubei-lhe a possibilidade de prolongar esse namoro por muito mais tempo. em contrapartida - e agora é que vem a parte boa - apresentei-lhe o homem (ainda por cima todo jeitoso, olecas! pronto, ok, tu também és linda de morrer. tu sabes que és, não é?) que se lembrou de se apaixonar por ela (o tal das alianças que falei há pouco) - correu um boato que noutras quintas-feiras, ele era meu namorado (imagine-se!), durante a carreira "carrita-cena de copos-álcool puro-plateau" - , ofereci-lhe de mão beijada uma amiga como ela poucas tem, uma sobrinha dedicadíssima (no futuro, se ela me disser que ficou a dormir em tua casa quando na realidade esteve foi a desmamar meninos na vinte e quatro de julho ou em santa apolónia, tu vais cobri-la e mentir-me, não é? já estou a ver o filme todo...) e um super-amigo como não terás jamais (moi-même).



parece que já cobre os prejuízos, não?

Jel Oleoso

o humorista (?) jel faz-me lembrar o tarik lá do meu clube. o primeiro só sabe fazer um sketch - a cena do machista gay - o segundo só sabe fazer uma finta.

o que me chateia é que ainda há quem os leve a sério. ou não?

Muito Chico, Tanto Mar

Em 1980, tinha eu 11 anos, fui duas vezes à festa do avante. primeiro com o meu pai, no sábado, altura em que pude aumentar substancialmente a minha colecção de autocolantes. nos stands dos países lá das traseiras da cortina de ferro então nem se fala. arranjei ainda um crachá da festa do liberté e ainda, atenção a esta parte, uma micro gaita de beiços (que também era porta-chaves) que me foi oferecida por uma jovem alemã (da alemanha do honecker, claro) e que eu utilizava para tocar o refrão do flash gordon dos queen. o meu querido zé malveira é testemunha que não se conseguia distinguir esse tal refrão, da sirene do meio-dia dos bombeiros do beato.

no domingo, desta vez já com a minha mãe metida ao barulho (não me lembro se a minha irmã estava presente ou não) voltámos lá ao casalinho da ajuda com o intuito de irmos à missa do padre chico buarque.

a minha recordação dessa noite é muito muito vaga. lembro-me que o palco estava lá muito em baixo, lá muito longe. lembro-me que estavam p'ra cima de 100.000 pessoas (infelizmente não me lembro da simone. ohhhhhhh), lembro-me das mulheres de atenas, do cálice (lê-se cale-se!) e lembro-me principalmente que quando chegou a altura de se cantar o tanto mar, não se ouvia a voz do chico buarque

(eu digo sempre chico buarque e não chico. como também não sou capaz de dizer caê, bethânia, gil, ou gal. ou bem que se diz tudo ou então é melhor estar calado. lembrem-me para vos contar um dia, uma história do meu pai.)

mas sim, um coro uníssono de pessoas que só largaram o isqueiro duma mão e o cravo da outra quando chegou a altura de acompanhar o ritmo com palminhas.

(muito gosta o português de bater palminhas nos concertos)

diga-se de passagem que essa parte das palmas no tanto mar, sempre me fez lembrar o ritmo da carvalhesa.

(sempre achei curioso e paradoxal o facto da banda sonora "oficial" do pcp, provir duma zona tão reaça como trás-os-montes)

hoje, já não houve mulheres de atenas, nem cálice (repito, deve ler-se cale-se!), mas houve um chico buarque muito bom (e capaz de melhor, também), um som estranhamente imaculado para as cânones do coliseu, uma banda certinha sem aquelas paneleirices dos arranjos musicais que o caetano veloso costuma encomendar e teve, 26 anos depois, um tanto mar de levar-nos às lágrimas!

volta sempre, pá!

sexta-feira, novembro 03, 2006

Di Napoli

Dentre todos os meus ex-colegas de turma, o Nápoles foi - academicamente falando - o mais inteligente que eu já conheci. Era gajo para, se lhe desse na veneta e se se proporcionasse, ir sacar vintes logo no segundo período (exagerei?).

Não o vejo há mais de 10 anos, mas quis o destino que fosse ele a proporcionar-me uma das minhas futuras alegrias: vai organizar uma jantarada que celebrará 20 anos da fundação da mais mítica turma que o rainha dona leonor já teve.

No entanto, não consegue fazer um comment neste meu blog (que vergonha senhor engenheiro). Mas como eu sei que ele gosta muito do This is the sea e como somos camaradas há duas décadas, decidi publicar por inteiro, um email que esse senhor me enviou.

De Napoli, aquele abraço, companheiro.

Boas, Pitx! (Tens q me explicar esta do Pitx... )

Ontem tentei acrescentar um 'post' no teu 'blog', mas o máximo q consegui foi mandar-te um e-mail... Lindo! Chama-se a isto o 'Domínio da arte dos Blogs'... :)))

Concordo, mano. Sempre q tentei pegar em cinco ou seis disco do género 'Se fosse para uma ilha deserta com pilhas q.b. e um Discman, quais é q levava?', pensava sempre no 'This Is The Sea', no 'The Unforgettable Fire', no 'Substance' (o dos New Order), no 'Misplaced Childhood' e talvez no 'Alchemy' (Dire Straits). Talvez estes. Mas há muitos outros... Olha, o 'Ten', dos Pearl Jam (tens q concordar q tb houve muito boa música feita do lado de lá do Atlântico, nos '90, ou não?), por ex. Mas este assunto é polémico, e a tanga do 'blog' não me deixou mandar um mail com mais do q 300 letras!!! Acho mal...

Pus-me a ver o q é q lá tenho dos referidos meninos, e descobri dois q não sei se conheces: o 'The Secret Life of The Waterboys' (com muitas variantes/versões das músicas do 'This is the Sea') e um 'Too close to Heaven', q tem uma música com o mesmo nome, com uns 11 ou 12 minutos, e q é simplesmente fenomenal! Muito improviso, muito ritmo, uma guitarra fora de série, e a mesma voz da altura (não sei pq é q nunca a lançaram no mercado... Bem, talvez tenha saído assim, apenas; e, convenhamos, 12 minutos na altura era um bocado difíicil... :))) ). A voz do Mike Scott estragou-se com os anos (opinião minha - ver discos seguintes...), mas nessa está intacta. Foi gravada por alturas do 'This is the Sea', ou do seguinte ('Fisherman's Blues', onde tb mora uma das 'minhas' favoritas deles: o 'Sweet Thing', emprestada do Van Morrison... :))) ). Recomendo!

Abraço,

Pedro.

quinta-feira, novembro 02, 2006

Esta cena que estão aqui a ver, é o mar.

Ok, vamos então a um exercício: tirando aqueles discos que nós gostámos quando tinhamos 12 e 13 anos, dos futuristas e os jackpot 81 e os topstar e tal; tirando depois aquelas cenas dos cure, smiths, u2, bauhaus, joy division ou new order; tirando depois aquela secção dos marillion, tirando aquela coisa da parte mainstream da rádio comercial e da rfm. já tiraram isso tudo? atenção que estamos a falar já daqueles discos e tal, que convenhamos, já dava gozo ir para a escola com eles debaixo do braço, estilo o Ghost in the Machine, o You want it You got it ou o Nebraska a dar aquela pala e tal, já estão a ver a coisa? ok.

então, tirando esses todos, há alguma possibilidade - atenção eu disse tirando aqueles todos que mencionei lá em cima - deste disco aqui em baixo, não ser o melhor disco dos anos 80 (não escrevi "de sempre" porque isso está subentendido em "anos 80")? aquele que a gente houve do início ao fim, sempre com aquela ideia "ihhh, ganda cena, olha esta música agora.... fónix que batidão, passa para a seguinte... ehhhh rasganço do caraças... esta também era muita boa..... e a seguinte? ui esta pá, que pianada....." sáo todas, pessoal, sáo todas sem excepção.

Não há, pois não?




para os mais esquecidos:
1) Don't bang the drum - cornetas, berrro e depois sempre a rasgar
2) The Whole of the moon - passagem de ano de 1985 para 1986, é preciso dizer mais alguma coisa?
3) Spirit - pianada
4) The pan within - come with me on a jouney beneath the skin - tão a ver?
5) Medicine Bow - pedalada do camandro
6) Old England - a tal pianada e as cornetas a acompanhar
7) Be my enemy - rasganço
8) Trumpets - estavam à espera de quê? mais pianadas e claro, cornetas, óbvio.
9) This is the sea - ok, aceito que esta também seja a melhor de todas.

quarta-feira, novembro 01, 2006

Links

Algumas pessoas têm de mim e do que escrevo neste blog a ideia que sou muito frontal, que digo o que me der na veneta, que tenho uma personalidade muito forte, que levo tudo à frente e tal, etc.. e eu, supondo que isso é algo positivo, agradeço o elogio e, pronto, lá sigo em frente.

Outras pessoas sabem que a coisa não é bem assim. Sabem que, por vezes, quando quero passar um bocadinho das marcas, sou menino para dar "um toque" à pessoa ofendida, atingida, comentada ou elogiada, que vai ser "vítima" duma acção escrita contra ela. Assim, naquela: "olha lá, vais ficar muito ofendido(a) se eu escrever que....

Na verdade, nunca levei uma nega. O que só revela que cautela e caldinhos de galinha nunca fizeram nada a ninguém mas pelos vistos tenho tido cautelas a mais.

Na ronda pela blogosfera, volta e meia deparo-me com este ou aquele post que me toca desta ou daquela maneira. Vezes há que clico lá no botãozinho dos comentários (quando me deixam, quando me deixam....) e prospego lá três ou quatro linguados com a minha opinião sobre o assunto. Nada que nenhum de nós não tenhamos já feito.

Adiante.

Os babyblogues são normalmente cansativos, chatos e dizem muito mais ao escritor do que ao leitor. Quem já escreveu ou leu sobre bebés e crianças sabe do que estou a falar. Convenhamos, seguir assiduamente um blog com relatos constantes do género "ela hoje cagou finalmente no bacio. fez um cocó tãããão lindo. ai minhas queridas, fiquei tão comovida" ou então "o meu bebé hoje disse b'fica! ai que bom, revela tanto a personalidade do pai...", não é coisa que faça muito sentido. Pelo menos durante muito tempo.

Há outros blogs que falam da canalhada mas que também mandam outro género de bitaites. Uns mais interessantes que outros, é certo. No que respeita a histórias de crianças, prefiro estes últimos. São mais ou menos o chamado tosta mista.

Ora eu gastei meia dúzia de parágrafos para introduzir o seguinte: descobri há uns tempos um blog bestial. Ao que parece é escrito por uma senhora, recentemente entrada na casa dos trintas, com um par de fedelhas que lhe dão água pela barba (que julgo não ter) e com uma personalidade do camandro.

Pedi-lhe licença para fazer referência ao seu blog aqui no meu cantinho. Torceu o nariz, disse que não queria e exigiu que eu jurasse que não faria link nenhum. É claro que acedi. Mas, foda-se, fiquei em broa.

Ó cum caneco, mas que merda é esta. É assim tão mal?

Depois comecei a pensar: "porra então este meu blog tem como frase de posicionamento "blog daquilo que me vier à cabeça" e vai ser uma tipa que nem sequer eu conheço muito bem que me vai impedir de falar dela? Era o que mais faltava."

Nah, pensei eu, é melhor acatar a sua ordem. Para que é que tu te hás-de aborrecer, aborrecê-la a ela e comprar um guerrinha parva e inconsequente.?

Mas depois pensei que aquilo é um blog onde ela expõe uma ideias tão fixes, tão firmes, conta umas histórias tão bacanas, que seria giro eu falar aqui dele. Porra, mas ela iria ficar em broa comigo. Era miúda para vir lá de cima aqui a baixo, dar-me um par de lostras nas ventas.

Pois, pensei cá para comigo, é realmente pena que ela não me deixe linkar lá o blog dela. Paciência. Olha, vendo bem a coisa, é bem feito! Ela tem a mania de sujar os post com smileys, nem disponibiliza os arquivos e ainda por cima tem uma caixa de comentários que quase parece a sala de espera dum cabeleireiro.

Que se lixe. Talvez um dia a convença a deixar-me mostrar o seu blog. Tenho pena. É que é um blog que eu leio com taaaaaaaanto gosto. Tem coisas tãããããão giras. Tiro tanto o chapéu às suas ideias.

Paciência, na verdade não sou capaz de deixar de honrar a minha palavra. Até porque sei que se a linkasse, ela não me iria falar durante uns largos meses. Quem sabe para sempre. Seria um preço que eu teria de pagar se cometesse essa parva imprudência.

Ai perde-se às vezes cada oportunidade...