segunda-feira, outubro 30, 2006

em comunicado...

O comunicado do meu clube sobre o katsouranis e os cartões do benfica é, no mínimo, risível. (isto para não dizer que é ridículo).

Eu lembro aos comunicantes dois ou três nomes: Rodolfo, André, Paulinho Santos, Celso, Fernando Couto, Tiago (querem que continue?)...

(já a cena do Veiga é outra louça. acho que ele, o vieira e o pc, estão bem uns para os outros. eles que são brancos que se entendam)

É público e notório

Quanto mais próximo estou da minha filha, mais próximo me sinto da sua mãe.

Táctil

(isto é por causa de alguns post que por aí há, armados em "não me toques").

Algumas pessoas dizem-me que sou muito físico; outro disse-me que eu sou um amigo de abraço (com uma conotação diferente); uma ex-namorada psicóloga, armada aos cucos com termos técnicos (não é nada, pá. estou a brincar, ok?) dizia que eu era muito táctil. Eu volta e meia leio p'ráí umas coisas sobre o contacto físico no cumprimento entre as pessoas.... bom não quero fazer polémica.

O que eu sei é que de onde menos se espera, é mesmo daí que não vem nada de jeito. Mas nem sempre é assim. No sábado, no jornal Sol (um dia falarei sobre este pasquim) o Nuno Morais Sarmento, uma pessoa que teve como maior virtude, ter dado uns beijos valentes na Paloma Ferraz (oh, que inveja, pá!), lembrou-se de dizer o seguinte:

Isso é algo que África nos ensina (a ser uma pessoa de toque). Lá as pessoas tocam-se de forma espontânea. Na Europa o toque físico é asociado a erotismo e a pecado. Fomos educados para não tocar.

(sobre os africanos) São mais verdadeiros, menos condicionados, menos formatados. São mais pessoas nesse sentido. Mais genuínos. Cada adulto é muito uma criança em muitos aspectos. Têm um lado de desarticulação ma, ao mesmo tempo, um outro de autenticidade e de pureza que nós não sabemos valorizar.

(sobre o facto de tocar no outro para conhecer) É tão decisivo como falar ou ver. O toque faz parte da nossa relação com os outros. Somos em primeiro lugar uma recolha de sensações.

E eu pronto, tenho de tirar o chapéu ao senhor. E claro, concluí também que sou um "animal africano".

domingo, outubro 29, 2006

pinócadas

- apesar de estar a ganhar, o meu clube começa logo a perder, a meio da primeira parte, com a lesão do anderson. bem sei que não foi com maldade, mas a verdade é que um gajo que lesiona o anderson merece, no mínimo, que lhe cortem um tomate. sacrilégio.

- o quaresma fez um golo do caralho! foda-se, golo do caneco.

- o cabrão do grego fez um golo como eu gosto, ali na entrada da pequena área, de cachola. golaço.

- o segundo golo do benfica é uma jogada tremenda. já repararam quantos toques seguidos dão os jogadores do benfica antes da bola entrar na área?

- já começa a ser altura de eu me penitenciar em relação ao que disse sobre o hélder postiga. não digo pelo ricardo rocha que é o central mediano. mas um avançado que faz do luisão o que o postiga fez, merece o meu respeito.

- da mesma forma que o sporting ontem, o benfica não pode sofrer golos assim, depois dos 90 minutos. e não se esqueçam que a equipa dos miúdos em portugal não é a do sporting nem é a do casa pia. é mesmo a do porto. tolero algumas infantilidades, mas tenho de aplaudir de pé as fintas daquela canalhada.

- o jogo acabou sem casos (aparentes) e isso foi muito muito bom. já agora, digam-me uma coisa, só o porto é que pode tolerar jogar com equipas de lisboa com árbitros lisboetas? e se houvesse casos, podíamos nos armar em espertalhões e dizer que a culpa foi dos árbitros alfacinhas? nah, não me venham com merdas a dizer que o lucílio é de setúbal. é tanto de setúbal como eu sou da lourinhã, que também é do distrito de lisboa.

sexta-feira, outubro 27, 2006

pai, quê?

môor, chamaram-me "pai dedicado".

tu não te importas de ir lá ao teu cantinho, explicar que isto não é nada assim como eu conto? é que se eu contar aqui, ninguém acredita.

pode ser?

olha, até já me passou pela cabeça ir filmar isto e tudo!

agora não é que me viu a comer maçã e pediu-me um bocadinho?

(eu até já fui ver nos vasos das plantas, se ela tinha para lá mandado a comida e tudo. será que escondeu debaixo do sofá?)

tenho medo que me peça um bushmills para rebater.

em casa doentinha (doentinha, o caralh....!)

môor, a minha alma está parva, a gaja mamou um bife de peru INTEIRINHO. e olha que era dos grandes. com arroz e tudo.

o segredo? nada de especial: ficou na sala a ver o rei leão II. acho que aquilo é um dramalhão e pêras. ela fica cheia de medo e com pena lá duns leões e tal. volta e meia chamava-me e dizia que havia um lá do filme era mau e que precisava de tau-tau. ai, ai, ai ai, leão!

eu, ia e vinha, entre a cozinha e a sala, de copo de vinho numa mão (sim, nunca o larguei) e a colher com o peru e o arroz na outra e aquilo lá marchava.

repito, estou parvo!

Babilónia

o Lobo Antunes está aí de novo. está aí também alguém com uma prenda de natal resolvida (isto apesar de eu insistir que não quero nem dou prendas. já desisti de insistir).

e pronto, já sei que me vou aborrecer porque não vou conseguir atinar com o raio do livro.
e sei que me vou gratificar, porque lá no meio dumas boas centenas de páginas, virá aquela(s) frase que nos vai deixar de lágrima na venta, que nos faz pôr as mãozinhas na cabecita e dizer "rendo-me, antónio. és o maior".

porque é mesmo, entenda-se!

gostos

na sala, ela com o rei leão II.
na cozinha, eu com o stop making sense dos talking heads.

(isto já parece um post dos teus - ai xana, que afinal não te posso linkar. já me esquecia - pá!)

(estou a amaricar, não há dúvidas)

pinga

começa num berreiro dos valentes, só porque não lhe deixo beber do meu copo de vinho. chora, baba-se, arrasta-se pelo chão. tento manter a calma: abraço-a, levanto-a, digo-lhe que aquilo faz mal às meninas pequeninas.

não resulta.

tento manter a minha sanidade mental. mas ainda assim, deixo-a saborear aquilo: molho o meu indicador e digo-lhe para o chupar.

faz um arrepio que lhe atravessa a espinha, do rabiosque à nuca e grita: num quero!!!!

eu olho para a garrafa e reparo que é um monsaraz de 2005 (uma coisa calminha, assim baratucha). desconfio que prefere os vinhos lá de cima. é das minhas, não há que estranhar.

será que lhe devia ter dado antes dum foral de 2000 que tenho ali guardado para uma próxima bacalhauzada?

tadinha da elsita

a elsa lixou-me a honra. tinha previsto que ela arranjaria outro dali a 3 semanas e afinal passaram apenas 2.

é a única coisa que lhe tenho a apontar. não tenho coragem nem coerência para a criticar sobre seja lá o que for. até porque tenho de olhar para o meu próprio exemplo:

eu namorava a cláudia. era uma tipa bestial, moreníssima, nascida no Zaire, de mãe brasileira e pai português. era, portanto, um animal africano. e dava uns beijos bestiais.

por essa mesma altura, a cristina e a paula, decidiram então pôr-me entre a espada e a parede: queres namorar connosco?

porra, fiquei mesmo between a rock and a hard place como dizem os bifes. mas não se diz não a duas mulheres. e aceitei, claro.

o mais inquietante é que eu gostava mesmo era da gabriela e da cotrim. da geninha já não gostava tanto, é certo, mas também era gira.

o pior de tudo (e é aqui que encontro similaridades com a nossa elsinha) é que eu acabei por ficar sem nenhuma.

tinha na altura (e aqui volto a encontrar similaridade com a elsinha) 9 anos, mas não me drogava. ou já? olha, não me lembro. mas lá que o leite da escola nos dava uma pica extra, isso dava.

doente em casa

acorda ao meu lado e põe-se a fazer perguntas sobre a mãe:

- papai (assim mesmo à brasileira) onde está a mãe?
- ó filha, já foi trabalhar?
- não, não, está escondida aí na cama. mãeeeeeee!
(nestas duas noites tem dormido no nosso quarto. destapo-lhe a minha cama e mostro-lhe)
- vês filha, não está cá, foi mesmo trabalhar.
- foi trabalhar? porquê?
- então, porque o pai é um chulo de primeira e então é a mãe que tem de ganhar dinheiro cá para a casa. para comermos, para lavarmos os dentes, para tomarmos banhinho..

.... (silêncio)

- eu acho é que a mãe está na casa de banho. mãeeeeeeeeeeee.
- não está nada, filha. ó meu amor, foi mesmo trabalhar.
- não, a mãe está a fazer cocó. mãeeeeeee, limpa bem o rabo. ai, ai, ai ai.

quarta-feira, outubro 25, 2006

a máiór

não sei se é só quando quer, se é só quando lhe dá na real gana. o que sei é que de vez em quando ela lembra-se de nos avisar que é mesmo a máiór cá dos blogs.

e gosta de leitão.

terça-feira, outubro 24, 2006

das férias - mapamente domesticada

sabem aquele livro "porque é que as mulheres não conseguem ler mapas e os homens não sabem ouvir?", pois a primeira parte do título é inteiramente verdade.

eu já desisti de dar indicações de moradas a mulheres (cariño, tu não és mulher, tu és arquitecta, é diferente, ok?). já desisti, pronto.

porque são, neste campo, francamente - perdoem-me as expressões - burras e anhucas. a gente até espera que elas percebam que não é preciso arranjar uma espécie de plano de saídas de emergência - como há nos estabelecimentos e edifícios públicos, cheio de setas fluorescentes e tal - para ir duma terra a outra. mas não, parece que precisam mesmo. depois como não conseguem ligar a cara com o nome, ou seja o mapa com a estrada onde se encontram, dá nisto: desistem e tocam a perguntar à primeira pessoa que encontram na esquina (virtude esta que as destingue positivamente de nós)

após mais de 5 anos de convívio diário com a minha mulher, aconteceu nesta última viagem uma coisa muito estranha. tinha-me enganado e entrei para uma auto-estrada que não era a que eu pretendia seguir. quando senão, deparo com a minha mulher ali ao meu lado, no lugar do morto (salvo seja!), a seguir a nossa rota com um livro da michelin ao colo.

e houve como que um alelulia quando a ouvi pronunciar as seguintes palavrinhas: "olha que se continuares em frente e seguires por plasencia não são tantos quilómetros como por trujillo. por isso, não vejo necessidade de dares meia volta, podes seguir em frente! além disso, dá ideia de a auto-estrada já estar concluída até cáceres."

ah mulher dum catano! ia-me espetando e tudo. eu até acho que me vieram as lágrimas aos olhos. saquei-lhe os mapas da mão, fiz as contas assim num repente, vi que ela tinha razão, olhei para o céu e disse em voz baixa: obrigado senhor, obrigado.

por outro lado fiquei com medo: será que estas novas qualidades estão a masculinizá-la? como é que se chama o fernando delas?

mau...

inginheiro!

ao que parece, o fernando santos teceu alguns comentários sobre a expulsão do miccoli ter acontecido na véspera do jogo com o meu clube. ao que parece, não se admirou muito que isso tivesse sucedido. ao que parece, ele acha que houve maquinações por detrás. ao que parece, aquilo já é hábito lá para os lados do dragão.

não duvido do senhor. afinal ele viveu as coisas por dentro. deve saber do que fala.

o que me aborrece é que mesmo com as supostas ajudas dos árbitros, houve dois campeonatos que ele deixou fugir, um deles de forma ridícula. ou estaria a fazer referência aquela arbitragem no campomaiorense-porto?

será ele assim tão bom treinador? perguntem aos sportinguistas qual deles perferem: o peseiro o bolöni ou o fernando santos?

das férias - valium



nestas férias, caguei para os complexos e os tiques de pai moderno, puxei pelos galões de pai descansado e comprei um "cala-filha": é simples, a gente liga aquilo e ela cala-se. aguenta sem problemas 4 horas seguidas sem piar.

um mimo.

segunda-feira, outubro 23, 2006

das férias - espanha

eu quando era miúdo tinha uma pequena aversão por espanha. ou porque nos estavam quase sempre a ganhar no hóquei, ou porque nos ganhavam no futebol, ou porque havia fórmula 1 em jarama e aqui não, ou até porque o nosso ensino decidiu que os maus na história do nosso país eram os castelhanos e os árabes.

este último ponto foi, talvez, o último a ser rebatido. primeiro, pelos relatos das viagens que o meu amigo padre albino me fez e segundo, pela experiência de vida que um meu outro amigo, poeta e ex-sogro, adalberto alves, me transmitiu durantes os dois anos em que andei enamorado pela sua filha.

já palmilhei uns milhares de quilómetros por espanha e aprendi a gostar deste país. é certo que preferia andar por outras nações, mas a proximidade, o facto de ser mais caro ir para mais longe, a língua, etc, acabam por beneficiar os passeios que já por ali fiz.

e gosto. aliás gosto muito. não só pelo gesto de ir, de partir, da satisfação da concretização de certas rotas conforme tinha previamente idealizado, mas também pelo que já aprendi, pelo que já descobri em lugares onde menos esperava:

- elx. um oásis. é a palavra que melhor define aquele lugar. se forem no pino do verão, assim com 45 graus (sem exagero) ou coisa parecida, hão de entender o que estou a dizer.

- san sebastian. charme. uma cidade de charme. e de comida. da boa.

- cuenca. fantástico. um "casco antigo" irrepreensível.

- toledo. puta de catedral. coisa mais impressionante, cum caneco! e uma descrição do enterro do conde de orgaz do el greco que me deixou de boca aberta. são histórias assim que nos fazem gostar de alguma pintura. minha querida, não decorei o teu nome, mas ainda assim, obrigado.

- salamanca. principalmente (mas não só) pelo museu de arte nova. de babar por mais.

- bermeo, mundaka e mais um porradão de pequenas terras que ficam entre san sebastian e bilbao.

- orduña. nas imediações de bilbao. um segredo. um vale onde estive a 5 metros de águias em pleno vôo. arrepiante.

- fuente dé. nos picos da europa.

- granada. alhambra e não digo mais nada.

- córdoba. e também não digo mais nada.

não me refiro a barcelona porque não gosto de tocar no sagrado. entendidos?

runaway

então os jamiroquai têm um novo single e ninguém me avisava? ai o caralhinho...

canjinha

a minha sogra entregou-me umas caixinhas com canja para dar à minha filha. surripiei-lhe um bom bocado e comi os miúdos todos. espera-me o inferno?

das férias - ser do Norte

preliminares:

- eu sou de lisboa, sou alfacinha retinto, roxo mesmo. sou da picheleira, do bairro velho, da zona do 30 (nem sequer sei se ainda é o 30). cresci ali, tenho orgulho das minhas raízes, sou bairrista e amo a minha cidade;

- não há nenhuma parte do país onde me tivesse sentido, digamos, mais "desconfortável"; passo muito tempo no norte alentejano e gosto muito daquilo, passo muito tempo na zona de góis/lousã/arganil e gosto muuuuito daquilo, sou feliz quando vou a coimbra, o oeste enche-me as medidas, há qualquer coisa em évora que me deixa muito bem, etc

- na terra da minha mãe, em vila nova do ceira, sou muito bem tratado e tenho muitos amigos. amigos do peito, amigos da náite, amigos que já me puseram a mão na testa para me ajudar a chamar o greg. gente rija. gente à maneiruncha!

acção:

a terra do meu pai é em trás-os-montes, mais propriamente em guide (lê-se güide), uma aldeia com cerca de 75 fogos, pertinho do rio tuela. é a terra que inspirou o nome deste blog.

durante a primeira metade da minha vida ia lá todos os anos em agosto. era uma coisa em grande, palmilhávamos mais de 600 quiilómetros com o velhinho carocha sempre carregadíssimo, o que dava, mais coisa menos coisa, aí umas 13 ou mais horas de viagem. passava lá um mês inteirinho com horários e actividades que para mim, chavalo urbano, faziam daquilo um paraíso do caraças: saía de manhã e só chegava a casa à noite. porque aquilo era (é) uma aldeia e porque toda a gente se conhece, nunca houve da parte dos meus pais qualquer preocupação com o facto de não saberem onde eu estava durante aquela ausência: ou tinha almoçado em casa deste ou tinha comido uma malga de caldo verde em casa daquele ou tinha comido um mata-bicho em casa daqueloutro. outros tempos.

quis o destino que tivesse passado 21(!) longos anos sem voltar a trás-os-montes. por isso, quando no mês passado ia pela auto-estrada e, por volta de lamego, quando nos aproximamos de peso da régua, estava a entrar naquela provincia, senti que havia daquela terra um "apelo" qualquer, como que se daquele rio douro e as terras que o margeam houvesse algo magnético que me puxasse para aqueles montes. gostei e senti-me bem! senti-me a última peça dum puzzle quando esta é colocada e descobre-se o desenho completo. foi quando percebi que afinal eu sou dali. dali, daquele território, daquelas gentes.

voltar a rever aqueles rostos, aquelas casas, aqueles lugares foi indescritivel. foi como que voltar a pôr nomes nas fotografias da minha história.

o rio, porra, voltar a ver o rio, que coisa fantástica. aquele cheiro a peixe, a freixo, a choupo.... que saudades que eu tinha daquilo. a vargem, o local onde fumávamos às escondidas, onde curtiamos atrás das fragas e onde dávamos grandes mergulhos. mergulhos difíceis, mergulhos daquelas fragas com nomes míticos como: fraga funda, escaleirinha de cima, escaleirinha de baixo, tremidinha, a fraga de cá, etc.

e os nomes dos lugares lá da terra: a freixeda, terras boas, a veiga redonda (onde tivemos uma olga), o tapado, a curtinha, a capela do mártir...

e a família: a minha prima delmina que tem 102 anos, que vai sozinha à casa de banho, que ainda se consegue sentar sobre as pernas, dobrando-as para o lado. gente rija. muito rija mesmo. o abel, a albina (filha da delmina - outra que não sabe envelhecer. tem 78 anos e brinca com a minha filha de cócoras com os calcanhares assentes no chão), a minha isabel, o nosso gomes, o meu mário (o meu primeiro amiguinho). tudo gente do melhor. gente de abraço. gente que tem o meu sangue a correr dentro deles.

gosto muito das gentes do norte, gosto do seu carácter, gosto deles. gosto da mania que eles têm contra as pessoas do sul, principalmente contra as de lisboa. mais, eu tenho para mim que eles praticam esse ódio, vingando-se da malta cá de lisboa, recebendo-os com bons vinhos e boa comida e praticando uma inusitada e exemplar hospitalidade. como quem diz: vejam lá se vocês, parolos do camandro, conseguem receber assim? indescritivel. aliás, lá no norte não se diz "temos de combinar um jantar", lá diz-se: "hoje jantas lá em casa". e não tentem recusar, ganham um inimigo para a vida. é assim.

eu já sabia e não me lembrava, mas quando lá me encontrava no meio dos meus familiares, a comer um cabrito de que não tenho memória e a beber um tinto caseiro de excepção, reparei numa coisa que já devia ter desconfiado há mais tempo: eu sou do Norte, eu sou Transmontano.

e gosto!

das férias - R. Madrid - At. Madrid

calhou estar em espanha por alturas do último derby madrilenho. alguns apontamentos do que fui vendo:

- o real madrid tinha no banco estes amigos: raúl bravo, iván helguera, david beckham, ronaldo e robinho. leram o que eu escrevi, leram? eu disse no banco!

- à noite, lá no domingo desportivo do sítio, uma mesa jornalistas, jogadores e ex-jogadores, comentavam a partida: retenho duas personalidades que fariam corar de vergonha os programas idênticos das televisões portuguesas: kiko, pelo atlético e valdano pelo real. do primeiro retenho a alegria, o à vontade e a boa disposição como falou sobre os actuais e antigos jogadores de futebol: sem complexos, sem medo de dizer mal, sem excessos quando dizia bem, nota 5; do segundo, bom do segundo não há muito a dizer, é o máiór. o valdano é muito melhor como ex-jogador (principalmente a opinar) e quando digo isto não posso esquecer que ganhou 3 ligas espanholas (mais uma como treinador), duas taça uefa e um campeonato do mundo pela argentina. os seus livros deveriam ser obrigatórios nas escolas. em minha casa são!

- o atlético jogou com o maniche e o seitaridis, o costinha não saiu do banco (ou então nem sequer foi convocado, não me lembro, confesso!). estava a olhar para aqueles 3 nomes a pensar como é que o victor fernández e o couceiro não conseguiram fazer do clube, campeão nacional. e não me posso esquecer que o clube ainda tinha o baía, o quaresma, o diego, o parvo do carlos alberto, o perdulário do fabiano, etc, etc.

- aquele fernando torres é um atacante do camandro!

Capitão

O Jorge Costa nunca foi um jogador que me enchesse as medidas. Nunca gostei do estilo de futebol que ele praticava. Muito tranqueiro, um tanto ou quanto (assim para o muito) lento, etc, etc. Mas reconheço-lhe algumas virtudes.

Quando um dia perguntaram ao Hodgson (isto foi aí em 92 ou 94, era ele na altura treinador da Suiça) que jogador português ele gostaria de ter na sua selecção, ele respondeu sem pestanejar que queria o Oceano. lá explicou que nos momentos críticos, não era bem um jogador virtuoso que ele necessitava, mas sim dum poço de força, de alguém que nunca desistisse, de alguém que estivesse sempre ali até ao fim a puxar pelos seus colegas.

Era essa a principal virtude do Jorge Costa. Essa e o facto de ser portista. Mais, actualmente não vejo ninguém lá no plantel que o possa substituir como símbolo do clube e muito menos como capitão.

Já aqui disse, não gosto das biografias de futebolistas que são editadas em Portugal. Normalmente não contam o que devem e só contam o que podem. A Alexandra Tavares Teles, fez o favor de entrevistar o capitão fazendo-lhe as perguntas que eu queria que alguém lhe tivesse feito há mais tempo.

Está lá tudo: o que é ser portista, o que é ser portuense e até o que é ser do Norte.

E eu gostei tanto dessa entrevista que foi publicada no Correio da Manhã, que decidi colocá-la aqui na integra.

Jorge Paulo, agora que já não jogas mais, obrigado! A gente não te esquece.

– Qual tem a melhor dupla de centrais: FC Porto, Sporting ou Benfica?


– A grande diferença é feita com um jogador chamado Pepe. Por isso, acho que é a do FC Porto.

– Quem é então o favorito nos próximos jogos Sporting-FC Porto [amanhã] e FC Porto-Benfica [28 de Outubro]?

– O FC Porto. Apesar de serem sempre jogos complicados a equipa é a que está mais habituada a esta pressão e a que melhor lida com estes jogos. Tem, portanto, uma vantagem.

– Foi campeão pela primeira vez na época 1992/93, tinha acabado de chegar ao FC Porto. Essa equipa era melhor ou pior do que a que foi campeã em 2005/2006, quando já não estava no clube?

– Não julgo que a equipa de Co Adriaanse fosse pior. A diferença é outra. Em 92/93 tínhamos uma equipa à Porto, em 2005/06 tínhamos um bom grupo de atletas contratados a outros clubes.

– Quando chegou em 92 teve noção que podia tornar-se um dos símbolos do clube?

– Esse foi o ano em que concretizei o meu sonho. Jaime Magalhães, João Pinto, Vítor Baía eram ídolos para mim. Estava ali para aprender.

– Os defesas centrais são provavelmente os jogadores que mais dependem do parceiro. A dupla com Fernando Couto foi a mais feliz da sua carreira?

– Quando cheguei ao FC Porto, o Fernando e o Aloísio eram a dupla titular. Ao contrário do que se possa pensar, não fiz muitos jogos com o Fernando. Fomos sim, e por muitos anos, a dupla de centrais da Selecção. Agora, é verdade que mal cheguei ao FC Porto criei com ele uma relação de grande amizade. Fora do campo éramos inseparáveis e dentro de campo bastava um olhar para nos percebermos. Infelizmente, jogámos durante pouco tempo porque ele foi para Itália, o que me deixou satisfeito por ser o sonho dele mas também triste pelo afastamento físico.

- E pode dizer-se que foi com Ricardo Carvalho que teve o relacionamento mais distante?

- Não, porque não é verdade. Na minha carreira com Ricardo Carvalho, o FC Porto ganhou uma Taça UEFA e foi campeão europeu, títulos que não conquistei com Fernando Couto, Aloísio, Jorge Andrade ou Pedro Emanuel.

- Mas foi com Fernando Couto que viveu no FC Porto a fase de encantamento...

- Concordo.

- E, mais tarde, já com Aloísio?

- Sempre tive com o Aloísio uma relação muito boa. Foi sempre muito educado, correcto, preocupado com todos. Era impossível não gostar dele. Foi na altura em que passei a ser titular e posso dizer que ele me ajudou muito.

- Com Jorge Andrade já era capitão. Era a sua vez de ensinar.

- Nessa altura fiz com o Jorge o que os outros tinham feito comigo. Já me competia transmitir a mística.

- E como é que isso se faz?

- A primeira lição que recebi no FC Porto foi a lição do respeito. Aprendi a observar o grupo, aprendi a necessidade de conhecer cada uma das pessoas e a ser educado. Transmitir aos que chegam a mística do FC Porto é, também, transmitir-lhes a mística da cidade. Sempre que chegava um estrangeiro eu próprio fazia questão de lhe mostrar o melhor do Porto. E ainda hoje há jogadores que me telefonam com saudades de comer um bom cabrito.

- Hoje não é assim?

- Não há comparação. O FC Porto não era o nosso emprego, era o nosso trabalho. A grande diferença é que fazíamos mais do que aquilo a que estávamos obrigados. Trabalhava-se por gosto e habituávamos os mais novos à ideia de que ganhar todos os títulos era natural e a nossa obrigação. Nem nós próprios nem nenhum portista esperava menos de nós. Essa era a mística do ‘dragão’.

- Como chegou a capitão em 96?

- Foi o ano da despedida do João Pinto. Nessa altura havia números fixos e eu era o 22. Um dia, estava de férias, telefona-me o treinador [António Oliveira] e pergunta-me se queria ser o número 2, o número que era do João Pinto, o anterior capitão. Claro que queria! Foi uma enorme honra e um dia muito feliz.

- Jardel teria sido o que foi se tivesse começado no Sporting ou no Benfica?

- Não sei. Ele era muito novo. Penso que fora do FC Porto Jardel sempre correu mais do que devia. Ele é do tipo de jogadores que para ser eficaz não se pode mexer muito. Nos treinos, quando lhe fazia marcação, pedia-lhe para se mexer um bocado mais para ver se eu próprio também me conseguia mexer alguma coisa.

- E qual foi o jogador mais talentoso que viu no FC Porto?

- Deco, sem dúvida.

- Conta-se que o Mozer, ex-jogador do Benfica, avisava os adversários de que corriam riscos físicos caso simulassem penáltis ou lhe fizessem faltas. Fazia o mesmo?

- Fazia, mas de outra maneira. Durante o jogo falava com o adversário que estava mais perto de mim, perguntava pela família, se estava tudo bem com eles, tudo para o desconcentrar. “Então e os miúdos?” Fiz isso muitas vezes ao Nuno Gomes, por exemplo.

- Tinha alguma embirração particular?

- Com o Simão, apesar de nada ter contra ele como pessoa. Por estar sempre no chão.

- Quem lhe deu o nome ‘Bicho’?

- O Fernando [Couto]. Mas é um termo simpático que vem da minha maneira de jogar, de encarar o futebol, de ser agressivo. E pegou.

- Agressivo e violento

- Às vezes. Tenho noção que em determinadas alturas excedi-me mas nunca de forma premeditada. Sempre pedi desculpa. Fora dos relvados sou muito calmo, tranquilo, mas em campo só pensava em vencer.

- Recorda-se de um caso de agressividade que não repetisse?

- Um com o João Vieira Pinto. Foi num jogo em Alvalade em que o agarrei pelo pescoço. Mas ele não levou a mal. Conheço-o desde os 14 anos. Mas, naquelas alturas, nem que fosse o meu pai que estivesse à minha frente.

- Teve lesões graves. A carreira chegou a estar em risco?

- Passei momentos terríveis e a minha carreira só não acabou devido ao apoio da minha família e à competência de Rodolfo Moura.

- Que avançados temeu mais?

- Joguei frente a grandes jogadores: Henry, o Romário dos tempos do Barcelona e muitos mais. Em Portugal havia uns que me tiravam mais o sono que outros. O Nuno Gomes, por exemplo ou o Artur, do Boavista, que nos marcava sempre um golo, exigiam cuidados acrescidos.

- Dirigia-se aos seus colegas antes dos jogos?

- Muitas vezes. No tempo do Mourinho, fi-lo muitas vezes. Dizem-se muitas asneiras. Aquelas conversas só passariam na televisão a horas adiantadas e com bolinha.

- Sempre que o FC Porto perdia um campeonato, preferia a vitória do Sporting ou a do Benfica?

- De nenhum. Quando o FC Porto não ganhava não via TV nem lia jornais.

- Nunca foi convidado pelos dois rivais?

- Não.

- Teria aceite?

- Não.

- Como foi o dia em que Octávio Machado lhe tirou a braçadeira?

- Não digo nada sobre esse assunto.

- Na altura saiu do FC Porto, empurrado. Foi a primeira traição?

- Foi a pior fase da minha vida profissional porque não queria sair. Tinha até recusado convites de bons clubes onde iria receber três a quatro vezes mais. Depois, tive que deixar a minha cidade, o que me custou muito.

- Esperava regressar um dia?

- O Charlton queria accionar a opção de compra. É nessa altura que me telefona Mourinho. Convida-me a regressar e garante-me que iria ser apresentado como qualquer outro jogador.

- Mourinho foi o treinador da sua carreira?

- Mais do que pelos resultados, pela amizade. Quando um técnico nos diz – ou porque estamos lesionados ou castigados – para irmos com a família passear durante dois ou três dias, só podemos ter uma resposta: morrer por ele em campo. Mas houve outros também muito importantes: Couceiro, Autuori, Joaquim Teixeira, Inácio.

- Não fala de Octávio. Fora ele, Co Adriaanse foi o pior treinador que encontrou?

- Adriaanse é muito bom treinador. Como pessoa é certamente diferente dos portugueses.

- Merecia ter tido uma homenagem nessa altura?

- A melhor homenagem que me podem fazer é reconhecerem toda a minha dedicação ao FC Porto. Posso andar na rua de cabeça erguida.

- Como foi a sua relação com Pinto da Costa?

- Foi sempre muito próxima. Como capitão tive de contactar muitas vezes com ele. Sempre o admirei e respeitei muito e sei que é recíproco.

- Nos dois momentos difíceis – com Octávio e com Adriaanse – esperava mais de Pinto da Costa?

- Quer numa altura quer noutra saí porque queria jogar futebol.

- É verdade que no FC Porto só entram e saem os jogadores que o presidente quer?

- É verdade. O treinador tem total liberdade mas quem faz as compras e as vendas é o presidente. A última palavra é do responsável máximo.

- Então Pinto da Costa podia ter impedido a sua saída?

- Podia ter travado. Mas das duas vezes que saí [Charlton e S. Liège] foi porque quis e porque entendi que era melhor para mim e para o clube.

- Gostava de suceder a Pinto da Costa?

- Aproveito para esclarecer a questão. Não tenho o sonho de ser presidente do FC Porto. O FC Porto está muito bem entregue. É evidente que como portista e querendo continuar ligado ao futebol com a ambição que sempre demonstrei como jogador, se, um dia, o FC Porto precisar de mim não lhe direi não. Estarei sempre disponível para ajudar o clube. Neste momento, vou tirar o curso de treinador, vou tirar um outro de gestão, vou enriquecer-me. Posso ser treinador o resto da vida, como posso enveredar pela carreira directiva, que, julgo tem mais a ver comigo.

- Fernando Gomes seria um bom sucessor de Pinto da Costa?

- Admiro-o muito e estamos a falar de um dos símbolos do clube. É muito competente e se um dia tiver um papel no FC Porto tenho a certeza que o desempenhará de forma digna. Mas não quero entrar em guerras.

- Agora que fechou a carreira há-de ter episódios divertidos para contar...

- Tenho muitos mas a grande maioria é incontável, primeiro porque se identificam imediatamente os intervenientes e depois porque são coisas de balneário. Mas há um ou outro que posso contar. Nas selecções jovens, por exemplo, sempre que estagiávamos no estrangeiro tínhamos matéria para rir à conta dos colegas que não falavam inglês. Lembro-me de duas situações. Numa, um colega chama o empregado e pede a sobremesa: “Ei friend, dá-me a sobremaise.” Noutra, dissemos a um para pedir Coca-Cola para todos. E vai ele, para o empregado: “Ei, friend, Coca-Cola forever [Ei, amigo, Coca-Cola para sempre].” Era só rir.

- E no FC Porto?

- Na preparação de um jogo da taça UEFA, com o Mourinho, estávamos a ver um vídeo da equipa turca do Denizlispor, com as luzes apagadas, e todos reparámos que estava em campo um jogador muito feio mas com uma cara familiar. Quando acendemos as luzes ficámos todos a olhar para o Pedro Emanuel. O que gozámos com ele. Até em campo, quando olhávamos para o turco desatávamos a rir. A partir daí o Pedro passou a ser conhecido por turco.

UM BICHO FEITO DE SUOR E LÁGRIMAS (Opinião do jornalista António Tadeia)

Azar? Azar é não correr.” A frase, atribuída a Jorge Costa, espelha bem aquilo que era a personalidade competitiva do histórico capitão do FC Porto. Na história do clube e do futebol português não fica o homem revoltado que, em Setembro de 2001, num insignificante jogo em casa com o V. Setúbal, atirou a braçadeira para o colega que ia substitui-lo ainda antes do intervalo, motivando o primeiro de dois exílios, mas sim o rosto expressivo e pleno de espírito ganhador que incitava os companheiros à revolta sempre que os resultados eram menos bons. Um rosto ao mesmo tempo furioso e compenetrado, que os grandes planos televisivos tiveram umas quantas vezes a fortuna de transportar para casa de todos nós.

Desde tenra idade que Jorge Costa impressionava pela compleição física. Quem o visse treinar, num dos relvados secundários do Estádio Nacional, ao lado dos colegas que com ele jogaram nas selecções jovens, não podia deixar de reparar nele. Jorge Costa já tinha em menino a morfologia compacta (1,88m por 86kg) que fez dele uma aposta segura de quase todos os treinadores desde que, saído dos juniores, foi emprestado pelo FC Porto ao Penafiel. Um ano no Marítimo – durante o qual marcou o primeiro golo a favor do FC Porto, um autogolo numa vitória portista, por 3-1, nas Antas – deixou-o pronto para o regresso e para uma carreira que, ultrapassadas três lesões gravíssimas nos ligamentos dos joelhos e episódios rocambolescos, como a cabeçada que levou de George Weah, atingiu o ponto mais alto em Gelsenkirschen, doze anos depois, num longo abraço a José Mourinho. Alenitchev acabara de fazer o 3-0 ao Mónaco e o resultado já não deixava espaço para dúvidas de que a Liga dos Campeões ia mesmo regressar às vitrinas do clube. “Obrigado! És o maior!”, disse ali ao treinador que dois anos antes o fizera regressar de Inglaterra.

Com o mesmo número 2 na camisola, Jorge Costa emulou nesse dia João Pinto, o ‘capitão’ que o antecedeu e que, em Viena, ficara para a história com a tampa da taça na cabeça. Antes, já o imitara como guardião da mística do clube e como aglutinador de títulos. Aos nove campeonatos nacionais do velho capitão, Jorge Costa respondeu com oito (e seriam nove, se Adriaanse assim tivesse querido), cinco dos quais consecutivos; às quatro Taças de Portugal, ripostou com cinco. Ficou a perder nas Supertaças (8-5), mas compensou igualando as vitórias na Taça dos Campeões e na Taça Intercontinental, e ganhando uma Taça UEFA em vez de uma Supertaça Europeia. Dois currículos muito iguais, de dois homens tão diferentes, que encontraram um ponto de contacto na forma semelhante de encarar a responsabilidade: valorizando mais o suor e as lágrimas do que a estética, colocando sempre a entrega à frente do que teriam a receber.

E, no entanto, Jorge Costa é um tipo urbano, afável, brincalhão até. Na história particular da selecção nacional ficam os duelos intensos com Rui Costa, amigo de todas as horas, frente ao computador e aos jogos de estratégia futebolística. Não se conhece um registo de quem ganhou e perdeu mais, mas com esta formação teórica somada à prática adquirida nos relvados, não será nada estranho que o ‘Bicho’ – ‘petit nom’ criado por Fernando Couto, para simbolizar o espírito competitivo do colega – esteja de volta em breve, para funções onde os joelhos tão sacrificados tenham menos importância do que o que lhe vai na alma e na mente.

Alexandra Tavares-Teles

critérios

vá, a sério.... pronto, com toda a sinceridade... respondam-me por favor: no fundo da vossa alma, mesmo mesmo lá no fundo, meus caros sportinguistas, vocês estão mesmo, mesmo, mesmo... pronto, como é que eu hei-de dizer, vá lá... ai, assim a modes que contentes com guarda-redes que têm?


a sério? estão? ah, pronto, então está bem!

já sei, gostam da humildade do senhor, é isso? ok, compreendo.

bom, pronto, então obrigadinho pela oferta de ontem.


pré-respostas a possiveis comentários (apesar de eu achar que ninguém tem tomates para comentar isto): o baía não é para aqui chamado. estamos a falar do ricardo. aquele que defende penaltis na equipa do scolari mas que dá barraca em todo lado. eu recordo aos benfiquistas mais tristes por terem o infeliz moretto como 3º guarda-redes o seguinte: lembram-se quando o sporting contratou o ricardo, lembram-se? era para ter vindo para o benfica. aliás, era a vontade dele. estão a ver do se livraram?

domingo, outubro 22, 2006

da náite

- caladinho, nunca mais te perdoarei por não me teres obrigado a ir lá ao Ferro Velho há mais tempo. Ai eu dizia que não podia? Pois bem, tinhas-me dado umas laustíbias nas ventas, tinhas-me puxado por uma orelhinha (muito diferente de 'dar um puxão de orelhas', note-se) e tinhas-me arrastado por um braço. mas tinhas-me mostrado há mais tempo. para quando a próxima visita? levamos as meninas, pá! hein? e depois acabamos em tua casa a chafurdar a boca em aguardentes velhas e pontes de marante, concordas? (aquela garrafa de Barca Velha ficou a chamar pelo meu nome, reparaste?)

- revolver (noite deputa madre, ó zé! tu lembraste quando os gajos desatam a esfrangalhar a guitarra com a malha inicial do Tush? aquele Marquês da Sé veio todo abaixo!), muppets (baterista do caneco!), rca (uma banda que toca o fuel daquela maneira....), gang (a melhor de todas, quem sabe). tudo o resto é (foi) paisagem!
podem ter jeito para fazer umas covers, ou até tocar bem, ou ter um vocalista que agarra o público, ou ter um baixista chamado cebola, ou mandar umas piadas porreiras; agora nem todos podem ser como aquelas quatro bandas! o resto é fraquito, muito fraquito e o knockout merecia mais.

- pinto, nos táxis, andar no "lugar do morto" não significa, fingir que estamos mortos. não precisas de levar o nome do assento à letra, ok?

- alto sapista, tiago copista, santiago alpinista, santiago maquinista.... you name it!

Eu prometo que volto ao tema

Ando sem grande paciência, calma e dedicação para cumprir os serviços de manutenção mínimos deste blog. Passo por certos acontecimentos, certas frases, certas opiniões, certos lugares sobre os quais me apetecia escrever e depois.... esqueço-me.

Ainda assim, gostava de ter a atitude e a precisão correcta para escrever sobre uns dias no Porto, sobre o Norte, sobre as pessoas do Norte, sobre Trás-os-Montes, sobre Cuenca, sobre Toledo, sobre espanhóis, sobre viajar, sobre.....

Logo se vê.

sexta-feira, outubro 20, 2006

Há cerca de 10 anos, num carro amarelo, ouvia-se muito:

Baby did a bad bad thing, baby did a bad bad thing.
Baby did a bad bad thing, baby did a bad bad thing.
You ever love someone so much you thought your little heart was gonna break in two?
I didnt think so.
You ever tried with all your heart and soul to get you lover back to you?
I wanna hope so.
You ever pray with all your heart and soul just to watch her walk away?
Baby did a bad bad thing, baby did a bad bad thing.
Baby did a bad bad thing, feel like crying, feel like crying.
You ever toss and turn your llying awake and thinking about the one you love?
I dont think so.
You ever close your eyes you making believe your holding the one your dreaming of?
Well if you say so.
I hurts so bad when you finally know just how low, low, low, low, low, shell go.
Baby did a bad bad thing, baby did a bad bad thing.
Baby did a bad bad thing, feel like crying, feel like crying.
Ohh. feel like crying, feel like crying.
Ohh, feel like crying, feel like crying.

quinta-feira, outubro 19, 2006

tonho

Daqui a pouco vou ver o Fagundes ao Tivoli.

Não me posso esquecer que há coisa de 15 anos o gajo fez uma novela onde andou a comer a Malu Mader e a Glória Pires. Logo duas daquelas que eu....

Cabrãozão!

Bom, estou convencido que no final vou mas é ficar à espera dele, para lhe espetar um penso ou um bilhete nas fuças!

Ai não creis? Depois veis!

Para esse peditório já dei.

A Maria de Vasconcelos é mais uma daquelas coisas que por aí se sobrevalorizam: como radialista, como capa de revista, como não sei quê mais (não conheço o seu trabalho como médica, mas acredito que seja craque. pelo menos espero).

Quando a ouço então a cantar só me apetece dizer: volta Neno, estás perdoado.

quarta-feira, outubro 18, 2006

tapaué - parte II

existe algum limite para o número de pares de sapatos e de tupperwares que uma mulher possui?

o mal deve ser meu. aliás, é de certeza.

vou deixar de ler blogs com passwords, passevites e passes da carris.

porque não entendo o paradoxo blog/acesso condicionado.
porque não tenho paciência para inserir usernames e passwords.

outra noite mais



Gostava de fazer um post todo bonitinho sobre o facto de ter voltado a ver aqueles oito malandros dos Trovante (desculpa lá, ó luís, não sou capaz de dizer "O" Trovante), mas já percebi que não consigo.

As emoções, os arrepios e as memórias que aquelas músicas, ali tocadas à minha frente, provocaram, são estupidamente superiores a um qualquer reles post. Ainda por cima escrito por mim. Quem gosta, quem tiver entre os 30 e os 45 anos (mais ou menos, mais ou menos!) sabe do que estou a falar.

Foi bom, foi muito muito bom!

Notas:
1) alguém alguma vez conseguiu ver as orelhas do Luís Represas?
2) tenho um ódio tremendo aos concertos com acesso, unicamente, através de convite: grande parte dos que lá estão, não queria estar (sem exagero); e há muitos outros que não foram bafejados pelo convite, que até 10 contos (sem exagero) tinham dado, para lá poderem estar.
3) como uma vez disse o keith richards sobre o mick jagger: "ele, sem as restantes pedras rolantes a tocar lá atrás dele, passa de "maior vocalista do mundo" para um reles cantor de fundo da tabela", também eu acho que o Represas, sem o Manuel Faria e o Gil, passa da melhor voz portuguesa (aí, juntamente com o Vitorino, mais coisa menos coisa), para o gajo mais enfadonho, chato e farsola da música lusitana.
4) ó luís, calças de ganga e sapatos de cabedal pretos, tipo lotusse? isso já não se usa há uns bons, sei lá, 10 anos? (imagino se a Cariño te tivesse visto. ai, ai...)
5) apesar do terra firme ser o "tal" album, continua a haver qualquer coisa no sepes que me deixa....

segunda-feira, outubro 16, 2006

Tugas

Duma vez por todas, vamos lá a ver uma coisa: quando se referirem ao numero de portugueses que integram a lista da Fifa dos candidatos a melhor jogador do mundo, é favor de não se referirem ao Deco como português.

O Deco tem habilitações para poder jogar na selecção portuguesa. Agora, pelo amor de deus, não o chamem português que o senhor é brasileiro. combinado?

Muesli vs Hamster

consegue alguém confirmar-me, assim sem qualquer réstea de dúvida, que o muesli e a comida para hamsters são duas coisas distintas?

Lianor

eu bem que avisei mas vocês quiseram ir com a coisa para a frente. tudo bem, vocês é que sabem.

parece que o raça da miúda já cá mora. parece que a coisa correu bem e tal.

segundo consta chama-se leonor e não hão-de faltar gajos das obras que a assobiem quando ela passe. outros haverá que lhe dirão, descalça vai para a fonte, lianor pela verdura, vai formosa e não segura, leva na cabeça o pote, o testo nas mãos de prata, cinta de fina escarlata, sainho de chamalote, traz a vasquinha de cote, mais branca que a neve pura; vai fermosa e não segura. (sinceramente, eu espero que ela não tenha cintas de fina escarlata que isso é uma bocado a modes que um tanto ou quanto, assim um bocado, entendes, não é? prontos é um bocado a cair pró floribela)

parece que a karla já está quase macérrima e pronta para outra. (vai haver outra, vai? vê lá se queres que te escreva outro daqueles conselhos, queres?) (se quiseres eu escrevo só para me rir com as pessoas que acharam que eu lia obras de pedopsiquiatras filipinos e do médio oriente. e olha que não estou a falar dos teus sogros, coitados!)

já sabes, com duas filhas tens mesmo de tratar de comprar uma caçadeira com cartuchos de sal, para mandares uns disparos nos cus dos malandros que andarem a rondar a tua porta. e olha que a zona de queluz/belas é fresca. ai é é!

pivete

andaram atrás de mim anos e anos para que eu lesse "o perfume". "e vais adorar. e aquilo é mesmo a tua cara e tal. e vai ser o melhor livro que já leste em toda a tua vida" promessas dessas foi o que ouvi ano após ano. depois de tantas insistências, acabei por ceder e lá li o raio do livro.

como previa revelou-se uma merda tremenda. (blhagr!!!!!) seguramente o mais sobrevalorizado dos livros que por aí andam - assim, ao nível do sobrevalor que dão aos do paulo coelho.

agora, vem aí o filme. porra que estes gajos não desistem. não tarda ainda vem o alquimista e fica a trampa toda despachada.

cheira-me (inicio de frase pertinente para este post) que não me vão apanhar numa sala de cinema onde esteja a ser projectado esse filme.

mais, tenho a certeza absoluta disso!

Galileu

Eu não consigo passar pela Livraria Galileu em Cascais, sem entrar e passar lá, sei lá aí uns 2 minutos.

Não, minto, 3 minutos. Assim é que é. 3 Minutos.


Bem vistas as coisas, são às vezes 4 minutos e ......... 37 segundos, pronto!

(hoje demorei aí uns 12 minutos. quase um quarto de hora. sou um homem sem palavra!)

sacos

se me saisse o euromilhões, das coisas que eu mais gostava que mudassem na minha vida - ok, depois das viagens (muitas, muitas), do tal carro, do tratamento na corporación dermostética, da casa nova (não precisa de ser muito grande, só precisa de ter, pelo menos, um quarto para eu brincar) -, era deixar de carregar sacos, saquinhos e caixas de cada vez que saio e entro em casa.

é incrível mas é verdade: eu não consigo sair de casa sem carregar uns 2 ou 3 sacos nem subir aquelas escadas (ainda por cima sem elevador) no final do dia alancado pelo peso da carga de mais uns 4 ou 5 sacos.

é que ninguém me aviso que isto de ser crescido ia ser assim.

fónix!

grande scolari

alguém sabe quantas vitórias teve a nossa selecção nos últimos 9 jogos?

não?

vá, eu dou-vos duas hipóteses: ou zero ou uma. ainda não sabem?

vá eu dou-vos outra dica, tivemos uma vitória frente ao poderoso azerbaijão. ainda não conseguem adivinhar?

(desculpem, eu sei que devo ter a pide à porta porque às vezes digo mal da nossa selecção, mas às vezes não me consigo conter.)
(já agora, se fosse o Manuel José, assim, por exemplo, o seleccionador nacional, poder-se-ia chamar a esta sucessão de resultados uma crise dos diabos, ou não?)

Drama 3º ato



Em Maio de 1989, regressava duma fantástica Queima das Fitas em Coimbra a cheirar a tabaco, a suor e a cerveja - foram quase 10 litros em menos de 48 horas -, luxuosamente instalado na 1ª classe do Alfa. No meu colo jaziam três discos vindos directamente da colecção da irmã mais velha (é sempre bom ter amigos com irmãs mais velhas) do meu amigo coimbrão - um ex-imigrante no Brasil -, o "Meus Amigos" do Chico Buarque, o "Cristal" da Simone, o Chico e Caetano ao Vivo ("A Rita levou meu sorriso, no sorriso dela meu assunto....") e o "Drama - 3º Ato" da Bethânia.

Os três primeiros já os tenho lá em casa em cd há muito tempo. Do último, ficou para sempre uma memória da inumerável quantidade de vezes que o ouvi durante esse mesmo verão. A ausência duma edição em cd (que eu saiba!) e o facto de não saber onde pára o raio da cassete, fez aumentar a saudade e o valor que essas músicas e, principalmente, aqueles textos declamados por aquela voz tão poderosa, têm para mim.

Durante este fim-de-semana, uma ou várias anónimas almas caridosas, tiveram a bondade de me disponibilizar uma conversão de vinil para mp3 deste mesmo disco.

Bom, eu confesso que não sei descrever o raio do arrepio que me passou pela espinha acima quando cliquei com o rato lá no play e ouvi o primeiro daqueles ficheiros. A verdade é que ainda não parei de o ouvir e afinal eu sabia que faltava um elemento aquela santíssima trindade que aludi há uns tempos. Eu sabia, porra. Mas não me lembrava.

Mas lembrava-me muito bem do início do lado B:

"Mora comigo na minha casa um rapaz que eu amo. Aquilo que ele não me diz porque não sabe, vai me dizendo no seu corpo que dança para mim. Ele me adora e eu vejo através dos seus olhos um menino que aperta o gatilho do coração sem saber o nome do que pratica. Ele me adora e eu o gratifico só com os olhos que o vejo. Corto todas as cebolas da casa, arrasto os móveis, incenso. Ele tem medo de dizer que me ama. E me aperta e mão, e me chama de amiga

Ah, esse cara tem me consumido
A mim e a tudo o que eu quis..."

Sei que isto faz pouco sentido para a maior parte das pessoas, mas também sei que há outras que sabem este disco de cor e salteado, de trás para a frente e, sei lá, de cima para baixo. Este último grupo sabe com certeza o que eu neste momento sinto.

quinta-feira, outubro 12, 2006

Fangido!

o Pinto da Costa, perdão, o Jorge Nuno Pinto da Costa (não conheço mais nenhum dirigente desportivo que seja tratado quase pelo nome completo. safou-se o Lima, vá lá!) disse que nunca tinha telefonado a nenhum árbitro.

eu lembro que esse senhor tem uma filha que exerce essa actividade.

porra, ó jorge, enganares o pessoal com as tuas entrevistas, a gente já está habituado, pá. mas queres-nos dizer que nem para a tua filha tu telefonas? pai desnaturado!

Marinho

Parece que a elsa fez uma nova tatuagem com o nome lá do senhor por quem está apaixonada.

que merda, a tipa não tem emenda. ainda há dias teve de se andar a esquartejar toda para tirar o nome lá do outro e já anda a pintar outra vez o corpo com o nome deste?

bom, deus queira, pelo menos, que o próximo (quê? aí daqui a 3 semanas ou coisa parecida?) também se chame mário. ou na pior das hipóteses, pronto.... sei lá.... romário!

senão, coitada, é um porradão de dinheiro só em tratamentos, pá!


7 anos depois...

... será que vou mesmo voltar a vê-los, assim ao vivo e a cores?

ai, fónix, nem acredito!

(merda, logo agora que já não fumo nem tenho isqueiro para acender lá naquelas músicas...)

quarta-feira, outubro 11, 2006

Petite* Demoiselle



Quando andava na escola primária, primeiro quis ser o Sandokan porque o gajo tinha a Mariana de beiço caído por ele. Mas como o meu colega Zé Alemão se antecipou e decidiu que ele é que era o herói barbudo, tive de me contentar em ser o Eanes (blhag!). Depois, lembrei-me que talvez fosse melhor ser o comandante John Koenig do Espaço 1999 porque eu achava que a Maya lhe queria dar uns beijos. Mais uma vez o Zé Alemão cagou para as minhas decisões e arrebatou o personagem para uso próprio. Tive de me contentar em ser o Alan ("ah e tal, ó Jaime, não vês que até és louro e tudo como ele?").

Dei então o meu grito de Ipiranga e, num acesso de fúria, tornei-me o Art Sullivan. Porra, assim não teria só uma, mas sim todas as gajas do mundo. No mínimo e nas calmas.

Lembrei-me disto porque ontem, por causa duma troca de emails, com mais uma dessas vagabundas escritoras deste mundo blogueiro, ela confessou-me que o seu primeiro amor musical tinha sido esse cançonetista (que palavra mais linda, caneco!) lá das terras dos avecs (lá está, eu tinha razão em querer ser o gajo). Logo de imediato, a minha saudade lá me fez recuar uns bons 30 anos, para os bailaricos da terra do meu pai, onde aí uns 50% das músicas eram do Art Sullivan e os restantes 50% eram repartidos com o Demis Roussos ou com o Combodia da Kim Wilde repetido ad aeternum.

Outros tempos.

Bom, o que agora me faz impressão é que não consigo tirar da cabeça esta (atenção, tem som) canção:

Hello, hello, petit demoiselle
Hello, hello, c'est une idée rebelle

Até já dei comigo a tentar acalmar o choro da minha filha a trautear isto, pá. Alguém que me dê uma marretada nos cornos para ver se isto passa.

Nota: como éramos uns putos muito, muito parvos (deixámos alguma vez de ser?) esta canção era habitualmente cantada da seguinte forma:

hello, helllo, pratinho de morcela
hello, hello, só quero uma rodela...


* Ai Bic, Bic, se não és tu não é mais ninguém, pá!