quinta-feira, setembro 27, 2007

ashes to ashes, funk to funky

"lembra-te ó homem que és pó e em pó te hás-de voltar". era com estas palavras do génesis que na quarta-feira de cinzas recebíamos umas pitadas daquele pó cinzento na cabeça. tenho-me lembrado diariamente delas desde que na minha casa se iniciaram as obras. já lá vão quase três meses e não vejo maneira daquilo apagar.

tem sido a minha penitência do ano. e da mesma forma que recebíamos as cinzas na tola em sinal de penitência também eu sinto aquele pó a pairar por tudo o que é sítio como símbolo do catano do esforço que temos de fazer enquanto as obras não terminam: são os orçamentos, são as dúvidas dos pedreiros, são os atrasos do pessoal da cozinha, são os electrodomésticos que vêm avariados, é a arquitecta que.... nah, essa não, essa é perfeita, são os azulejos que demoram a vir, são as ventax, os espelhos, os corrimãos, os pontos de luz, as coisas do ikea que estão esgotadas (odeio o ikea), os cortinados que não há (odeio cortinados) e... e o pó. o raça do pó teima em estar em tudo o que é sítio.

estou farto, mas fartinho de pó.

acho que devia haver alguma assistência psicológica à coisa. francamente, trauma das obras é algo que nos afecta a todos um bocadinho.

a mim afecta-me muuuuuito.

1 comentário:

voandobaixinho disse...

Há outro pó....um branco...que se inala e que te faz esquecer todos os outros pós.....não sei....