terça-feira, março 25, 2008

dois minutos antes do meio dia, três mil cento e quarenta gramas de martucha já cá cantam

para ela
sabes muito bem que eu não dou - nem darei - para o peditório do «ah e tal e quando temos um filho é que sentimos finalmente a felicidade suprema» ou «quem nunca teve filhos nunca se sentiu plenamente realizada(o)», por aí fora. a canalhada é importante, é sim senhora, mas não julgues que passarás a ser uma pessoa diferente e tal... tu sabes o que eu estou a dizer, não é?

mas...
mas sabes que será ela que te irá trazer, desde hoje em diante, as emoções mais giras que já sentiste. sim, vais ver, é giro. parece que elas vão esgravatar lá bem ao fundo, para nos fazer sentir tão bem, mas tão bem, que realmente só sentindo é que dá para avaliar.

vais gostar.

aliás, já deves estar a gostar, não é?

foram-te enchendo a cabeça com a cena do «goza enquanto podes», não foi? uma ova, acredita. não que eles não tivessem razão. mas é um acto reflexo, não leves a mal. somos nós que não conseguimos mesmo explicar e demonstrar o quanto é bom.

sabes também que eu não levo como certo aquelas coisas do «sai ao pai» ou «sai à mãe», ou «tem o feitio do tio». eh, balelas!

mas...
mas já viste se ela desata a adormecer com o polegar a empinar o nariz, enquanto se encosta a uma coluna de pedra qualquer? ou, quem sabe, desate a chinelar, casa fora, logo pela manhã, a fazer aquele vasqueiro, aquele txiiiiic, txiiiic, com a borracha a raspar no chão? ou a ressonar bi-direccionalmente? assim, a fazer barulho quando inspira e quando expira? é mau, não é? pois...
por outro lado, por esta mesma ordem de ideias, é capaz de sair uma criança mais calminha, sorna, sangue bom, porreirinha, que te deixa dormir e tal. não é capaz de ser mau, não senhora.

e mesmo que venha a nascer cheia de pêlo na venta, assim, sardenta e tal, é capaz de acabar por ser uma mistura gira, não?

ai e depois aquela cena do «ai que olhinhos tão bonitos» pela vida toda, coitada, não é? logo se vê. e não, não conseguirás ver assim, logo nestes primeiros dias. dá-lhe mais uns tempos.

contudo, recordo-te o seguinte, e isto é muito importante: a miúda é carneiro e dos avós para cima (de ambos os lados, não esqueças), é tudo forrado a transmontanices. sabes do que falo, não sabes? na dúvida indaga junto da minha mãe. ela apanha comigo há quase 39 anos (até me engasguei a escrever este número, pá.)

vá, não me posso alongar. tenho muito que trabalhar e ainda nem fui ao sótão buscar a espreguiçadeira. dá-lhe um beijo por mim.

hoje és mais feliz.


para ele
duas coisas:
- vi na loja gourmet do el corte inglés uma garrafa de dalmore - cara como o catano - mesmo apropriada para a ocasião. não exijo tanto. mas porra, uma mini, pelo menos, tens de me pagar, vale?
- queres uma mnemónica boa? ambas a 25, uma em março e outra em setembro. tens, portanto, festa de seis em seis meses lá em casa. já não esqueces mais a data. (pode ser que também eu decore duma vez por todas.) e esta? quem é amigo, quem é?

3 comentários:

Karla disse...

Oh pá :) Eles não se devem lembrar de mim, mas manda-lhes um grande beijinho e parabéns e tal e tal :)

(ai se sai à mãe!... o pai não vai ter mãos a medir)

Cláudia disse...

Adorava ser uma mosca para ver a Beatriz com ela!
Beijinho grande de parabéns à Cariño (ok, aos dois). Vida feliz para a Martucha.
(e beijos aos tios babados)

ccunha disse...

Bom dia para se nascer... também o meu nasceu a 25...
Muitos Parabéns!