a dona zulmira, minha professora da primária, deparou-se um dia com a falta, por doença, duma outra professora. por esse motivo, foram recambiados nessa manhã, uma maralhal de alunos que até andavam, julgo, uns dois anos à frente de nós.
nós éramos da 1ª classe, os outros eram, penso da 3ª ou até da 4ª classe. dentre esses alunos acolhidos, encontrava-se o magala e o vitinha podre. quem conhece(u) estes nobres personagens da minha terra, frutos duma apurada linhagem cigana, sabe que não eram, digamos, gente com quem podíamos deixar a caixa registadora aberta.
além disso, em vez dos prováveis oito ou nove anos de idade que alunos deste escalão têm, estes dois meninos, fruto dum invejável currículo de reprovações, andava, talvez já nos onze ou doze anos.
a certa e determinada altura estão o magala e o vitinha podre com a sua carteira repleta de lápis de cor. quando digo repleta, não me refiro a cinco ou seis objectos mas, talvez, a uns 50! questionados pela professora acerca da procedência daquele material escolar, a resposta foi um lacónico «sei lá!»
ali à sua volta, entretanto, tinham desaparecido os lápis de cor de quase todos os meus colegas, os quais, espertos, nem se atreverem a abrir o bico perante flagrante delito.
- sei lá, sei lá? eu já te dou o «sei lá»!
e sacando da sua régua assim, estilo wengé, desata a despachar reguada naquelas nalgas e naquelas mãos até os lápis estarem novamente nas carteiras dos seus devidos proprietários.
ora, quem conhece estes dois meninos sabe que se isto sucedesse em 2008 e não em 1977 a professora estava seguramente com os cornos partidos e meio baço a espreitar por uma fenda qualquer da barriga, previamente aberta por algum, eventual, objecto cortante que eles carregassem nas calças.
ao ver as imagens lá da professora do carolina michaelis apeteceu-me apontar o dedo à cambada de paizinhos que se lembraram, ao longo destes anos, de ir deixando recado lá pelas escolas por onde os meninos passaram «no meu filho ninguém toca. reguadas são coisas do tempo da outra senhora. há que implementar uma educação e uma pedagogia apropriada aos tempos que correm».
puta que os pariu!
nós éramos da 1ª classe, os outros eram, penso da 3ª ou até da 4ª classe. dentre esses alunos acolhidos, encontrava-se o magala e o vitinha podre. quem conhece(u) estes nobres personagens da minha terra, frutos duma apurada linhagem cigana, sabe que não eram, digamos, gente com quem podíamos deixar a caixa registadora aberta.
além disso, em vez dos prováveis oito ou nove anos de idade que alunos deste escalão têm, estes dois meninos, fruto dum invejável currículo de reprovações, andava, talvez já nos onze ou doze anos.
a certa e determinada altura estão o magala e o vitinha podre com a sua carteira repleta de lápis de cor. quando digo repleta, não me refiro a cinco ou seis objectos mas, talvez, a uns 50! questionados pela professora acerca da procedência daquele material escolar, a resposta foi um lacónico «sei lá!»
ali à sua volta, entretanto, tinham desaparecido os lápis de cor de quase todos os meus colegas, os quais, espertos, nem se atreverem a abrir o bico perante flagrante delito.
- sei lá, sei lá? eu já te dou o «sei lá»!
e sacando da sua régua assim, estilo wengé, desata a despachar reguada naquelas nalgas e naquelas mãos até os lápis estarem novamente nas carteiras dos seus devidos proprietários.
ora, quem conhece estes dois meninos sabe que se isto sucedesse em 2008 e não em 1977 a professora estava seguramente com os cornos partidos e meio baço a espreitar por uma fenda qualquer da barriga, previamente aberta por algum, eventual, objecto cortante que eles carregassem nas calças.
ao ver as imagens lá da professora do carolina michaelis apeteceu-me apontar o dedo à cambada de paizinhos que se lembraram, ao longo destes anos, de ir deixando recado lá pelas escolas por onde os meninos passaram «no meu filho ninguém toca. reguadas são coisas do tempo da outra senhora. há que implementar uma educação e uma pedagogia apropriada aos tempos que correm».
puta que os pariu!
3 comentários:
no nosso tempo, os nossos pais diziam para nos darem um "chega pra lá" se nos portássemos mal. agora virou tudo ao contrário, são até os filhos que batem nos pais. e está tudo bem com isso.
é um escândalo se na rua se dá uma palmada a uma criancinha mas a criancinha já pode ser malcriada e levantar a mão aos pais...haja pachorra.
Pois o meu irmão quando foi para o ciclo a minha mãe tratou logo de pôr os pontos nos i's e avisar as contínuas: se for preciso, dê-lhe! Um dia perguntou ao meu pai se os professores podiam bater nos alunos. Resposta "se não podem deviam poder".
Até hoje não sei o porquê da pergunta... :)
a senhora professora era fina, ja usava réguas de wengue. Muito à frente.
Enviar um comentário