por motivos que não lembram ao diabo - e que eu não posso publicamente contar - fui ver o Estrela da Amadora-FCP da época passada, no camarote presidencial do estádio da luz - a chamada catedralzeca - nada a ver, pois, com a basílica, claro! (vá, não se irritem, estava a brincar).
às tantas chega-se à minha beira a arrumadora que me pede para lhe mostrar o convite. lá mostrei a coisa e segredei-lhe:
- olha, bem sei que me tens de sentar lá à frente ao pé do jnpc, do raposo e do dias teixeira, mas deixemos-nos de complicações que eu vou ver a bola daqui do pé da máquina das imperiais, ok?
ela, gira, boa - todos nós já a vimos nua, ora - e compreensiva, anuiu.
dias mais tarde vejo numa revista que ela era relações públicas. ora eu estranhei a coisa. até porque havia um senhor que morava na silveira peixoto, já perto da entrada do campo do padre e que fazia o mesmo trabalho que a dita senhora mas só que no cinema império. e acreditem, nunca ninguém, lá no bairro, disse que o senhor era relações públicas do império. nem sequer do cinema estúdio, por exemplo. acho mal.
adiante.
a profícua leitura durante as férias das denominadas revistas cor-de-rosa, fez-me atentar para um fenómeno giro, agora não há ninguém que não seja empresário. a paxaxa é empresária, a faticha é empresária, o benado (dizem que se escreve bernardo, confesso que nunca as ouvi dizer o érre lá do meio) é empresário, a bixuxa é empresária, todos e todas são empresárias. e isto, meus amigos não é culpa delas. a culpa é do famoso governo do nosso presidente da república (ou terá sido o ernani lopes?) quando introduziu o estatuto do empresário em nome individual. para os mais distraídos, é o pessoal do recibo verde. ou seja, se és canalizador e passas um recibo verde, és empresário; se andas a fazer massagens daquelas em que os dedos roçam ao de leve pelos tomates dos clientes, és empresária; se andas a tirar ervas daninhas do jardim, és empresário; se fazes seja lá o que for, és empresário. desde que emitas o recibinho, meu amigo, és empresário. assim, se tens um café que serve empadas e quiches da tia, também és empresária; se tens uma loja de flores, também és empresária, portanto, a palavra empresa acaba por enquadrar a tiasada toda que aparece aí pelo social.
E EU SINTO-ME LUDIBRIADO, FODA-SE!
porque se eu andei duas semanas a penar numa tipografia, enquanto encadernava suplementos do expresso e passava o recibito da ordem, bem que podia ter dito à chavala que estava na esplanada da carcassone, lá em alvalade, que eu era empresário em vez de ter dito que era biscateiro. talvez a gaja não tivesse bazado para outra mesa.
e quando aquela outra, anos mais tarde, numa noite de santo antónio, me perguntou o que é que eu fazia, eu, parvo, em vez ter dito que era empresário, fui afirmar que andava de porta em porta a fazer inquéritos de satisfação de produto. é claro que a moça foi comer sardinhas para outro lado, certo?
acho errado, porra!
é por essas e por outras que eu tento, na medida do possível, adaptar-me aos tempos modernos. por isso é que o meu querido quim carteiro, será sempre e para sempre "técnico de distribuição postal - é assim, não é quim? -; aquela miúda que ontem na reportagem da sic andava a guardar cabras na serra da estrela, deixa de ser uma pastora e passa a ser "técnica de segurança pecuária" ou até os famosos almeidas - ó gonçalves, sabias que o pires, quando era puto, queria ser almeida? - devem ser tratados como "técnicos de recolha de resíduos sólidos urbanos"
da-se!
às tantas chega-se à minha beira a arrumadora que me pede para lhe mostrar o convite. lá mostrei a coisa e segredei-lhe:
- olha, bem sei que me tens de sentar lá à frente ao pé do jnpc, do raposo e do dias teixeira, mas deixemos-nos de complicações que eu vou ver a bola daqui do pé da máquina das imperiais, ok?
ela, gira, boa - todos nós já a vimos nua, ora - e compreensiva, anuiu.
dias mais tarde vejo numa revista que ela era relações públicas. ora eu estranhei a coisa. até porque havia um senhor que morava na silveira peixoto, já perto da entrada do campo do padre e que fazia o mesmo trabalho que a dita senhora mas só que no cinema império. e acreditem, nunca ninguém, lá no bairro, disse que o senhor era relações públicas do império. nem sequer do cinema estúdio, por exemplo. acho mal.
adiante.
a profícua leitura durante as férias das denominadas revistas cor-de-rosa, fez-me atentar para um fenómeno giro, agora não há ninguém que não seja empresário. a paxaxa é empresária, a faticha é empresária, o benado (dizem que se escreve bernardo, confesso que nunca as ouvi dizer o érre lá do meio) é empresário, a bixuxa é empresária, todos e todas são empresárias. e isto, meus amigos não é culpa delas. a culpa é do famoso governo do nosso presidente da república (ou terá sido o ernani lopes?) quando introduziu o estatuto do empresário em nome individual. para os mais distraídos, é o pessoal do recibo verde. ou seja, se és canalizador e passas um recibo verde, és empresário; se andas a fazer massagens daquelas em que os dedos roçam ao de leve pelos tomates dos clientes, és empresária; se andas a tirar ervas daninhas do jardim, és empresário; se fazes seja lá o que for, és empresário. desde que emitas o recibinho, meu amigo, és empresário. assim, se tens um café que serve empadas e quiches da tia, também és empresária; se tens uma loja de flores, também és empresária, portanto, a palavra empresa acaba por enquadrar a tiasada toda que aparece aí pelo social.
E EU SINTO-ME LUDIBRIADO, FODA-SE!
porque se eu andei duas semanas a penar numa tipografia, enquanto encadernava suplementos do expresso e passava o recibito da ordem, bem que podia ter dito à chavala que estava na esplanada da carcassone, lá em alvalade, que eu era empresário em vez de ter dito que era biscateiro. talvez a gaja não tivesse bazado para outra mesa.
e quando aquela outra, anos mais tarde, numa noite de santo antónio, me perguntou o que é que eu fazia, eu, parvo, em vez ter dito que era empresário, fui afirmar que andava de porta em porta a fazer inquéritos de satisfação de produto. é claro que a moça foi comer sardinhas para outro lado, certo?
acho errado, porra!
é por essas e por outras que eu tento, na medida do possível, adaptar-me aos tempos modernos. por isso é que o meu querido quim carteiro, será sempre e para sempre "técnico de distribuição postal - é assim, não é quim? -; aquela miúda que ontem na reportagem da sic andava a guardar cabras na serra da estrela, deixa de ser uma pastora e passa a ser "técnica de segurança pecuária" ou até os famosos almeidas - ó gonçalves, sabias que o pires, quando era puto, queria ser almeida? - devem ser tratados como "técnicos de recolha de resíduos sólidos urbanos"
da-se!
2 comentários:
Havia um "almeida" na minha rua, lembras-te? o jorginho rabeta varria no bairro de alvalade.
Eh pá, desculpa lá mas não posso deixar passar isto. A reportagem que deu ontem parece que já tinha dado(não tinha visto ainda) que coisa deprimente. Pior que os "dejeimerde-xe" da mãe e os "puta cus pariu" do pai, foi a maneira de conduzir a entrevista por parte do jornalista, "e tu pensas em quê? sonhas com rapazes? queres ir para a escola para perto dos rapazes? Não consegui perceber.Aliás, faz lembrar uma coisa que só posso descrever em circuito fechado, porque este blog é um espaço decente e eu não estou aqui para avacalhar;-)
É essa reportagem da SIC já deu umas poucas vezes.
E engenheiro, pá?!
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