a travessia da alameda para o meu bairro, a pé pela rotunda das olaias, tornou-se um pesadelo bem pior do que quando o fazíamos através da extinta recta da veríssimo sarmento.
quer em dias de sol ou em dias de chuva, o facto de termos de efectuar o arco da rotunda, ali, desamparados, sob um calor do caneco, sem uma única sombra, ou sob aqueles temporais chuvosos, sem o muro da referida veríssimo sarmento para nos proteger dos ventos que circulavam pelo vale, era uma coisa do catano.
utilizei sempre, nestes dois parágrafos, os verbos no pretérito porque, felizmente, já não faço aquele trajecto e, graças a deus, quando o faço é já recolhido dentro dum popó.
hoje, decidi ir, lampeiro, ao banco, convencido que o cabrão do outono e mais a filhadaputa da chuva não me iriam apoquentar. convenci-me e fodi-me. às tantas os pinguinhos tranformaram-se em torneiradas e apanhei uma molha daquelas, até conseguir me resguardar sob um toldo dum tasco das redondezas. para agravar a coisa, soprava uma daquelas brisas que nos fornicam o sistema.
foi, pois, nessa altura que recordando outros tempos, me apareceram na alma, as sábias palavras dum maduro, que por nós se cruzou, ali junto à paragem dos fotógrafos, numa manhã de temporal, vindo do eixo alameda-picheleira e que soltou as sábias palavras:
- foooooda-se! rotunda das olaias com chuva tocada a vento, é de caralho!
há aqui elementos nesta frase que me fazem ter um certo carinho por ela. para já a ausência do artigo definido antes de "rotunda". depois uma espécie de elipse, quando o autor, renega o subentendido "fazer a..." que possa classificar a acção efectuada na rotunda das olaias. no fim, outra elipse, quando deixa suspensa a exclamação "é de caralho!". os receptores presentes, habituados a esta linguagem e a este superior português, subentenderam também que na mente do emissor se encontrava registada a intenção de classificar aquele " de caralho" como sendo um "de caralho para cima!".
"de caralho para cima, é o último nível das dificuldades da vida. temos pois: o difícil, o custoso, o muita custoso, o lixado, o impossivel, o fodido, o é de caralho e por aí acima. resumindo e concluindo para quem ainda não entendeu a coisa: "foda-se! (pode ser substituído por "safa!" ou mesmo "livra!"), fazer a pé a rotunda das olaias levando com chuva balançada a vento no esqueleto, é de caralho para cima!
quer em dias de sol ou em dias de chuva, o facto de termos de efectuar o arco da rotunda, ali, desamparados, sob um calor do caneco, sem uma única sombra, ou sob aqueles temporais chuvosos, sem o muro da referida veríssimo sarmento para nos proteger dos ventos que circulavam pelo vale, era uma coisa do catano.
utilizei sempre, nestes dois parágrafos, os verbos no pretérito porque, felizmente, já não faço aquele trajecto e, graças a deus, quando o faço é já recolhido dentro dum popó.
hoje, decidi ir, lampeiro, ao banco, convencido que o cabrão do outono e mais a filhadaputa da chuva não me iriam apoquentar. convenci-me e fodi-me. às tantas os pinguinhos tranformaram-se em torneiradas e apanhei uma molha daquelas, até conseguir me resguardar sob um toldo dum tasco das redondezas. para agravar a coisa, soprava uma daquelas brisas que nos fornicam o sistema.
foi, pois, nessa altura que recordando outros tempos, me apareceram na alma, as sábias palavras dum maduro, que por nós se cruzou, ali junto à paragem dos fotógrafos, numa manhã de temporal, vindo do eixo alameda-picheleira e que soltou as sábias palavras:
- foooooda-se! rotunda das olaias com chuva tocada a vento, é de caralho!
há aqui elementos nesta frase que me fazem ter um certo carinho por ela. para já a ausência do artigo definido antes de "rotunda". depois uma espécie de elipse, quando o autor, renega o subentendido "fazer a..." que possa classificar a acção efectuada na rotunda das olaias. no fim, outra elipse, quando deixa suspensa a exclamação "é de caralho!". os receptores presentes, habituados a esta linguagem e a este superior português, subentenderam também que na mente do emissor se encontrava registada a intenção de classificar aquele " de caralho" como sendo um "de caralho para cima!".
"de caralho para cima, é o último nível das dificuldades da vida. temos pois: o difícil, o custoso, o muita custoso, o lixado, o impossivel, o fodido, o é de caralho e por aí acima. resumindo e concluindo para quem ainda não entendeu a coisa: "foda-se! (pode ser substituído por "safa!" ou mesmo "livra!"), fazer a pé a rotunda das olaias levando com chuva balançada a vento no esqueleto, é de caralho para cima!
Sem comentários:
Enviar um comentário