domingo, novembro 12, 2006

reviver o passado da avenida de roma



eu não sei se o mike gayle é o meu escritor favorito, sei é que quando acabo um livro dele fico logo em broa porque tenho de esperar, pelo menos um ano, até que saia o próximo.

o turning thirty foi um livro que me marcou por duas ou três maneiras: porque o li em 2001 durante umas valentes férias em benidorm - ai aquele cais do sodré.... -, porque foi o primeiro livro que li em lingua inglesa - e isto faz toda a diferença numa pessoa que nunca tirou uma positiva a línguas - e porque há lá uma parte que ainda é um valente pancada para mim: a determinada altura o personagem principal do livro regressa à sua escola secundária porque se vai realizar uma festança com música dos anos 80 e onde tem oportunidade de rever um porradão de caras conhecidas que já não via há imensos anos. recordo-me que na altura em que li essa parte a associei imediatamente a uma festa que houve lá no pavilhão da minha escola, num sábado de manhã (ok, eu sei a data mas não vou aqui dizer), onde pedi namoro à sofia, a minha primeira namorada pós-escola preparatória. e ela aceitou. nessa festa, tocaram, salvo erro, os sétima legião. na parte da manhã houve música dançante, olarila. e eu sempre sonhei que poderia voltar a haver uma festa assim.

não, não vai haver uma festa dos anos 80 na minha mui nobre rainha dona leonor. até porque seria muito muito chato, voltarmos a assistir àquela novela que fez furor na altura, que era o salame andar à porrada lá com aquele outro gajo parecido com o bono, todas as quartas-feiras à tarde, durante cerca de 4 ou 5 semanas consecutivas. vai haver uma coisa muito melhor.

mas deixem-me lá continuar a coisa.

há precisamente 20 anos, no outono de 1986, é fundada uma turma levada da breca que tinha um ambiente francamente muito além. eu fiz parte dessa turma durante um ano e meio e mantenho uma inestimável saudade de todos esses dias que passámos juntos. como disse ali em cima, não é nenhuma festa que se vai organizar, mas quis o destino que um dos meus sonhos cinematográficos se viesse a realizar. não, não me vou postar em frente à casa da minha gaja de braços levantados e cantante em altos berros a tocar o in your eyes; também não vou dar com um saco cheio de latas nas fuças do gajo que me tentou roubar um relógio ali para o lado do apeadeiro do areeiro e muito menos vou beijar a ally sheedy. o que vai acontecer é um simpósio num restaurante com malta amiga e muito maluca que já não se encontra há muito muito tempo.

é o grande (inginheiro) pedro nápoles que tem as rédeas da organização do evento. eu não sei como é que aquilo vai começar. desconfio que será um desfilar de grandes abraços e beijinhos, muitos "eh pá estás na mesma!", outros "ah meu malandro que saudades do camandro" e com certeza alguns "então e filhos, já tens? mostra aí as fotos, pá!". já agora, eu que saiba que vêm com merdas do gánero "então essa barriguinha, pá?" ou "que cabelos brancos são esses, man?" ou "sempre comeste a menina dos óclos vermelhos?"

o malandro do inginheiro nápoles não se quer descoser quanto ao número e ao nome dos presentes mas já me deu algumas dicas. há pessoas que eu não vejo há 18 anos, outros há 15 anos e acho que aquele que eu vi mais recentemente, se a memória não me atraiçoa, foi há cerca de 10 anos (bom , há um que vejo com regularidade. mas esse é da família porra, não conta). e eu nem acredito que vou rever grandes camaradas e alguns bacalhaus daquele tempo.

eu ainda não acredito que vou rever o meu querido gonçalo
(o meu amigo. loiro como eu, big-nose como eu (ou melhor, perfil vincado) e de olho claro como eu. o rapaz que foi meu colega de turma durante mais tempo que todos os outros. companheiro do pastelinho de vialonga, de defesa do dnipropetrovsk, do roubo do copo do atéquenfim, de pista do clube roma, springfellows e até do news etc. saudades, pá!)

o mira
(o verdadeiro conde do redondo. que me apresentou o sr. fonseca do lua nova. que qual turiferário de incenso na mão me apresentou umas quantas capelinhas do bairro alto e da graça. que me disse coisas que nunca mais me esqueci. companheiro dumas valentes cóboíádas na sua dt. e a pessoa que um dia me disse: "não gostas de tinto, pois não? então isso agora acabou. vais beber uma garrafinha lá do vinho do meu pai. e de hoje em diante não tornas a dizer que a cerveja é melhor que o vinho." acabei a noite bêbado e a ouvir um disco dos nitty gritty dirt band)

o nápoles
(parceiro da música alternativa. o craque académico da turma. o inginheiro da coisa. não me consigo esquecer que eras capaz de tocar o true faith no berimbau de boca do osmar. tu lembraste disso, pá?)


o peixoto
(outro irmão. este era parceiro das coisas mais disparatadas que havia possibilidade de fazer. chegou, salvo erro, a ir comigo e mais outro malandro desta turma, furar preservativos com um alfinete para aquele supermercado que havia ali ao lado do luanda. estavas lá não estavas? ó cabrão, não te baldes ok? ou precisas que a gente vá aí à madeira buscar-te por uma orelhinha?)

e se fosse possível, estava aqui a noite toda a contar histórias daquele tempo, mas quero-me ir deitar e estou cheio de sono. quero também é que o pessoal não invente merdas para se baldar à janta. quero erguer os copos e sentir os ossos do capristano, do pã (grande baptista), do miguel serra, da alice, da carlinha (continuas aquele charme, ó tolinha?), rever o luis mário, etc.....

estou ansioso e não digo mais nada.

20 anos????? já????? fónix!

1 comentário:

Anónimo disse...

O 'True Faith' no berimbau... :) Estava a milhas dessa. Mas lembrei-me! Tb estou em pulgas para rever a malta, e de relembrar histórias como as que contas aqui em cima. :)
Festas dos Anos 80 eram as 'nos' Anos 80, não? :)
Ocorreu-me agora uma coisa: presentemente, estamos nos anos quê? 00 (zero)? Boa pergunta...
Abraço!