a coisa aconteceu há 16 anos, no porto, quando lá vivi por altura da minha vida militar, vulgo tropa-macaca.
quando frequentávamos a escola de cabos as saídas nocturnas passaram a ser facilitadas. assim, o meu camarada fernando sousa, portista roxo, lembrou-se de me alertar: jaiminho, hoje a janta é lá em minha casa.
e quando eles dizem as coisas desta forma não há mais nada a dizer: vais e não bufas. e lá fomos, em direcção a rio tinto jantar com a família sousa.
lá chegados, fui efusivamente cumprimentado pela mãe e pela irmã que me ofereceram de tudo e mais alguma coisa para que enchesse logo de imediato o bandulho, apenas com "umas coisinhas para aquecer a pança". o pai, estranhamente, não me dirigia a palavra. não percebi qual a razão do problema mas pronto, não quis entrar em detalhes, não é?
estava a começar então a parte do jantar propriamente dita - já eu estava empanturrado até cá em cima - quando o sousa, lá em casa tratado por náundo, se lembra de dizer em voz alta: ó pai, aqui o jaiminho é portista.
nessa altura o senhor levanta a cabeça, arregala os olhos e exclama em voz muito alta:
- fuóda-se, cuarálho! e não dizias nada náundo? um gajo que é mouro e tripeiro merece o meu respeito. ah campeão, dum caneco.
e virando-se para a o filho que estava sentado à sua beira, continua:
- traz-me aí o copo das visitas especiais e troca de lugar ali com o teu camarada.
depois, virando-se para mim, exigiu:
- jaiminho, vá, senta-te aqui na minha beira.
e lá passei o resto do jantar, a levar grandes palmadas nas costas ao som da frase "mouro e tripeiro! é obra, carago!" enquanto bebia umas sagres, pelo copo das visitas especiais: um copo alto, bastante trabalhado e com a cara do fernando gomes a beijar a bota de ouro.
quando frequentávamos a escola de cabos as saídas nocturnas passaram a ser facilitadas. assim, o meu camarada fernando sousa, portista roxo, lembrou-se de me alertar: jaiminho, hoje a janta é lá em minha casa.
e quando eles dizem as coisas desta forma não há mais nada a dizer: vais e não bufas. e lá fomos, em direcção a rio tinto jantar com a família sousa.
lá chegados, fui efusivamente cumprimentado pela mãe e pela irmã que me ofereceram de tudo e mais alguma coisa para que enchesse logo de imediato o bandulho, apenas com "umas coisinhas para aquecer a pança". o pai, estranhamente, não me dirigia a palavra. não percebi qual a razão do problema mas pronto, não quis entrar em detalhes, não é?
estava a começar então a parte do jantar propriamente dita - já eu estava empanturrado até cá em cima - quando o sousa, lá em casa tratado por náundo, se lembra de dizer em voz alta: ó pai, aqui o jaiminho é portista.
nessa altura o senhor levanta a cabeça, arregala os olhos e exclama em voz muito alta:
- fuóda-se, cuarálho! e não dizias nada náundo? um gajo que é mouro e tripeiro merece o meu respeito. ah campeão, dum caneco.
e virando-se para a o filho que estava sentado à sua beira, continua:
- traz-me aí o copo das visitas especiais e troca de lugar ali com o teu camarada.
depois, virando-se para mim, exigiu:
- jaiminho, vá, senta-te aqui na minha beira.
e lá passei o resto do jantar, a levar grandes palmadas nas costas ao som da frase "mouro e tripeiro! é obra, carago!" enquanto bebia umas sagres, pelo copo das visitas especiais: um copo alto, bastante trabalhado e com a cara do fernando gomes a beijar a bota de ouro.
4 comentários:
LOLOL
(tão tipico!!!)
Não seria uma Super Bock?!
Pipa, acabaste de me dar uma excelente pista...é agora que os porteiros(perdão, portuenses) me vão aceitar como conterrânea: vou andar a dizer ostensivamente que sou portista (na verdade odeio futebol, portanto não estarei a trair nenhuma ideologia por aí além).
hoje em dia o copinho seria do Bítor, o Baía...e até eu gostava de beber por esse copo, para o ver afogar na Super Bock (passo a publicidade)!
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