segunda-feira, novembro 13, 2006

adormecimento mundial dos pólos

musicalmente falando, eu não tenho muita paciência para aquela coisa do "não se deve dizer não presta, deve-se dizer não gosto!" acho isso uma valente bodega. para mim é não presta e mais nada!

eh pá, ó jaime, mas há coisas que não gostas mas que têm qualidade, não?
pois, não mesmo! caguei pr'á qualidade, não gosto e acabou-se.

há uma secção, uma diocese musical que me tira do sério.




mas antes, um introduçamento. sou incapaz de dizer que gosto deste cantor ou daquela banda quando na realidade só lhes conheço uma, duas ou, vá lá três músicas. muito menos digo que "sim, conheço bem!", ok?

se eu gosto do your heart keeps burning, não posso dizer que gosto dos blind date porque na realidade não conheço mais nada desses gajos. só mesmo essa música, não é? o mesmo se passa quando gosto, por exemplo, do nothing like the sun - e gosto muito - mas odeio de morte todos os restantes discos do sting. por outro lado, esse apreço pelo referido album não faz de mim um fã da carreira a solo desse senhor (e o facto de ter aqui mencionado "carreira a solo" faz todo o sentido).

pode haver também o caso de gostar duma determinada música que até é porreirinha e tal, mas ao ouvir muitas desse género - e até do mesmo grupo ou cantor - provoca-me uma agonia tremenda, trazendo a essa avaliação a frase "estucha do caraças". refiro-me, por exemplo.... oh pá sei lá, deixa cá ver.... hummm, o to die a virgin ou o driving you slow, pronto, vá lá!

lembrei-me disto porque há uma música - duma banda que que eu até respeito e gosto, digamos, bués, os rem - que eu acho a maior seca do mundo. é seguramente a mais entediosa da década de 90. estou a falar do everybody hurts. para agravar a coisa, eu julgo que essa canção funcionou como um vírus que depois se propagou pelos seguintes 15 anos, até aos nosso dias.

é sempre dela que eu me lembro quando ouço a maior parte da música que passa actualmente na rádio.

se eu ouço um anúncio de operadoras de telemóveis, lá estão elementos dessa música; eu ouço os coldplay e lá vem a pianada e os violinos outra vez à memória; se depois tocam os keane, tunga, mais hurts ao barulho; james blunt, ui! arrepio; radiohead (aquele ok, computer....) mais bedum; snow patrol, então desde que este grupo passou a ser um pequeno fetiche para as direcções das rádios, são vómito certo; os mercury rev, blah; o sufjan, pois...; até os "cotovelo", os muse e mais ó caneco, têm coisas que se parecem com o everybody hurts.

eu pergunto, isto vai acabar um dia ou não? estarei condenado a trancar as portas em 1989 e a deixar passar apenas os depeche mode, o jamiroquai, alguns black crowes, poucos suede e, vá lá, o lenny kravitz?

dá vontade de ir para a porta das rádios com uma carrinha cheia de amplificadores, sub-woofres e afins, e pôr o Immigrant Song em altos berros para enxotar esta manada de músicas, da mesma forma que jesus expulsou os vendilhões do templo "ah aaaaa ahhhhh........."


nota:
1) aceito que os flaming lips tenham coisas também parecidas com o everybody hurts. mas atenção, esse gajos são 50-50. metade das músicas não valem um caralho e a outra metade são de caralho para cima. respeito, ok?
2) um dia faço um post sobre os gift, os madredeus e a mariza: as três principais razões para eu não comprar música portuguesa. (muito menos sacar da net) os três principais gregues nacionais. ai, minha nossa senhora da agonia!

2 comentários:

Cláudia disse...

Não concordo com este, com o post abaixo e com o do Kiefer, mas tu gostas mesmo é que a malta discorde, certo? ;o)
Beijo.

BlueAngel aka LN disse...

Estou contigo. Não há pachorra para o Everybody huerts! nenhuma mesmo!