domingo, novembro 05, 2006

aliançados



eu nunca alinhei muito nessas fantochadas dos católicos "não praticantes", dos que dizem que "eu cá tenho a minha religião" ou dos que se dizem católicos mas não frequentam a igreja e afirmam que "eu cá tenho a uma forma especial e muito própria de falar com deus". por isso eu afirmo desde já que não sou católico, já fui e posso muito bem voltar a ser. mas de momento não sou.

contudo, por já ter sido, sempre me fez impressão e sempre me chocou bastante, certas manifestações católicas praticadas por ateus. a que mais me tira do sério é ver algumas pessoas casarem com cerimónia matrimonial apenas porque é bonito ou porque gostam dos rituais. se não sabem o que estão a fazer é melhor estarem quietinhas. mas não brinquem com estas coisas.

o meu querido rui e a minha querida susana (a ti cariño), são duas pessoas que não pertencem ao grupo que descrevi naquele parágrafo mesmo aqui acima. como já não sabem o que hão-de fazer ao excesso de amor que paira lá em sua casa, perderam por completo o juízo e, para acicatar ainda mais essa paixão, lembraram-se de ir à ourivesaria lá do bairro comprar duas argolas de ouro para enfiarem dedo abaixo.

eu tenho mas é cá para mim, que eles já não sabem é que pretextos hão-de arranjar para ver o seu gang de amigos juntos. vai daí, vieram com uma conversa qualquer, a dizer e tal, que agora por alturas do s. martinho, era uma boa ocasião para a gente ir vê-los a trocar as tais alianças. mariquices!

para disfarçar a coisa, lembraram-se que de organizar um almoço para um pequeníssimo grupo de amigos a fim de melhor disfarçar o acto lá das alianças. espeeeeertos!

bom, calha de caminho eu ter tido a sorte deles me terem escolhido como amigo há cerca de 10 anos.

calha de caminho também, eu estar incluído nessa restrita lista de convidados.

ele, o noivo, faz parte daquelas pessoas por quem a minha filha se derrete, cora de vergonha e se esconde encavacada quando lhe aparece à frente (achavas que eu me ia pôr aqui a destilar histórias nossas, não? estávamos bem fod...lixados) e só por isso merece o meu respeito; ela teve a paciência de me aturar como companheiro durante uns anos valentes, numa prova bem provadinha que, como no futebol, também nas relações humanas às vezes acontece taça. uma gaja como ela, linda de morrer, toda grossa, com pinta de "bifa camón" a namorar com um mastronço como eu, só mesmo comparado à eliminação do vitória de guimarães pelo cabeça gorda que ocorreu há uns anos valentes. também ali houve taça.

o destino tem destas coisas e, infelizmente, roubei-lhe a possibilidade de prolongar esse namoro por muito mais tempo. em contrapartida - e agora é que vem a parte boa - apresentei-lhe o homem (ainda por cima todo jeitoso, olecas! pronto, ok, tu também és linda de morrer. tu sabes que és, não é?) que se lembrou de se apaixonar por ela (o tal das alianças que falei há pouco) - correu um boato que noutras quintas-feiras, ele era meu namorado (imagine-se!), durante a carreira "carrita-cena de copos-álcool puro-plateau" - , ofereci-lhe de mão beijada uma amiga como ela poucas tem, uma sobrinha dedicadíssima (no futuro, se ela me disser que ficou a dormir em tua casa quando na realidade esteve foi a desmamar meninos na vinte e quatro de julho ou em santa apolónia, tu vais cobri-la e mentir-me, não é? já estou a ver o filme todo...) e um super-amigo como não terás jamais (moi-même).



parece que já cobre os prejuízos, não?

2 comentários:

Anónimo disse...

gostei, gostei.

Zuza disse...

és tão, mas tão moderninho!!! :D