quarta-feira, junho 11, 2008

sou...

camionista, sou o maior. tenho a minha auto-pista onde sou rei e sou cantor.

estou ao telefone com um cól centâr enquanto vou espreitando pelo canto do olho, o nosso jogo através da álja zira. um mimo, imagem mais pixelada que sei lá o quê. sempre com a vantagem do petit me parecer tão giro quanto o miguel veloso lá no banco. entretanto, enquanto espero - passo a vida óne olde - vêm-me à memória as imagens
dos camionistas, que vou assistindo nos telejornais.

ou é da minha vista (e dos meus ouvidos) ou dá-me ideia que há por ali uma passividade policial assim, ao nível da sucedida lá na cena dos trangénicos. ou seja, ou fazes greve ou levas nos cornos:

- senhor camionista e se o motorista não quiser parar? - pergunta da jornalista
- tem de parar. tem de parar, caraças! e se não parar tenho uma conversinha com ele.
- e se mesmo assim ele não pretender fazer greve?
- bom, nesse caso temos de tomar outras medidas para que ele faça greve.
- que medidas, senhor camionista?
- bom, isso depois logo se vê. mas pára, tem de parar!

não sei quem é que tem razão nesta coisa dos camionistas, mas enquanto houver pessoas que não possam trabalhar porque há uns quantos camionistas que os apedrejam e tal, na minha terra, para esses casos, chama-se a bófia, não?

quer-se dzer: andou a geração dos meus pais a lutar para que houvesse direito à greve e vêm-me estes caralhos foder-nos o direito à não greve?

puta que os pariu, é mandar a bófia para cima deles?

quero ver se o governo tem colhões para se aguentar à bronca. vale uma aposta que se as coisas continuarem assim, têm meio povo contra eles?

repito, nem sei quem tem razão nestas coisas, mas obrigar trabalhadores a fazer greve... para mim está tudo dito.

1 comentário:

Clara disse...

Uma conversinha ou atropela-o. Realmente n sei do que estão à espera, parvalhões dos súcias.