terça-feira, novembro 25, 2008

momento da verdade

você vai a como a quem vai, pronto, assim do i cê dezanove para a damaia e num repente o carro pára. olha para o tablier e vê que realmente o depósito está mesmo a zeros. está uma chuvada do caneco e você tem as suas gémeas bebés no banco de trás. por sorte, lembra-se que há um garrafão velho do porta bagagens. tem de ir até à bomba abastecer mas não pode carregar com as crianças porque elas farão uma birra descomunal e além disso não conseguiria trazer tudo ao mesmo tempo. já para não falar que as crianças por causa da molha da chuva apanhariamgripalhada na certa.

entretanto uma pessoa ali daquele bairro mesmo, mesmo, mesmo ali ao lado, pára o seu tunning luminoso junto do seu carro, abre o vidro, ajeita a pála do boné, coça a orelha e o diamante que lá está preso, baixa o volume do rádio e pergunta:

- ô dréd! qui'stás fazendo aqui parado?

você explica-lhe a situação tin-tin por tin-tin, duma forma educada e civilizada.

ele então diz-lhe:

-se tu quiseres, órientas-me aí 20 euros que eu vou ali à bomba safar-te disto, queres? mas tens de me dar também mais outros 20 para eu ir comprar também um panfleto. para render mais logo, considera como sendo uma comissão. eu depois ligo-te mais tarde e devolvo-te esses 20 euros.

você diz que sim, diz que não ou diz que sim a medo?

e se em vez do rapaz bronzeado - como diz o berlusconni - parasse um destes senhores, com uma conversa idêntica. como reagiria?




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