sexta-feira, maio 14, 2010

a picheleira é linda



dois ou três pormenores que atestam que esta imagem foi captada durante a década de oitenta lá na minha aldeia:

- primeiro que tudo ser uma foto de uma mesa de aniversário. tenho pena, sou das poucas pessoas que ainda gasta uma das fotografias do rolo com uma imagem panorâmica da mesa.

- garrafas da sumol com rótulo impresso na garrafa e não em papel. aliás se há coisa que a sumol parou no tempo é mesmo com a sua imagem: feia, ultrapassada, bafienta. agora estão aí com uma campanha publicitária que não lembra a ninguém. pronto, lembra a quem a pagou e a quem facturou. a fruto real, com a colecção de imagens do homem aranha  no interior das caricas, estava, em 1981 (ou antes, talvez), uns 36 anos à frente da sumol.

- minis sagres das antigas. bem sei que é um pleonasmo dizer mini e sagres, mas pronto, está dito!

- carcacinhas sem buracos no seu interior. qual pão de leite qual carapuça, levas pão e vais com sorte.

- leitão? olha, olha, leitão, espera lá que eu já te dou o remédio p'á tosse. é frango e  cortado aos pedaços. nada de coisas do shopping - que só inaugurou bem mais tarde. frango e é do zé dos frangos!

- toalha de linha. feita pela mãe, na certa. acho que nem a bimby, nestes dias, faz crochet.

- queques comprados na praça, ali numa senhora que ficava junto da entrada, um nadinha antes da dona helena das bananas. reparem que estão dois pratos de queques!

- garrafas de porto e de anis, que não tinham ainda sido abertas, não foram nessa festa e julgo que ainda lá devem estar seladas. acho que em portugal ninguém bebe vinho do porto, pois não? oferecemos no natal mas depois ninguém bebe, não é?

- bolo de aniversário da pastelaria "ó máriiiiiiiiiiiiiiiisa, dá aqui um galão e um pão de lête p'ó menino do cigano, faxavôri. ahhhhhhhhhh, tadinho qu'stácomfomí!" carícia do tempo, acredito, em que o luís panzer era pasteleiro.

- como é meu apanágio, deixo para o fim o melhor: um salame e um molotof made in elvira dos bolos (ex- elvira das malhas). apetece-me dizer uma única palavra: respeito! mas não consigo, se havia pessoa amiga da canalhada era a dona elvira que volta e meia nos chamava e, abrindo um taparuére alto cheio de «cuzinhos» de salame, distribuía ali ao pessoal que só os comia, assim, em dias de festa.

1 comentário:

sofia disse...

Bela mesa! Eu tambem gosto de tirar panoramicas das mesas