natação obrigatória
na introdução à instrução primária
natação obrigatória
para a salvação é condição necessária
não há cu que não dê traque
não há cu que não dê traque
mal a gente vem ao mundo
logo a gente vai ao fundo
não é a primeira vez que venho aqui com este tema, julgo também que não será a última. mas, confesso, só venho porque é sobre algo que me melindra profundamente. falo-vos dos pediatras.
eu gosto pouco de generalizar e por isso se houver por aqui uma opinião que vos pareça, digamos, estar a atingir desonesta e injustiçadamente um grupo qualquer de pessoas, não liguem, carreguem na tal cruzinha no topo superior direito do ecrã e siga para bingo!
por isso não sei se me hei-de irritar mais com os pediatras, se com os pais que não fazem nada sem a permissão dos pediatras, se com os pediatras que não explicam bem as coisas aos pais ou, finalmente, se com os pais que não entendem correctamente o que os pediatras dizem.
desta última vez foi porque houve um pediatra que aconselhou - este verbo é um eufemismo puro - que bebés na natação só após os seis anos de idade.
e o que mais me intrigou não foi propriamente o conselho, foi mesmo a justificação que fundamenta o mesmo. ao que parece, o senhor doutor diz que as piscinas são um local repleto de contaminações e doenças porque, ao que parece, lá a água está cheia de mijo e de merda largados pelas pessoas que as utilizam.
eu confesso, quando me contaram aquilo, tentei dar o devido desconto «nahhh, aquilo foi dito meio na reinação... nahhh, não era bem para se levar a sério...» e também sei que quem me contou não leva muito a peito - nunca se sabe, nunca se sabe - este tipo de coisas, mas fico francamente em brasa quando ouço este tipo de desaforos, ditos assim, da boca para fora. é que acreditem, há pais para quem, as palavras dos pediatras são leis!
é que uma coisa é a criança não poder andar na água porque, coitada, tem uma infecção urinária, uma merda qualquer na pele ou, sei lá, uma alergia que lhes fornique o corpo. outra coisa é ser porque... bom, porque o senhor doutor mandou uma laracha falacciosa qualquer.
reparem, é que depois espetam-se umas bocas giras, assim, tipo, esquerda-bolchevique a roçar a psicologia mineral como sejam «também, todos nós sabemos que eles com 4 meses não vão aprender a nadar, não é?»
fico piurso, confesso que sim.
eu não faço a mínima ideia se o pediatra da minha filha é bom ou é mau. mas também, confesso, não o utilizo para educar a minha filha. uso-o, imaginem, para questões médicas, estão a ver a coisa? eu explico, a miúda está doente e eu - é mais a mãe, é verdade - telefono ao senhor a dizer "ai, senhor doutor que a miúda se me está a espumar da boca para fora" e ele lá me responde que "não, deixe lá, é mesmo ela que não sabe ainda cuspir."
agora para saber se a miúda pode ou deve ir para a natação? tenham juízo, porra!
eu revejo mentalmente a justificação lá do médico e aquilo dá-me vontade de rir «porque é um local cheio de contaminações». o que é mais caricato e irónico nesta história, é que curiosamente no meu caso, a minha filha ficou doente durante umas 3 ou 4 vezes seguidas, precisamente após as visitas que regularmente teve de fazer ao pediatra. por esta ordem de ideias, a piquena, coitada, da mesma forma que não deveria andar na natação também não poderia andar no médico. vinha ele cá a casa que isto aqui é um local com muito asseio. vem cá inté uma senhora todas as sextas-feiras fazer umas horinhas e até trás flores para a minha filha e para a minha mulher e tudo.
notinha de rodapé: isto não é um post contra ti. nem isto é uma abordagem indirecta para malhar em ti. primeiro eu não sou pirata e por isso não faço abordagens e depois isto é mesmo é contra lá o senhor doutor da tua filha que pode ser muito bom e tal, mas, compreende, tem opiniões que merecem posts.
e sabes, a minha tem a sorte de ir lá para a natação - sabes que os gajos lá não lhe chama isso. dizem que é introdução ou adaptação ao meio aquático ou lá o que é. uma merda dessas. - desde os 3 meses e aquilo fez e faz-lhe muito bem. e faz mesmo naquelas coisas que nós não vemos à primeira vista e que os ajuda a crescer assim rijos como um pêro, como tão bem dizia o pequeno saul.
e sabes outra coisa? era eu que ia lá para dentro de água com ela. mas no último ano deixei de a acompanhar. ela mudou de horário e passou a ir a mãe sozinha. bom, a verdade é que na semana passada, por motivos que aqui não são chamados, fui lá eu e fiquei comovidíssimo - sim, aquela coisa dos olhos a marejaram e tal - com as coisas que ela agora faz e que, como deves imaginar, não fazia. é giro, sabes: eles a dominarem a coisa, a relacionarem-se com os amigos, a confiança que eles têm nos professores, essas coisas, entendes? coisas que se fazem na dita natacão.
ou achavas que ela ia lá para aprender a nadar? nah, isso é como o inglês na escola. isso é para se ir aprendendo.
digo isto porque posso pagar essas coisas? não, nada disso. digo isto porque se tivesse tido oportunidade, adoraria que os meus pais me tivessem metido na natação e nessas coisas quando eu era chavalito. mas como sabes, não havia carcanhol e só andámos, eu e a minha irmã, na equitação, no pólo e no golf.
estou a brincar, pá!
na introdução à instrução primária
natação obrigatória
para a salvação é condição necessária
não há cu que não dê traque
não há cu que não dê traque
mal a gente vem ao mundo
logo a gente vai ao fundo
não é a primeira vez que venho aqui com este tema, julgo também que não será a última. mas, confesso, só venho porque é sobre algo que me melindra profundamente. falo-vos dos pediatras.
eu gosto pouco de generalizar e por isso se houver por aqui uma opinião que vos pareça, digamos, estar a atingir desonesta e injustiçadamente um grupo qualquer de pessoas, não liguem, carreguem na tal cruzinha no topo superior direito do ecrã e siga para bingo!
por isso não sei se me hei-de irritar mais com os pediatras, se com os pais que não fazem nada sem a permissão dos pediatras, se com os pediatras que não explicam bem as coisas aos pais ou, finalmente, se com os pais que não entendem correctamente o que os pediatras dizem.
desta última vez foi porque houve um pediatra que aconselhou - este verbo é um eufemismo puro - que bebés na natação só após os seis anos de idade.
e o que mais me intrigou não foi propriamente o conselho, foi mesmo a justificação que fundamenta o mesmo. ao que parece, o senhor doutor diz que as piscinas são um local repleto de contaminações e doenças porque, ao que parece, lá a água está cheia de mijo e de merda largados pelas pessoas que as utilizam.
eu confesso, quando me contaram aquilo, tentei dar o devido desconto «nahhh, aquilo foi dito meio na reinação... nahhh, não era bem para se levar a sério...» e também sei que quem me contou não leva muito a peito - nunca se sabe, nunca se sabe - este tipo de coisas, mas fico francamente em brasa quando ouço este tipo de desaforos, ditos assim, da boca para fora. é que acreditem, há pais para quem, as palavras dos pediatras são leis!
é que uma coisa é a criança não poder andar na água porque, coitada, tem uma infecção urinária, uma merda qualquer na pele ou, sei lá, uma alergia que lhes fornique o corpo. outra coisa é ser porque... bom, porque o senhor doutor mandou uma laracha falacciosa qualquer.
reparem, é que depois espetam-se umas bocas giras, assim, tipo, esquerda-bolchevique a roçar a psicologia mineral como sejam «também, todos nós sabemos que eles com 4 meses não vão aprender a nadar, não é?»
fico piurso, confesso que sim.
eu não faço a mínima ideia se o pediatra da minha filha é bom ou é mau. mas também, confesso, não o utilizo para educar a minha filha. uso-o, imaginem, para questões médicas, estão a ver a coisa? eu explico, a miúda está doente e eu - é mais a mãe, é verdade - telefono ao senhor a dizer "ai, senhor doutor que a miúda se me está a espumar da boca para fora" e ele lá me responde que "não, deixe lá, é mesmo ela que não sabe ainda cuspir."
agora para saber se a miúda pode ou deve ir para a natação? tenham juízo, porra!
eu revejo mentalmente a justificação lá do médico e aquilo dá-me vontade de rir «porque é um local cheio de contaminações». o que é mais caricato e irónico nesta história, é que curiosamente no meu caso, a minha filha ficou doente durante umas 3 ou 4 vezes seguidas, precisamente após as visitas que regularmente teve de fazer ao pediatra. por esta ordem de ideias, a piquena, coitada, da mesma forma que não deveria andar na natação também não poderia andar no médico. vinha ele cá a casa que isto aqui é um local com muito asseio. vem cá inté uma senhora todas as sextas-feiras fazer umas horinhas e até trás flores para a minha filha e para a minha mulher e tudo.
notinha de rodapé: isto não é um post contra ti. nem isto é uma abordagem indirecta para malhar em ti. primeiro eu não sou pirata e por isso não faço abordagens e depois isto é mesmo é contra lá o senhor doutor da tua filha que pode ser muito bom e tal, mas, compreende, tem opiniões que merecem posts.
e sabes, a minha tem a sorte de ir lá para a natação - sabes que os gajos lá não lhe chama isso. dizem que é introdução ou adaptação ao meio aquático ou lá o que é. uma merda dessas. - desde os 3 meses e aquilo fez e faz-lhe muito bem. e faz mesmo naquelas coisas que nós não vemos à primeira vista e que os ajuda a crescer assim rijos como um pêro, como tão bem dizia o pequeno saul.
e sabes outra coisa? era eu que ia lá para dentro de água com ela. mas no último ano deixei de a acompanhar. ela mudou de horário e passou a ir a mãe sozinha. bom, a verdade é que na semana passada, por motivos que aqui não são chamados, fui lá eu e fiquei comovidíssimo - sim, aquela coisa dos olhos a marejaram e tal - com as coisas que ela agora faz e que, como deves imaginar, não fazia. é giro, sabes: eles a dominarem a coisa, a relacionarem-se com os amigos, a confiança que eles têm nos professores, essas coisas, entendes? coisas que se fazem na dita natacão.
ou achavas que ela ia lá para aprender a nadar? nah, isso é como o inglês na escola. isso é para se ir aprendendo.
digo isto porque posso pagar essas coisas? não, nada disso. digo isto porque se tivesse tido oportunidade, adoraria que os meus pais me tivessem metido na natação e nessas coisas quando eu era chavalito. mas como sabes, não havia carcanhol e só andámos, eu e a minha irmã, na equitação, no pólo e no golf.
estou a brincar, pá!
3 comentários:
ora bem... este tenho mesmo que comentar, não é??
pois olha, a senhora dótôra da minha piquena é gaja para perceber de nutrição (que é a especialidade dela) e de mais umas coisas: se é boa médica ou não, não sei: a minha catraia nunca esteve doente a sério, portanto não sei se a médica se safa, vá, como médica. dá uns conselhos porreiros (nada que nós nunca tivéssemos ouvido, também te digo), é descontraída, não é fundamentalista de nada.
perguntei-lhe isso da natação uma vez e a resposta dela sabes qual foi (ou não tivesses escrito este post). mas no dia em que eu decidir que a miúda vai para a adaptação ao meio aquático, para a natação sincronizada ou para os saltos para a água, ela vai e pronto. não há-e ser a outra a impedir-nos de a pôr na água.
acontece também que, até agora, não nos deu para aí. talvez dê, em breve. e também é naquela: se ela adoecer e se perceber que é da natação, sai de lá e pronto. sem stress. a bem da verdade, a nossa zona não é chique como a tua, não tem piscinas em condições e não estou para estar a pagar um balúrdio por meia hora de água por semana. também não há charcos para onde a possa mandar, nem ribeiros nem nada disso.
mas sim, estou contigo e tu sabes: nestas coisas da paternidade/maternidade, o bom senso ajuda e convém não cuspir muito para o ar. é levar a coisa na boa que eles quase que se criam sozinhos.
beijos!
Ora bem, tenho um comentário a fazer: que bebé bom! :) tenho dito
CC
Que o barrete te deixa com um ar abichanado, lá isso deixa.
O resto são balelas.
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