segunda-feira, dezembro 01, 2008

não precisas de acender a luz encarnada


gostava de ter a memória mais clarificada relativamente a estes acontecimentos. recordo-me que esteve gravado, no lado b duma cassete que tinha no lado a o kick dos inxs. era uma cassete tdk, normal, com um som péssimo. nem sequer de ferro era, muito menos de crómio. de metal? ui, dese material tive talvez duas ao longo de toda a minha vida, isso ficou guardado para coisas muito além.

eu tenho quase a certeza que o disco apareceu lá em casa vindo do andar de baixo, do rui pires. certamente foi para lá vindo de outra casa qualquer que eu não estou a ver o rui a entrar numa discoteca para comprar aquilo.

eu acho que o gravei porque tinha uma assombrosa versão do in the air tonight que eu na altura gostava imenso. sim, olho agora para a lista das músicas e confirmo, foi mesmo por causa dela.

mas a verdade é que depois esse disco acabou por ser entreposto musical para ir para outras paragens. estávamos em 1989, lá pela primavera, presumo - sei-o porque me lembro de ouvir esse disco no verão de 89 - quando então, como disse, a reboque do phil collins descobri este disco que retrata um pedaço do concerto para angariação de carcanhol para a amnistia internacional e que ganhou o nome de the secret policeman's other ball.

ora bem, eu não digo que foi por aqui que passei a gostar mais deste ou daquele senhor cançonetista. o que é verdade é que há ali versões que não lembram ao diabo. dentre elas, há uma, digamos, porreira que é o catch the wind do donovan - ok, confesso, é raro estar virado para aqui - e outra fenomenal - mesmo! - do i don't like mondays pelos boomtown rats que uma namorada me fez o favor de gravar uns anos antes em duas cassetes basf encarnadas, de ferro, e que eu virei e revirei até saber quem raio estava ali a cantar. é verdade, não sabiam?, não nascemos ensinados - mas as que me enchem mesmo a alma são duas cançõesinhas dos police cantadas pelo sting.

falo-vos do message in a bottle e do roxanne. tudo ali é perfeito, o som, o ambiente, a guitarra a acompanhar a voz. tudo, tudo é perfeito. falei da voz, pois, não esqueçam, estamos em 1981, o sting tinha, sei lá, 30 anos ou coisa parecida. aquilo é soberbo. o gajo naquela altura cantava como quem bebe água. e quando é daquela água que nós gostamos, ui, então quando é assim até sabe a capilé.

adoro esta versão do roxanne. tenho a certeza que foi daqui que passei a dar, ainda, mais atenção às coisas dos police e principalmente ao outlandos d'amour. gosto de tudo ali: já falei da acústica, já falei do dedilhar da guitarra, queria acrescentar a forma como é feito o "roxanne" inicial ou os silêncios que ele coloca na canção - também são muito bons os silêncios do bob geldof no mondays - e, vou-me repetir, na forma como o cabrão canta.

silêncio que vai cantar o senhor polícia.


Sem comentários: