sexta-feira, fevereiro 08, 2008

faive deiz

cinco dias só com ela deu para ver, sem ponta de dúvida, duas ou três coisas mesmo importantes:

- é estúpido manter a ideia, quando vamos uns dias, abardinar por esse mundo fora,
na verdade, as nossas férias, por vezes, não passam duns passeios ali pelo circuito: cova da piedade, feijó, corroios, coina, seixal, alcochete e regresso pela eispó. mas fica bem este "mundo fora" aqui metido
que ela coitadinha, fica em casa da avó, tristita, a penar com a nossa ausência. é francamente uma imagem deturpada. ela quer é sopas e descanso.
eu disse sopas e descanso? desculpem, onde está escrito sopas, deve-se ler "filmes duma merda chamada
quer béres". e onde escrevi descanso, o que eu quis dizer foi embirranço.

- a mãe, alertou-me para eu não dar muito a entender, mesmo já depois de ela ter saído porta fora, que o regresso iria ser demorado. não consegui mentir muito bem e na segunda frase da conversa com a pequena - aí após o "então, de birra logo de manhã? - descaí-me e disparei: nahh, a mãe só volta daqui a muuuuitos dias. não ligou, fez meia volta e foi dar banho a uns bebés ranhosos e com olhos à medeiros ferreira que ela guarda lá no seu quarto.

- ao quarto dia lá começou a sentir alguma dor pela falta da mãe.
"ai que agora é que a miúda vai começar a fornicar-me o juízo com aquelas coisas das berrarias e mais o caneco"
perguntou se era hoje que ia buscá-la ao aeroporto (porto, segundo o seu léxico). respondi, com alguma calma
sim, é mentira, caguei para a calma
que a mãe ainda não era naquele dia que vinha. replicou, zangada, com uma dúvida tecnico-logistica: mas a mãe tem camas lá no trabalho dela? tem onde dormir?

- sem um dos pais presentes come melhor, adormece melhor, faz menos birras,
a média baixou de 17 birras das 7h50 até às 9h12, para um simpático número de apenas 16 birras
ajuda a pôr a mesa, dá comida ao peixe sem lhe dizermos nada, vai mijar sozinha
durante a noite
isto de ter um pai que não ouve a ponta dum corno das gritarias nocturnas dela, é realmente um vê se te avias a treinar desenrascansos pueris
e claro, como não temos tempo para tudo e não chegamos para as coisas todas, ela acaba por se adaptar à coisa. mais ela que eu, é verdade.

- apesar de tudo, digam o que disserem, uma mãe é uma mãe
não se ponham a afinar a caneta para os comments de veludo que não lhe faltou nada, porra. nem asseio na cozinha ou nos deibliu cês
e há carinhos que um pai não sabe dar.

- sabe dar outros, obviamente. e bem bons (gaaaaaaaaaaaaaaaaaaaba-te!)

4 comentários:

Ana Rute Oliveira Cavaco disse...

super pai! (com a melodia de fundo!)

Gonçalves disse...

Eu também já tive oportunidade de avaliar o comportamento dos meus sem a mãe por perto e é completamente diferente. Não consigo é perceber porquê nem me interessa.
Grande abraço

Pedro Oliveira disse...

Já passei a fase dos tremores e suores frios quando ficava sozinho com a minha princesa (mas só porque a minha é mais "crescidinha" que a tua). Do resto penso que a "nossa" altura chegará por volta dos 7, 8 anos. Por enquanto ainda só chama pela mãe...

Bic Laranja disse...

Já fazem barbies com olhos à Medeiros ferreira? Caramba! Não há mesmo limites para o politicamente correcto.
Cumpts.