terça-feira, janeiro 24, 2006

Cámon, ólraiguete, iá fixe men.

Faz-me impressão a utilização abusiva de certos termos estrangeiros. Ou melhor fico lixado quando se utilizam termos estrangeiros para coisas que têm tradução, numa só palavra, em português.

Trabalho numa área onde se usa e abusa desses termos. Na maior parte dos casos, são usados para disfarçar algum provincianismo bacoco ou realçar a tentativa de abandono de algumas frustrações.

Mas não sou nenhum taliban, gaita. Aceito que as pessoas digam alguns desses termos, quando já se tornaram palavras do uso corrente ou quando são compreendidas pela maioria dos seus interlocutores. Ditas,
portanto, no meio próprio. Prefiro ouvir um "vou-te aí mostrar um novo layout" do que escutar, como já escutei um "deixei-te uma mensagem no teu correio de voz". Adiante.

Isto vem à baila porque ontem escutei o Director de Marketing duma das maiores instituições bancárias falar em milestones (houve pessoas que entenderam Baile dos Stones) e outros que tais. Já para não falar do facto de ter dito, no espaço de cerca de 10 minutos, cerca de 80 (parei de contar nos 58 e a coisa ainda não tinha chegado a meio) "a nível de".

Maravilha!

P.S.: Estou velho e decrépito. Assisti hoje de manhã a uma coisa que me impressionou. Por causa disso fiquei com vontade de escrever este post e acabei por não descrever a tal situação: numa acção de formação, houve um gajo que disse que tinha aceite aquele novo desafio - partir para um novo emprego - , pois sentia um certo desire laboral.

3 comentários:

Karla disse...

Não resisto a dizer aqui que era bom que muitos tradutores tivessem essa visão límpida daquilo que deve e não deve ser traduzido :)

sonia disse...

Tambem gosto do termo "briefing" e "debriefing" é quase como o comer e tirar da boca :P

Há coisas giras, há pois, estrangeirismos mal usados e o sorriso de quem os diz, como se fosse uma "ode" á cultura ehehehe

Anónimo disse...

Quem te manda a ti meteres-te com gente dessa?