a coisa já de si não começou bem: ahhhh ruço de má pelo. pois é desta maneira com que os louros são agraciados à nascença.
se fazemos alguma coisa de bem ninguém liga, se fazemos a habitual e previsível criancice, pronto, logo vem a alusão à coloração capilar. muito antes das anedotas das louras, muito antes das anedotas dos carecas vêm as piadas aos rufias louros: ahhhh, ruço de má pelo que a sabes toda...
é que se distinguem ao longe, cabecinha amarela = ruço de má pelo!
quando não é pela cor capilar é pelo nome que os compadres dos meus pais escolheram: pedro. e pronto, poderia ser rogério, poderia ser virgílio, poderia ser ernesto, mas não, logo exigiram que fosse pedro. e por isso, sendo pedro... lá está, se fizeres algo de bom, ninguém dá por nada...
rezam as crónicas que eu sou pedro por causa do pedro infante. agora claro já ninguém sabe quem é o pedro infante mas há quarenta anos... bom, há quarenta anos, se calhar, também só os meus pais sabiam. mas convenhamos, o que é que preferiam? terem o vosso nome escolhido por causa de um boneco, de um actor medíocre ou de um aclamado cantante mexicano?
... agora se, seja lá quais forem as tuas intenções, o resultado for desatroso, logo vem a frase «é pedro e basta!». e pronto, lá fica um gajo marcado. e lá vão duas. se não é por ser ruço logo terá que ser por ser pedro.
e agora, quer se dizer, ora... agora, é por ser carneiro. julgo já ter aqui contado do que se passou na minha primeira saída com a minha mulher:
- e que signo és?
- ..... como?
(ó porra, lavei os dentes, trouxe pastilhas, mudei as meias ao fim da tarde.... mas com esta não tinha contado)
- sim, signo?
- é importante?
- ....
(pelos vistos é. e agora que digo? a gaja é do ésse quê pê, quem sabe se eu disser leão a coisa passe... hum... talvez não, elas topam logo a coisa... e não tarda nada estou, na certa, de bê i em punho a mostrar-lhe a data em que a minha mãe ficou mais leve lá na alfredo da costa, nahhh, não há-de ser grave....)
- sou carneiro. (isto, claro, apesar de tudo, das reflexões profundas e tal.... muito dito a medo)
- ó foda-se! mas só me saem carneiros?????? - dizendo isto, quase em voz alta, ao mesmo tempo que abria muito as mãos, largando instintivamente o isqueiro e o maço de ventil com que, no momento, brincava enquanto me inquiria.
(tem uma relevância superior o facto de se perceber a léuguas que a minha mulher não diz uma puta duma asneira, note-se!)
dizia... pois, agora de todos os signos - e ainda são uma dúzia, reparem -, de todos os que há logo me tinha que me sair carneiro.
ora, eu estou, francamente, cagando e andando para a merda dos signos. aquilo diz-me tanto quanto as reportagens da benfica tv ou os namorados da elsa raposo. não ligo, não quero saber, não me importo e sinto-me francamente desconfortável quando desatam com aquela coisa do ascendente ou do intendente ou do «enfia aqui pinóquio e agora mente». não me interessa, nada!
mas lá está, não nos podemos afastar disso, atenção. temos mesmo que admitir a coisa e mantermo nos ali, fimes e hirtos.
era hábito perguntarem nos inquéritos se já fumámos brocas. daqui a nada perguntam-nos se já tivémos alguma relação homosexual e, qualquer dia, é isto mesmo, perguntam-nos se já mentimos em relação ao nosso signo.
e, claro, com as gajas isto é demasiado importante: és carneiro, pronto, acabou-se o caldinho: carneiro? ui, tens mau feitio, vá de retro....
ora eu que me estou marimbando para quem faz ou não faz gravatas nas mortalhas de chamon (ainda há pintores à venda? e quanto é que custa aquela quantidade de chamon que antigamente se comprava por um pintor?); não quero saber se há ou não paneleiros no mundo, não me interessa, não quero saber, não me diz nada, não me aquecem nem arrefecem. infelizmente nem posso usar aquela frase muito bonita que é «ah, eu tenho uns amigos maricas, mas atenção, portam-se muito bem.... não estão lá com aquelas coisas .... ali à frente das pessoas...»» mas esperavam o quê? que desatassem a abafar apalhinha enquanto os amigos punham açucar no café? e mesmo assim, o importante é podermos dizer num grupo de amigos, a fim de podermos justificar a nossa veia tolerante, a frase salvo-conduto «eu tenho um casal de amigos paneleiros e eles....». lá está, é como dizer: eu cresci no meio dos pretos e sempre me dei bem com eles.... ou então um também clássico: eu brincava com os ciganos... confesso, caguei, se tenho não me interessa saber: não sei como fodem, se fodem ou se se deixam foder. já lá vai para mais de dez anos a última vez em que estive no mesmo compartimento em que outros casais fornicavam - nem perguntem, porquê nem como! - e, por isso, contemporaneamente falando, estou-me marimbando com quem e de que forma este ou aquela fornicam. caguei! já o ser caneiro.... ui, isso já pia fininho.
vejam o louçã.... sempre ali a defender a despenalização das drogas leves... vejam até o nosso primeiro, ali, na vanguarda do casamento dos maricas e tal... pergunto: e dos carneiros? sim, quantos de vós já se preocuparam com o que nós, homens (sim que as carneiras, essas, têm com certeza o melhor feitio do mundo., naahh, somos mesmo nós), carneiros, sentem quando o gajedo nos olha de lado por termos nascido nesta altura do ano.
e notem, conheci alguns apessoados, gente de peitaça aberta, cinturinha ainda rija e tal, carão bonito, queixo de ferro, porém.... carneiros, isso mesmo. sim, o feitio e tal...
já alguém se pôs a pensar que também nós exigimos uma lei que nos permita juntar os trapinhos? eu, por exemplo, não sou casado. e porquê? não é preciso ir muito longe: sou trabalhador; penteio-me, uso um linic do cristiano ronaldo que aquilo é uma beleza (não estão a ver bem a coisa, desde que comprei aquilo.... ui, estou bonito, pá!); faço as minhas abluções várias vezes ao dia, porém.... lá está, sou carneiro! isso, o mau feitio e tal....
«os gajos são assim» e ao mesmo tempo fecham o punho deixando o indicador direito, assim em gancho, sabem? ah pois é. mau feitio. foge dessa gente, meu filho....
carneiros? ui!
(e se dissermos «não sei, nunca pensei nisso dos signos». não pega, pois não? pois...)
se fazemos alguma coisa de bem ninguém liga, se fazemos a habitual e previsível criancice, pronto, logo vem a alusão à coloração capilar. muito antes das anedotas das louras, muito antes das anedotas dos carecas vêm as piadas aos rufias louros: ahhhh, ruço de má pelo que a sabes toda...
é que se distinguem ao longe, cabecinha amarela = ruço de má pelo!
quando não é pela cor capilar é pelo nome que os compadres dos meus pais escolheram: pedro. e pronto, poderia ser rogério, poderia ser virgílio, poderia ser ernesto, mas não, logo exigiram que fosse pedro. e por isso, sendo pedro... lá está, se fizeres algo de bom, ninguém dá por nada...
rezam as crónicas que eu sou pedro por causa do pedro infante. agora claro já ninguém sabe quem é o pedro infante mas há quarenta anos... bom, há quarenta anos, se calhar, também só os meus pais sabiam. mas convenhamos, o que é que preferiam? terem o vosso nome escolhido por causa de um boneco, de um actor medíocre ou de um aclamado cantante mexicano?
... agora se, seja lá quais forem as tuas intenções, o resultado for desatroso, logo vem a frase «é pedro e basta!». e pronto, lá fica um gajo marcado. e lá vão duas. se não é por ser ruço logo terá que ser por ser pedro.
e agora, quer se dizer, ora... agora, é por ser carneiro. julgo já ter aqui contado do que se passou na minha primeira saída com a minha mulher:
- e que signo és?
- ..... como?
(ó porra, lavei os dentes, trouxe pastilhas, mudei as meias ao fim da tarde.... mas com esta não tinha contado)
- sim, signo?
- é importante?
- ....
(pelos vistos é. e agora que digo? a gaja é do ésse quê pê, quem sabe se eu disser leão a coisa passe... hum... talvez não, elas topam logo a coisa... e não tarda nada estou, na certa, de bê i em punho a mostrar-lhe a data em que a minha mãe ficou mais leve lá na alfredo da costa, nahhh, não há-de ser grave....)
- sou carneiro. (isto, claro, apesar de tudo, das reflexões profundas e tal.... muito dito a medo)
- ó foda-se! mas só me saem carneiros?????? - dizendo isto, quase em voz alta, ao mesmo tempo que abria muito as mãos, largando instintivamente o isqueiro e o maço de ventil com que, no momento, brincava enquanto me inquiria.
(tem uma relevância superior o facto de se perceber a léuguas que a minha mulher não diz uma puta duma asneira, note-se!)
dizia... pois, agora de todos os signos - e ainda são uma dúzia, reparem -, de todos os que há logo me tinha que me sair carneiro.
ora, eu estou, francamente, cagando e andando para a merda dos signos. aquilo diz-me tanto quanto as reportagens da benfica tv ou os namorados da elsa raposo. não ligo, não quero saber, não me importo e sinto-me francamente desconfortável quando desatam com aquela coisa do ascendente ou do intendente ou do «enfia aqui pinóquio e agora mente». não me interessa, nada!
mas lá está, não nos podemos afastar disso, atenção. temos mesmo que admitir a coisa e mantermo nos ali, fimes e hirtos.
era hábito perguntarem nos inquéritos se já fumámos brocas. daqui a nada perguntam-nos se já tivémos alguma relação homosexual e, qualquer dia, é isto mesmo, perguntam-nos se já mentimos em relação ao nosso signo.
e, claro, com as gajas isto é demasiado importante: és carneiro, pronto, acabou-se o caldinho: carneiro? ui, tens mau feitio, vá de retro....
ora eu que me estou marimbando para quem faz ou não faz gravatas nas mortalhas de chamon (ainda há pintores à venda? e quanto é que custa aquela quantidade de chamon que antigamente se comprava por um pintor?); não quero saber se há ou não paneleiros no mundo, não me interessa, não quero saber, não me diz nada, não me aquecem nem arrefecem. infelizmente nem posso usar aquela frase muito bonita que é «ah, eu tenho uns amigos maricas, mas atenção, portam-se muito bem.... não estão lá com aquelas coisas .... ali à frente das pessoas...»» mas esperavam o quê? que desatassem a abafar apalhinha enquanto os amigos punham açucar no café? e mesmo assim, o importante é podermos dizer num grupo de amigos, a fim de podermos justificar a nossa veia tolerante, a frase salvo-conduto «eu tenho um casal de amigos paneleiros e eles....». lá está, é como dizer: eu cresci no meio dos pretos e sempre me dei bem com eles.... ou então um também clássico: eu brincava com os ciganos... confesso, caguei, se tenho não me interessa saber: não sei como fodem, se fodem ou se se deixam foder. já lá vai para mais de dez anos a última vez em que estive no mesmo compartimento em que outros casais fornicavam - nem perguntem, porquê nem como! - e, por isso, contemporaneamente falando, estou-me marimbando com quem e de que forma este ou aquela fornicam. caguei! já o ser caneiro.... ui, isso já pia fininho.
vejam o louçã.... sempre ali a defender a despenalização das drogas leves... vejam até o nosso primeiro, ali, na vanguarda do casamento dos maricas e tal... pergunto: e dos carneiros? sim, quantos de vós já se preocuparam com o que nós, homens (sim que as carneiras, essas, têm com certeza o melhor feitio do mundo., naahh, somos mesmo nós), carneiros, sentem quando o gajedo nos olha de lado por termos nascido nesta altura do ano.
e notem, conheci alguns apessoados, gente de peitaça aberta, cinturinha ainda rija e tal, carão bonito, queixo de ferro, porém.... carneiros, isso mesmo. sim, o feitio e tal...
já alguém se pôs a pensar que também nós exigimos uma lei que nos permita juntar os trapinhos? eu, por exemplo, não sou casado. e porquê? não é preciso ir muito longe: sou trabalhador; penteio-me, uso um linic do cristiano ronaldo que aquilo é uma beleza (não estão a ver bem a coisa, desde que comprei aquilo.... ui, estou bonito, pá!); faço as minhas abluções várias vezes ao dia, porém.... lá está, sou carneiro! isso, o mau feitio e tal....
«os gajos são assim» e ao mesmo tempo fecham o punho deixando o indicador direito, assim em gancho, sabem? ah pois é. mau feitio. foge dessa gente, meu filho....
carneiros? ui!
(e se dissermos «não sei, nunca pensei nisso dos signos». não pega, pois não? pois...)
1 comentário:
E eu que pensava que o pior signo era mesmo o Capricórnio ou o Escorpião... vai-se ver e são todos maus... e bons :) Balelas!
(PS - sou Capricórnio e gaja...)
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