quarta-feira, fevereiro 21, 2007

e já estou com saudades vossas outra vez

sexta feira, adega das gravatas, a famosa turma outra vez.

a primeira coisa realmente engraçada da noite foi quando vejo que o meu querido pratas (tu fazes-me o favor de voltar a escrever lá no teu blog, pá?) tinha convidado a nossa professora de história da arte.
a segunda coisa realmente engraçada foi quando reparo que não me lembro rigorosamente nada dela. e disse logo à assistência:
- ó minha cara senhora, deixe-me cumprimentá-la. mas deixe-me dizer também, a si e aqui ao resto do pessoal, que eu acho que não fui seu aluno, eu até fiz a história da arte noutra escola.
diz logo ela:
- eu digo-te, ó jaime, que não só me lembro de ti, como me lembro do lugar onde estavas sentado e como me lembro também do lugar para onde eu te mandava de castigo quando te portavas mal. eras um insurrecto, pá!
- insurrecto?
- sim, sim. e lembro-me até que uma vez, quando estava a falar do grande cisma do oriente fiz referência a constantinopla e tu, levantaste logo a voz e disseste: "constantinopla não, stora. diga antes, istambul!". e eu achei que o que tinhas feito tinha sido um misto de palhacice e de cultura geral e acabei por achar piada à coisa. mas eras um graaande insurrecto!

percebi então que não havia engano, tinha sido mesmo minha professora.

a terceira coisa mesmo engraçada da noite foi quando o pratas confidenciou, em voz alta note-se, que a professora tinha, entre nós, a alcunha de "gremlin". a senhora, coitada, já velhota, achou que a alcunha tinha sido outra e respondeu à letra:
- kremlin? olhem, por acaso conheço. já lá estive. conheço muito bem.

e pronto, o resto foi o habitual: muita história, muita recordação, muita coisa boa.

e de repente dou por mim, por nós todos aliás, a fazermos confidências uns aos outros que não lembram nem ao diabo.

e de repente aquele grupo de pessoas que não víamos há um porradão de tempo, passa de antigos colegas, a fiéis depositários dos segredos, das alegrias e dos pesadelos que nos foram atormentando a vida.

e de repente tudo parece encaixar perfeitamente, todos esses segredos e histórias fazem sentido serem contados àqueles personagens e a mais nenhuns outros.

e de repente é naquele grupo que encontramos um inusitado conforto em despejar todas aquelas histórias.


e se calhar sou só eu que vi a coisa nestes modos..

pelo sim pelo não,
ò odete, continuo a achar que o mira deveria ter intervindo na tua história. não digo um par de socos, entendes. mas um puxãozinho de orelhas se calhar não tinha sido mal pensado.

e já estou com saudades vossas outra vez, pessoal.

gosto muito de vocês.

7 comentários:

Anónimo disse...

Querido amigo,
Não, não foste só tu quem viu a coisa assim. Até comentei isso com a 'Freud' e com a 'que mora no prédio da Sul América'... Subscrevo tudo o q escreveste, e mais não digo, pois tu já disseste (quase) tudo.
Acho é q ainda há tanta coisa para falar, tanta... É q sempre foram mais de quinze anos, na maioria dos casos. Há vidas mais curtas do q isso, pá!
Foram muitos episódios, muita água q passou debaixo das nossas pontes. Coisas de q nunca falámos com ninguém...
Eu tb me sinto com vontade de ouvir e de contar essas 'aventuras', acredita! Acho q vai ter q ficar prá(s) próxima(s)... :)
Aquele abraço, irmão!

PS: Ando a digerir os Fleetwood... Mas sabes, se calhar, se os tivesse ouvido há uns dez, quinze anos, a interiorização seria diferente. Eu sinto-me com menor capacidade para absorver toda a música nova (e eu oiço muita coisa...) do q tinha antes. Será normal? Serei só eu? Será do ritmo da nossa vida de hoje em dia?

Marta disse...

Pronto, não é que isto interesse, mas apeteceu-me: vou imensas vezes ao "Adega". Giro aquilo.
E pronto. Beijos

Marta disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Anónimo disse...

Intervindo. O Mira devia ter inttervindo.
Eras insurrecto, pois. Tinhas uma casa de banho na Sula Mérica e usavas um arbusto ao pé do quiosque...
No mais, o texto daqui está muito bom!
E posso confiar-te que fui estive a chá com torradas na Sula Mérica (América do Sul, como diz cá a srª D. Mª Luísa) no domingo, pá?! Ao que isto chegou...
Mas afinal também não sou deste filme.
Se vires o Gonçalo manda-lhe um abraço.
Cumpts.

Anónimo disse...

Emenda agora tu os meus erros!

Anónimo disse...

Realmente, fico com muita pena de não puder disfrutar da vossa companhia. Apesar de estar longe, graças às novas tecnologias, sinto que um pouco de mim também partilhou esses momentos enesquecíveis.
Obrigado Jaime por partilhares connosco as tua impressões.

Um grande bem haja

Anónimo disse...

ola pá...
vocês todos até já me fazem ficar com soudades aí da térrinha, pois é jaime, é o gajo que esta em brismane, o tipo se calhar já nem se lembra da malta, pois pois, também bem se podiam ter lembrado de começar a fazer uns jantarinhos um aninho antes... gosto de vos ouvir... "jantar de turma" é como se tirassem uns bons 15 anos de cima, e é tudo adolochente outra vez...grande abraço...
nuno