terça-feira, fevereiro 16, 2010

too much time on my hands

é (também) disto que é feito o rock and roll. é divisão, é ser foleiro e bacano na mesma pose. é ser antiquado e estiloso no mesmo acorde de teclados. meu deus, se há banda que está ali - para alguns, note-se! - no limiar entre o brega e o rock, são os styx: a banda mais subvalorizada dos anos 70.

vejam este video: são foleiros os efeitos visuais? são (estão ao nível daquele, notável, vídeo da música da cacofonia dos fedorentos); o humor deles está ao nível do prédio do vasco? está; aquela fatiota branca do tommy shaw está ao nível daquele gajo que queria parecer-se com o nick rhodes? está; e se falarmos naquele fato-macaco, duma cor estranhíssima (verde? azul?) do james young, também poderemos dizer que houve ali alguma coisa entre 1978 e 1983 que rivaliza, em potência, com a moda feminina (principalmente) dos anos 90, a pior década da história.

porém, imaginem-se num carro, com isto a bombar, auto-estrada em direcção ao sul, lisboa partindo para parte incerta como diria o poeta, o calor a entranhar e tal.... e às tantas damos pelos nossos ombros a abanar de um lado para o outro, péun, péun, péun, péun... o botãozinho do volume ali a rodar para a direita e a garganta «...gáte, tu mâtx táimóf mái ends...»

ou quem diz na ae, diz, quem sabe, na catedral. naquele período em que ainda não está a dar rock da pesada. o povo ainda não invadiu a pista mas já há um cromo dos bons a abanar a carola. ainda todo o mundo muito lúcido e tal.... menos nós, pronto. que já vimos carregados com duas de esteva ou coisa assim, e temos um daquele copos de plástico com uma uiscalhada reles qualquer, cagamos para o que digam, invadimos o chão metálico e, de braços abertos - ah, porra, como eu gosto de bailar de braços abertos - naquele gesto batido em que cuspimos fora do copo uns mililitros de álcool sobre a blusa da gaja do lado, cerramos os olhos e «...and it's ticking away, ticking away from me....»



(estou com saudades de dançar)

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