domingo, fevereiro 14, 2010

friday night lights - a 4ª


tomé,

terminou. vi o último há pouquinho por isso já podes tratar de te pôr a sacar a coisa e a vê-la de empreitada. confirma-se, é mesmo - lá está, pelo menos para mim - a melhor temporada de todas as séries que eu já vi.
meu menino, sabes bem do que é que eu gosto, não sabes? mesmo metendo ao barulho a primeira do prison break, a segunda do lost, a terceira do west wing, o studio 60, sei lá essas coisas todas - sabes, por exemplo, o quanto gostei da primeira do rome, não é? -, mesmo assim, acredita, esta é mesmo a melhor de todas. são 13 episódios imaculados. sério, não estou a exagerar, há ali momentos que eu nunca tinha visto em mais lado nenhum. não há heróis perfeitos, não há vilões obliterados, não há certezas, não há nada que corra bem....

olha, não sei o que te dizer. sei que em relação ao fnl, podes não concordar com a dimensão da minha excitação, mas tenho a certeza que depois de a veres - porque também a foste vendo nestes dois ou três anos - acredito, entenderás porque me tocou tanto.

abracinho

5 comentários:

Tomé Salzedas disse...

Meu caro, ontem apercebi-me que já cá estava toda. Que seriam agora só 13 episódios, para ainda este ano estrearem mais 13, com o rótulo de 5ª série.

Desde o primeiro episódio que fiquei vidrado nisto, e não percebo que existam pessoas que me digam «ah, e não sei o quê, mas não gosto». «Palhaços», é o que respondo.

A 2ª série foi, como escrevias há uns tempos, a mais fraca. Só que este fraco é, ainda assim, muito bom quando comparado com algumas merdas que passam na tv. É como o SLB ganhar por 2-0, quando estás à espera de 4 ou 5. Ganha na mesma, e é bom. Mas não é bem aquilo que esperas.

Pelo que me dizes, esta será uma goleada às antigas. Farei para a ver sentado no sofá, com a miúda a dormir, e não a lavar a loiça como faço com as séries da tanga que me preenchem as noites (agora ando numa de Battlestar Galactica. Nada de especial, diga-se)

Haja alguém que partilhe o meu entusiasmo pela FNL. Se tu dizes que esta é a tal, acredito. Mais comentários no final do 13.º episódio.

Tomé disse...

(afinal, um pequeno comentário ainda antes do 13.º)

"Só" vi 6 em dois dias. Duas coisas demasiado americanóides que me fizeram comichão (olhó spoiler!): a queima das camisolas («não temos dinheiro, mas queimar as camisolas é uma coisa espectacular e significa enterrar o passado») e o discurso do Matt no funeral («eu cresci porque o tipo andava no Iraque»).

Mas são duas pequenas coisas que só o meu mau feitio, ou nível de exigência, é que tem em consideração. Se fosse uma outra série qualquer deixava passar, e até achava normal.

Olha, depois de escrever aquilo ali em cima, percebi o que me atrai na série. Eu estranho aqueles dois momentos porque me pareceram típicos de uma série televisiva. A FNL não é uma série. Aquilo é a vida real e, por acaso, ali estamos nós a cuscar.

Pitx disse...

como sabes, eu não respondo a comentários, mas há respostas e respostas:

ok, a cena dos equipamentos também me fez comichão. foi aquele momento «will smith ou outro preto qualquer a fazer de presidente dos usa - eleito pelo partido democrático e que fez a tropa nos marines com infiltrações em terrenos do inimigo e... - numa cena em que o vento lhe bate na face ao mesmo tempo que folhas esvoaçam pelo ar...». mas, é também esse o momento que provoca o cheque bancário metido ali sem que a mulher saiba previamente... e sendo assim, a coisa já ganha alguma lógica e justificação.

o discurso do matt, confesso, não me fez comichão alguma. repara, nós estamos mais que habituados a ver veteranos do vietnam e coisas assim. ainda não conseguimos contextualizar o que significa um gajo de 45 anos estar no iraque (ou ter estado no kuwei ou no afeganistão...). por isso, essa parte não me fez mossa, confesso.

acrescento, o que me faz gostar tanto da série, é forma como as personagens desatam a «contradizer-se». é como dizes, aquilo é a vida real. eu nem sei se estou a usar a palavra correcta. eu sei é que não vale a pena «avaliar» esta série pela 4ª temporada se não tivémos oportunidade de ver todas as anteriores: faz alguma lógica ver o timmy, cheio de pruridos em abafar a sua nova vizinha, sabendo que tem um passado de comilão? não faz. e é por isso que temos que ver as outras temporadas anteriores.; faz alguma lógica ver a partida (spoiler) do matt sem contextualizarmos dentro das cenas dele acontecidas durante a série? não faz. etc... e a julie e a relação do coach com o preto dos lions, etc, etc...

vida real! aquilo é a vida real!

Tomé disse...

Expliquei-me mal em relação ao discurso do Matt. Não que me faça confusão existirem veteranos das novas guerras, nada disso. Aquilo que me faz comichão é a glorificação dos soldados americanos como exclusivos defensores da liberdade. Faz-me confusão o discurso «o meu pai é bonzinho porque andou a defender o american way of life num país que não é o dele, mas que, coincidência do caraças, está embebido em "pitroilo"».

Tomé disse...

Já está. Vi os 13 em menos de uma semana.

Não digo (ainda) que é a melhor temporada que vi, porque para mim é a primeira parte do final. Com isto em mente, é seguramente a melhor metade. Venham mais 13 para aquilo fechar em beleza.

Coisa de que gostei muito: tudo o que parecia uma ponta solta teve um desfecho a condizer (a lesão do Luke, o "negócio" dos Riggins, o aborto, etc.).
Coisa menos boa: faltou-lhe um pouquinho mais de futebol. Mas só um tiquinho.

É engraçado quando dou por mim a torcer para a equipa ganhar. Só não grito "golo" porque aquilo não tem balizas... É como se estivesse acontecer ali, no momento. Lá está, é a realidade que cuscamos.

E aquela música do genérico? Já se me entranhou como o prenúncio de coisa boa.