cara rita,
pronto, lá vim finalmente para o meu posto de observação do céu devidamente artilhado (sabes bem que este artilhado é um exagero) com o tripé para os binoculos (comprei o tal adaptador, sabes?) e, imagina tu, vim também com um monóculo que o meu cunhado me emprestou.
ora bem, acho que já te tinha dito, nem nos binóculos nem no monóculo havia qualquer referência à potência, características ou marca da coisa. por isso, lá fui eu para o campo sem ter nenhuma noção do que iria encontrar.
ainda estava a preparar o tripé (dizer «preparar o tripé» é uma coisa já meio pro, não achas?) quando alguém que comigo estava de férias comentou:
- olha, se vais ver o céu tens que olhar ali para aquele ponto que é marte.
- olha, se vais ver o céu tens que olhar ali para aquele ponto que é marte.
marte? pensei eu cá para comigo, sem ter nem certezas nem dúvidas em relação àquela informação. olha, se for, porreiro. se não for, logo descobrirei o que é.
olhei para lá com os binóculos e, como deves imaginar, os meus «vastíssimos» conhecimentos levaram-me a um mero encolher de ombros somado ao previsível pensamento «talvez seja». acabo então de colocar os binos (dizer «binos» também é coisa de pro, não é?) (estou feito um cagão, já viste?) no tripé, aponto a coisa para o suposto «marte», vejo a coisa com mais atenção, vou buscar o pc para a minha beira, ligo o stellarium (com esta é que arrumei as questões todas. gajo que vai olhar o céu artilhado de stellarium está literalmente a armar-se aos cucos, não achas? um dia destes estou para aqui a falar em dobosianas e coisas assim, não é?), procuro com mais atenção e... eh pá, jupiter? será?
olhei para lá com os binóculos e, como deves imaginar, os meus «vastíssimos» conhecimentos levaram-me a um mero encolher de ombros somado ao previsível pensamento «talvez seja». acabo então de colocar os binos (dizer «binos» também é coisa de pro, não é?) (estou feito um cagão, já viste?) no tripé, aponto a coisa para o suposto «marte», vejo a coisa com mais atenção, vou buscar o pc para a minha beira, ligo o stellarium (com esta é que arrumei as questões todas. gajo que vai olhar o céu artilhado de stellarium está literalmente a armar-se aos cucos, não achas? um dia destes estou para aqui a falar em dobosianas e coisas assim, não é?), procuro com mais atenção e... eh pá, jupiter? será?
era.
que maravilha, rita. nunca tinha visto assim, pelo meu olheco, um astro desses que andam à volta do sol que não fosse a lua. tótil, pá. ali estavam eles, de um lado o europa, do outro o ganímedes... coisa mais gira.
depois fui à revistinha lá do sir patrick moore e aquilo lá tinha um gráfico todo catita com a evolução das luas de júpiter e lá fui acompanhando ao longo dos dias a coisa.
ora bem, vistas as coisas de júpiter desatei a tentar perceber o que raio se consegue ver com os binos devidamente fixos no tripé. eis quando tento procurar e.... e encontro a nebulosa de andrómeda. é pá, uma coisa diferente dum pontinho e tal. uma coisa assim fora do vulgar, gira, pronto.
encheu-me o dia. ou melhor, encheu-me a noite. daí para a frente lá fui seguindo as sugestões da revista. aquela coisa do triângulo de verão e tal. mas claro, volta e meia voltava ao planeta grande para ver o desenrolar do carrousel lá das luas. que maravilha.
ah, o tal monóculo não é mau. já se vêem as coisas mais pertinho e tal. mas é como tu já me tinhas prevenido, a quantidade de luz já é bem mais reduzida e torna-se também mais complicado encontrar o que se quer ver ou até, como sabes, ter uma nitidez da coisa.
mas gostei, gostei mesmo. e fiquei também com a certeza que dada a frequência com que terei estes céus, preciso de bater muitas muitas noites de binóculos antes de eventualmente - tenho sérias dúvidas - me meter num telescópio.
vale?
2 comentários:
Há estrelas cadentes, daqueleas em que passam só para podermos pedir um desejo???????????
Numa noite de observação aqui no colégio dos putos com um senhor entendido no assunto, carregado de telescópios e um portátil que projectava na parede do ginásio o que íamos vendo, até nos foi dado a observar a estação espacial internacional. Um espectáculo.
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