não sei, confesso, se me hei-de aborrecer - o termo correcto é ralar - a sério com certas coisas durante o tempo de férias.
mais a mais porque cada vez que o faço estou a gastar valioso tempo de internet da pen do meu pai.
mas pronto, cá vai: «não consigo entender muito bem a essência da crítica de cinema». ou seja, não consigo tolerar que quando uma pessoa está perante uma folha de papel ou um ecrã de computador em branco, o seu único fito seja: tenho que dizer bem ou dizer mal.
fui à dias ao cinema. ora este acto que há uns anos era algo corriqueiro mas sempre feito com uma valente dose de expectativa, tornou-se, nos dias que correm, num momento de «só lá vou se acho que não me vou chatear muito».
calhou ir assitir à projecção dum filme, realizado pelo provavelmente único realizador que eu gosto mesmo. ora, esta frase já carrega algumas tolices. primeiro porque está subjacente nela que eu sei o que faz um realizador. facto que obviamente não sei. depois porque é uma afirmação fundamentada na soma das partes, ou seja, com base nas visualizações dos seus anteriores filmes. até aqui tudo bem. porém, as coisas que eu gosto - e muito - nos seus anteriores filmes, não tenho a cereteza, confesso, se têm o seu dedo de realizador ou se são obra dos montadores, editores, directores de fotografia ou essas actividades que os filmes têm e que depois, nos óscares todas as pessoas se estão cagando para quem ganha o quê. assim como assim eu decidi que o responsável pelo facto de eu gostar do filme x ou y, não sendo pelo actor ou pela actriz, é o realizador.
na verdade há umas quantas coisas nos filmes anteriores do senhor que eu não encontro nos filmes de mais ninguém. quando fui ver este filme, agora, já não encontrei uma das características que me enchem as medidas. porém, encontrei outras. e, pronto, gostei. dei a noite como ganha.
outras pessoas comentavam este ou aquele actor. tudo bem, é um comentário lógico e expectável. a mim, os actores passaram-me francamente ao lado. nem me aqueceu nem me arrefeceu. e se não me arrefeceu já foi muito bom.
mas claro, valeu o dinheiro gasto.
caí porém no erro de ler, sem querer, confesso, «coisas» sobre o filme. felizmente li só depois. e há um denominador comum em todas as tais »coisas» sobre o filme, ninguém escreve tendo em mente que as pessoas vão ao cinema para se divertirem, distraírem, ouvir/ver contar umas história, etc... não há um único escriba que não use o seu espaço para cair naquele caralhinho de desatar a escrever como quem atribui notas a uma turma que acabou de fazer um teste de ciências da natureza. não entendo, confesso.
foda-se, cinjam-se a dizer «gostei»/«não gostei» disto ou daquilo. por que raio têm que desatar a cagar postas de pescada sobre a textura do argumento ou a solidez do desempenho do director de fotogtrafia? é assim tanto necessário?
eu entendo que haja necessidade de se escrever, de se encher a página, mas não exageremos. e muito menos, não se perca o fito de informar o eventual espectador que «iá, tem lá umas cenas fixes, umas metralhadoras que até parecem reais e até há uma altura em que as gajas se mamam uma na outra!»
por vezes perde-se o essencial. mas pronto, isto sou eu a exagerar, lá está.
3 comentários:
Que filme era?
same question... que filme era?
Era o Second Life???...quase que apostava...
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