ouço, volta e meia, gente da minha terra a dizer: ah e tal, o que era bem giro era se nevasse.
e em vez de me rir, tenho pena. e por outro lado tenho alegria. haja finalmente um momento em que esteja estampado na alma desta minha gente cosmopolita que se há povo provinciano e parolo, ele é o da minha terra.
já não bastava irem passear para o colombo, de mãos dadas com o namorado envergando uma camisa com um rato bordado nas costas: já não bastava pagarem 15 ou 17 euros para verem teatro representado pela dona alice caneças ou por aquela apresentadora do concurso em que aparecia aquele rapaz que tratava a namorada como quem trata um furriel; já não bastava vestirem os filhos como se fossem marinheiros da normandia ostentando penteados "à foda-se!" a imitarem agricultores alemães do século xix, e baptizando-os com nomes de animais domésticos como tomás, tobias ou rubin e sancha; agora para piorarem a coisa, imagino que se devem sentir no topo da piroseira e do provincianismo bacoco, posicionados na varanda do lux, de vodka laranja numa mão e um sg gigante cravado na outra, a olhar para a estação de santa apolónia convencidos que estão virados para coina ou para a atalaia, e enquanto contam os flocos de neve que caem na estrada suspiram «julgava, estava convencida a avaliar peloas imagen que transmitiam lá das estradas do marão, que a neve caía mais devagar. afinal não.»
e em vez de me rir, tenho pena. e por outro lado tenho alegria. haja finalmente um momento em que esteja estampado na alma desta minha gente cosmopolita que se há povo provinciano e parolo, ele é o da minha terra.
já não bastava irem passear para o colombo, de mãos dadas com o namorado envergando uma camisa com um rato bordado nas costas: já não bastava pagarem 15 ou 17 euros para verem teatro representado pela dona alice caneças ou por aquela apresentadora do concurso em que aparecia aquele rapaz que tratava a namorada como quem trata um furriel; já não bastava vestirem os filhos como se fossem marinheiros da normandia ostentando penteados "à foda-se!" a imitarem agricultores alemães do século xix, e baptizando-os com nomes de animais domésticos como tomás, tobias ou rubin e sancha; agora para piorarem a coisa, imagino que se devem sentir no topo da piroseira e do provincianismo bacoco, posicionados na varanda do lux, de vodka laranja numa mão e um sg gigante cravado na outra, a olhar para a estação de santa apolónia convencidos que estão virados para coina ou para a atalaia, e enquanto contam os flocos de neve que caem na estrada suspiram «julgava, estava convencida a avaliar peloas imagen que transmitiam lá das estradas do marão, que a neve caía mais devagar. afinal não.»
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