quarta-feira, janeiro 07, 2009

corre, meu querido, corre

não é só o facto de ser uma grande canção e ter uma letra do camandro, eu nem sei muito bem o que é. há ali qualquer coisa... eu sei é que esta cantiga tem ares de ser dos anos setenta.

eu já de si me atrapalho a explicar as coisas, mas com isto que eu sinto sobre esta música a coisa é bem pior. até mesmo a sonoridade dela, pá, aquilo soa diferente, tem um ambiente sonoro (vá, não gozem, não sei como é que hei-de explicar, porra!) que não é igual ao resto do álbum.

a pianada muito calminha lá por trás, muito melancólica, como que a fazer molho de refogado àqueles enrrrhhhrr! da guitarra, e depois a voz dela, sem exageros, sem picos, ali certinha, que maravilha. e o baixo também, estou agora a ver, ali a dar corpo à tal pianada. uma pianada que tem aquele ritmos dasquelas caixinhas com uma bailarina a rodopiar em cima de um espelho.

mas gosto também ali do som da guitarra no solo. parece um solo daqueles órgãos da missa, mas acho que é mesmo uma guitarra. um dia, se encontrar o libório ou o condesso - pronto, se encontrar um dos organistas lá do meu bairro - pergunto-lhe se aquilo é mesmo a guitarra que faz aquele somzinho ou se é mesmo o órgão. e se afinal for mesmo o órgão, peço-lhe para reproduzir este trecho lá na igreja um dia destes.

e podia falar dos olhos ou daquele penteado com os caracóis sobre os olhos verdes. e podia falar da filha da mãe das pernas que a senhora tem. mas pronto, isso já não entra pelas orelhas dentro.

eu quero é dizer que há músicas que deviam ser bitola para uma discografia duma cantora. e esta, infelizmente, não é.





e quero dizer também que isto me recorda 1996 e se há ano que eu odiei foi mesmo 1996, mas isso agora não interessa nada.

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