segunda-feira, abril 07, 2008

praças, mercados e feiras




este post, desta praça

bic, se é geracional ou não, não sei. sei que lá na picheleira nunca se foi "ao mercado". apesar de lá estar escrito "mercado", como sabes, sempre se foi à praça. ia-se à dona ivone que ficava mesmo ao lado da praça, ia-se tocar às campainhas da sede do mrpp que ficava em frente da praça, etc. por outro lado, na província já se ouve mais dizer a "feira". vamos à feira, comprei estas facas na feira, vi a zeca fininha na feira, etc. curiosamente, quando me quero referir ao local em si, já me refiro ao "mercado": mercado de arroios, mercado de alvalade, mercado do rato... vamos lá nós compreender o que vamos dizendo por aí, não é?


fez-me recordar que sou uma nulidade em, digamos, horta.

uma das minhas colegas de faculdade morava nas imediações dessa praça. era época de frequências, exames e entregas de trabalhos de grupo. andávamos com a cabeça em água, só víamos cálculos, riscos, maquetes - atenção que eu ainda sou do tempo dos tira-linhas - bisturis, transferidores, etc.

era sábado de manhã, o sol começou a queimar e eu lembrei-me:
- ó rita, e se cagássemos um bocado para a cadeira de desenvolvimento urbano em meio rural, tu fazias uns hamburgueres desses supletivos que só tu sabes fazer, com molho qb e a bela da alface e arrancávamos para a praia das maças para metermos um bocado de cor na pele. o que me dizes?
- é pá, bem precisamos. mas vimos cedo, ok?
- tranquilo.
- então vai ali à praça comprar uma alface que eu vou fazendo a carne.
- ok.

e lá fui eu, carlos mardel fora, até à praça de arroios.

ora, eu que sempre fui uma nulidade em cozinha - por arrasto em compras -, que sempre fui comendo, com mais ou menos porrada, aquilo que me foram pondo no prato, sem grandes perguntas, dei por mim em frente a uma banca de hortaliça a investigar com as mãos e os olhos uma vistosa alface.

com um ar mais "especialista comunitário" possível, disparo na direcção do vendedor:
- ó chefe, esta alface é coisa para ter que preço?
- é coisa para estar aí sossegadinha sem preço nenhum. então não estás a ver que isso é um repolho, porra?

três minutos e vinte e sete segundos depois:
- ó rita, vai lá tu comprar a alface.
- ó que merda, agora sou eu que tenho de fazer tudo, não?
- não é isso, mas tive um quidproquozeco lá com o mestre das verduras e tive de fugir à pressa. depois eu conto-te.

irra que é burro!

(tivemos 17 no final da pauta. ora toma!)

1 comentário:

tcl disse...

estás a gozar mas olha que Há alfaces ben repolhudas, o que pode levar a essa confusão... quando se tem 15 ou 16 anos, claro!

Mas aqui há uns anitos, uma minha amiga do peito convidou-me para uma bela açorda de coentros, só que tinha comprado salsa e insistia comigo que aquilo eram coentros. A coisa foi resolvida com coentros margão, em semente, o que fez os convidados cuspirem bolinhas todo o jantar. Ficaram as fotos dos bratos orlados de bolinhas pretas e uma história para contar.