ela não conta porque anda sem paciência para contar.
ela não conta e eu roubo-lhe a história.
esplanada do paredão, calor primaveril, malta jove que se aproxima para beber uns canecos e ficar ali a lagartejar. tudo boa gente, tudo sangue bom.
às tantas diz um:
- ó pá, e a minha mãe? não está a ver bem, então não é que me foi perguntar o que quer dizer mâdafâca?
- ihhh, que cena! e tu, o que disseste?
- é pá, disse... desenrasquei-me ora, disse que aquilo queria dizer o que estava lá dito: "mãe da foca"!
- sério?
- sim, disse "mãe da foca"
- e ela acreditou?
- é pá, acho que sim. eu não tive foi coragem de lhe dizer a verdade, porra. aliás, nem saberia contar a verdade.
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