terça-feira, agosto 03, 2010

raw power in motion

já aqui o disse mais que uma vez, há qualquer coisa de estranho naquelas decisões que os dj tomam quando desatam a pôr músicas que ninguém gosta, que ninguém dança, que afastam pessoas da pista. e isso acontece uma vez, repete na semana seguinte, na outra e outra e outra... e anos depois dizem «eu é que lancei a ofra haza nas pistas do springfellows». dá logo vontade de perguntar: e alguém gostava? e dançavam?


nas aulas dos ginásios acontece o mesmo, no que me toca, com as de rpm (ou cycling ou lá o caraças!). acredito que se deva tentar «gastar» as coreografias que lá os senhores do outro lado do mundo vão criando e lançando. mas será mesmo necessário insistir nas músicas que ninguém, repito, ninguém que lá vai pedalar gosta. qual é mesmo a ideia? recebem créditos por porem essas músicas? é obrigatório tocarem essas coreografias?


sou do tempo em que se ia para as discotecas esperançados «na música que vinha lá a seguir». sou do tempo em que quase me mijei todo (mijei mesmo) no urinol do bba quando tentava sacudir o chouriço ao acelerar o mictamento da coisa, só porque começou o original sin dos inxs. sou do tempo em que ficávamos «só mais um bocadinho» no saudoso esquadra da rua da rosa, porque era mesmo um daqueles bares em que «a próxima é que é e depois, então, arrancamos» (além de tocarem música pimba nas casas de banho).


ora, será que os professores de rpm não se "intéram" e não reparam que nalgumas músicas nós pedalamos com mais afinco do que noutras, precisamente porque as músicas puxam por nós? será que eles ainda não perceram que ninguém, mas ninguém mesmo, gosta disto? será que nunca perceberam que se pedala com mais pedal - perdoem-me o português - quando se ouve isto em vez de isto? e estou apenas a falar da faixa 5 que é das mais difíceis de todo o set. mas se pegar na faixa 6, em que temos que rolar mesmo com muita velocidade, acreditem, há canções que nos fazem abrandar em vez de nos espicaçarem.


eu poderia gastar aqui mais linhas com a total ausência de sentido pedagógico da aula: postura? carga? saltitar o rabo no selim? ah, isso não interessa nada! pois....


bom, vamos a coisas boas. na semana passada, inesperadamente (ou não. não me apetece dizê-lo em público), tive uma aula nota mil! um professor old school, aquela coisa - cada vez mais estranha e rara - de se começar devagarinho e terminar em dor. o uso da carga e das baixas velocidades em vez da tolice e da fartazana do pedalanço à bruta e descordenado. e depois, bom, depois as músicas escolhidas. que maravilha! será que ninguém repara que há mesmo algumas músicas que o povo canta e canta mesmo? e que quando canta pedala mais, e que qaundo pedala mais volta mais vezes e fideliza-se?


(isso não é para ali chamado, pois não?)


(e como devem estar já a pensar que, para eu ter feito este post, nessa tal aula só tocaram músicas antigas, embrulhem-se com esta que por lá passou)


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