quinta-feira, fevereiro 09, 2006

Strange love *



Eu, no fundo, sou é um insatisfeito dos diabos com o raio dos concertos. Nunca, mas nunca consigo sair satisfeito dum espectáculo musical. Ou é porque os gajos tocaram esta e não tocaram aquela, ou é porque o som estava marado, ou porque o baterista fez isto, enfim, tem de haver sempre algum grão na engrenagem.

Mas a coisa que mais me irrita é apaixonar-me por um disco ao vivo e depois, quando vejo essa banda em palco, esperar sempre que toquem da mesma forma que eu as ouvi lá na aparelhagem de casa.

Por isso eu quis que os U2 se tivessem parecido com o Under a blood red sky ou com o Live Aid; que os Depeche Mode - em 1993 - se tivessem parecido com o concerto da Pasadena; os Rolling Stones - em 1990 - tivessem tocado da mesma forma que no Still Life ou, pelo menos, como no Love you Live; que o Thunder Road do Springsteen soasse igual ao do Live 75-85; etc, etc, etc.

Mas pronto, tudo bem, como disse uma amiga minha, "seria pior, se não os chegássemos a ver". E, mais tarde, acabo por reconhecer que foram momentos do caneco.

Isto vem a propósito do concerto de ontem. Eu quis deixar passar propositadamente 24 horas, antes de estar aqui a cagar postas-de-pescada. Eu acho que foi um grande concerto. O som esteve, na maior parte do tempo muito bom; o pessoal correspondeu muito bem; o Martin Gore mostrou que também sabe cantar daquela forma à António e os Filhos do João (blhagr!); o Dave Gahan é o melhor frontman (isto não quer dizer "melhor vocalista", ok?) das bandas lá do meu tempo, consegue agradar a gajos e gajas (o que não é para todos) apesar de usar botins de tacão alto à lá sr. Almeida do Bes de Paço de Arcos (quem conhecer a peça, sabe o que isto quer dizer); duma vez por todas, eu tenho é de me mentalizar que os Depeche Mode são como duas bandas: pré e pós Violator.

Ontem as canções que foram tocadas, do Violator inclusive para trás, bateram aos pontos as dos quatro discos seguintes (é verdade que deste último grupo, deixaram alguns trunfos no bolso: Condemnation, Judas, Free love, coisas que podiam puxar para os coros de multidão). E não há nada a fazer contra isso, não é?

Resumindo e concluindo: foi muito, mas muito melhor que o concerto de Alvalade; em Julho lá estaremos outra vez e venham os Eagles, os Stones (uma vez por ano, pelo menos) e o George Michael para então poder morrer em paz.

* Esta escapou-se-lhes, não foi miúda?

6 comentários:

Karla disse...

Foi, foi... mas mesmo assim... isto provavelmente só atesta a minha falta de experiência, mas foi O concerto da minha vida :D

ni disse...

ai que inveja que vos tenho...

em julho, lá estarei para me redimir...

;o)

beijos e abraços

Cláudia disse...

Amigo, FOI ESTRONDOSO mesmo.
(ah e podia escrever aqui mais qualquer coisa sobre o «cagar postas-de-pescada» antes das 24 horas ou sobre o António e os coisos, mas não me apetece muito... ;o)).

Anónimo disse...

Nasci no mesmo ano em que os Depeche Mode davam os primeiros passos e com uma mana mais velha 6 anos, não posso deixar de mencionar que muita da minha cultura musical foi incutida por ela.

Na quarta-feira tive o prazer de me fazer acompanhar por ela num dos, com certeza a absoluta, melhores concertos da minha vida.

akombi disse...

olá

pela descrição que fazes o concerto deve de ter sido o maximo....ai que inveja.

AnaBond disse...

bah
não consegui bilhetes... e ainda foi em setembro que procurei...
em julho não vou poder ir... vou andar numa de 'ai ai a minha vida ai ai'...

se começas por dizer que regra geral és um insastisfeito dos diabos com o raio dos concertos e acabas por dizer que foi bom (ok, li nas entrelinhas)... baaaaah é somente aquilo que consigo dizer.