esta coisa da idade tem que se lhe diga. comenta-se, à boca cheia, a passagem dos 40, a andropausa, a menopausa ou, sei lá, a simples pausa. por tudo e por nada, em conversa de amigos e não só, comentamos as transformações que ocorrem no nosso corpo.
mas afinal, quando é que somos realmente velhos? antigamente, quando era miúdo, eu olhava para pessoas de trinta e tal anos e considerava-os, uns verdadeiros adultos, pais de família, responsáveis e mais não sei o quê. os primos afastados de sessenta e tal anos, já se configuravam como velhos retintos. caramba, agora aos quarenta, essa percepção altera-se por completo. repete-se aquela sensação que temos quando voltamos, trinta e tal anos depois, àquele corredor onde andávamos de triciclo e julgávamos ter, não os reais 3 metros de comprimento mas, sei lá, uns 15 ou 20. aquilo antigamente, visto do assento do triciclo era compridíiiiiiiiiiiissimo.
ora bem, não são bem os cabelos brancos - o meu sobrinho com 12 anos já tinha mais cabelos brancos que o clooney (sim, estou a exagerar) -; não são aqueles barulhos/sons que fazemos quer ao sentar, quer ao levantar das cadeiras ou dos sofás - principalmente esses modernaços onde literalmente nos afundamos -; não são as dores de estômago - essas já vêm da adolescência; podemos referir a proeminente barriguinha ou o gosto da taça de tinto às refeições e aí já sou capaz de dar o braço a torcer. mas convenhamos, não nos transforma em velhos, cum raio!
eu acho que o barómetro, o instrumento que nos diz realmente se estamos mesmo velhos ou não é a televisão. sim, disse bem, a televisão. a verdade é que em vez de parar uns meros 15 décimos de segundo em cada canal de documentários quando faço zapping, tenho reparado que nalguns estou a demorar mais do que devia. pior, esta semana dei por mim a gastar mais que 20 minutos num documentário sobre as obras de construção do estádio dos dallas cowboys.
é isso mesmo. percebemos, duma vez por todas que atingimos uma certa plataforma etária, quando já fazemos aquela figura que os velhos faziam, pespegando-se no gradeamento de protecção das obras do metro da alameda, ali junto à extinta nova rede, e entupindo a nossa passagem. a diferença de 1998 para agora, está claro, é, digo eu, na existência de tv cabo que nos permite ver ali, com uma definição porreira, a construção da barragem do não sei quê , dum tunel de boston ou a remodelação do metropolitano de nova iorque (lá está, obras do metro).
5 comentários:
Já usas boina?
Eu uso.
Abraço.
velhinho mas bem conservado, vá!
Bem visto, pá ;-)
Abraço
No meu tempo...
Não conheces ainda a frase da moda????
Os 40 são os novos 20???
Não te parece? a mim sim.
E sabes pq ficas mais tempo num canal qd fazes zapping???pq os homens à medida que os anos vão passando têm mais dificuldade na sua concentração e como tal demoaram mais tempo para perceberem o que estão realmente a ver..
Enviar um comentário