"são eles é que nos fazem velhos."
esta frase que muitos de nós ouvimos os nossos pais pronunciarem em conversas com outros adultos sempre me fez espéce. gaita! que raio nós fizemos para andarmos a acrescentar anos à idade dos cotas? quanto muito, demos cabo do orçamento familiar com a quantidade de ténis que escavacávamos em futeboladas na rua, certo?
pois é, julgo que só me apercebi do eventual sentido dessa frase quando passei a dizer "há vinte anos". até uma certa altura, dois anos era uma eternidade. quatro anos, então, a duração do ensino primário, era algo que não tinha fim. depois o raio dos anos passaram a ser mais curtos e pior que isso as coisas passaram a perder o seu lugar na moda num ápice. recordo bem, dum gajo amigo ter dito isso: eu senti-me velho, ou melhor, senti que já não era miúdo quando passei a dizer isso mesmo "foi há uns 20 anos.".
fiquei a pensar nessa frase. e pensei também que, quase sem dar por isso, andava a dizer equipas do clube, campeões de há 20 anos. assim, ditas de cor, como o meu tio álvaro dizia das equipas da década de quarenta.
fonseca, gabriel, simões, freitas e murça; octávio, rodolfo e duda; oliveira, seninho e gomes. parece fácil mas a verdade é que lá por alturas da expo, num jantar de amigos, eu disse esta equipa, assim duma penada. e depois lembrei-me: há vinte anos. gaita, fui apanhado pelo bicho do tempo.
depois vieram as diferenças temporais. e aí a coisa já estava mais parecida com o "são eles é que nos fazem....". às tantas tive uma namorada, uns anos valentes mais nova que eu, uma miúda da geração do cd, que não sabia o que eram maxi-singles. meu deus, foi aí que eu caí em mim e relembrei a frase, dita por um velho irmão, embebida por fluxos etílicos: não achas que andas a desmamar a chavala? ela era realmente bem mais nova que eu...
não sabia o que eram maxi-singles imagine-se.
aqui há dias tive a estocada final. numa conversa com o meu sobrinho, um chavalo de quinze anos, cento e setenta e sete centímetros de massa óssea - já a meter os meus 173 cms num chinelo -:
- mas se queres mesmo comprar um dvd portátil, tens ainda de juntar uns carcanhóis valentes.
- mas, muito?
- sei lá. uns vinte, trinta contos, talvez mais.
- contos? isso é o quê?
ora, eu que não consigo pensar em euros, ouvir um chavalo que eu vi em ecografias, dizer que não sabe o que são contos, fez-me pensar umas quantas vezes. sim, abalou.
não é bem o "há vinte anos", não é bem o "o que é um maxi-single", felizmente ainda não é o "eles é que nos fazem velhos", mas este "contos?" deitou-me abaixo.
buááá!!!!!!!!!!!!!!, quero voltar a dançar o i don't wanna talk about it (a versão do absolutely live, por favor) ou o oh patti dos scritti politti, agarrado a uma gaja qualquer, se possivel no central park do centro comercial são joão de deus.
pode?
esta frase que muitos de nós ouvimos os nossos pais pronunciarem em conversas com outros adultos sempre me fez espéce. gaita! que raio nós fizemos para andarmos a acrescentar anos à idade dos cotas? quanto muito, demos cabo do orçamento familiar com a quantidade de ténis que escavacávamos em futeboladas na rua, certo?
pois é, julgo que só me apercebi do eventual sentido dessa frase quando passei a dizer "há vinte anos". até uma certa altura, dois anos era uma eternidade. quatro anos, então, a duração do ensino primário, era algo que não tinha fim. depois o raio dos anos passaram a ser mais curtos e pior que isso as coisas passaram a perder o seu lugar na moda num ápice. recordo bem, dum gajo amigo ter dito isso: eu senti-me velho, ou melhor, senti que já não era miúdo quando passei a dizer isso mesmo "foi há uns 20 anos.".
fiquei a pensar nessa frase. e pensei também que, quase sem dar por isso, andava a dizer equipas do clube, campeões de há 20 anos. assim, ditas de cor, como o meu tio álvaro dizia das equipas da década de quarenta.
fonseca, gabriel, simões, freitas e murça; octávio, rodolfo e duda; oliveira, seninho e gomes. parece fácil mas a verdade é que lá por alturas da expo, num jantar de amigos, eu disse esta equipa, assim duma penada. e depois lembrei-me: há vinte anos. gaita, fui apanhado pelo bicho do tempo.
depois vieram as diferenças temporais. e aí a coisa já estava mais parecida com o "são eles é que nos fazem....". às tantas tive uma namorada, uns anos valentes mais nova que eu, uma miúda da geração do cd, que não sabia o que eram maxi-singles. meu deus, foi aí que eu caí em mim e relembrei a frase, dita por um velho irmão, embebida por fluxos etílicos: não achas que andas a desmamar a chavala? ela era realmente bem mais nova que eu...
não sabia o que eram maxi-singles imagine-se.
aqui há dias tive a estocada final. numa conversa com o meu sobrinho, um chavalo de quinze anos, cento e setenta e sete centímetros de massa óssea - já a meter os meus 173 cms num chinelo -:
- mas se queres mesmo comprar um dvd portátil, tens ainda de juntar uns carcanhóis valentes.
- mas, muito?
- sei lá. uns vinte, trinta contos, talvez mais.
- contos? isso é o quê?
ora, eu que não consigo pensar em euros, ouvir um chavalo que eu vi em ecografias, dizer que não sabe o que são contos, fez-me pensar umas quantas vezes. sim, abalou.
não é bem o "há vinte anos", não é bem o "o que é um maxi-single", felizmente ainda não é o "eles é que nos fazem velhos", mas este "contos?" deitou-me abaixo.
buááá!!!!!!!!!!!!!!, quero voltar a dançar o i don't wanna talk about it (a versão do absolutely live, por favor) ou o oh patti dos scritti politti, agarrado a uma gaja qualquer, se possivel no central park do centro comercial são joão de deus.
pode?
2 comentários:
aproveita mas é enquanto estás nos "intas" porque quando chegares aos "entas" vais ver o tempo a fugir ainda mais depressa... É a vida, Pitx. E confessa lá...não foi bom jogar à carica, brincar com carrinhos de rolamentos, e comprar bilhetes de autocarro a 5 corôas? (ou tu já não és das 5 corôas?)os putos de agora não tiveram nada disso, pá. é só playstation...
Bom post ;-P
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