quinta-feira, julho 05, 2007

quincho barrilete


todos nós sabemos que durante os anos setenta, primeira metade dos oitenta - não me venham falar nos anos sessenta que eu não assisti, ok? - o festival eurovisão era um dos momentos altos do ano. pronto são aquelas coisas que toda a gente também já sabe: os abba, o johny logan, o gengis khan, o aba-ni-bi - também ridicularizado como abana'áqui que faz calor -, o paulo de carvalho, o sobe sobe balão sobe, o dai li dou, o cid, o paião, as doce, etc...

o que pouca gente se lembra é que o festival da oti - também conhecido como Gran Premio de la Canción Iberoamericana - também tinha que se lhe diga. não esquecer que o cid em 1979 obteve um terceiro lugar com aquela coisa da cabana junto à praia - aquilo para mim era um toldo no tarquínio, mas pronto deu-lhe para chamar cabana à coisa - e a adelaide ferreira um segundo lugar com uma coisa que eu não me lembro - também não interessa.

ora bem, em 1977, altura em que havia uma proliferação de anúncios "califa - camisas formula 1" houve um maduro nicaraguano chamado eduardo guayo gonzàlez que ganhou este festival com uma canção chamada "quincho barrilete".

e agora vocês perguntam: mas por carga de água é que eu me recordo disso?
bom é que a quincho barrilete foi escrita, curiosamente pelo carlos godoy, contando a história dum chavalo que trabalhava nas ruas de nicarágua. era um hino honrando todas as crianças que eram vítimas do trabalho infantil, não só na nicarágua como também em toda a américa latina.

o já referido eduardo guayo gonzàlez, apresentou-se em madrid, na gala do festival, acompanhado por um punhado de chavalos que faziam parte dos coros dessa música. a coisa teve um sucesso imediato e venceu, como já disse o festival.

e eu recordo-me tão bem dessa noite como se estivesse a acontecer agora. eu e o meu pai assistindo àquilo, comentando um para o outro:
- ó pedro, não achas que este gajo tem uma camisa fórmula 1?
- ó pai, não é só ele, os miúdos é também a mesma coisa. está tudo vestido com o patrocínio da califa, não é?

dias depois o meu pai aparece-me em casa, certamente vindo da frineve do areeiro com um single na mão:
- comprei-te o disco do "califa - fórmula um".
- boa!

e nas semanas seguintes, era ver-me de punho erguido - lá em casa, proliferava muito este símbolo - cantando a seguinte canção:

De la marimba de chavalos de la Tirsa
este tal Quincho se las gana a los demás
con sus diez años no cumplidos todavía
es hombre serio, como pocos en su edad.

Mientras su mama se penquea en la rebusca
Quincho se faja como todo un tayacán
mañana y tarde vende bolis en los buses
para que puedan sus hermanos estudiar.

Que viva Quincho, Quincho Barrilete,
héroe infantil de mi ciudad,
que vivan todos los chavalos de mi tierra,
ejemplo vivo de pobreza y dignidad.

Que viva Quincho, Quincho Barrilete
su nombre, no se olvidará,
porque en las calles, plazas, parques y barriadas
el pueblo lo repetirá.






Joaquín Carmelo viene a ser solo un membrete
que le pusieron en la pila bautismal,
pero su nombre de combate es Barrilete
le cae al pelo, con su personalidad.

Allá en el Open, vive desde el terremoto,
a hacer lechuzas este Quincho es un campeón,
por un chelín, te hace un cometa prodigioso
para ponerle un telegrama al colochón.

El tiempo sigue, incontenible, su camino
y el chavalito que vivió en el Open tres
no volvera a ponerse más pantalon chingo
ni la gorrita con la visera al revés.

Un dia va a enrrollar la cuerda del cometa
y muy feliz mirando al sol se marchará
enfrentará las realidades de su pueblo
y con los pobres de su patria luchará.

1 comentário:

Anónimo disse...

ahahahahahahahah
Patrocinio da Califa, ahahahah

Tá boa.

Cumps