quando éramos miúdos os guarda-redes não tinham de ter pinta a defender. tinham de defender, pronto! depois, não havia coisas como 15 jogos de futebol por fim-de-semana na televisão (serão mais?), repetições, iutube, jornais desportivos diários, televisão a cores, etc. por isso, os jogadores de futebol tinham uma aura entre nós que não têm actualmente. se um jornalista colocava numa crónica da bola que um tal de koncilia "tinha ido buscar, com uma estirada magnífica, uma bola indefensável, ao canto da baliza", nós imaginávamos logo que o koncilia tinha voado literalmente aqueles 7 metros e tal que vão de um post ao outro. e claro, a partir daí, quando havia discussões sobre a qualidade dos guarda-redes quando se utilizava o trunfo "ah e tal e então o vôo do koncilia? ah pois!" nós calávamo-nos todos. dei este exemplo do koncilia como poderia ter dado duma jogada qualquer em que o zé gato tivesse defendido um remate a uma altura de 3 metros. tanto fazia.
assim, há defesas que ficarão marcadas na minha memória por várias razões: primeiro porque a vi, depois porque a achei espectacular e depois porque, devido às razões que enumerei atrás, não a revi com muita assiduidade.
para mim, a defesa mais espectacular que eu vi fazer - ó costa alves, tu sabes do que é que eu vou falar, mete aqui um comment se afinal não for este o jogo em questão - ocorreu no dia 15 de outubro de 1980, num jogo escócia-portugal a contar para as eliminatórias para o campeonato do mundo de 1982 (o meu campeonato). há um remate traiçoeiro - caneco, estes remates são sempre à traição, pá - dum jogador escocês, a bola assume uma trajectória esquisita, indo primeiro para a direita e desviando num ápice* para a esquerda. o guarda-redes já se projectava para captar essa bola com alguma facilidade, quando a meio desse vôo, ao ver que a bola mudou de trajectória, muda literalmente de direcção a tempo de conseguir ainda socar a bola para canto.
eu não sei se já dizia asneiras nessa altura, mas se a visse agora diria concerteza: dassssssse, defesa do caraças!
nesse dia conseguimos manter o nulo contra uma das mais fortes selecções da europa e viemos mais contentes para casa.
repito, para mim foi a mais fantástica defesa que eu vi fazer. o guarda-redes era o bento.
morreu ontem.
o zé burrié está concerteza mais triste.
* em breve um post sobre esta palavra.
assim, há defesas que ficarão marcadas na minha memória por várias razões: primeiro porque a vi, depois porque a achei espectacular e depois porque, devido às razões que enumerei atrás, não a revi com muita assiduidade.
para mim, a defesa mais espectacular que eu vi fazer - ó costa alves, tu sabes do que é que eu vou falar, mete aqui um comment se afinal não for este o jogo em questão - ocorreu no dia 15 de outubro de 1980, num jogo escócia-portugal a contar para as eliminatórias para o campeonato do mundo de 1982 (o meu campeonato). há um remate traiçoeiro - caneco, estes remates são sempre à traição, pá - dum jogador escocês, a bola assume uma trajectória esquisita, indo primeiro para a direita e desviando num ápice* para a esquerda. o guarda-redes já se projectava para captar essa bola com alguma facilidade, quando a meio desse vôo, ao ver que a bola mudou de trajectória, muda literalmente de direcção a tempo de conseguir ainda socar a bola para canto.
eu não sei se já dizia asneiras nessa altura, mas se a visse agora diria concerteza: dassssssse, defesa do caraças!
nesse dia conseguimos manter o nulo contra uma das mais fortes selecções da europa e viemos mais contentes para casa.
repito, para mim foi a mais fantástica defesa que eu vi fazer. o guarda-redes era o bento.
morreu ontem.
o zé burrié está concerteza mais triste.
* em breve um post sobre esta palavra.
2 comentários:
O que mais me fica na memória, além das defesas, foi aquele soco no manuel fernandes em 82, penalti para o jordão, vitória por 3-1 e campeonato. Um dos melhores keepers(como diz o malveira) sem dúvida.
Está este blog de luto e estamos todos: apesar de ter apenas 5 anos na altura, lembro-me perfeitamente da GIGANTE EXIBIÇÃO do bento no Portugal França de 84!
E das poucas vezes que privei com ele, vi sempre alguém sempre bem diposto e alegre. Era assim que ele estava na gala do Benfica na 4ª feira: até na hora da despedida Bento não tirou o sorriso da cara.
Até sempre
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