antigamente, quando os jornais eram a preto e branco, a primeira página tinha normalmente uma foto dum jogador a rematar ou a cabecear para golo. pronto, ficava ali registado o momento em que tinha acontecido o que realmente interessa num jogo, o golo.
aos despois desataram a mostrar, não o golo, mas um cacho de jogadores a festejar um golo. eram os tempos em que os jogadores festejavam golos.
eu acho que agora nem isso mostram. aparece uma foto lá do meio do jogo e já é um pau! na realidade, se tiver jogado o clube o que realmente aparece é uma futura e suposta contratação do benfica ou então o jesus mascarado de arnaldo exterminador.
recordei-me desta evolução porque eu não tenho nenhuma pachorra para aquele tipo de festejos de golo em que um gajo enverga uma cagança tal - assim como se tivesse acabado de descobrir a penicilina - que nem festeja nem nada fica ali a olhar para todo o mundo à espera que lhe digam «sim filho, foi um golo porreiro, foi sim senhor», fazendo-me recordar o gama que jogou na subida do vitória lá da década de oitenta. é sabido que não é cantona quem quer é mesmo só quem pode.
não tenho também paciência para aqueles festejos em que se reunem dois ou, quanto muito, três jogadores - normalmente, um grupo que se reúne depois à noite nos elefantes desta vida a pagar copos de champanhe às north caroline que por aí há - e abraçam-se ou cumprimentam-se assim como quem pergunta em debates «então, seu maroto, foi para o algarve?»
festejo, para mim, não é festejo que se cinja ao relvado, festejo, para mim, é à toureiro, assim, em grande, agradecendo a quem lhe bate palmas. festejo, para mim, é uma coisa encenada, assim, um drama. é coisa de vida ou de morte. festejo, para mim, não são aquelas corridinhas para o gajo que lhe fez a assistência. festejo, para mim, não é mandar calar os adeptos adversário. para mim, festejo é uma corrida sem norte, ali às voltas, como que se quisesse abraçar todas as pessoas do estádio. é ir a correr para a bancada de braços abertos e, com humildade ou com cagança - aqui sim, já a tolero - gritar de pulmões bem abertos: é golo, caraaaaaaaaaaaaaaaaaalho!
irritavam-me aquelas paneleirices do lucho e do lixa - que saudades deles, caramba! -; eram ridículos aqueles festejos do sporting a imitar uma bomba atómica; aqueles sambinhas dos baianos são uma parvoíce; o movimento de embalo dum bebé só teve piada quando feito a primeira vez pelo bebeto. depois disso, são gestos confrangedores. uma cambada de tolos é o que todos eram e são.
adiante.
meus amigos, eu não sei se finalmente tenho um ponta de lança em condições - coisa que não tenho desde o mccarthy. eu tenho memória bem apetrechada e por isso tenho a alma muito queimada pela experiência da segunda época do pena. quero com isto dizer que não sei se com este falcao é que nós vamos lá. eu sei é que finalmente e de certeza absoluta, tenho um jogador que sabe festejar golos!
esqueçam a qualidade do golo de ontem. aquilo foi, perdoem-me, um valente chouriço. a única coisa com peso conta e medida foi mesmo o passe do meireles. daí para frente já acho que houve muito grão na engrenagem: o trabalho do hulk muito atabalhoado, aquele remate com um pé direito que tem a qualidade dum josé torres foi no mínimo risível. e, para mim, repito, o toque é à chouriço. podem-me dizer que não e mais não sei o quê, mas para mim, é uma chouriçada. e guardem por favor a memória do madjer para outras situações. ligar aquele toque de calcanhar com o do madjer em viena é mais ou menos como confundir a estrada da beira com a beira da estrada. quero com isto dizer, duma forma subliminar que o golo frente aos leões é muito, muito melhor que o de ontem.
porém, meus amigos, reparem no show que ele faz após a marcação. o gajo desata a correr como louco, o cabelo a bailar, os braços abertos... que maravilha. vê se que há ali influências da escola argentina da bombonera e da monumental de nuñez. estou mesmo contente com esta aquisição.
sim, sei que é uma parvoeira das antigas gostar dum jogador pela forma como festeja os seus golos. mas, caramba, se o jogador festeja os seus golos significa que os marcou. se o jogador é do clube então significa também que o clube marcou um golo. certo? certo, claro!
ai este falcao. repito, que maravilha estes festejos. que loucura, a boca aberta, os braços em vê, assim à kempes, a forma como aterra de joelhos. oléééééé!
venham mais destes!
é claro que não há realizadores de tv em portugal que nos deixem ver estes festejos como deve ser. ou mudam logo para a camara que está a focar o banco dos suplentes ou o camarote presidencial ou... ou uma outra merda qualquer, pronto!
aos despois desataram a mostrar, não o golo, mas um cacho de jogadores a festejar um golo. eram os tempos em que os jogadores festejavam golos.
eu acho que agora nem isso mostram. aparece uma foto lá do meio do jogo e já é um pau! na realidade, se tiver jogado o clube o que realmente aparece é uma futura e suposta contratação do benfica ou então o jesus mascarado de arnaldo exterminador.
recordei-me desta evolução porque eu não tenho nenhuma pachorra para aquele tipo de festejos de golo em que um gajo enverga uma cagança tal - assim como se tivesse acabado de descobrir a penicilina - que nem festeja nem nada fica ali a olhar para todo o mundo à espera que lhe digam «sim filho, foi um golo porreiro, foi sim senhor», fazendo-me recordar o gama que jogou na subida do vitória lá da década de oitenta. é sabido que não é cantona quem quer é mesmo só quem pode.
não tenho também paciência para aqueles festejos em que se reunem dois ou, quanto muito, três jogadores - normalmente, um grupo que se reúne depois à noite nos elefantes desta vida a pagar copos de champanhe às north caroline que por aí há - e abraçam-se ou cumprimentam-se assim como quem pergunta em debates «então, seu maroto, foi para o algarve?»
festejo, para mim, não é festejo que se cinja ao relvado, festejo, para mim, é à toureiro, assim, em grande, agradecendo a quem lhe bate palmas. festejo, para mim, é uma coisa encenada, assim, um drama. é coisa de vida ou de morte. festejo, para mim, não são aquelas corridinhas para o gajo que lhe fez a assistência. festejo, para mim, não é mandar calar os adeptos adversário. para mim, festejo é uma corrida sem norte, ali às voltas, como que se quisesse abraçar todas as pessoas do estádio. é ir a correr para a bancada de braços abertos e, com humildade ou com cagança - aqui sim, já a tolero - gritar de pulmões bem abertos: é golo, caraaaaaaaaaaaaaaaaaalho!
irritavam-me aquelas paneleirices do lucho e do lixa - que saudades deles, caramba! -; eram ridículos aqueles festejos do sporting a imitar uma bomba atómica; aqueles sambinhas dos baianos são uma parvoíce; o movimento de embalo dum bebé só teve piada quando feito a primeira vez pelo bebeto. depois disso, são gestos confrangedores. uma cambada de tolos é o que todos eram e são.
adiante.
meus amigos, eu não sei se finalmente tenho um ponta de lança em condições - coisa que não tenho desde o mccarthy. eu tenho memória bem apetrechada e por isso tenho a alma muito queimada pela experiência da segunda época do pena. quero com isto dizer que não sei se com este falcao é que nós vamos lá. eu sei é que finalmente e de certeza absoluta, tenho um jogador que sabe festejar golos!
esqueçam a qualidade do golo de ontem. aquilo foi, perdoem-me, um valente chouriço. a única coisa com peso conta e medida foi mesmo o passe do meireles. daí para frente já acho que houve muito grão na engrenagem: o trabalho do hulk muito atabalhoado, aquele remate com um pé direito que tem a qualidade dum josé torres foi no mínimo risível. e, para mim, repito, o toque é à chouriço. podem-me dizer que não e mais não sei o quê, mas para mim, é uma chouriçada. e guardem por favor a memória do madjer para outras situações. ligar aquele toque de calcanhar com o do madjer em viena é mais ou menos como confundir a estrada da beira com a beira da estrada. quero com isto dizer, duma forma subliminar que o golo frente aos leões é muito, muito melhor que o de ontem.
porém, meus amigos, reparem no show que ele faz após a marcação. o gajo desata a correr como louco, o cabelo a bailar, os braços abertos... que maravilha. vê se que há ali influências da escola argentina da bombonera e da monumental de nuñez. estou mesmo contente com esta aquisição.
sim, sei que é uma parvoeira das antigas gostar dum jogador pela forma como festeja os seus golos. mas, caramba, se o jogador festeja os seus golos significa que os marcou. se o jogador é do clube então significa também que o clube marcou um golo. certo? certo, claro!
ai este falcao. repito, que maravilha estes festejos. que loucura, a boca aberta, os braços em vê, assim à kempes, a forma como aterra de joelhos. oléééééé!
venham mais destes!
é claro que não há realizadores de tv em portugal que nos deixem ver estes festejos como deve ser. ou mudam logo para a camara que está a focar o banco dos suplentes ou o camarote presidencial ou... ou uma outra merda qualquer, pronto!
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