quinta-feira, março 29, 2007

quarta-feira, março 28, 2007

uest uingue







terminei finalmente o west wing.
nunca terminei o thirtysomething.

no entanto, a pergunta que se impõe é: aguentámos-nos à bronca, ali, durões ou chorámos desalmadamente quando o gary e o leo morreram?




vamos pôr de parte as coisas que víamos quando éramos meninos. vamos pôr de parte a água viva e a top model. vamos pôr de parte as séries mais pequenas, com 10 ou 20 episódios. vamos pôr de parte isto tudo e vamos-nos focar nestas duas séries. qual destas séries eu
afinal mais gosto?

eu vi o thirty quando tinha uns bons 24/25 anos e naquela altura não concebia existir série melhor que aquela. andava na faculdade, chegava a casa, comia a correr e ia para a sala ver aquilo. e adorava. adorava a série mas detestava de morrer uns quantos personagens. sempre odiei o michae e a hope e por serem dois dos principais aquilo atrapalhava-me o raio da visão da coisa. por outro lado, adorava o elliot e a nancy e a relação de ambos com os filhos; a melissa era um doce e só apetecia dar beijinhos; a ellyn era um tesão dos diabos e só apetecia runfar a gaja e o gary, perdão, o professor gary era ó máiór. aliás, é o máiór. depois, no dia seguinte ia para as aulas discutir e contar mexericos com a minha colega zézinha.

o west wing andei a vê-lo ao longo dos últimos 6 ou 7 anos até que, cansado das alterações dos horários da emissão e das tampas que a tvi me dava, decidi comprar aquilo tudo, temporada a temporada, assim, direitinho, sem piratarias nem nada. simplesmente porque já vi algumas temporadas uma quatro vezes e não me canso de as ver. valia a pena, pois, o investimento.

eu não conheço série tão bem filmada como aquela. eu não conheço série com diálogos tão bons como aqueles. eu não conheço série com um naipe de actores tão bons como aqueles. desculpem, mas eu não conheço.

mas fazendo um "supônhamos" que houvesse outra série assim, há uma coisa que a torna ímpar e que me deixa de rastos: nenhuma série apresenta relações homem-mulher duma forma tão singular como esta. eu nunca vi mulheres como as do west wing. aquilo é suposto ser um ambiente de alta política, é suposto ser um ambiente livre de paixões, livre de contactos físicos. e no entanto aqueles cabrões conseguíram criar as situações mais, eu não sei que palavra hei-de utilizar

eu sabia que não era capaz de escrever o meu post sobre o west wing

mas pronto, aquilo era demais. homens que não tinham jeito nenhum para mulheres e que de repente se viam enleados em paixões, aparentemente, impossíveis, aparentemente sem capacidade de as concretizar. com aqueles olhares, aqueles silêncios, aqueles gestos...

e por isso eu nunca vi série alguma mostrar relações como as da cj (já falei aqui que a allison janney tem um charme que trata deus por tu, não já?) com o danny; ou o josh com a amy (a cena dos pezinhos é um must), depois com a joey, com a mandy e depois ainda com a donna; ou o sam com a lisa (que tb entra no dr house) ou mesmo com a mallory.

juro, nunca vi. e este é o elemento preponderante da decisão. esta é a melhor série de sempre por causa das mulheres. nunca vi mulheres assim: lindas, charmosérrimas, fortes e classudas.

é assim a vida. venham mais novelas.




quanto à pergunta: chorei quando morreram ambos.

fretes

coisas que os artistas brasileiros fazem e que eu odeio de morte: cantar fados.

tentem ouvir o estranha forma de vida no totalmente demais do caetano e depois digam-me se não acham ridículo?

coisas que volta e meia os portugueses também fazem e que também acho farsolas: esse tal de jp a cantar bossa nova em português de portugal.

ou seja, isto é como o futebol feminino: eu não me importo que elas pratiquem, não me obriguem é a ver na televisão

dor de corno

em 1989, no auge da maior e mais prolongada dor de corno que o hemisfério norte já conheceu, fui no espaço duma semana a dois concertos memoráveis no coliseu: um da simone e outro do caetano veloso (realmente, não podia escolher melhor programa para evitar choradeiras. pois, pois...).

a simone era paixão antiga. já aqui falei no assunto. e veio a portugal no auge da loucura. veio com uma banda doutro mundo, com uma bateria enorme e uns percursionistas bestiais. um deles podémos ver (quem quis, claro) na banda de apoio da tina turner. um must.

e no coração? no coração festeiro, verdadeiro, brasileiro...

recordo aqui um momento que achei o máximo. à minha frente, uma miúda com o seu namorado. os dois juntinhos, muitos beijos, muita carícia, muita paixão. do seu outro lado um outro rapaz, amigo dos dois e eventualmente seu ex ou futuro namorado. antes do yolanda a simone faz um desafio: quem quiser, segura a mão de quem ama e cante comigo. a miúda encostou então a cabeça no ombro do seu namorado enquanto este agitava lentamente o isqueiro no ar, dum lado para o outro. do outro lado e escondido atrás das costas da miúda estava a mão do outro rapaz. essa mão estava unida à dela enquanto se ouvia aquele se é p'rá morrer quero morrer contigo de mão dada. joinha!

o do caetano foi uma semana depois e podia ter sido uma bosta de concerto (era a minha estreia com ele). a casa estava seguramente e
sem exagero com um terço da sua lotação, a setlist era fraquita com coisas muito anos oitenta e o povo estava a desesperar. entretanto e como nos filmes de suspense dá-se um twist duplo. primeiro com um fabuloso solo de percussão feito com panelas de diversos tamanhos e executado por um tal de charllie brown - mais tarde conhecido por carlinhos brown - e depois, no fim, com uma sequência de 3 encores em que o senhor veloso às tantas já se dava ao luxo de perguntar: í ágora? quí é que voçeis querem ouvirr?

e foram 11 (onze), onze músicas, ali, em acústico, só para meia dúzia de gatos pingados que tinham resistido até ao fim: terra, índio, debaixo dos caracóis, dom de iludir, lua e estrela, fera ferida, etc...

eu, num camarote - estavam quase todos vazios e entrava-se para eles à la gardere - chorava desalmadamente.

um mês depois voltei a apaixonar-me e a coisa passou.

postais

há cromos e cromos. eu gosto de cromos. pronto, tenho um certo carinho. há alturas em que gostava de soltar a franga e ser mais cromo do que sou.

gostava de arriscar certas cromisses. é uma espécie de atracção pelo abismo. não uma cromisse vitalícia. não nada disso. mais, uma coisa, assim, estilo carnaval, mas em "sério". não estou a falar de cromos estilo tunning, malta que conduz inclinada para a direita, malta que use t-shirts justíssimas, malta que diga dread e iô brô, malta que use óculos escuros dentro das discotecas, coisas dessas, não. não falo disso.

falo de outras coisas: gostava de conseguir usar calças aos quadrados, gostava de usar anel com uma pedra verde, gostava de usar um bigode, gostava de ter uma pochete como o cunhal, gostava de usar pente no bolso de trás das calças, coisas assim. cromisses dessas. desse tipo de cromos eu tenho um certo carinho.

um dia - ou melhor - uma noite, estava eu a bombar no dois (deve-se ler boite 2001) quando vejo um daqueles cromos (como eu) habitués da casa. um preto, seco de carnes, carapinha aparada. preso ao cinto,
na parte das costas, estava um coldre para o telemóvel. (maravilha!) na parte da frente, estava um coldre para um zippo. e aquilo fez tlin-tlin na minha alma: um coldre para o zippo? nivel do caraças. eu tenho de ser amigo daquele gajo.

fui ter com ele e pedi-lhe lume. demais: o gesto de abrir o coldre, o sacamento do isqueiro, a forma como ele acendia aquilo. fantástico, eu também queria ser um cromo assim. fui-lhe pedir mais 3 vezes lume. e o ritual sempre ali a ser repetido.

repito, grande nível.

às tantas começa a dar uma valente malha e nós lá estávamos, ali, a tocar aquelas guitarras imaginárias, para cima e para baixo. ele também.

vou para o lado dele e imito-lhe os gestos. os dois juntos agora: téun, tenenéun, tenéu...

às tantas o gajo vira-se para mim e diz:
- está a gozar comigo?
- eu? porquê?
- então, estás aqui a imitar-me, a tocar guitarra. estás a gozar, man?
- isto não é uma guitarra. não, não vês que eu estou a tocar a parte do baixo, porra?

ofereceu-me uma cerveja.

terça-feira, março 27, 2007

penteado almofada

no meu último ano de faculdade, quando julgava que ia ser um ilustre urbanista, passei loooooooongas horas num gabinete da nossa câmara municipal rodeado por mapas, relatórios, gráficos, inquéritos e estatísticas. a fornecer-me todo esse material estavam duas amorosas arquitectas que tinham uma paciência de job para todos os pedidos que eu lhes fazia.

já não me lembro muito bem dos seus nomes. mas há umas coisas que não me saem da memória: vestiam mal, cheiravam bem e tinham cabelo de péssima qualidade. além disso usavam ambas o mesmo penteado. era mais um (des)pentado, mas tudo bem. aquilo dava ideia que elas dormiram a noite toda viradas para cima, nunca apoiando a cabeça de lado. então, por causa disso o cabelo ficava como as orelhas do dumbo, assim espalmado para os lados e com risco - todo torto, obviamente - a sair da nuca para cima. estão a ver a coisa?

baptizei essa arte de "penteado almofada".

hoje, na loja do cidadão, novamente um penteado almofada. e eu olho para aquilo e não me consigo conter. eu estava a assinar um documento, a senhora olhou para mim, eu olhei para ela, deu-me vontade de rir, atrapalhei-me e troquei tudo:

- o senhor pode-me devolver a caneta?
- o pente?

memórias

como dizia há tempos um velho amigo: show de bola!


segunda-feira, março 26, 2007

domingo

acordámos sem "queiuuu leitinhuuuu!" e ficámos na ronha até às quatro da tarde: a ver séries, a dormir, a comer na cama. foi a nossa adpatação ao jet leg.

depois fomos buscá-la à avó.

se calhar porque já não estamos habituados ao descanso.

domingo, março 25, 2007

da bola

- a última vez que tinha visto um jogo da selecção tinha sido na luz, desta vez em alvalade verifiquei que havia menos gajas boas. será do local?

- o episódio do guarda-redes belga foi ridículo. não me refiro ao que ele disse. o que ele disse foram peanuts (alguém realmente ouviu as declarações?). mas se realmente disse alguma coisa assim de tão transcendente, então foi igual ao que disseram e dizem todos os treinadores nas prelecções antes dos encontros se iniciarem: "ponham o pé. se não der na bola, dá no jogador. mas travem a coisa.". lembraram-se então de fazer isto uma coisa do outro mundo. tolices. obviamente, o parvos dos jornalistas foram de língua a salivar para o aeroporto à espera que dali saíssem mais coisas bonitas dos belgas. levaram um par de sopapos - uma palavra tão bonita que até se pode ler da frente para trás e de trás para a frente. se tiverem sido jornalistas do record, julgo que as lostras que apanharam deveriam ter sido um pouco mais fortes. criaram ambiente para se odiarem os belgas. viva o fair-play português!

- o scolari quis também criar um hype com os registos dos últimos encontros entre estas duas selecções. mais uma vez foi ridículo. se saíssemos derrotados, a culpa era da estatística - ele já tinha avisado - , se vencêssemos, o mérito era nosso. fiquei então com a certeza que lá no brasil não passaram na tv, jogos da selecção belga dos anos 70 e 80, durante o tal período em que eles nos venceram. eu fiquei com a certeza que ele ainda não tinha reparado que agora ,estes belgas, são da segunda divisão europeia. mas como tem vindo a fazer uma campanha para o euro 2008, vá, digamos, sofrível, vir à baila com a estatística dá sempre jeito para acautelar as coisas.

- às vezes tenho pouca paciência para o ronaldo. já tem idade para perceber que não há necessidade de se fazerem 10 simulações quando na realidade são precisas apenas 3. chega a ser ridículo andar a imitar os cavalinhos de alter do chão, quando ele vai com a bola e o adversário ainda está a 3 metros dele. o ronaldo abusa daquilo que eu chamo, o problema dos "trabalhos feitos em computador". quando nos pediam trabalhos na escola, aqueles feitos em computador brlhavam sempre mais. se o conteúdo era bom, isso agora não importava. o ronaldo tem computador para dar e vender. e pode fazer melhor. mas enquanto andar a fazer cavalinhos sobre a bola, enquanto andar a mostrar as habilidades todas e, 70% delas serem inconsequentes é uma coisa que me chateia à brava. por outro lado, desde que for marcando e ganhando por portugal, fico descansado. se o fizer por outro clube qualquer, estou-me pouco ralando.

- ainda do ronaldo. um gajo que festeja os golos sozinho, a içar o arcaboiço para as meninas, não merece o meu respeito. ao menos que corra em direcção ao público ou que vá dar um abraço aos colegas. alguém se lembra de ver o maradona a fazer o mesmo?

- o record, mais uma vez, deu nota 5 ao ronaldo. acho aquilo, além de disparatado, uma ofensa ao moutinho, o melhor jogador que pisou o relvado de alvalade.

- o golo do quaresma foi mais uma confirmação daquilo que todo o povo português achou no verão passado: tinha tido piada, ver os alemãe levarem umas rabetas dele.

- relembro aqui mais um momento do fairplay português: os assobios durante o hino belga, fizeram-me recordar as atitudes dos super-dragões durante o minuto ao bento. como é contra os belgas, e foi meio povo que assobiou, tudo bem.

- o nuno gomes foi, juntamente com o guarda-redes belga o injustiçado da noite: passaram o tempo a ouvir bocas e assobios. eu quero aqui dizer o seguinte: o nuno gomes, recebe o primeiro passe em condições aos 46 minutos; aos 47 tem finalmente o único momento em que devia ouvir assobios, um falhanço dos valentes; logo a seguir marca o primeiro golo da noite. ou seja o ronaldo e o quaresma podem andar em cavalinhos e trivelas perdendo constantemente a bola que o povo perdoa, o nuno gomes à terceira vez que tem nos pés uma bola em condições marca um golo. eu tive de me recordar das coisas que o desmond morris escreveu para voltar a compreender o povo da bola: não há dinheiro, não há palhaços. mas havendo palhaços, o povo continuará a entregar o dinheiro.

- apesar dos 4 golos, o guarda-redes da bélgica defendeu 7 remates. alguns bem complicados. a bélgica não fez um remate em condições. o ricardo levou 4 pontos e o belga levou 3 pontos. avaliações feitas mais uma vez pelo record. que belo jornal.

- apesar de tudo, o momento da noite vai para o espectador português que cantava junto à roulotte onde aviei dois couratos e uma bjeca: (em ritmo de old macdonald had a farm) ó bélgica faz-m'um bobó, iá-iá-ô....

nota: eu não sou dos que estão contra esta selecção. era o que mais faltava. chateia-me é ver as coisas com talas nos olhos. isso, confesso, chateia-me. por isso, ninguém mais do que eu ficou contente com os quatro golos e com estes três pontos. repito, mais ninguém. quanto muito ficaram tanto quanto eu. agora, não me obriguem é a ir pelo caminho dos carneirinhos. não esperem que eu veja coisas que não gosto e bata palmas. isso não.

inspirado...

...nele e no que ele disse, deixo aqui uma coisa que li na casa de banho do polana, há uns vinte e tal anos, numa tarde para esquecer:

se a merda fosse dinheiro os pobre não tinham cu.

a favorita?

Esse papo já tá qualquer coisa
Você já tá pra lá de Marrakesh
Mexe qualquer coisa dentro, doida
Já qualquer coisa doida, dentro, mexe

Não se avexe não, baião de dois
Deixe de manha, deixe de manha
Pois, sem essa aranha, sem essa aranha, sem essa aranha
Nem a sanha arranha o carro
Nem o sarro arranha a Espanha
Meça tamanha, meça tamanha
Esse papo seu já tá de manhã

Berro pelo aterro, pelo desterro
Berro por seu berro, pelo seu erro
Quero que você ganhe, que você me apanhe
Sou o seu bezerro gritando mamãe
Esse papo meu tá qualquer coisa e você tá pra lá de Teerã

sábado, março 24, 2007

o grande arrepio



aí há uns 20 anos (pronto, ok. um bocadinho menos mas não muito) tive uma namorada com um feitio bárbaro. não que eu também não o tivesse, é certo. mas ela batia-me aos pontos. numa altura em que as coisas não estavam bem (mais eu em relação a ela que ela em relação a mim) precisamente por causa do afamado feitio, chego eu a casa dela e a miúda estava numa excitação brutal. imagine-se que tinha acabado de adquirir a banda sonora do big chill e decidiu começar ali mesmo a desfilar as músicas uma a uma para saber se tinha ou não feito a compra do século.

isto lido agora, com internetes, emules e afins até parece ser uma coisa ridícula. mas não é. naquele tempo conseguir comprar esse disco era uma coisa muito, muito difícil.

e eu estava deslumbradíssimo. tinha visto o filme uns anos antes e, claro, tinha adorado. ouvir ali a banda sonora, mesmo à minha frente, era uma coisa irreal. mas não dei parte fraca. como estava ainda com os azeites lá ia dando uns grunhidos à medida que ela ia passando duma música para outra: ah!, não é má.... sim, conheço... sim, passa.... etc.

não demorei muito tempo a deixar-me daquela palhaçada e fui logo buscar uma cassete ao quarto da irmã dela para gravar aquilo. foi seguramente a cassete mais ouvida desses tempos.

por essa altura, houve alguém que descobriu uma cópia desse big chill no clube de vídeo do arco íris e lá se consegui também o filme.

e é um grande filme. e nesse verão de 90 (mais uma vez a referência ao melhor verão de sempre) esse era o nosso filme. um filme que víamos vezes sem conta, um filme do qual adorávamos tudo e mais alguma coisa, um filme onde tentávamos, secretamente, encontrar similaridades entre este ou aquele personagem com este ou aquele elemento do nosso grupo: o sam, era seguramente aquele; a sarah poderia ser, às vezes, aquela, mas naquela situação que a gente cá sabe, não seria seguramente ela; o michael era unanimemente considerado por todos como aquele; o nick não era nenhum; o harold tinha dias, às vezes era este outras aquele; a meg, podia, quem sabe ser aquela, mas naquela cena que a gente sabe, não era de certeza absoluta; a karen só podia ser aquela; a chloe também não era ninguém, o alex, nós não queríamos que fosse ninguém.

mas gostávamos todos do filme sem excepção: ou porque também éramos um grupo de amigos, ou porque gostávamos de saber como é que seria se um dia nos voltássemos a rever anos depois, ou simplesmente, porque gostávamos de os imitar. nem que fosse a passar um fim-de-semana todos juntos e simplesmente: falar, acontecer, brincar, dar umas tampas ou fornicar.

eu ainda não consigo dissociar estas músicas das cenas do filme e vice versa:
- o baixo do i heard it through the grapevine começa precisamente quando a sarah, que tinha acabado de desligar o telefone, está a olhar para o harold de lágrima a escorrer pelo olho direito e este percebe que alguma coisa de grave realmente se passou.
- o natural woman precisamente depois da sarah dizer ao harold: it's about meg
- o you can't always get what you want surge lá na igreja e desencadeia aqueles dois fantásticos sorrisos no nick e no sam. aqueles sorrisos que dizem tudo, que nos dizem que aconteceram tantas coisas boas ao som daquela música.
- o bad moon rising é tocado enquanto o sam e o harold vão no jeep e relembram o dia em que ambos viram os creedence em poco.
- o tell him das exciters inicia imediatamente após a tampa da chloe ao michael.
- o gimme some lovin acontece no intervalo do jogo de futebol americano.
- o the weight enquanto tomam o pequeno almoço e calçam os tenis
- o som do ain't too proud to beg vem do disco que o harold põe a tocar quando estão a levantar a mesa - cena do caneco. eu acho que já repeti aquele movimento de braço no tan-tan-tan do piano inicial umas 583 vezes.
- etc, etc, etc

e é essa banda sonora que fez com que nessa altura só ouvisse: os temptations, ou marvin gaye, o smokin robinson, os stones (bom, estes já os ouvia antes e continuo a ouvir. e se deus quiser lá estaremos em julho no estádio de alvalade), o hall & oates, o otis redding, os creedence (ó zé, devia fazer um post sobre o vitinha da esquadra, não era? o gajo é que tinha razão, já viste?) o wilson picket, a aretha franklin, os platters, os procol harum, etc, etc. e só não ouvia mais coisas porque ainda não tinha sido inventada a internet.

e os diálogos, porra os diálogos. a gente sabia aquelas frase de cor, caneco:
- that's nice, trust.
- fear of herpes

- Oh, we cleaned it up.

- look at this! this could be us! the next generation.

- he went out in a bang!

- you're so analytical

- does a bear jerk off?

e por causa deste filme, se calhar, alguns de nós pensámos também no nosso próprio funeral ou no funeral de alguns de nós. e se calhar eu adoro fins-de-semana com os amigos por causa deste filme. e se calhar eu gosto do meu grupo de amigos também para brincar ao big chill. e se calhar.... e porque é que os grupos de amigos não duram para sempre?

este amigo pediu-me uma lista com os cinco filmes que eu mais gostei em toda a minha vida. ainda não respondi porque há alguns que me marcaram em 1986 mas que já não me marcam mais. e nem nos 10 primeiros agora estão.

quando surgiram os dvds este foi o primeiro filme que eu comprei. é sintomático de alguma coisa, não é?

é o meu filme favorito. de caras.

sexta-feira, março 23, 2007

duvida

as pessoas que vivem sozinhas cagam de porta aberta?

ai que estúpido, não se goza com essas coisas pá.

o facto da zézinha nogueira pinto andar a falar com a boca de lado tem a ver com a suposta porrada que levou lá no "valencia-inter" do cds ou é uma coisa que já vem de trás?

i put a spell on you








eu continuo a achar que o i put a spell on you pelos creedence (atenção, pelos creedence) encaixava como uma luva na banda sonora dum filme do tarantino.

mas isto sou eu a falar que não pesco nada de cinema.

uóts iór neime

não consigo decidir quais é que são mais feios: se os nomes dos filhos dos ciganos, se o nome dos filhos do jet set.

lembrei-me disso porque tive de escrever uma relação de nomes de cavalos e encontro similaridades com as duas relações que mencionei acima.

promessa de primavera

não ser ingrato e deixar de dizer mal do meu holmes place.

(não se justifica assim tanto. é muito melhor do que as coisas que eu tenho vindo a ouvir dizer dos outros)

quinta-feira, março 22, 2007

mééééééééé

corre por aí um boato dizendo que acabámos de entrar no mês do carneiro. o meu mês.

por causa duma conversa com esta mêlher, lembrei-me do seguinte diálogo, ocorrido num bar, há uns anos porreiros, quando comecei a sair com a minha mulher.

perguntava-me ela:
- que signo és?
- carneiro. (dito muito baixinho, timidamente e completamente à rasca)

e ela, que não é nada de asneiredo, manda o isqueiro e o tabaco para cima da mesa (ai que saudade de quando fumávamos) e diz:
- ó foda-se, mas só me saem carneiros?

e eu que aguardava há uns dias valentes que acontecesse finalmente um beijo (pronto, ok. um linguado) vi a minha vida a andar para trás. queria pagar e ir embora, mas, ainda assim, disse:
- e tem mal eu ser carneiro?
- claro que tem mal. mas vocês são todos carneiros?
- somos?
- são!



beijei-a três dias depois.


ainda cá andamos.


ela continua a ser prejudicada pelo facto de eu ser carneiro.


temos pena!

crime na pensão estrelinha



eu não consigo perceber porque é que ainda não editaram isto em dvd. estão à espera de quê? que saia o blu ray?

este programa é o momento mais fantástico de toda a história do humor português: o bernardo teixeira da cunha, as bolas de berlim, o zé chunga (que juntamente com a personagem da maquilhadora no hermanias (?) interpretada pela lídia franco, foi das caricaturas mais próximas de personagens da vida real que eu conheci), a imitação do paulo de carvalho, o nós é mais bolos, a imitação do júlio montenegro, as pernas da são josé lapa, tantas, tantas coisas, porra!

eu não sei se estou a confundir sketches deste programa com um outro que o herman fez na passagem de ano seguinte (este do crime, é da de 1990 - lá está, outra vez o ano fantástico). não hesitem. na duvida editem os dois. a gente compra. de caras.

duelo - o texto

as músicas são os meus melhores transportadores. são máquinas tecnicamente perfeitas, cheias de milhares de peças minúsculas que fazem essa coisa milagrosa que é levarem-me para outros locais - assim ao estilo star trek - e para outros tempos.

- o mercy mercy me pelo robert palmer, transporta-me para o meu segundo ano da faculdade numa viagem a caminho da terra da minha mãe;
- o one on one dos hall & oates, transporta-me para o verão de 1990 - o melhor da minha vida - na rua da rosa do bairro alto, dentro dum toyota corolla bordeaux (o japonês), estacionado à porta da esquadra;
- o glam slam do prince, transporta-me para o verão de 1988 na terra da minha mãe;
- o state trooper do springsteen, transporta-me para o ano de 1986, nos almoços de pizzas que eram feitos ali para os lados dos coruchéus;
- o whole of the moon dos waterboys, transporta-me para o ano de 1985, na sala 7 do meu rainha dona leonor;
- o stars dos simply red, transporta-me para o ano de 1993, ali para os lados de fontanelas (diz-me lá tu, por favor: dizer aqui que esta gaita me faz lembrar uma tentativa de sodomização de que fui sujeito, por parte de dois latagões da picheleira, em cima duma mesa de ping-pong, é capaz de ser mal interpretado, não é? pois, eu já imaginava, é melhor estar calado)

ontem ouvi, quase sem querer, o duel dos propaganda. uma das minhas músicas favoritas de sempre. meu deus! e quando ouço aquela música o referido transportador começa a patinar. e anda ali às voltas, às voltas, às voltas, algures em meados dos anos oitenta, provavelmente na sala dos meus pais, provavelmente a ouvir a discoteca do adelino gonçalves. não sei, confesso. mas leva-me, leva-me para um sítio qualquer. a pianada logo no início, aquela batida, a voz abagaçada, ai, não sei, há ali qualquer coisa, há sim sinhor.

e há um prazer qualquer de ficar ali a viajar sem rumo.

p.s.: um abraço para o meu querido di napoli, que sem saber, aqui há uns meses, me pôs a viajar por outras paragens, enquanto eu vinha contente da vida, pela a5 em direcção a casa.


duelo

pitéus

à medida que vou crescendo (se calhar achavam que eu já tinha parado de crescer, não?) vão caindo como tordos os mitos culinários. coisas que eu abominava durante a minha meninice (odeio a palavra meninice) tornaram-se, com o tempo, grandes pitéus.

o cozido à portuguesa era o terror dominical em minha casa, agora é a vontade de rumar todas as quintas-feiras ao xico de paço d'arcos.

os pezinhos de coentrada eram faziam parte do grupo da comida de velhos, hoje fazem parte do sonho de ir, sei lá, todos os fins-de-semana ao don caneira de negrais (diga-se de passagem que uma vez também comi uns
pezinhos bestiais em castelo de vide).

a dobrada era um dos meus nojos supremos. servia apenas para dar sabor ao molhinho que era absorvido por grandes quantidades de pão. depois, o resto da refeição transformava-se num pincel do catano porque tinha de andar a separar aqueles bocados de carne do resto do arroz. agora... ui... agora até me lambo todo. e como sempre, deixo imensas nódoas de molho no raio das camisas.

até a caipirinha, bebida que eu achava muito farsola, era terminantemente recusada nas minha saídas nocturnas. demorei a gostar, mas cheguei lá. ok, fiz uns certos ajustes: não tenho paciência para gelo granizado e não gosto de a beber pela palhinha. mas ter ouvido pelo pinto - um gajo que só gosta daquilo na versão "oska" - qualquer coisa como: "estás a fazer esta merda melhor que nunca", julgo ser sintomático de que já bebi e fiz
- reparem que cheguei ao ponto de encomendar do brasil, um personal maço para esmagar os limões - muita capirinha, não é?
(só um aparte: no brasil, há lá qualquer coisa que torna o raio das bebidas diferentes das que são feitas cá. não consigo perceber ainda o que é. mas tenho as minhas desconfianças: o limão é o meu principal suspeito)

ontem caiu mais um desses mitos. a lampreia foi sempre para mim sinónimo duma tortura que a minha tia carménia organizou para o resto da família, numa visita que lhe fizemos a sua casa. ontem, no lumiar, impulsionado por um grupo de garbosos atletas do meu ginásio, enchi-me de coragem e lá dei umas debicadas no bicho. ó cum caraças, aquilo é uma gulodice do caraças. e dá para fazer o tal ensopado de molhanga.

e será que ainda vou gostar de favas? e porque é que será que cada vez tenho menos paciência para bifes?

são perguntas que me atormentam.

terça-feira, março 20, 2007

do papagaio louro

lindo como o cravo,
lindo como a rosa,
toma lá cerveja,
toma lá gasosa.

mas que merda de estrofes são estas, pá?


eu estou para aqui a queixar-me mas será bem pior se a miúda me entrar em casa com discos dos radiohead, ou dos arctic monkeys, ou dos - deus permita que não - arcade fire debaixo do braço.

lembrei-me agora que nessa altura tb não haverão discos. pode ser que me safe.

muita, muita atenção.

à quarta vez que me vêm bater à porta por causa dos comentários anónimos eu já acho demais.

a saber:
- este blog, caso não tenham ainda reparado está na internet
- estando na internet está numa montra
- estando numa montra, estou sujeito a aplausos e/ou tomates podres
- aqui, neste blog são aceites todos os tipos de comentários
- somente apago aqueles que dizem respeito a publicidade. os de spam, ok?
- todos os outros ficam como estão
- não apago sequer os comentários anónimos. mesmo os que aparecem para dizer mal. aliás, também esses são bem-vindos.
- dou-lhes, pois, tanta importância como a que dou aos anónimos que aparecem a dizer bem.

-
graças a deus, das poucas coisas que este blog tem, são aqueles comentários, muito em voga por aí, de gente a lamber o cu uns aos outros. nos blogs de meninas então, desculpem-me a franqueza, é mato. esses sim, chateiam-me um bocado.

- aqui, não.

- aqui, também se pode dizer mal. e deve-se!
- aqui, nunca ninguém fechará um blog por causa de comentários (
por mais ofensivos que eles sejam)
- aqui, nunca ninguém privatizará este blog por causa de comentários (por mais ofensivos que eles sejam)

- não tenho nada contra quem privatiza ou quem encerra blogs por causa de comentários. estou-me até cagando. mas neste canto, neste meu cantinho, isso nunca sucederá.

entendidos?

ó gonçalves, acredita, tu foste o mais suave dos que me deram o toque por causa deste assunto. isto não é pois nenhuma directa. directas são aquelas coisas que queriamos fazer com 15 anos e os nossos pais não nos deixavam fazer e que os nosso filhos nos obrigam agora a concretizar. tranquilo, ok?

brilha, brilha lá no céu a estrelinha que nasceu...

foi com resultados como os que têm ocorrido nesta época que o adriaanse ganhou no ano passado o campeonato: trazia derrotas com os favoritos e ganhava aos fraquitos.

a diferença para este ano é que o resto dos favoritos, o pessoal da avenida marechal craveiro lopes, anda a fazer resultados idênticos.

gostava que no dia 1, já jogasse o porto. é que neste sábado, contra os sportem, não vi lá clube nenhum a jogar. pode ser que assim as coisas se componham.

segunda-feira, março 19, 2007

a ver se nos entendemos



aquele objecto que está representado nesta moeda é um coche. meus amigos, lê-se, côche.

cóche, como habitualmente 99,99% da população pronuncia, devemos chamar aos automoveis lá em espanha - lembram-se do kitt? alguem chegou a ver o kitt em espanhol? começava assim: El coche fantástico es una trepidante aventura de un hombre que no existe en un mundo lleno de peligros y criminales indecente. esse sim, era cóche

se me ouvirem a chamar côche a um coche, não estranhem e não pensem que me estou a armar ao pingarelho.

é que me chateia muito que me chamem de pédro, entendem?

22 emmys depois, chegou a sétima



chegou a minha casa. escusam de telefonar. não atendo nos próximos dias.

post com bolinha

atenção, muita, muita atenção: este post é duma ordineirice pegada. tem imensas asneiras que podem vir a chocar os leitores mais sensíveis e ingénuos. peço, pois, a quem não consiga ler asneiras sem se chocar e de dizer logo de seguida a frase: "que coisa mais reles, que ordinarão!" que pare aqui e desligue desde já a janela deste blog. aceito também, com resignação, que haja pessoas que passem a deixar de andar por estas páginas.

mãe, pai, ouçam: eu estou a escrever isto sob o efeito dumas drogas que uns senhores me obrigaram a tomar. por isso, não sou eu que estou a escrever. é um outro eu. um eu que tem os tais senhores a apontarem-me uma arma na nuca. uma daquelas espingardas que disparavam um pedacito de cortiça, presa por um baraço. daquelas que se compravam na feira de mirandela, ou em verin, lembram-se?. não me levem, pois, a sério.

adiante.







ando triste com as pessoas da minha geração. a malta da rua, estão a ver? a malta que comigo reinava à rolha, ao alho, à bola, à porrada, aos carrinhos de esferas, etc. este pessoal cresceu, aburguesou-se e pôs de lado algumas das expressões pelo qual eu tinha mais apreço. caput! desapareceram do mapa. é o que eu digo: as pessoas crescem, apanham-se com outras vidas e ficam cheias de mariquices. gostam de se vestir e de falar com requintes. isto é tudo uma gaita, digo eu.

tenho saudades de algumas coisas que pensávamos e diziamos. tenho saudades de algumas expressões que o pessoal usava. venho, pois, aqui prestar a minha homenagem ao passado dos meus capitães de areia (do asfalto, dos passeios, da terra e das azedas, seja!)

1)
bruxo!

não percebo. era uma expressão tão gira, pá. muito mais gira do que dizer mainada, pensas!, deves!, ou coisas mais modernas e adultas como tens razão, muito bem ou concordo. dizer-se bruxo era muito mais comovente e convincente.

- vais namorar com a lina porque a manela já não te liga nenhum, não é?
- bruxo!

2)
ir à cona

das mais lindas da língua portuguesa. ir à cona. está ali tudo: ir-à-cona. então havia diálogo mais giro do que:
- a lurdes do 37 é toda boa. tem um cu que só pede mão de apalpar, não é? vou-te contar um segredo. ontem estive uns 15 minutos lá na escada dela.
- e foste-lhe à cona?
- não, não deu. a gaja cortou-se. cá para mim, estava com medo que aparecesse o manel berlindes.
- bruxo!

tenho pena. era realmente uma frase bestial. não havia cá essas coisas modernitas do comer a gaja, ir para a cama, foder (que coisa nojenta este foder), fazer amor e outros que tantos. era ir e mais nada. tem lá algum jeito comer? mas alguma vez se come a cona? quanto muito vai-se "a", isso sim. vai-se "à".

quando comecei a ver que se começou a dizer: comer a cona eu vi logo que a coisa iria descambar.

daí até ao comer a gaja foi um instante. uma pena.

só mais uma informação, estávamos todos seguramente a mais de 10 anos de perder a virgindade, ok?

3)
- os cornos do teu pai.
- do teu, que é um ganda boi.
- vai lá p'á cona da tua mãe.
- da tua, que é maior que a meia-lua.
este continuará a ser para mim o top das ofensas verbais. não era o chamar paneleiro, não era o chamar cabrão, não era o dizer que o nosso clube era uma merda, não era mandar lamber o cu. ofensiva sim, era esta ladainha.
se não reparem: havia um interlocutor que fazia referência aos enfeites do pai do outro, recebendo como resposta a informação que afinal o seu pai era não só proprietário dum valente par de enfeites bovinos como também era o próprio bovino em pessoa. replicava então, mandando o seu oponente para as entranhas da sua mãe. era então que nesse momento ele saberia que a ofensa suprema se aproximava. não, não ficaria a saber das qualidades dos órgãos genitais maternos. também não ficaria a saber se era asseada ou não. ficava pois a saber que a sua progenitora tinha a genitália com o formato do satélite do planeta terra, visitado pelo homem pela primeira vez em 1969, aquando do quarto minguante.

o que mais me encanta neste diálogo é o facto de nem sequer sabermos o significado daquelas palavras. imaginar o pai do outro com um par de cornos não significava necessariamente que o dito senhor andava a ser enganado pela mulher. não, nada disso. pretendíamos apenas zombar com o eventual facto dele ter nascido com a armação na testa. apenas isso.

e passados 5 minutos já estávamos todos juntos outra vez a jogar à bola.

4)
laranjada e gasosa.

como é que é possivel que as pessoas passaram a dizer sumo em vez de laranjada e (espaço para o silêncio. confesso não encontrar nenhum significado para a gasosa do antigamente) em vez de gasosa.

reparem nas diferenças:
- olhe desculpe, quero uma laranjada.
- quer bêbê ou chuépes?
- olhe, espere, tem sumol?
- tenho.
- então pode ser sumol.

- olhe, desculpe, quero um sumo de laranja.
- natural?
- não, pode mesmo ser de pacote.

preciso de fazer mais comentários? digam-me lá onde é que está a cartonância?

quanto à gasosa. é para mim um mistério. para os que nunca provaram gasosa, digo-vos que é mais ou menos como as frize, mas só com sabor a açucar.

e é preciso mais alguma coisa? claro que não. temos a água, o gás e o açucar. não entendo porque é que se mistura framboesa, laranjas de israel, amoras ou coisas dessas.

5)
linguados

extinguiram-se os linguados. não, não estou a falar daqueles que se servem grelhados e regados com molhanga de limão e manteiga. falo-vos dos tecnicamente falando beijos-de-língua.

é uma pena. deixei de ouvir coisas tão bonitas como
- dei-lhe um linguado que durou p'ráí uns bons dois minutos.

ou ainda
- a gaja faz hummm hummmm mnhumm quando nos dá linguados, pá. tens de exprimentar, meu!

ou o televisivo
- viste o beijo que o nacib deu na gabriela, ontem? é que era mesmo um linguado, pá!

é pois, mais uma vez com tristeza que vejo estas coisas serem substituídas por palavras como beijos ou curtições, imagine-se.

beijos podem ser: beijos (se forem na cara), chochos (se forem na boca) ou linguados (se forem com língua e cuspo). não confundam isto nunca, pá.

há dúvidas?

6)
papo de cona

nunca soube qual era o interesse disto. mas a verdade é que era uma coisa que apreciávamos muito.
a mulher podia ter um bom cu, uns olhos bonitos, umas belas prateleiras, mas a pergunta que também vinha sempre atrelada era: e papo, tem? tem um bom papo de cona?

nunca percebemos para que é que serve, nem sabemos o que é. pronto, é um papo. é a chamada testa. é que antigamente elas usavamumas calças (modelo jane fonda) onde conseguíamos saber se elas tinham ou não o malfadado (ou bemfadado) papo.

ainda assim, fica a saudade. era de bom tom apreciar uma mulher com uma grande (não só em qualidade mas também em tamanho) peida - havia umas calças de veludo cotelê que lhes davam um ar majestoso - e um apreciável papo de cona.






tinhamos 10/12 anos. como vêem, alguns continuam na mesma.

studio 60 on the sunset strip



há series que toda a gente diz bem. a malta começa a vê-las e nada. duvidamos do nosso gosto e vemos "só mais um episódio, ok". nah, ainda não houve química nenhuma. e vemos mais dois, três, quatro episódios e raio! no passa nada! pronto, parece que pelos vistos somos nós é que não gostamos da coisa. é cagar e andar!

o studio 60, agarrou-me logo no episódio piloto. ó meu deus, está lá tudo o que estava nas temporadas iniciais do west wing: o mesmo escritor, o mesmo produtor, 3 ou 4 actores (dos que eu gosto, note-se!) que transitaram para esta série, a mesma qualidade de diálogos, o mesmo "ir mais além", até a fonte tipográfica dos títulos e dos créditos é a mesma.

ainda assim duvidei. nah, isto é sorte de principiantes. vemos o segundo episódios e a qualidade aumenta. gaita que série do caneco! é a minha nova série. é perfeita! quero mais.

1) a sarah paulson é uma actriz igual àquela miúda que apresentava os ídolos (deu-me uma branca e não me lembro do nome dela. sónia roberto? será? é uma merda assim do género. olha, não sei.), tem um sinal no sítio do bigode e tudo. o mais engraçado é que esta semelhança traz proveitos. é giro ver nesta série uma tipa quase igual a esta portuguesa, mas, pronto, com piada.



2) ainda não é desta que eu faço um post sobre o west wing. "a" série! a melhor de todas e de sempre. estará para breve, é certo. mas também começo a perceber que não tenho camioneta para a areia que eu queria carregar ao escrever sobre isto. pelo menos ao escrever o que eu queria sobre isto.

3) ainda sobre séries e agora que o lost está definitivamente enterrado - já só continuo a ver aquilo por masoquismo - espero que a já prometida 3ª temporada do prison break não vá lostear a coisa. não estraguem, por favor. se a ideia é andarem por ali 20 episódios a engonhar, avisem logo. ou então façam como a nbc fez: terminem o west wing (e bem) e criem outra coisa qualquer, com dois ou três actores do prison break e com o mesmo escritor.

4) ao que parece, este studio 60, lá nos estados unidos não rendeu muito bem. dizem que o facto de ser emitido junto do heroes lhe tirou cartonância. neste momento está em banho maria. vindo daquele povo nada me admira. são capazes de ir a espectáculos de wrestling e de vir para casa a ouvir coltrane no auto-rádio.

dia do pai

por mais que nos esforcemos, porque por mais que o tempo passe, a gente percebe que nunca será um bom pai quando vemos que ainda gostamos do right here waiting e do lady in red.

e é que não tenho vergonha nenhuma nisso.

se ainda tivesse, não é?

domingo, março 18, 2007

ela, com os seus bebés...

...com os seus peluches e com as suas bonecas, é rígida, ríspida e dá-lhes valentes enxertos de porrada. mesmo quando imaginariamente não querem comer, ouvem sempre um invariável: ai, ai, ai, ai, ai, ai!

imita-nos nos seus comportamentos para com os seus súbditos.

é nestas alturas, quando somos motivos de gozo, que vejo o quanto por vezes a minha paternidade é risível (e às vezes ridícula).

hoje não me lixem, estou com a tella!

dizia o mourinho: "o fc porto é favorito. jogam em casa, formam uma equipa mais experiente e reagem bem a este tipo de jogos."

a este tipo de jogos?

viu-se!

ah, mas eles ganharam bem!

ó nuno, mete três coisinhas nessa cabecinha:
1) show de bola não é isto. show de bola é dar 3 ou 4. lembraste?
2) quando é que te deixas de gastar dinheiro com isso das sms? ainda não reparaste que eu não me toco com essas coisas? fazias melhor em tê-la mandado para um dos teus correlegionários lagartos com a seguinte inscrição: deixemos-nos de rodriguinhos, ganhámos, porra. parece que os gajos ficaram com a tella!
3) aquele abraço, campeão.

sexta-feira, março 16, 2007

só para quem sabe

tenho um professor lá no ginásio que é a tromba do fernando sucre.

mitos urbanos desfeitos

(só falo dos(as) que eu conheço): o número de homens que fecham a tampa da sanita é muito superior ao número de mulheres.

é a vida

há 20/22 anos, havia uma cachopa lá na minha escola que teve o azar de ser objecto da minha fiel e dedicada paixão. julgo que ela nunca soube disso. é bem provável que a principal razão esteja no facto de nem eu, nem ninguém lhe ter dado conhecimento desse facto. e ainda assim, eu andava deslumbrado. ela era linda de morrer, tinha uns olhos verdes bestiais e a cara cheia de sardas. calhava também de caminho ela andar aos pulos e às cambalhotas, lá para os lados do estádio josé alvalade.

verifiquei na altura que os 10 minutos dos intervalos lá das aulas não chegavam para me saciar a sede de a ver. então, sob o pretexto que ia visitar (imagine-se!) a minha amiguinha do peito de então, que também andava às cambalhotas e aos pinos lá pelo feudo dos lagartos, eu ia a correr (imagine-se, outra vez!) - era um treino, ok? - de minha casa até lá ao estádio - e olhem que eram mais de 10 kilómetros - para poder vê-la só mais um bocadinho. santa ingenuidade.

hoje, enquanto fazia o cocó da manhã, folheava uma revista e vi uma foto dela. fiquei desiludido. cum caneco! como é que aquela cara tão gira se transformou numa gaja tão fraquita. minha nossa senhora. além disso, informações fidedignas relatam que ela é burra como um cepo - isto sem querer ofender os pedaços de madeira, ok?.

mas, raio! como é que é possivel. ela há uns anos valentes entrava-me televisão dentro e ainda estava tão porreira. vá lá a gente compreender o mundo, não é?

e eu recordo-me das simpáticas palavras duma colega desse tempo que vaticinava que eu seria alguma coisa de jeito quando chegasse aos 33 anos. já passaram quase 5 anos desde a idade do senhor e ainda não vi nada. eu acho que o que ela queria dizer não era que eu ficaria mais interessante. eu julgo que o que ela me queria dizer era que as giraças desceriam era uns pontos valentes até ficarem ao meu nível. se assim é, cumpre-se a profecia.

talvez, talvez.

a propósito, uma das coisas giras de não actualizar o meu cartão de eleitor é fazer uma visita à minha terra cada vez que quero votar. e é giro porque também verificamos essas transformações: as giras estão uns batoques do caraças e há outras, na altura desprezáveis que se tornaram gajas cheias de pinta e de charme.

nós, por outro lado, ficámos todos pançudos e carecas.

quinta-feira, março 15, 2007

radio ga-ga

não existe a minha rádio!

eu quero uma rádio que dê

o heaven e não o satisfaction
o two of us e não o breakfast in america
o love action e não o don't you want me
o atlantic city e não o born in the usa
o being bored e não o always on my mind
o hidin' for love e não o have you ever really loved a woman
o pretty maids all in a row e não o hotel california
o here comes the flood e não o sledge hammer
o glam slam e não o kiss
o splippery people e não o road to nowhere
o everything she wants e não o wake me up before you go-go
a rapariguinha do shopping e não o todo tempo do mundo
o wine, women and song e não o here i go again
o perfect circle e não o everybody hurts
o trying to throw your arms around the world e não o sweetest thing
o possession obssession e não o maneater
o i'm in love with my car e não o friends will be friends
o shake the desease e não o just can't get enough
o overkill e não o down under
o souvenir e não enola gay
o traveller e não o lady in red
o wishing e não o i ran

entre outros, entre outros

a dois passos do paraíso

músicas que me fazem lembrar dias com "sólinho", calções e chinelos:

A Rádio Atividade leva até vocês
Mais um programa da séria série
"Dedique uma canção a quem você ama".
Eu tenho aqui em minhas mãos uma carta,
Uma carta de uma ouvinte que nos escreve
E assina com o singelo pseudônimo de
"Mariposa apaixonada de Guadalupe"
Ela nos conta que no dia que seria
O dia do dia mais feliz de sua vida
Arlindo Orlando, seu noivo
Um caminhoneiro conhecido de pequena
E pacata cidade de Miracema do Norte,
Fugiu, desapareceu, escafedeu-se.
Oh! Arlindo Orlando
Volte onde quer que você se encontre
Volte para o seio de sua amada.
Ela espera ver aquele caminhão voltando
De faróis baixos, e pára-choque duro.
Agora uma canção
Canta pra mim,
Eu não quero ver você triste assim.

um abraço para o meu cunhado, o meu afilhado e o tito albernaz (que será feito de ti, companheiro, amigo, irmão, camarada, palhaço deste circo que é a vida?) que gostam desta música tanto como eu e que sabem esta ladainha, este kharma, de trás para a frente e de frente para trás.

ahhhhhhhh.tcxhuuuuuuu!

chegou o bom tempo, chegaram as alergias, chegaram os espirros, chegou o zyrtec.

quando puder tirar os óculos escuros, avisem, ok?

quarta-feira, março 14, 2007

fáiâre

a coisa estava mesmo calminha. de repente apareceram os arcade fire e pronto... voltámos à seca do costume.

começo a perdoar o stevie wonder por causa do i just called to say i love you. começo, sim senhor.

terça-feira, março 13, 2007

kit

ofereceram à minha filha uma coisa chamada, ok, não sei se se chama assim, mas pronto a ideia é ser um kit de fada madrinha.

tem asas, tem lá umas peças de roupa, tem uma varinha, etc.

volta e meia lá vem ela com aquilo: com uns chinelos de saltos de plástico (sem capas portanto. imaginam o estardalhaço da coisa, não imaginam?) uma saia de lantejoulas púrpuras, uns cachecóis em tule ou coisa que o valha, coisas assim, estão a ver? ah, e umas asas. ainda por cima, deram-lhe também - há realmente pessoas que não sabem os crimes que cometem - um estojo de maquilhagem, pelo que de vez em quando, além destas roupas surge com a cara literalmente num caganço dos diabos.

ou seja, o que seria um kit de fada madrinha dá ares de ser um kit
de foda madrasta. porque sinceramente, quando ela passa por mim depois de se ter dado ao trabalho de aplicar todas as coisas do tal kit e com os tais chinelos de plástico com, seguramente 5 números acima do seu, só me faz lembrar, assim, uma espécie de matilde fateixa que trabalhou no nina.

meu deus.

diz lá outra vez, filha

a senhora que escolheram para o ivr* da linha de atendimento da tranquilidade, tem voz de bagaço.

um mimo!

*interactive voice response (ó pessoal da velha guarda, estou a falar bem ou não?). é aquilo que habitualmente designamos por "falar para a menina lá da máquina".

manias minhas

esta fase em que a minha filha está a largar as fraldas dá-me muita mais felicidade do que quando começou a andar. de caras!

no entanto, habitualmente, as pessoas perguntam com mais frequência "quando é que começou a andar?", não é?

olhó diéri-ólhó-pópulariiii!!!!!!!!!!!!

deixei de ler jornais há cerca de, sei lá, um ano ou dois. cansei-me, confesso, cansei-me.

era viciado no papel. juro. se via um molho de jornais velhos em casa de alguém, levava-os para casa para me preencherem dois ou três serões. ali, sentado no sofá enquanto enrolava uma melena de cabelo.

gostei do diário de lisboa (o que o meu pai lia), depois do público (que veio arrasar a coisa), depois, claro, o independente (que era - e foi - o nosso jornal), chegou a haver uma altura em que comprava tudo duma ponta à outra: o jornal, o independente, o expresso e o semanário. simplesmente, porque sim.

e a bola, claro. adorava a bola. lembro-me do que eu ressacava em benidorm à procura do raio do jornal, que até chegava - quando chegava - dois dias depois da sua publicação em portugal.

mas cansei-me. cansei-me até do suplemento dna que era porreiraço. um dos melhores suplementos de sempre.

hoje em dia, leio crónicas: o valdano aos sábados na bola (cada vez mais pela net), o boucherie e o joel neto no dn também aos sábados, o rui santos e a as coisas da alexandra tavares teles - a única pessoa em portugal que ainda sabe fazer entrevistas de desporto - no cm sport, mais uma vez aos sábados, o prof marcelo no sol (leio enquanto faço cocó) ainda aos sábados e o sousa tavares (cada vez mais parecido com o pai) sempre que apareça (não, não compro o expresso. recuso-me!).

volta e meia folheio uma revista ou outra (sem comprar) e leio também o bits & bytes do 24 horas - não queiram saber o prazer que me dá andar a passear com o 24 horas debaixo do braço. comprava a maxim porque a inglesa era bestial - levei 5 ou 6 números a perceber que a portuguesa era uma valente merda e comprava também a fhm porque a inglesa também era bestial - levei uns 10 ou 12 números para a largar. comprava por vezes a inglesa e o choque era terrível. será que não há gajas com mamas grandes em portugal?

e é assim, agora notícias propriamente ditas? hum, nada disso. deixei de as ler nos jornais. leio noutros sítios. olha, em blogs, por exemplo.

ah e tenho saudades de haver jornais desportivos. meu deus, lembro-me perfeitamente de até haver três: eram a bola, o record e o jogo. velhos tempos. agora existem produtos exclusivamente para dar lucro e não para informar.

é a vida!

p.s.: nas férias, saio por umas semanas do armário, solto a franga e compro tudo o que mexe. acho que até compro o semanário. credo! estou a brincar, não chego a tanto, descansem!

balança e cai

duas amigas, boazonas até ao céu da boca, estiveram em minha casa e decretaram:

- olha que a tua balança está avariada. acusa uns dois ou três quilos a mais. pelo menos!

e eu fiquei obviamente reconfortado: estou gordo mas também estou mais leve. ah, bom!

segunda-feira, março 12, 2007

ó pai, não apareceu o laminha, pois não?

prometi falar aqui duma recente ida ao circo mas arrependi-me.

custa-me imenso gozar com a pobreza.

com a pobreza de tudo: do espectáculo, das condições de trabalho, das condições dos animais, do recinto, de tudo, de tudo.

e odeio cada vez mais o circo.

piscina de fígado

o meu nobre amigo quim carteiro é uma das poucas pessoas que comigo partilha esta paixão pelo futebol inglês.

eu vou mais longe. além do futebol inglês, gosto dos nomes dos estádios ingleses, dos relatadores de futebol inglês, dos equipamentos do futebol inglês, da fonte tipoigráfica dos números das camisolas do futebol inglês, etc..

hoje, em homenagem ao meu querido quim, um videozeco com uns quantos golos deste malandro que para mim é o melhor futebolista nascido em inglaterra, steven gerrard.



notas finais:

1) quê? o lampard? tenham juízo. este além de ser melhor que o lampard, teve tomates suficientes para dizer não ao mourinho e ficar a jogar por menos dinheiro (mas já de si muuuuuito) na sua equipa. já não se usa, caneco!

2) agora tentem ouvir este video de olhos fechados. estão a ver o sousa martins? não, não esse que está no campo santana, pá. estou a falar daquele da tvi. estão a ver? pois, este deste vídeo não tem nada a ver. atente-se na forma como relata o golo contra o olimpiakos (é o 1).

3) ó quim, tu já viste bem o golo número 10? aquele, o primeiro que aparece. dasssse!

totta

steve archibald, steve perryman, osvaldo ardiles, garth crooks, glenn hoddle e ricardo villa. estes seis nomes (nem me lembro sequer dos nomes do resto da malta, mas o meu zézinho é bem capaz de saber. ele é que é o meu gajo da bola) compunham a equipa do tottenham que venceu duas taças de inglaterra consecutivas.

a primeira aconteceu na época 1980/1981 contra o Manchester City. a final terminou a zero e houve então necessidade de se fazer um segundo jogo uns dias depois. esse encontro foi um jogaço de taça de inglaterra e terminou com um 3-2, chegando a equipa do norte de inglaterra a estar a ganhar por 2 a 1.

eu tenho impressão que foi esse o jogo responsável por eu gostar tanto do futebol inglês e até do tottenham. ainda por cima no ano seguinte voltaram a ganhar este troféu, também a duas mãos, desta feita contra o qpr.

trago aqui este video com os golos desse encontro. meus amigos metam bem os olhos no primeiro golo do manchester city e no trabalhinho que o rickie villa - campeão do mundo com o ardiles em 1978 pela argentina - fez na marcação do 3º golo.

saudades.



já agora, fica a informação que o "mister" desta equipa viria a treinar o sportem uns 3 ou 4 anos depois. chamava-se keith burkinshaw.


o título deste poste é uma homenagem à forma como o presidente do braga chamou ao seu adversário desta semana na taça uefa. juro, ouvi há pouco no telejornal.

domingo, março 11, 2007

rainha

e assim sem mais nem menos, uma antiga professora (charmosíssima, diga-se de passagem) que eu não vejo há vinte anos e que me chumbou - e com razão - duas vezes consecutivas, aparece-me na caixa do mail a fazer-me um convite que eu tenho a certeza não merecer.

mas vou aceitar, claro que sim. honra do catano. repito, honra do catano.

estarei à altura dele? lá para maio saberei(emos).

depois conto.

parabéns, pá

quando anunciei a um amigo, residente em frança, combatente anti-fascista, comunista até ao tutano e benfiquista rôxo, que a minha filha já tinha nascido, ele perguntou-me:

- em que dia é que isso foi?
- onze de março.
- humm, não é uma data muito bonita, sabes disso, não sabes?
*

três anos depois olho para ela e não lhe encontro um único grama que seja de minha autoria.

pronto, ok, tem um umbigo completamente feito por mim - seguramente a maior façanha que eu já fiz na minha vida. blhec! ali, uma semana inteira a mexer em álcool e naquela mola nojentíssima** - e fala com os bebés e com os animais como quem fala com as pessoas, característica que herdei por osmose duma pessoa que eu cá sei e que orgulhosamente transmiti à minha filha.


* quem conhece a peça sabe que esta frase está, digamos, ligeiramente retocada. digamos também que metade das palavras da frase original, contemplavam as pouco vernaculosas: fod***!, car**** e put* dum cab*ão.

** o meu irmão e afilhado marques do carmo sabe do que é que eu estou a falar. ele que foi o único não-profissional da saúde que assistiu ao meu quase desfalecimento quando fui mudar um reles penso que tinha a cobrir uns pontozecos que levei numa mão. paneleirices, é o que isto é.

sábado, março 10, 2007

filha, temos de ter uma conversa

com estas coisas de tudo o que é jet set e actor de cinema ter um ou mais filhos adoptados, tenho receio que a minha filha goze comigo por não seguir as modas.

se por acaso essas bocas surgirem tenho um plano, digo-lhe que afinal ela veio,... sei lá,... do asilo da mitra, pronto!

pode ser que lhe dê status.

odeio circo

... mas vou pegar na miúda e levá-la a ver a coisa. simplesmente para que ela veja os seus amigos - o laminha que se chama bambi, os póneis, o cambelo, a cabrinha, o cavalo que se chama deus, o boi africano, os tig'es, os macacos, os cães... - em acção.

passou duas semanas a fazer-lhe festinhas - nem queirem saber o que é a minha filha abraçada a um lama e a dizer-lhe: p'onto, p'onto meu lindo. o que foi, o que foi. - e agora é altura de ir para as bancadas aplaudi-los.

ódespois eu conto!

é certinho cumódestino

gaja que ande em ginásios e que passe lá mais de duas horas (estamos a falar de tempo de ginásio, não conta o que é gasto a comer ou a tomar banho, ok?) (pronto, dou uma margem de mais meia hora) ou anda em tratamentos ou anda a pedir tratamento.

sexta-feira, março 09, 2007

não há cão, caça-se com gato

a rede dos contactos entre os bloggers é a maçonaria moderna.

é o chamado scratch each other's back (isto é em estrangeiro, ok?)

a propósito deste meu problema, tive a intervenção divina (sem exagero) deste grande malandro que se lembrou duma coisa tão simples como cd's.

ou seja, se a coisa não vai lá com dvd's, pimba a gente dá-lhe com um cd rw fresquinho.

é limpinho, mal as séries entram no pc vindo do emule, tunga saem logo, quase sem parar, para um cd.

e dali, vão direitinhas para o dvd do quarto.

mainada!

em breve, um tvix haverá no meu doce lar. lá está uma outra recomendação da minha rede de contactos. desta vez vinda deste grande maluco.

e agora?

às tantas temos mesmo de fingir que não disse nada e finalmente intervir.

hoje, porque estive imenso tempo parado num cruzamento, a aguardar que conseguisse entrar na estrada principal. e ia-lhe relatando a coisa:

- ora agora não dá.... talvez a seguir a este.... ainda não... agora é que é.... olha depois deste carro.... não..... é agora, é agora.....

quando finalmente consegui, desabafei:
- livra, nunca mais, já viste filha?
- foda-xe!
(eu calado, a rir-me para dentro)
(ela a insistir)
- foda-xe, foda-xe! não é, paizinho?

foi-se me a vontade de rir.

lá lhe expliquei que não se deve dizer aquela palavra. tentei não dar muita importância à coisa. apesar de tudo disse-lhe que se ela voltasse a dizer aquilo eu a prenderia por umas cordas e com a tampa dum tacho a ferver, lhe queimaria o rabo e tal....

mas pronto, parece que tenho mesmo de arrepiar caminho com os meus descuidos à sua frente.

estou fod...lixado, lixado!

algueirão e mem martins

são um mundo que não consigo entender.

há alguma lógica naquelas terras?

quarta-feira, março 07, 2007

bolinha baixa, ó zé

não dou para o peditório das vitórias morais e dos "ses". perdemos porque eles marcaram mais um golo que nós. é simples. vem nos livros.

mas

(lá está, se não houvesse este "mas" não haveria matéria para se fazer este post)

há uma cena que me encheu as medidas: estava o quaresma a ser mais uma vez picado pelo banco do celse quando às tantas, farto daquela coisa, vira-se para o mourinho, puxa a sua camisola para a frente, aponta com o queixo para o emblema do dragão e faz um gesto como quem diz: ó zé, não te excites pá, tem lá calma, o porto somos nós, não são esta cambada de bifes, man!

e eu sei que o mourinho se está cagando para essa cena, e eu sei que aquilo não valeu de nada, e eu sei que o cigas é tão portista quanto eu sou do cucujães, e eu sei que um cheque bem abonado tiram o gajo do clube já amanhã se fosse possivel

mas

ainda assim

aquela cena soube-me a pato.

maravilha!

(e lembrei-me logo dum jogo entre o meu vitória e o futebol benfica no campo francisco lázaro - não consigo chamar àquilo um estádio - em 1986. o vitória já tinha praticamente assegurada a subida de divisão - na semana seguinte recebia o algés e a festa seria em casa (ó zé, estou a contar bem a história?) - e foi lá jogar completamente descontraído. às tantas a bola sai fora e eu agarro-a, não me lembrando que estava infiltrado junto dos sócios do fofó. houve logo ali um reboliço - nada de especial - porque eu não devolvi logo logo a bola. e depois duns "ó caralho, ó chavalo, dá aí a bola. esta gentinha da picheleira, paneleiros de merda", o paulo reis e o freitas (que era bófia) viram-se para a bancada e mandam a boca que sentenciou a coisa: o vitória não são vocês, somos nós. entendidos?)

orgulho, porra!

cyrano

ontem, uma amiga, entra-me messenger dentro e pede-me que lhe faça uma frase que dê ideia que ela esteve a passar por uma fase má mas que agora está na boa.

e eu, fiquei logo abananado:

- pera aí, pera aí. explica-te lá melhor?
- ó pá, tu deves ter jeito para isso, arranja-me uma frase que demonstre que eu agora estou na boa.
- como assim? para quê?
- para dizer a um gajo?
- mau! a um gajo?
- sim, para demonstrar a um gajo que eu agora estou na boa?
- mas estiveste na mó de baixo?
- estive!
- por causa dele?
- sim. cabrãozão!
- então diz-lhe que estiveste na merda e que agora estás na boa. acho que é simples.
- na, na, na, nahhhh! tem de ser uma coisa com piada. ele não pode perceber que eu estive na merda.
- então porra, se tu queres dizer que estás na boa, terás obrigatoriamente de dar a ideia que estiveste na merda.
- hummm...
- é ou não é?
- e não se consegue dizer que estou na boa sem dizer que estive na merda?
- ai, porra, mas vocês são sempre assim tão complicadas?
- isto não é complicado, é muito simples. eu quero que ele saiba que só me magoa quem eu quero e não quem lhe apetece. que não é um gajo qualquer que faz isso.
- pelos vistos até um gajo qualquer te consegue magoar. eu, lá nos nossos velhos tempos consegui magoar-te?
- não.
- mas olha que cheguei a tentar. estou a ver que pelos vistos não consegui. não entendo ainda é se isso é bom ou se é mau.
- vá mas isso agora não interessa nada. vá lá, arranja lá uma frase.
- ai, pá, sei lá. vocês é que arranjam sempre grandes teatros para estas coisas. agora queres uma frase que demonstre desprezo pelo gajo mas que demonstre também que estás em grande. tu realmente...
- sim, isso. mas que também tenha piada.
- isso então é uma encomenda.
- é!
- e nós homens é que somos complicados? tá bem, tá!




- olha diz-lhe qualquer coisa sobre animais, diz-lhe que preferes os cães aos homens.
- como?
- não gostas de cães?
- sim, sim, boa! vou-lhe dizer que quanto mais conheço os homens mais gosto dos animais.
- ai, pá. isso é do mais brega que há.
- então o que sugeres?
(procuro no google uma citação qualquer e digo-lhe)
- boa, boa, está bestial. o gajo vai ficar à nora.

e eu juro, isto não me deixa admirado, é mais uma acha para a fogueira. porra, vocês às vezes... santa paciência.

a minha filha...

... depois dum monumental gregório e ainda com a voz quebrada diz-nos:

- ai, ai, mãejita, vimitei, olha, vimitei. tenho d'ir p'óspitáli!

oh, oh, diane*

teremos que aguardar muitos anos até que estas pitas (ok, mulheres nas casas dos vintes) que agora por aí aparecem(ram) no cinema, tenham alguma piada?

quanto tempo terei de esperar para achar piada a gajas como estas scarlett joahansens ou estas eva mendes ou as teri hatchers?

há quanto tempo é que eu estou à espera que a nicole kidman - seguramente a coninha de sabão mais famosa da australia - deixe de ser uma cara bonita para passar a ter piada? 20 anos? se calhar mais.

porque é que só nas pontes é que a streep teve piada?

porquê? porque é raro as mulheres terem piada antes dos 35, 40 anos.

recordo-me sempre das sábias palavras do meu querido zm quando se referiu a uma pessoas que eu encontrei na rua e que já não via há uns bons 15 anos: a sério? viste a gaja? ihhh, essa tipa aos 18 anos já tinha pinta.

e lembro-me sempre da diane lane quando penso nessas palavras. essa sim aos 18 já tinha uma pinta do caneco.






* esta é dos fleetwood mac

terça-feira, março 06, 2007

deixem conduzir o mantorras!

di vécs

há alguém que tenha em casa um leitor de dvd que leia divx? sim? ok.
então e há alguém que os utilize para ver as séries de tv que vamos arranjando por aí? sim? ok.
então e para verem essas séries já houve alguém que tivesse utilizado dvd's? sim, ok.
então e há alguém que para poupar dvd's tenha utilizado dvd's regraváveis (dvd -rw e dvd +rw)? sim? ok.
então e já experimentaram formatar esses discos, voltar a gravar lá mais ficheiros? sim? ok

e o aparelho reconheceu os discos? ou dá infinitos erros?

(é que nem formatando com o nero, nem voltando a gravar fechando o disco, nem voltando a gravar com a velocidade mais baixa possivel, nem com várias marcas, nem com +rw, nem com -rw, nada. será do aparelho que não os lê ou haverá solução?)

celse - fêquêpê

os noticiários andam a mostrar declarações portistas sobre o jogo de logo. é comum a opinião que a coisa vai ser difícil mas não impossivel.

eu - ia dizer na minha humilde opinião mas lembrei-me que não tenho opiniões humildes. posso ter humildade noutras coisas, mas nas opiniões não tenho - julgo que a passagem vai é ser impossivel, não deixando de ser difícil.

lá está, são opiniões.

meu nome é lindo, ar-lindo

eu andava desconfiado porque raio é que os críticos de cinema diziam tão bem do último filme do 007 mas ontem finalmente consegui perceber: é porque o filme é uma valente estucha.

ou melhor, não é bem o filme que é uma porcaria, será, concerteza se estivermos a avaliá-lo como um 007. portanto, para mim, o casino royale é a green ou a tango dos 007: chamem-lhe o que se quiser àquelas bebidas mas não lhe chamem cervejas, da mesma forma que chamem o que se quiser ao filme mas não lhe chamem um 007.

para um filme de espionagem a coisa parece-me bem, para um 007 já acho que me sabe a pouco. digamos que meio filme à roda dum jogo de cartas - se ainda fosse uma suecada e tal.. - e dum casal enrolado em hospitais e barcos, para mim é muito pouco.

um bond (filme) sem gadgets, nem explosões, nem bombas quase quase quase a rebentar, nem coisas dessas é como um indiana jones sem chapéu nem chicote.

um bond (actor) - atenção que o daniel craig é um bom actor - sem pinta de engatatão, sem ar de canastrão não pode ser um bom bond. por isso o meu bond favorito será sempre o roger moore. esse sim é um bond como deve ser. um bond que andava à porrada como o nené jogava futebol: sem sujar os calções. roger moore era um bond imaculado. até porque eu acho que um bom actor não faz um bom bond (alguém imagina, sei lá, o billy bob thornton, que é um actorzasso a fazer de bond?).

e meus amigos, o sean connery, que todo o mundo mete sempre num pedestral como sendo o melhor bond, para mim é um gajo que só passou a ter piada depois do highlander. é mais ou menos como o gene hackman, vai melhorando com o tempo. chocados? ok, cá vai outra opinião, aquele irlandês também era porreirinho. aliás, digo mais, o pierce já não soube (sabe) fazer mais nada: no dante's peak ele fazia de bond, no thomas crown ele fazia de bond e no alfaiate do panamá idem idem aspas aspas.

resumindo e concluindo:

- o casino royale é um filmito porreiro mas é um péssimo 007
- o daniel craig é um bom actor mas um fraco 007
- a eva green é uma gaja gira, mas porra, não dá a ponta duma tusa que dão a halle berry, a denise richards, a teri hatcher, a tanya roberts (meu deus), a barbara bach (jesusinho!) ou a ursula andress.

e já agora, aceito e recomendo um bond louro e de olhos azuis, mas gaita não me apresentem um com pinta de bielorusso das obras. não exageremos.

segunda-feira, março 05, 2007

e ao jantar

... eu e a mãe em cada um dos extremos da mesa, assim tipo refeição no castelo do conde baldarachi, simplesmente com o pormenor da mesa ter 90 cms de comprimento, e ela, segura na minha mão, segura na mão da mãe e diz:

- gosto muito da mamã e do paizinho.

e leva as nossas mãos à sua cara.

isn't she lovely?

para o meu gang

fiz moelas.

não ficaram muito boas, é certo. também não ficaram assim tããããão más.

pareço, pois, um puto (assim ao estilo do meio campo dos lagartos) com uma boa margem de progressão. aguardemos as próximas tentativas.

capítulo seguinte: pica-pau!

(ó héldinho, e a ideia de termos uma roullote de bifanas em benidorm está cada vez mais próxima pá!)

m(anilhas)

não gosto de desarrumação. nada, mesmo. mas também me tira do sério, mexe um bocado comigo, as casas todas arrumadinhas. também não gosto do meio termo. o que eu gosto e que acho que não consigo descrever muito bem, é daquelas casas que parecem desarrumadas mas não, estão é desorganizadamente em ordem.

tenho duas ou três casas favoritas nesse campo da (des)organização. e nem são muito parecidas umas com as outras. o denominador comum entre elas é, digamos, uma certa patine. uma patine de uso. a cozinha vê-se que tem uso, a sala vê-se que tem uso, os livros vê-se que têm uso. as coisas não parecem arquivadas. quanto muito estão, vá lá, postas naquele sítio, ali

eu não gosto de casas com as coisas arquivadas. gosto das casas com as coisas à mão. os livros à mão, os tachos à mão, os talheres à mão, a roupa à mão. ali, tudo à mão de semear. essas duas ou três casas que eu gosto têm as coisas à mão. em minha casa tento(amos) fazer isso mas nem sempre conseguimos. ou porque simplesmente não é tecnicamente possivel - tentem ter bibelots, velinhas e mariconeras em cima dos móveis com uma criança em casa e depois conversamos - ou porque os gostos não se conciliam. é a vida.

por falar em desarrumação ou arrumação há uma coisa que eu sei que certas casas tinham (e têm) e do qual tenho saudades: um local para onde era colocado o, digamos, refugo. a casa dos meus pais tinha vários compartimentos (ui, imenso), a casa do meu vizinho de baixo tinha pelo menos, uma gaveta - onde havia piões, iô-iôs, guelas, abafadores, alicate, martelo, um ou outro carrinho matchbox - , o nuno saraiva tinha o "sótão" da taberna com coisas dessas, etc.. sempre adorei esses "compartimentos".

lembrei-me disso porque noutro dia precisei de anilhas para as dobradiças duma porta e fui pedi-las ao meu vizinho do andar de baixo. imaginem, anilhas para dobradiças de portas. e ele tinha. hoje, vou precisar de mais três. por vergonha, vou à casa de ferragens comprá-las. mas tenho a certeza que se fosse em casa do meu pai, ele tinha isso de certeza absoluta. e também por vergonha, não lhe vou contar que fui comprar isto.

será que um dia vou ter uma casa com anilhas para dobradiças suplentes? pelo sim, pelo não, em vez de três, comprarei dez.

toma!!

domingo, março 04, 2007

mais pressões

não era altura da imprensa desportiva começar a tirar a almofadinha que pôs sob o bentinho e começar a mostrar com mais evidência os erros que o rapaz anda a fazer?

não começa a ser ridículo aquele "discurso do coitadinho" em relação às arbitragens?

pressões

perguntaram uma vez ao meira, por alturas em que ele ainda estava em portugal, se ele sentia muito a pressão de ser capitão do benfica. respondeu ele: "pressão? nah, pressão sentem os pais que não têm comida para pôr no prato dos filhos"

a minha pergunta é? mas afinal é o porto que se sente pressionado pelo benfica ou é o benfica que se sente pressionado pelo porto que não há meio de cair (até ver, até ver) lá do primeiro lugar?

attack ao body

"ai que canseira, foda-se! então dois ou três caralhos pelo nosso cu acima não era bem melhor que isto, não?"

frase dita por um* dos intervenientes da minha aula de body attack.

maravilha.

* eu disse UM, não disse UMA. mas para o efeito, tanto fazia, não é?

sexta-feira, março 02, 2007

einstein

são normalmente ridículos os pais com filhos mais inteligentes, cultos ou instruídos que o resto do maralhal:

ou caem no ridículo de fazer deles cãezinhos amestrados (ou cães "fotobolistas"): vá, mostra lá qual é a 4ª letra do teu nome? vá, mostra lá qual o 8º algarismo do número pi. vá faz lá ctrl+alt+del.

ou caem no ridículo de não terem noção do que têm lá em casa: "o meu filho é, assim, muito burrinho, coitado!"*.


* expressão utilizada pela minha prima, referindo-se ao seu filho, quando o mesmo terminou filosofia (credo!) na católica com 17 de nota final. o mais curioso é que o dito cujo confidenciou-me, que para o fim levantou o pé do acelerador, porque já estava meio aborrecido com o curso.

galrinho

quando éramos miúdos os guarda-redes não tinham de ter pinta a defender. tinham de defender, pronto! depois, não havia coisas como 15 jogos de futebol por fim-de-semana na televisão (serão mais?), repetições, iutube, jornais desportivos diários, televisão a cores, etc. por isso, os jogadores de futebol tinham uma aura entre nós que não têm actualmente. se um jornalista colocava numa crónica da bola que um tal de koncilia "tinha ido buscar, com uma estirada magnífica, uma bola indefensável, ao canto da baliza", nós imaginávamos logo que o koncilia tinha voado literalmente aqueles 7 metros e tal que vão de um post ao outro. e claro, a partir daí, quando havia discussões sobre a qualidade dos guarda-redes quando se utilizava o trunfo "ah e tal e então o vôo do koncilia? ah pois!" nós calávamo-nos todos. dei este exemplo do koncilia como poderia ter dado duma jogada qualquer em que o zé gato tivesse defendido um remate a uma altura de 3 metros. tanto fazia.

assim, há defesas que ficarão marcadas na minha memória por várias razões: primeiro porque a vi, depois porque a achei espectacular e depois porque, devido às razões que enumerei atrás, não a revi com muita assiduidade.

para mim, a defesa mais espectacular que eu vi fazer - ó costa alves, tu sabes do que é que eu vou falar, mete aqui um comment se afinal não for este o jogo em questão - ocorreu no dia 15 de outubro de 1980, num jogo escócia-portugal a contar para as eliminatórias para o campeonato do mundo de 1982 (o meu campeonato). há um remate traiçoeiro - caneco, estes remates são sempre à traição, pá - dum jogador escocês, a bola assume uma trajectória esquisita, indo primeiro para a direita e desviando num ápice* para a esquerda. o guarda-redes já se projectava para captar essa bola com alguma facilidade, quando a meio desse vôo, ao ver que a bola mudou de trajectória, muda literalmente de direcção a tempo de conseguir ainda socar a bola para canto.

eu não sei se já dizia asneiras nessa altura, mas se a visse agora diria concerteza: dassssssse, defesa do caraças!

nesse dia conseguimos manter o nulo contra uma das mais fortes selecções da europa e viemos mais contentes para casa.

repito, para mim foi a mais fantástica defesa que eu vi fazer. o guarda-redes era o bento.

morreu ontem.

o zé burrié está concerteza mais triste.

* em breve um post sobre esta palavra.

quinta-feira, março 01, 2007

olha, o circo chegou à cidade...*

há um circo na minha terra. eu que odeio estas coisas circenses mas curto a bicharada, faço a vontade à minha filha e vou todos os dias mostrar-lhe os animais que ali estão em exposição.

os tig'es, os meicacos (uh, uh, uh, uh, uh), a cab'inhaas, lamas (que são uma delícia e dão umas lambidelas bestiais), os pónís, a zêb'ia (marty, como também é conhecido), a avest'uz, o boi af'icano, a vaquinha, os po'cos, etc..

mas o que me tira mesmo do sério é que o raio da miúda consegue dizer e utilizar correctamente palavras como: connosco e convosco e não é capaz de pronunciar o nome dum dos bichos:

- ó filha, então e este como é que se chama?
- é o cambelo.
- não, é camelo.
- cambelo.
- mê, mê, mê. filha, caMElo.
- cambelo.
- ó pá, diz lá com o pai: mê mê mê mê.
- mê, mê, mê, mê.
- isso. agora diz lá: camelo.
- camBÊlo.
- foda-se, pá. é caMÊlo, caMÊlo, entendes?
- cambelo, cambelo.
- diz lá dromedário.
- domedário.
- é isso, então esquece o camelo ou o cambelo ou o raio 'sta parta. passa a ser dromedário.
- domedário!

* música dos gemini que participou no festival da canção de 1978.