quarta-feira, fevereiro 23, 2005

Dor de cotovelo



E porque a minha grande e velha amiga Carla, volta e meia traz o tema à mesa de trabalhos, também eu me apetece mostrar algumas coisas do Lupícinio Rodrigues.

Este senhor, foi um grande compositor e cantor brasileiro, boémio e noctívago até ao osso (dizia que "O Sol tem excesso de luz") que afirmou o seguinte: "Existiam duas espécies de dor de cotovelo, a estadual
que é a dor de cotovelo da noite, em que a gente encontra um amor e que depois fica sentindo saudade. Agora, tem a dor de cotovelo federal, que é aquela que a gente não esquece nunca, aquela que a gente guarda para o resto da vida.".
Dá para ver a peça, não é?

Algumas das minhas dores estaduais (das federais, nunca padeci) tiveram como banda sonora, canções deste senhor, principalmente através da voz da Simone (vide o disco gravado ao vivo, em 1979, no Canecão). Mas muitos outros discos eu podia referir. Deixo aqui trechos das que mais gosto:

Vingança

"Mas enquanto houver força em meu peito
Eu não quero mais nada
Só vingança , vingança, vingança
Aos santos clamar.

Você há de rolar como as pedras
Que rolam na estrada
Sem ter nunca um cantinho de seu
Pra poder descansar"



Volta
"Volta, vem viver outra vez ao meu lado
Não consigo dormir sem teu braço
Pois meu corpo não está acostumado"



Ela disse-me assim
Ela disse-me assim
Tenha pena de mim
Vai embora
Vais me prejudicar
Ele pode chegar
Está na hora

E eu não tinha motivos nenhum
Para lhe recusar
Mas aos beijos
Cai em seus braços
E pedi pra ficar

Sabe o que se passou?
Ele nos encontrou e agora
Ela sofre somente porque
Foi fazer o que eu quis

E o remorso esta me torturando
Por ter feito a loucura que fiz
Por um simples prazer
Fui fazer meu amor infeliz


Se acaso você chegasse
Se acaso você chegasse
No meu chatô e encontrasse aquela mulher
Que você gostou
Será que tinha coragem
De trocar nossa amizade
Por ela que já te abandonou
Eu falo porque essa dona
Já mora no meu barraco
À beira de um regato
Em um bosque em flor.
De dia me lava a roupa
De noite me beija a boca
E assim nós vamos vivendo de amor.

Dedicado ao meu Cariño, que me ensinou a gostar, ainda mais do que eu já gostava, destas e de outras músicas da Simone.

1 comentário:

Morena disse...

Ainda bem que eu não sou ciumenta...