A coisa aconteceu ontem. Fui para uma apresentação comercial. Uma coisa em grande, num hotel, cerca de 100 pessoas na assistência, eu sentado na 2ª fila, atento às coisas que lá iriam ser mostradas. Anunciam o primeiro orador, era o big-chefe-pena-branca de um dos departamentos duma grande locadora portuguesa. Um gajo já com um certo estatuto e tal, não é? Um gajo de nível!
Estava a fazer uns rabiscos quando o gajo começa a falar e aquela voz... bom aquela voz afinal era conhecida. E olho para o papel à minha frente e leio o nome do senhor doutor. E olho novamente para ele e realmente conhecia aquela voz. Afinal o gajo tinha andado comigo na escola.
E recuo no tempo 15 ou 20 anos e lá está ele, junto ao cesto de basket, comigo a cravar-lhe um cigarro, a controlarmos as filhas da Lúcia Piloto (no tempo em que tinham muuuuuuita piada) e claro, a falarmos de bola. Avanço no tempo e reparo que ele era a última pessoa que imaginaria a ocupar um posto daqueles. Mais, seria mesmo a última pessoa que imaginaria a apresentar um produto financeiro para uma plateia daquelas. Depois noto que está gordo que nem um texugo (eu continuo a achar que são os ar-condicionado dos gabinetes da banca e dos seguros que engordam os dótores e inginheiros que por lá proliferam), deve ter um bmw ou mercedão e ganha com certeza uma pipa de massa.
Às tantas ponho-me a pensar se seria capaz de ter um emprego daqueles. Se poderia ficar a viajar pelo país a fazer apresentações daquelas, se era capaz de prescindir da família, do banho com a minha filha, do cheiro das minhas mulheres lá de casa, dos abraços diários, etc.
E, com isto, deu-me para olhar para o relógio e fiquei triste ao verificar que ontem já não conseguia apanhar a minha filha acordada. Pensei também que, definitivamente, mesmo que tivesse capacidade intelectual para a coisa, nunca conseguiria aguentar uma vida daquelas. Uma vida profissional que me fizesse estar longe da minha família. Já bem basta estes encontros que me impedem de estar com a miúda. Que me obrigam a deixá-la na escola de manhã e só voltar a vê-la acordada na manhã seguinte. São quase 24 horas sem lhe ouvir a voz.
Nah, nem pensar! Que se lixe o dinheiro, os bms e os mercedes!
.....
Cheguei a casa, dou um beijo na minha mulher (no tal menino, não é?) e ouço a voz da minha filha: páiiiiiii!
Eh lá!
Entro no quarto, e lá estava ela na penumbra, de bracitos abertos para mim. E não consegui repreendê-la por ainda não ter adormecido, apesar de já passar das 10 horas da noite. "Ó filha, dá cá um beijinho ao pai, dás?"
Estava a fazer uns rabiscos quando o gajo começa a falar e aquela voz... bom aquela voz afinal era conhecida. E olho para o papel à minha frente e leio o nome do senhor doutor. E olho novamente para ele e realmente conhecia aquela voz. Afinal o gajo tinha andado comigo na escola.
E recuo no tempo 15 ou 20 anos e lá está ele, junto ao cesto de basket, comigo a cravar-lhe um cigarro, a controlarmos as filhas da Lúcia Piloto (no tempo em que tinham muuuuuuita piada) e claro, a falarmos de bola. Avanço no tempo e reparo que ele era a última pessoa que imaginaria a ocupar um posto daqueles. Mais, seria mesmo a última pessoa que imaginaria a apresentar um produto financeiro para uma plateia daquelas. Depois noto que está gordo que nem um texugo (eu continuo a achar que são os ar-condicionado dos gabinetes da banca e dos seguros que engordam os dótores e inginheiros que por lá proliferam), deve ter um bmw ou mercedão e ganha com certeza uma pipa de massa.
Às tantas ponho-me a pensar se seria capaz de ter um emprego daqueles. Se poderia ficar a viajar pelo país a fazer apresentações daquelas, se era capaz de prescindir da família, do banho com a minha filha, do cheiro das minhas mulheres lá de casa, dos abraços diários, etc.
E, com isto, deu-me para olhar para o relógio e fiquei triste ao verificar que ontem já não conseguia apanhar a minha filha acordada. Pensei também que, definitivamente, mesmo que tivesse capacidade intelectual para a coisa, nunca conseguiria aguentar uma vida daquelas. Uma vida profissional que me fizesse estar longe da minha família. Já bem basta estes encontros que me impedem de estar com a miúda. Que me obrigam a deixá-la na escola de manhã e só voltar a vê-la acordada na manhã seguinte. São quase 24 horas sem lhe ouvir a voz.
Nah, nem pensar! Que se lixe o dinheiro, os bms e os mercedes!
.....
Cheguei a casa, dou um beijo na minha mulher (no tal menino, não é?) e ouço a voz da minha filha: páiiiiiii!
Eh lá!
Entro no quarto, e lá estava ela na penumbra, de bracitos abertos para mim. E não consegui repreendê-la por ainda não ter adormecido, apesar de já passar das 10 horas da noite. "Ó filha, dá cá um beijinho ao pai, dás?"
5 comentários:
:))))
é isso mesmo!!
Mesmo assim, melhor seria, ter uma boa vida e chegar a casa cedo..não??
;)
Nao posso deixar de comentar :))
FOI BONITO, PÁ! :) E há la dinheiro que pague o abracinho da famelga :)... não há!
Beijinhos grandes
CC
tão bom!
Nem mais! Foi por isso e não só, que pedi uma reduçãode horário de trabalho! Com os horários que tinha chegava a casa e já não via os putos! Mais a mais, sem o esposo por cá, convém que eles vejam um dos gajos que os trouxe ao mundo!!!!!! Digo eu!!! :D
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