sexta-feira, novembro 25, 2005

O querer

Que me lembre contam-se pelos dedos de uma mão os jogadores que respondiam, mais ou menos correctamente, às perguntas dos jornalistas. Estou a lembrar-me do Dani, do Baía, do Rui Esteves, do Paulo Sousa, do Sá Pinto e pouco mais.

Do lado oposto lembro-me de um caso fantástico que era o Hugo Porfírio. Eu adorava aquelas entrevistas. Primeiro o Porfírio era um gajo que não devia gostar muito de jogar futebol, ele gostava era de fazer fintas; segundo, era completamente desmazelado e gostava de ostentar essa desarrumação no vestuário e no cabelo (usou cabelo à moicano, 5 ou 6 anos antes do Beckham) e finalmente, estava-se a cagar literalmente para o que os jornalistas lhe perguntavam. Eu acho que ele fazia aquilo de uma forma deliberada, os gajos perguntavam-lhe sobre o adversário e ele respondia que a comida do hotel era muito boa e que isso os motivava para o jogo. E conseguia dizer isto sem se rir e com os olhos postos no chão. Fantástico.

Agora temos um novo Porfírio. Estou a falar do Quaresma. A diferença é que este, além de ser um craque do caneco, não deve saber fazer mais nada. As entrevistas dele são do que melhor se faz em portugal no campo do humor futebolístico. Eu dou um prémio a quem conseguir detectar uma resposta dele a uma pergunta do jornalista. Normalmente troca as respostas.

Neste último jogo do Porto a terceira resposta dele correspondeu à primeira pergunta que o jornalista lhe fez. Normalmente fala «do querer», do «trabalhar mais», «da motivação extra», etc, mas não consegue ligar uma coisa com a outra.

Adoro!!

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