chama-se tim como o cão dos cinco. escreveu esta carta. se por um lado é de louvar o gesto, por outro lado pergunto, a rir, como é que ficarão os milhões de leigos da congregação de são jobs, ao saberem que o papa mandou-os usar coisas de outras religiões.
... o meu momento favorito do dia, seria, de caras o momento em que abandono o ginásio.
calma, eu gosto daquilo. eu explico.
um gajo vai lá escafeder-se todo numa sessão tola de pulos, de corridinhas ou de pedal. sua como um porco,
os porcos suam, não suam?
sente-se cansado, vai para o balneário, coça a micose, passa no duche, dá um saltinho no turco, volta para o duche, veste-se devagarinho, porque um gajo está cansado, ora!
volta a arrumar a tralha toda no saco,
que pivete!
devolve as toalhas, despede-se do dream team da recepção
alô rodri, alô carine, alô mónica...
enfia-se no elevador, carrega no menos um, encosta-se a uma das paredes e fecha os olhos durante a viagem.
pronto, até aqui nada de novo, não é? certo!
mas é precisamente agora que chega o momento zen do dia: um gajo está com o sacão da ginástica enooooorme e pesado ao ombro, as portas abrem-se pausadamente e invariavelmente há um gajo ou gaja (normalmente tias ou velhos) que acham que é fisicamente possível dois corpos ocuparem o mesmo espaço e no mesmo período de tempo. então, precisamente no momento em que estamos a sair, eles desatam a entrar.
nem «com licença», nem esperam que um gajo saia... nada! irrompem elevador adentro e um gajo que se aguente.
aguentei-me umas duas vezes. de lá para cá, faço-me de parvo, saio na mesma, eles levam com o malão nas trombas (então se forem da minha altura - há poucos, eu sei - aquilo acerta-lhes nos queixos) e eu posso fazer aquele ar espantado número 34:
- ehhh, caralho!
reparem que não digo «ehhh, ó caralho!» porque assim estaria a dizer que ele/a é um caralho. nada dissso. não estou ali para ofender ninguém, claro. - ... foi nos queixos, não foi? txiiii, e é coisa para doer, não é? é fodido quando um/a gajo/a não espera que as pessoas saiam do elevador.
eu olhei para o telefone e, estúpido, pensei «embarcando???? mas, se ela vem de avião por que é que me está a falar em embarcar?».
calma, sete segundos depois fez-se luz. sim, demorei mesmo esse tempo a pôr o tico e o teco a trabalhar. depois fiquei a derivar pelas palavras de português e concluí (ui, tenham medo!): caraças, se existem tantas palavras nesta nossa língua linda, por que é que não vão buscá-las para estas situações?
não ficaria mais bonito se ela me mandasse uma a dizer «aviando»? não? sério?