à medida que vou crescendo (se calhar achavam que eu já tinha parado de crescer, não?) vão caindo como tordos os mitos culinários. coisas que eu abominava durante a minha meninice (odeio a palavra meninice) tornaram-se, com o tempo, grandes pitéus.
o cozido à portuguesa era o terror dominical em minha casa, agora é a vontade de rumar todas as quintas-feiras ao xico de paço d'arcos.
os pezinhos de coentrada eram faziam parte do grupo da comida de velhos, hoje fazem parte do sonho de ir, sei lá, todos os fins-de-semana ao don caneira de negrais (diga-se de passagem que uma vez também comi uns pezinhos bestiais em castelo de vide).
a dobrada era um dos meus nojos supremos. servia apenas para dar sabor ao molhinho que era absorvido por grandes quantidades de pão. depois, o resto da refeição transformava-se num pincel do catano porque tinha de andar a separar aqueles bocados de carne do resto do arroz. agora... ui... agora até me lambo todo. e como sempre, deixo imensas nódoas de molho no raio das camisas.
até a caipirinha, bebida que eu achava muito farsola, era terminantemente recusada nas minha saídas nocturnas. demorei a gostar, mas cheguei lá. ok, fiz uns certos ajustes: não tenho paciência para gelo granizado e não gosto de a beber pela palhinha. mas ter ouvido pelo pinto - um gajo que só gosta daquilo na versão "oska" - qualquer coisa como: "estás a fazer esta merda melhor que nunca", julgo ser sintomático de que já bebi e fiz - reparem que cheguei ao ponto de encomendar do brasil, um personal maço para esmagar os limões - muita capirinha, não é?
(só um aparte: no brasil, há lá qualquer coisa que torna o raio das bebidas diferentes das que são feitas cá. não consigo perceber ainda o que é. mas tenho as minhas desconfianças: o limão é o meu principal suspeito)
ontem caiu mais um desses mitos. a lampreia foi sempre para mim sinónimo duma tortura que a minha tia carménia organizou para o resto da família, numa visita que lhe fizemos a sua casa. ontem, no lumiar, impulsionado por um grupo de garbosos atletas do meu ginásio, enchi-me de coragem e lá dei umas debicadas no bicho. ó cum caraças, aquilo é uma gulodice do caraças. e dá para fazer o tal ensopado de molhanga.
e será que ainda vou gostar de favas? e porque é que será que cada vez tenho menos paciência para bifes?
são perguntas que me atormentam.
o cozido à portuguesa era o terror dominical em minha casa, agora é a vontade de rumar todas as quintas-feiras ao xico de paço d'arcos.
os pezinhos de coentrada eram faziam parte do grupo da comida de velhos, hoje fazem parte do sonho de ir, sei lá, todos os fins-de-semana ao don caneira de negrais (diga-se de passagem que uma vez também comi uns pezinhos bestiais em castelo de vide).
a dobrada era um dos meus nojos supremos. servia apenas para dar sabor ao molhinho que era absorvido por grandes quantidades de pão. depois, o resto da refeição transformava-se num pincel do catano porque tinha de andar a separar aqueles bocados de carne do resto do arroz. agora... ui... agora até me lambo todo. e como sempre, deixo imensas nódoas de molho no raio das camisas.
até a caipirinha, bebida que eu achava muito farsola, era terminantemente recusada nas minha saídas nocturnas. demorei a gostar, mas cheguei lá. ok, fiz uns certos ajustes: não tenho paciência para gelo granizado e não gosto de a beber pela palhinha. mas ter ouvido pelo pinto - um gajo que só gosta daquilo na versão "oska" - qualquer coisa como: "estás a fazer esta merda melhor que nunca", julgo ser sintomático de que já bebi e fiz - reparem que cheguei ao ponto de encomendar do brasil, um personal maço para esmagar os limões - muita capirinha, não é?
(só um aparte: no brasil, há lá qualquer coisa que torna o raio das bebidas diferentes das que são feitas cá. não consigo perceber ainda o que é. mas tenho as minhas desconfianças: o limão é o meu principal suspeito)
ontem caiu mais um desses mitos. a lampreia foi sempre para mim sinónimo duma tortura que a minha tia carménia organizou para o resto da família, numa visita que lhe fizemos a sua casa. ontem, no lumiar, impulsionado por um grupo de garbosos atletas do meu ginásio, enchi-me de coragem e lá dei umas debicadas no bicho. ó cum caraças, aquilo é uma gulodice do caraças. e dá para fazer o tal ensopado de molhanga.
e será que ainda vou gostar de favas? e porque é que será que cada vez tenho menos paciência para bifes?
são perguntas que me atormentam.
3 comentários:
Ai homem, descobre mas é qual é o teu segredo e divulga, que eu sou uma esquisita de primeira e dava-me jeito uma reviravolta dessas :D
Obrigadinha pelo assomo de gregório às palavras dobrada, lampreia e pezinhos.
Obrigadinha!
(esgar de nojo)
Nós estamos sempre em fase de crescimento, quanto mais não seja, para os lados.
Ca dos meus lados confesso que vou fazendo varias tentativas para verificar se de facto nao gosto mesmo de algumas coisas....até agora tenho sido coerente. Confesso, no entanto, que são poucas. As favas só obrigada e os pezinhas de coentrada tb não....o resto marcha tudo (no cozido a unica coisa que deixo para o fim é a carne...)mas odeio iscas, so o cheiro .....
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