quinta-feira, dezembro 30, 2004

Soninho

Esta coisas de não podermos ficar o dia todo a curtir a nossa paternidade, tem que se lhe diga. Infelizmente não sou diferente à maioria dos pais e por isso só vejo a minha filhota acordada, uma uma hora e meia de manhã e outra hora e meia no final da tarde.

Depois disso fica cheia de soninho. Nem sempre consegue adormecer bem. Fica ali num re-nhon-nhon e tal que nos faz perder a cabeça. Mas acaba por adormecer. Tudo bem.

O pior vem depois. Depois só me apetece é acordá-la para lhe espetar umas bejufas naquelas bochechas boas. E nem sempre me aguento. Não a acordo, mas ando por ali, a rondar a cama dela a provocar-me... Deixa lá estar a miúda sossegada.




quarta-feira, dezembro 29, 2004

Bruno Martelli

Lembram-se do Bruno Martelli do Fame? Aquele que conseguia tocar em dois sintetizadores ao mesmo tempo?

Lembram-se?

Pois eu tenho um Bruno Martelli em casa.



terça-feira, dezembro 28, 2004

Trident



A minha Beatriz anda neste momento na fase bi-dente (não confundir com vidente).


Uma vez que nos últimos tempos tem apresentado acentuados indícios de ranho, tosse e choro, é provável que passe em breve a tridente (ou tetradente).

Apesar de nos levantarmos muitas vezes durante a noite, não me queixo (mas é chato, gaita!). Tenho mais pena obviamente, do sofrimento da minha filhota, coitada.

As mães e os pais deste mundo compreenderão isto que eu vou dizer: os bebés, se não vierem com placa, como diz a Cláudia, ao menos que viessem com a possibilidade de saber fungar, puxar a gosma (ugh, que nojo) e cuspir.

Já ajudava. Oh, se ajudava.

Blitz - 20 Anos




Fiz hoje de manhã, uma coisa que já não fazia há uns 10 ou 12 anos, comprei o Blitz.

Devem-se contar pelos dedos de uma mão, as pessoas que da minha geração, que não tenham sido, ao menos durante um período da sua vida, leitores – e compradores – deste jornal. No meu caso, a assiduidade da sua compra esteve mais vincada, entre 1985 e 1991 altura em que atingi a recta final da minha adolescência.

Era um jornal, acima de tudo, à nossa medida. Não abrangia todo o tipo de música (graças a Deus) mas teve sempre uma onda, muito “música de vanguarda” - ou de alternativa como agora se diz - que era mais a minha cena na altura (The Smiths, Durutti Column, The Cure, Bauhaus, New Order, Velvet Underground, Xutos, etc…). Obviamente sem nunca descurar outros ditos mais comerciais, como o sempre eterno Springsteen ou os grandes U2.

Uma coisa boa que este jornal teve era as reportagens de concertos (o saudoso Se7e também era bom). O jornalista ia ao espectáculo e uma das coisas que apresentava era a setlist completa. Ficávamos logo a saber o que é que afinal os gajos tinham tocado. Depois, se tinham tocado bem ou mal, para nós pouco importava. Se as luzes eram assim ou assado, se o público vibrava ou não, isso era o menos. Numa altura em que a produção de espectáculos em Portugal era paupérrima e com preços pouco democráticos, sabermos que os nossos ídolos tinham tocado isto ou aquilo, criava em nós uma certa imagem de “É pá, ganda pinta. Os gajos até tocaram o Frankly, Mr. Shankly”. Isso para nós era importantíssimo.

Havia também a secção dos pregões e declarações (que será feito do rapaz da Suzuki). Quantos de nós não tiveram a secreta esperança de que o “Vi-te a descer a Av. Roma. Mais uma vez não me ligaste pévia. Será que não vês que te gramo, pá? Misterious Girl” tivesse a ver connosco?

A secção da D. Rosa era bestial (parece que ainda continua), uma espécie de enciclopédia musical que respondia às dúvidas dos leitores.

No entanto, era também através deste jornal que ia sabendo as novidades sobre cinema (assim muito na onda Outsiders e Rumble Fish, Blade Runner).

O jornal fez 20 anos. É muita fruta. Não sei se está melhor ou pior pois não conheço muito bem o panorama musical da actualidade. Mas pelo menos, o jornal tem melhor aspecto, é a cores, é mais bonito e não suja os dedos.

Apesar de tudo, quando vou ao meu antigo quarto em casa dos meus pais e vejo religiosamente empilhados quilos e quilos de Blitz’s antigos, preferia voltar a ter 15 anos e sujar os dedos como antigamente.


segunda-feira, dezembro 27, 2004

Discos Marcantes #2

Hall & Oates - Live at The Apollo



Chegaram lá a casa num destes dias, quatro dvd’s dentro de uma caixinha com imagens do Live Aid. Finalmente, e após 15 anos, iria poder rever um dos dias mais marcantes dos meus anos 80. É que a bem dizer, estão lá praticamente quase todos os nossos queridos meninos e meninas daquela década tão fascinante. Após o entusiasmo e a excitação inicial, dou uma vista de olhos pela setlist e reparo que lá para o fim, mais concretamente no dvd nº 4, aparece a actuação dos Hall & Oates, mas acompanhados pelos antigos membros dos Temptations, Eddie Kendricks e o David Ruffin. Pensei cá para comigo, é pá, tu queres ver que isto é a cena do Live at the Apollo.

A história começa 16 anos atrás, lá para os lados de 1989/90, altura em que, inspirados pela banda sonora do “Big Chill”, eu e o meu grupo de amigos entrámos numa onda de música dos anos 60. Ora, paralelamente a isso, dou de trombas na secção das promoções da Frineve do Areeiro, com um álbum ao vivo dos Hall & Oates. Chamava-se Live at the Apollo. À primeira vista a coisa não me pareceu muito interessante, pois não tinha nenhuma das minhas músicas favoritas: Meneater, Out of touch, Dreamtime, Say it isn’t so, etc… Mas como tinha umas cenas dos anos 60, e do "Big Chill" decidi arriscar. E arrisquei bem. É dos discos mais tocados de sempre lá na aparelhagem de casa.

O espectáculo retratado neste disco aconteceu no dia 23 de Maio de 1985, data que marca a reabertura do Apollo Theatre após longos trabalhos de restauro. Conta-se que foi o novo dono do teatro que escolheu expressamente Hall & Oates para o evento de abertura. Para essa noite, Hall & Oates convidaram David Ruffin & Eddie Kendrick, antigos membros dos Temptations.



O disco reza assim,
Lado A
1 – Apollo Medley:
a) Get ready
E começa logo a rasgar. Aos primeiros acordes de um baixo potente, ouve-se a voz de Daryl Hall anunciar “All right! Now, now comes the special portion of our show. I get to bring out a very special a dear friend of mine, one of the original Temptations, Mr. Eddie Kendrick. Eddie!” e depois é sempre a abrir com o Eddie em falsete e o resto do pessoal a responder em coro. Era uma música que desconhecia. Mas para quem tinha comprado o disco às escuras, não podia pedir melhor abertura. Está lá tudo: os metais, os coros, a bateria sempre a rasgar. Bom, um espectáculo.


b) Ain’t too proud to beg
Desta vez é o John Oates que anuncia a entrada do seu amigo “All right! Next guy we’re bringin’ out right now, no stranger to the Apollo Theatre! The voice you know and love, David Ruffin!”
Esta canção fazia parte do Big Chill. Não era, pois, novidade para mim. O que não estava à espera era esta versão ser ainda melhor que o original. Só ouvindo.


c) The way you do the things you do
Sem pararem, arrancam para mais uma dos Temptations. Na mesma linha (qualitativa) das anteriores e sempre com aquele ritmo tipo anúncio-de-tv-da-Coca-Cola. A festa continuava desta vez com o Eddie Kendrick a liderar as vozes.


d) My girl
O final deste medley e da actuação dos artistas convidados acontece com o My girl. Outra que fazia parte da banda sonora do Big Chill. O público já está num delírio total e aos pedidos de David Ruffin “Everybody can sing this. Come on!” todos alinham já embalados por aquela especial reunião de vocalistas. Este conjunto de músicas termina da mesma forma como acabou e, novamente com os acordes do Get ready, fazem-se as despedidas da praxe.


2 – When something is wrong with my baby

Uma fantástica versão de um dos maiores êxitos de Sam & Dave.


3 – Everytime you go away

Ora bem, eu já conhecia esta música através de uma versão do Paul Young – Lp Secret of Association, 1985 – que, obviamente adorava. Mal sabia eu que o original era destes gajos. Confesso que a princípio, ouvir esta música por estes dois marrecos não me soou muito bem. Mas como dizia o outro em relação à Schweppes, a princípio estranha-se e depois entranha-se, também com esta música sucedeu o mesmo. É uma g’anda baladona e ponto final.


Lado B
1 – I can’t go for that (no can do)

Este lado do disco, confesso não foi tão tocado com o anterior. Mas não invalida que não tenha umas perolazinhas. Esta música, aparentemente fraquita, acabou por vir a ser uma das minhas favoritas deste duo.


2 – One on one
Originalmente do álbum H2O (1982) que continha o grande Maneater, esta música é boa do início ao fim. Termina com uns ooh baby, go baby muito soul e r&b e certamente cheio de esgares no rosto da Daryl Hall


3 – Possession Obssession
Se fosse a escolher agora, esta seria a eleita para música favorita do álbum. É do Big Bam Boom (álbum de 1984) que já tinha o bacano Out of touch. É cantado pelo John Oates. Mas o final é apoteótico com uns bola-para-lá-bola-para-cá vocais entre os lead e os background vocals fantásticos.


4 – Adult Education
No melhor pano cai a nódoa. A piorzinha. Ou melhor, é má. Ok? A evitar.


Há cerca de 2 anos consegui finalmente comprar isto em CD. Como não se encontra ali ao virar da esquina, arrotei com 7 contos (portes incluídos) por uma versão japonesa na amazon.com. Mas valeu a pena.

terça-feira, dezembro 21, 2004

Art Deco



Ao longo destes anos de portista, os maiores dissabores aconteceram, não nas derrotas em campo, mas principalmente ao longo dos meses de Junho, Julho e Agosto.

Era, e é, por essa altura que via partir os meus maiores ídolos do Clube.

Custou-me mais do que qualquer goleada, ver sair o Gomes para o Gijon (e mais tarde para o Sporting), o Madjer para o Valência, o Futre para o Atlético de Madrid (clube que durante anos e anos os jornalistas da RTP denominavam de A.M.P.F. - Atlético de Madrid de Paulo Futre), o Fernando Couto para o Parma, o Domingos para o Tenerife, o Baía para o Barcelona (este doeu muito) ou o Ricardo Carvalho para o Chelsea entre outros.

No entanto, a minha mais forte mágoa aconteceu neste verão: vi sair o Deco. O jogador que mais alegrias me deu neste últimos 3 ou 4 anos.

Deco, se me estás a ouvir, volta pá! Tens aqui sempre uma casa às ordens.

O meu World Player 2004.

World Player 2004

Foram ontem divulgados os resultados do prémio da FIFA “World Player 2004”. Ronaldinho Gaúcho foi declarado vencedor.

Teoricamente isto significa que ele foi o melhor jogador do Mundo deste ano. Teoricamente, repito, pois como os votantes são os seleccionadores e capitães das equipas nacionais de todos os países do Mundo os resultados são do mais parvo que existe.Eu exemplifico. Então não é que o capitão do Nepal, senhor Upenda Singh decidiu votar no Cafu, Kahn e Raul para os 3 primeiros lugares.

E que dizer do capitão da Coreia do Sul, o senhor Lee Woon Jae que após muitas voltas à cabeça (só pode ter sido) achou que o melhor jogador do mundo de 2004 tinha sido o Giggs.

Mas os factos não ficam por aqui. Que dizer do Roberto Ayala, que foi considerado não apenas um excelente central, mas, pasme-se, o melhor jogador do mundo, quer para o seleccionador da Palestina, o senhor Ghassan Albalaawi, quer para Litmanen, actual capitão da Finlândia.

No entanto o prémio para o melhor voto desta competição vai respectivamente para o capitão do Chipre, Nicos Panayioioo e para o treinador da selecção finlandesa, o senhor Antti Mourinen (não confundir com Mourinho) que decidiram atribuir o primeiro lugar ao grego Zagorakis.

Mas que raio de jogos andam estes gajos a ver? É caso para dizer, façam o favor de lhes oferecer uma parabólica, porra!

Percebem porque é que não se deve dar nenhum valor a este prémio?

segunda-feira, dezembro 20, 2004

Discos pedidos

Hoje enquanto ia no carro, deu uma música que me tirou do sério: White Wedding do Billy Idol. Deu-me logo a travadinha porque fiquei com uma louca vontade de a dançar. Infelizmente, o máximo que pude fazer foi pôr o volume muito alto - pornograficamente alto! - e abanar o pé esquerdo ao mesmo tempo que a mão direita batia no volante ao ritmo da guitarra baixo. Só ouvisto.

Isto fez-me lembrar que quando vou a uma discoteca, há um conjunto de músicas que me deixam completamente doidinho. Assim que as ouço, meus amigos, dê lá por onde der, tenho de ir logo a correr para a pista. Watch out here I come!

Deixei de frequentar com assiduidade discotecas, mas noutros tempos em que havia mais música de jeito de que há agora, a história era diferente. Uma vez estava no wc do Coconuts a mijar e não é que começa a dar o Don’t you forget about me, dos Simple Minds? Caneco, ia-me salpicando todo, tal era a forma como abanava desaustinadamente o chouriço, para me despachar e ir a correr para a pista. Outras eras!

Os pensamentos são como as cerejas e dei por mim então, a alinhar as músicas - e respectivas discotecas onde me lembro de passarem mais vezes - que tinham um tal magnetismo que me puxavam imediatamente para a pista. Meus amigos, nessas alturas, não aviso canelas. É sempre a rasgar:

Discoteca Zola
Fazendas de Almeirim (1985/86/87)
  • One night love affair - Bryan Adams
  • Everything she wants - Wham
  • She's fresh - Kool and The Gang
  • Smalltown boy - Bronski Beat
  • State of the nation - Industry
  • Take me up - Scotch
  • Vamos a la playa - Righeira
  • Your heart keeps burning - Blind Date
  • Endless Road - Time Bandits
  • Holiday Rap - Mc Miker G & DJ Sven
  • Solsbury Hill - Peter Gabriel

Discoteca Central Park
ficava no Centro Comercial São João de Deus (por volta de 1987)
  • Wishing Well - Terence Trent d'Arby

Discoteca Trópico de Câncer
Vila Nova de Poiares (por volta de 1988/89)
  • Blue Monday - New Order
  • True Faith - New Order

Etcetera (a velha)
Coimbra (1988)
  • Sliperry People - Talking Heads

Padaria
Lousã (de 1989 a 2000)
  • Geno - Dexy's Midnight Runners
  • Fastlove - George Michael
  • So in love with you - Dule

Discoteca Jamaica
Cais do Sodré (de 1989 em diante)
"a melhor discoteca da cidade de Lisboa"
  • D0n't you forget about me - Simple Minds
  • I need you tonight - Peter Wolf
  • Rosete - Taxi
  • Rapariguinha do shoping - Rui Veloso
  • Walking on sunshine - Katrina & the Waves
  • When doves cry - Prince
  • Original Sin - INXS

Seagull
Praia de Galapos (de 1991/92/93)
"a discoteca com melhor localização de sempre"
  • Paradise by the dashboard light - Meat Loaf
  • Wings - Tyketto

Discoteca 2001
Autódromo do Estoril (de 1992 em diante)
"simplesmente, A Catedral"
  • The Breakup Song - Greg Kihn Band
  • Don't need a gun - Billy Idol
  • Fashion and fame - Angel City
  • Fire woman - The Cult
  • Fly - Machiavel
  • Gimme your good lovin - Diving for pearls
  • I did it for love - Harlequin
  • I ran - A flock of Seagulls
  • Let love be leader - FM
  • Love removal machine - The Cult
  • Not dead yet - Styx
  • Ooh la la - Davis Hallyday
  • She's so cold - The Rolling Stones
  • So Long - Fisher Z
  • Speak no evil - Hunter
  • Thunderstruck - AcDc
  • TNT - AcDc
  • Tush - ZZ Top
  • Where the streets have no name - U2
  • White wedding - Billy Idol
  • Why can't this be love - Van Halen
  • Working for the weekend - Loverboy
  • Would I lie to you - Whitesnake
  • Urgent - Foreigner
  • Turn me loose - Loverboy
  • Holding out for a hero - Bonnie Tyler
  • Hiding for Love - Bryan Adams

Green Hill
Foz do Arelho (de 1993 a 1999)
  • Cuts you up - Peter Murphy
  • Lobo hombre en paris - La Union
  • Love shack - B52
  • Mr. Jones - Counting Crows
  • Just a Gigolo - David Lee Roth

Plateau
(de 1993 em diante)
  • Don' stop believing - Journey
  • Lessons in love - Level 42
  • Your love - Outfield
  • Don't get me wrong - Pretenders
  • Kiss me deadly - Lita Ford
  • Out of Touch - Hall & Oates
  • Girls on Film - Duran Duran

Ultramar

Docas - onde é agora o Champagne (1997)
  • You' re free - Ultranate

Indochina

Docas (de 1997 em diante)
  • Can' t take my eyes off of you - Hermes House Band
  • Give a little respect - Erasure
  • September - Earth, Wind & Fire

HeartBreak Hotel
Benidorm (2000 a 2002)
  • Elevation - U2
  • Song 2 - Blur

Para finalizar, recomendo que qualquer carnaval ou reveillon que se preze, deve incluir o Taj Mahal do Jorge Ben e o El Chato Mix.

quinta-feira, dezembro 16, 2004

Foleirices



Sim, sim, também sei ser foleiro de vez em quando. Ó, qu'é que pensam?

Fui ao Porto, não é? Como não já lá não ía há mais de 10 anos, toca a tirar fotografias no casa do Clube. Ah, pois é!!

segunda-feira, dezembro 13, 2004

Túnel do Marquês



Vi este fim-de-semana um outdoor que anunciava:

Recomeçaram as obras do Túnel do Marquês
Um presente para a cidade

Mas que merda é esta? Um presente para a cidade? Então mas nós votamos em políticos para administrarem os dinheiros PÚBLICOS que saem dos NOSSOS impostos ou será que votamos no Pai Natal?

Já não bastava o facto de construírem um túnel no Marquês de Pombal (qualquer aluno do primeiro ano do Curso de Urbanismo sabe que é um erro a sua construção) ainda me vêm dizer que nos estão a dar um presente.

E gastam dinheiro a anunciar esse facto.

É preciso ter lata!!!

Toyota Intercontinental Cup




Ontem foi mais um dia de glória para o Clube. Vencemos pela segunda vez a Toyota Intercontinental Cup.

Para os mais distraídos, esta é uma competição disputada no Japão, entre os vencedores da UEFA Champions League e da Copa Toyota Libertadores Cup Sul-Americana.

Em Portugal é uma competição importante e prestigiante, desde que estejam em competição o SLB e o SCP (o que ao longo das suas 25 edições nunca sucedeu).

Esta conquista foi obviamente motivo de muita alegria. Ainda para mais porque foi uma vitória arrancada a ferros, arames, alicates e retro-escavadoras. Safa!

Contudo, não consigo perceber o seguinte:
- se só muito a custo (e após alguma pressão) a RTP decidiu transmitir o jogo;
- se a competição não tem audiência em Portugal (6 milhões + 4 milhões não a veêm);
- se a transmissão foi às 10 da manhã de um Domingo, o que significa que 99% dos espectadores eram portistas;
- se os espectadores portugueses, presentes no estádio, puxavam, obviamente pelo Clube;

então alguém consegue-me explicar porque é que a dada altura se ouviam os Super Dragões entoar o cântico:

SLBBBBBBBBB !!!
SLBBBBBBBBB !!!
SLB, SLB , SLB
Filhos da Puta
SLB
Filhos da Puta SLB !

Será que ninguém explicou àquelas alminhas que o Benfica não tinha nada a ver com o caso?
Será que ninguém lhes disse que havia muito poucos benfiquistas a ver tv àquela hora e que portanto o cântico era inconsequente?
Ou será que Deus Nosso Senhor quando distribuiu a inteligência pelos humanos, foi mauzinho ao ponto de não atribuir nada ao pessoal das claques?

Fica a questão no ar.

sexta-feira, dezembro 10, 2004

Teaser



A minha filha há já alguns dias que diz mamã-mamã-mamã.
Hoje de manhã, já a ouvímos dizer papá-papá.
Temos a noção que são apenas sons parecidos com mamã e papá.

Mas preferimos acreditar que é a nossa filha a passar uma espécie de um teaser publicitário.

É um pronúncio para o "Ó mãããããeeeeeee?" e para o "Ó pááááááái? que não tarda nada está aí a chegar.

terça-feira, dezembro 07, 2004

Discos Marcantes #1

America - In Concert



Em 1982,
andava pelo top do TNT/Vivá Musica uma música bestial que eu adorava que era o You can do magic dos America.
Como não se ouviu mais nada desta banda, a coisa acabou por ficar no esquecimento.

Anos mais tarde, no final da década de 80, voltou a bater uma saudade dessa música. Lembrava-me que o refrão tinha um repenicar qualquer, que eu achava giríssimo "you can-do ma-gic, tum-trelumm, you can-do a-ny-thing that you desire, ma-gic, tum -trelum... " e assim sucessivamente.
Na minha volta pelas discotecas não se encontrava nada destes gajos. "- America? Não, não há nada."

Até que um dia, encontrei na discoteca do Centro Comercial Imaviz, este disco. Era ao vivo (melhor ainda) e tinha realmente o You can do magic. Era a primeira do lado B. Como era só por agulha no início desse lado e deixar andar, durante muitos dias essa era a música que mais ouvia. Mais tarde, fui me deixando apanhar pelas outras. A segunda do lado A, afinal também era conhecida. Aparecia muito em cenas tipo Oceano Pacífico e Cidade By Night. Era o I need you, que era era uma balada do caraças.

Ainda para mais, numa altura em que começavam a aparecer as dores-de-corno, aquilo era como sopa no mel (ou será que é mel na sopa? É como gostarem mais, pronto). Acabaram por ficar no ouvido mais umas quantas músicas. Bom, o que é certo é que ganhei um gosto bestial por este disco.

As músicas são,
Lado A
1 - Tin man
É do album Holiday de 1984.
É fraquita, nunca a gramei.

2 - I need you
Do album America de 1971.
É daquelas músicas que parece que já existem desde sempre. Mesmo que a não conheçamos pelo nome (I need you dos América? Hum, não estou a ver..) basta trauteramos um pouquito e pronto (Ah, já 'tou a ver. Na na-na na-na na-na I need you. É fixe, é fixe!)
Gosto particularmente de um "Yes, I do!" que é gritado no final da música.

3 - The border
Do album Your Move de 1983.
Depois de uma parte mais calminha, entram uma guitarradas acústicas espectaculares. Gosto muito.
Tem também um coro com um "Do, do, do, do, do, do, do, do, do, do, do, do, do Make it to the border"

4 - Sister golden hair
Do album Hearts de 1975.
É fixe. Há uma parte em que o vocalista manda um "... it goes like this" e saca uma malha de guitarra acútica bestial.

5 - Company
Do album Hearts de 1975.
Ganda merda!


Lado B
1 - You can do magic
Do album View From The ground de 1982.
Ganda malha. A primeira que eu gostei e principal causa de eu ter este disco

2 - Ventura highway
Do album Homecoming de 1972.
Tem um acorde de guitarra no início bestial.
A Janet Jackson fiz um sample desse acorde no "Someone to call my lover" do disco de 2001 All for you.
É ok. Mas só ok. Nada mais.

3 - Daisy Jane
Do album Hearts de 1975.
Mais uma baladita. Porreirita

4 - Horse with no name
Do album America de 1971.
Porreira. Tem uns coros do baril.

5 - Survival
Do album Alibi de 1980.
É o fecho do disco. E fecha bem! Boa música.



Anos mais tarde, o ZM comprou uma colectânea dos America, "History", que me deu a conhecer mais duas ou três músicas, que valia a pena terem estado no disco ao vivo.
- Don't Cross The River
- Only in Your Heart
- Lonely People (outra daquelas baladas, assim "miá soft". Muito calminha)
- Woman Tonight

segunda-feira, dezembro 06, 2004

Discos Marcantes

Este blogue terá uma secção sobre discos. Não posso deixar de escrever algumas notas introdutórias sobre o tema.

1) Na realidade, uma das razões que me levou a ter um blogue, foi a inveja.

Ando há cerca de um ano e meio a observar esta coisa dos blogues. Entre muitos que habitualmente leio, há uns 15 ou 20 de que realmente gosto. No entanto, existem depois uns poucos (os dedos de uma mão chegam e sobram para os contar) dos quais, tenho realmente inveja dos seus autores. Por duas razões: porque escrevem sobre o que eu realmente gosto e/ou porque escrevem bem.

Um deles é o Tarzanboy (um abraço para o Norte, carago!!!) que edita o Querido Anos 80 e que sem saber, é o responsável técnico pela existência do Pipáterra.
O Querido Anos 80 é sobre música. Por isso, se quando lerem alguns dos meus posts, sentirem que existe um declarado decalque ou plágio do QA80, não se admirem, é porque existe mesmo.

2) Sou, felizmente, do tempo em que comprar discos era quase um acto sagrado (estamos a falar do período que vai desde 1979 e 1992/93 – depois disso passei a comprar unicamente CD’s, o que é outra loiça e não tem a mesma piada).

Por razões financeiras, os meus discos eram comprados (ou oferecidos) praticamente em apenas duas ocasiões: no meu aniversário e no Natal.

A aquisição desses tão desejados objectos, obedecia a um determinado rito: primeiro, a audição de uma ou duas faixas no TNT da Rádio Comercial (grande Jorge Pego e o patrocínio do shampoo Timotei com camomila) ou no Vivamúsica; segundo, a visita demorada pelas montras das discotecas (a Frineve do Areeiro, a Valentim de Carvalho do Centro Comercial de Alvalade e Nova do Almada, a Discoteca Roma bem como as discotecas dos centros comerciais do Areeiro (actual Arquivo de Identificação de Lisboa), Terminal do Rossio, Centro Comercial do Areeiro, Drugstore Palladium, etc.) e finalmente a sua aquisição.


Chegado a casa, enquanto o disco rolava num velho Grundig como o desta foto, a capa do disco era minuciosamente vistoriada. As fotografias, as roupas dos músicos, os penteados, as letras das canções, os agradecimentos, as notas de produção, tudo era muito bem observado.

Como havia muito poucos discos e o gira-discos não era grande coisa, passados alguns dias já os discos estavam riscados, obrigando a colocação de uma moeda de 1 escudo sobre a agulha para evitar que saltasse.

A verdade é que apesar destas dificuldades, o gosto pelos LP’s ficou. Se agora prefiro ouvir as músicas desses tempos num bom leitor de CD’s, o tamanho e a qualidade das capas dos LP’s são porém imbatíveis, além de se poderem levar debaixo do braço uns 20 exemplares para uma festa sem qualquer dificuldade. Porém o maior problema dos CD's continuará a ser o celofane que os envolve...

3) Alguns dos discos designados marcantes, são-no não só porque pura e simplesmente a música me agradava, mas também porque dizem respeito a uma época irrepetível - a minha adolescência – que carrega um porradão de boas memórias.

4) Os discos não serão apresentados nem de forma cronológica, nem sequer por ordem de gosto. Serão simplesmente apresentados. A sua presença neste blogue é também a minha catarse emocional e uma forma de deles me ir lembrando. Espero que vão gostando.

sexta-feira, dezembro 03, 2004

Díálogos conjugais

Diálogo conjugal enquanto se assiste televisão:

- Aquele gajo ali é conhecido…
- Se calhar vais me dizer que entrou no Norte e Sul ou no George Washington, não?
- Por acaso, acho que era o que fazia de George Washington...

Mitos televisivos

Lá em casa há um mito televisivo.

Quando se está a ver séries americanas e a minha mulher diz: “É pá, conheço este gajo(a) de uma série americana qualquer mas… é pá, bolas.... não me consigo lembrar onde é que ele(a) entrou… ai caraças que está aqui mesmo debaixo da língua”, é quase certo que passados uns instantes ela irá dizer “Ah, já sei! Como é possível que não me tivesse já lembrado. Era do George Washington.”

Quando ela diz George Washington, pode também dizer Norte e Sul. Esta séries, devem ter com certeza monopolizado uma quantidade desmesurada de meios, porque 3 em cada 10 actores (actrizes) que entram em séries americanas, segundo a minha mulher, entraram nestas duas que referi.

Biberão

A minha filha esta noite quis comer (e comeu) às 4:30 da madrugada.

Tá bem que só tem 8 meses. Mas a esta hora?

Deve pensar qu'isto é a roulotte da pita shuarma

Ai a pôrra!

terça-feira, novembro 30, 2004

Gilles Villeneuve

Quando era chavalito (lá por volta de 1981) e o pessoal da rua começou a gostar de Fórmula 1, cada um de nós elegeu os seus ídolos com que nos identificávamos nas corridas de carrinhos de esferas.

Eu e o Zé Malveira éramos pelo Piquet, o Je pelo Prost, o Brux pelo Pironi, o Nuno Pires pelo John Watson etc...
Por exclusão de partes e também por ser o mais novo, o Nuno Saraiva ficou com Villeneuve.

A verdade é que o Piquet coleccionava campeonatos e o Prost vitórias mas o Villeneuve é que fazia as manobras mais arriscadas e espectaculares.

Apesar de não darmos parte fraca, com o passar do tempo o respeito e a admiração que tínhamos pelo Villeneuve ía aumentando.

Recordo uma partida, salvo erro no GP da Holanda em Zandvoort, em passou por cima (literalmente) do Williams do Alan Jones. Que tótil!!

Era um piloto desaustinado e com pinta de galã de cinema francês.



Em 1982 no Grande Prémio de San Marino em Imola, quando seguia em primeiro a 3 voltas do fim,
Villeneuve foi traído pelo seu companheiro de equipa Dider Pironi. Desobedecendo a uma ordem das boxes, o segundo piloto da Ferrari, ultrapassou-o, pondo em risco a classificação de Villeneuve no Campeonato do Mundo de Condutores. O canadiano ainda passou Pironi, mas este voltou a ultrapassá-lo, acabando a corrida a fazer tampão às investidas de Villeneuve. Achámos que tinha sido demais. Na inocência dos nossos12 anos, lancámos graves impropérios ao B, acérrimo apoiante do Pironi.

Infelizmente no GP seguinte, em Zolder na Bélgica, Villeneuve morre durante os treinos.



Desde essa altura, passei a ter no placard do meu quarto uma foto dele legendada com uma frase do Enzo Ferrari (que o considerava como seu filho): "Gilles, ti ricorderemo sempre".

Ontem recebi este vídeo que ilutra bem a loucura e a rapidez deste piloto.

Estamos em 1979 no Grande Prémio de França em Dijon. Foi a mais fantástica luta por um segundo lugar da história da Fórmula 1. O Duelo é entre Gilles Villeneuve (Ferrari) e René Arnaux (Renault). Apesar de não ter o carro mais veloz, Villeneuve acreditou sempre que conseguiria bater o seu oponente.

É favor fazer o download, tirar o som e apreciar.

É por estas e por outras que deixei de gostar de Fórmula 1.

Respeitinho, sim?

sexta-feira, novembro 26, 2004

Pipáterra.

Quando era bem mais novinho, passava todos os meses de Agosto na terra do meu pai.

Era sempre um mês do Best. Com muitas aventuras, mergulhos no rio, festas e bailaricos. Cá em casa levávamos o ano inteiro a aguardar o momento da partida.



A viagem era uma aventura. O carro muitíssssssimo carregado com toda a tralha possível e imaginária. Levávamos cerca de 13 horas de Lisboa até Guide.

Sempre que se deparava com qualquer coisa porreira para levar para essas férias, o meu pai exclamava sempre: "Olha, é bom pipáterra (para ir para a terra).

Velhos tempos.