segunda-feira, abril 07, 2008

a punheta

(para os mais distraídos, isto é um post sobre jornalismo não é sobre adeptos)

normalmente, a vida sexual de uns não deve ter nada a ver com a vida sexual de outros. a não ser, claro, quando as actividades sexuais de uns sejam efectuadas na frente dos outros. principalmente quando os outros somos todos nós.

nessas actividades sexuais, há os doidos dos fetiches dos chicotes, das algemas, dos golden showers, há de tudo. há também quem prefira fodas e quem se contente com punhetas. é a vida.

o joão querido manha é francamente alguém que julga que os leitores que não orbitam à volta dos amores portistas - vulgo benfiquistas e sportinguistas - se contentam com meras punhetas e não com valentes fodas. assim, decidiu escrever um artigo, uma punheta (jornalísticamente falando), onde faz referência ao número de golos irregulares que o porto marcou nesta época. diz ele que já foram sete. é a sua contabilidade, não há nada a fazer. mais, nem sequer discuto se foram ou não irregulares. ele é jornalista desportivo, eu sou um parvo que escreve uns bitates sobre futebol. ele não, ele é profissional e percebe da bola e eu, francamente, percebo de fodas (das sexuais e das jornalísticas). tenho pena que ele, pelos vistos, seja mais dedicado a perceber de punhetas. punhetas jornalísticas, compreenda-se, não vá o senhor ler isto e sentir-se ofendido.

nestas alturas em que se apresentam arguidos
volto a repetir, que não lhes doam as mãos aos senhores juízes. se houver necessidade de prender alguém, prenda-se, se for preciso tirar pontos, tire-se, se for preciso tirar campeonatos, tire-se. mas que se tire a toda a gente, ok?
é bem mais fácil fazerem-se artigos destes. é giro, claro. «ora deixa cá ver, deixa cá ver, agora que eles estão lá para cima, agora que eles já paparam o título, deixa cá ver afinal se o título é mesmo título?». pois, parece que afinal os malandros dos dragões têm 20% de golos irregulares. imagine-se, 20% (que raio de matemática a dele). a somar a isto tudo, diz ele, estes golos são o sinal mais evidente desta nova ordem saída do apito dourado que em vez de condenar o tráfico de influências generalizado há muitos anos, promete apenas reforçar o poder público dos 'padrinhos' deste sistema.

que bonito. que punheta mais porreirinha, viste! ficaram pois os leitores contentes porque lhes massajaram a pichota da veia anti-portista, já que cheiro de foda não conseguem vislumbrar.

mas eu acho estranho este artigo. sim, estranho.

estranho não haver nenhuma referência aos penaltis 'contra' não assinalados às restantes equipas do campeonato (se calhar não houve), estranho não haver referência aos golos irregulares das outras equipas (também não deve ter havido) e estranho também não haver referência aos erros de arbitragem contra o porto, nos tais (e em todos os outros) jogos em que aconteceram os tais 7 golos irregulares (erros de arbitragem contra o porto? bem contra o porto não houve de certezinha absoluta).

além dos golos vem também referir as questões de disciplina. claro, vamos lá falar na 'estalada' (estalada? como não sabe o que é uma foda (jornalística, compreenda-se, não vá o diabo tecê-las), o nosso manha também não sabe o que é um estalo) do quaresma ao rolando (pelo sangue derramado, uma barbárie, suponho) e do bruno alves ao gonçalves «um dos lances mais violentos vistos num estádio português nos últimos anos». nesta frase, presumo que a referência ao artigo indefinido 'uns' em vez do artigo definido 'o' seja para permitir equipará-lo, talvez, ao do katsouranis (ah, coitado, isso não foi intencional) com o anderson ou o do binya com o brown (ah coitado, isso não foi num relvado nacional). são uns cabrões estes portistas, autênticos assassinos, não é meu caro manha.

ainda assim, o manha
que curioso, será por isso que o jornal de chama correio da manha?
teve a manha de dizer que o livre no dragão contra o sporting foi uma decisão acertada. estamos a falar do livre e não do golo. o golo, espero, é limpo. ou não?
e diz isso para justificar a qualidade do pedro proença. parece-me bem. se é a sua opinião, meu caro manha, deixe-me dizer-lhe que é também a opinião do mundo portista. nós também achamos que foi uma decisão acertada. já não pensa o mesmo o mundo verde e o mundo vermelho. é por isso que vemos as coisas com óculos azuis e outros as vêem com outras cores. chama-se a isso parcialidade futebolística, sabe? coisa que eu posso fazer aqui neste blog, o cervan também o pode fazer na bola e o santana lopes o pode fazer em todo o lugar onde fala. não sei se o amigo manha, num artigo jornalístico o devia fazer. o senhor lá sabe.

quer fazer um artigo sobre as actividades do grande zé veiga no estoril e no benfica? isso já não, não é? é uma maçada, não acha?

no entanto deixe-me dizer-lhe o seguinte, nós somos do clube que tem a mania de jogar bem, bonito e com vitórias, umas com erros a nosso favor, outras com erros a favor dos outros. é a vida, toca a todos. não toca a todos é fazer apreciações falaciosas sobre a carreira futebolística do benfica e do sporting. por isso, se a sua ideia relativamente à menção do lance do proença lá no dragão era fazer-nos uma punheta (jornalísticamente falando, nunca esquecer), deixe-se lá disso. é que pode muito bem acabar por sujar as mãos e nós, como sabe, estamos mais habituado a fodas.

é uma questão de gostos (sexuais, neste caso. não jornalísticos)

1 comentário:

Unknown disse...

”O PATO SABE QUE…

Viajar não custa

Existe uma factura (2.1. 54219) da Agência Abreu endereçada ao Sport Lisboa e Benfica (serviço 228037, conta 1.010994) do dia 18 de Março de 1988, referente a “8 viagens a Luxemburgo e Bruxelas, c/estadia de 11 a 17/3/88 – 87.300 escudos x 8, de 698.400 escudos”, para alguns jornalistas, entre eles "João Manha". Factura essa de que O PATO tem cópia, é claro.”