quarta-feira, abril 09, 2008

adeus lucília

eu nem sei como é que é agora. tenho, curiosamente, mais dificuldade em saber como é que foi em 1996. sei muito bem como é que foi em 1985 ou 89. ter dor de corno nessa altura, em lisboa, era algo que tinha muito que se lhe diga.

por vezes não é bem só a dor no corno, é mesmo dor de se ter dezasseis anos. agora imaginem dor de corno com dezasseis anos? dói, não dói?

pois.

isto que apresento aqui nem é bem banda sonora de dor de corno de 1985, é mais isso que eu tentei explicar atrás e, mais uma vez, não consegui. é mais um estado de moleza, de agonia, é um estado do estado de se ter, isso mesmo, dezasseis anos.

quando não se tem capacidades para se entender as palavras que vêm nas letras das cantigas
gosto muito de dizer cantigas. e cançonetistas também.
é o próprio ambiente acústico
ambiente acústico? oh foda-se, que coisa mais apaneleirada e chauvinista fui eu escrever!
que passa a ser a mensagem. não sei se gosto deste disco por causa do embrulho que o thomas dolby the fez ou se é mesmo por causa dos prefab sprout, assim a nu. penso nisso quando vejo telediscos deles no youtube, com actuações ao vivo. são coisas muito diferentes. ou, pelo menos, tornam o meu gosto pelas cantigas deste disco algo diferente.

pois, não sei, sei é que este é um disco de tempo encoberto. sim, assim, meio nebuloso. talvez porque me tenha aparecido na vida duma forma plena, em casa da minha prima graça, numa tarde, após um passeio ao parque eduardo sétimo, ocasião em que o pires se fez a ela descaradamente. dizia eu que essa tarde estava nebulosa e fria e a casa da minha prima estava quentinha e mais aquecida ficou depois de ela ter posto no seu pique ape o goodbye lucille #1.

há coisas assim, que me fazem recordar a dor de se ter dezasseis anos.


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