sexta-feira, dezembro 30, 2005

- Olhe, guarde o saco que póde vir a sê pciso, tá a vêr?



Sala de aula da escolinha da minha filha. Cabide onde se penduram casacos, mochilas, etc. Penduro, hoje, também, um saco com fraldas suplentes para a minha filha. O saco que trouxe de casa é do Continente. No cabide ao lado, dum coleguinha da Beatriz, verifico que há também um saco com fraldas. Trouxeram-nas num saco da Hermés!

FOSGA-SE!!!!!

quinta-feira, dezembro 29, 2005

Patrocínios

Há patrocínios que sinceramente não entendo, juro!

Por exemplo, o Euromilhões patrocina o Lisboa-Dakar. Mas porquê? O negócio não está a correr bem? Não se batem records de apostas, semana atrás de semana? Se ainda fosse com o patrocínio do Totobola (que já de si seria uma péssima ideia) que como se sabe está na rua da amargura, tinha a sua lógica. Cheira-me que há ali dedo da tia Zézinha Nogueira de Brito e do tio João Lagos. Pra mi é!

Outro exemplo é o patrocínio do Voice Mail da PT a um programa de rádio de que já não me lembro o nome. Mas porquê o Voice Mail? Custa-me, pá!

Aqui há tempos a PT quis passar a cobrar as chamadas que davam sinal de impedido. Como se veio a revelar - graças a Deus! - a prática era inconstitucional ou coisa parecida. Estávamos obviamente a pagar por um serviço que a PT não estava a efectuar ao cliente. Vieram logo depois com a ideia de vender (imagine-se, no inicio pagava-se e tudo) o serviço de Voice Mail aos assinantes
(com as suas vantagens, diga-se de passagem). Desta forma, as pessoas já podiam deixar mensagem quando o número estivesse impedido permitindo, desta feita, que a PT cobrasse uma chamada telefónica. Se a ideia do patrocínio é fazer com que as pessoas usem o Voice Mail e assim passem a gastar mais dinheiro, ainda vá que não vá. Mas se for patrocínio só para dar imagem e essas coisas marketingueiras, não percebo porquê. É que é um serviço que já todas as companhias fazem, não é? (ou não?) Assim sendo, não sei, por exemplo, porque é que a Opel não faz publicidade ao espelho retrovisor do lado do acompanhante de um dos seus veículos, pois não? Ou ao cinzeiro para os passageiros do banco traseiro, sei lá!

quarta-feira, dezembro 28, 2005

Subjectividades

As músicas compostas pelo Chico Buarque e cantadas por outros(as) intérpretes, ficam sempre muito melhores e mais bonitas.

As músicas compostas pelo Caetano Veloso mas celebrizadas por outros(as) intérpretes, ficam sempre melhores, mais bonitas e mais exóticas, cantadas pelo autor.

Olhos nos Olhos



Quando olho para este cartaz nas rotundas de Carcavelos, dá-me logo vontade de completar a frase "... quero ver o que você faz, ao sentir que sem você eu passo bem demais."

Ó Louçã, baza daqui, filho!

terça-feira, dezembro 27, 2005

Toys'r'us

Por muito que isto custe a algumas pessoas, há coisas profundamente exageradas. Juro, fico chocado! Os miúdos não dão valor, não brincam com tudo (não conseguem, gaita!) e não há necessidade de tanta quantidade.

P'ra mim, é!

"dih, gih xih, ih!!!!"

A cena passou-se esta madrugada. Lá por vor volta das 6 da matina, a minha filha acorda num pranto e num berreiro daqueles. Levanto-me, percorro o imenso corredor da minha casa (esta parte é tanga, mas gostava que fosse verdade) vou até ao quarto dela, tento acalmá-la e nada.

Apercebo-me que está com pesadelos. Balbucia palavras parecidas com "xiihhh, ihhhh". "Então filha, tem calma!", digo eu. Qual quê, continua num berreiro dantesco. Tento amansar a fera mais uma vez, faço-lhe festinhas, ponho-lhe aero-om na chucha, ofereço-lhe água e nada! Insisto, viro-a ao contrário e lá fica. Mais calma, continua a balbuciar as palavras "gihhh, xihh, ihhh..." até adormecer.

Cinco minutos depois, volta à carga. Desta vez vai lá a mãe. Adormece, mas prevemos que por pouco tempo.

Cá está, mais uns instantes e nova berraria. Lá vou eu. Continua ela "dih, gih, xihh, ihhh". E às tantas apercebo-me que aquelas tretas que ela emite fazem algum sentido "dih, gih, xhi, ihh". Mas que raio. o que será?

Passados uns instantes, JÁ SEI! Ela estava a sonhar com o raça dos impostos, ela estava com pesadelos com a Direcção Geral de Contribuições e Impostos - Dê Gê Cê I, é isso!

Ai que miúda espertíssima, sabe que se aproxima o final do ano e que temos de nos mexer com as cenas dos PPR, aplicações e mais o caneco. Que miuda, pá!

Mas a choradeira continuava. A mãe voltou lá ao quarto e lá acalmou definitivamente.

Sim, porque em matéria de fuga ao fisco, ela confia mais nas qualidades maternas. Devem ter um saco azul lá entre as duas.

Na boa, filha!

Vá, tens de ser forte.

Há uma cartaz do Mário Soares que diz "Sempre presente nos momentos difíceis".

Parece-me bem, faz uma refrência ao facto de ele ter estado sempre presente nos tais momentos complicados dos portugueses: quando o Porto levou quatro a zero do Nacional em casa na época transacta; quando perdeu já este ano, também em casa, com o Benfica; quando disse adeus, definitivamente, às competições europeias no empate fora contra o Artmedia, etc.

O que eu acho verdadeiramente curioso é o facto dos marketeiros terem escolhido uma fotografia do senhor, deveras apropriada para o tema. Está mesmo com cara de quem nos vai dizer que não conseguiu livrar o nosso pai da forca.

A TVI está de certeza metida ao barulho

Já repararam que o Aníbal Cavaco Silva é a cara chapada da esposa, mas em homem?

Já repararam que a Maria Cavaco Silva é a cara chapada do marido, mas também em homem?


A culpa é do filho que o não põe num lar!

Anda a circular aí pela net um video com declarações de um candidato à presidência da República.

respondendo à pergunta se se tinha ficado chocado com o que tinha dito o líder do PP, o tal candidato disse o seguinte:

"Não, não foi o líder do PP que disse isso. Aquela coisa a que eu me referi do terrorismo... foi o líder do CDS que disse isso... Dr. Ribeiro e Castro... que é uma coisa inaceitável e impossível. Ele diz aquilo, ele é admn*... ainda por cima deputado do partido socialista. Um dos grandes grupos do partido socialista é o partido socialista, é o partido socialista europeu. Imagine lá como é que ele vai entender-se com os colegas do parlamento, a dizer essas coisas aqui no plano interno. E é feio, não é bonito e é uma pena que esteja, que seja um dos mais entusiásticos, senão o mais entusiástico apoiante do dr. Cavaco nesta eleição."

* palavra pouco perceptível. dá ideia que o senhor tentou dizer administrador, mas depois arrependeu-se.

Atenção: neste texto, as aspas representam, pausas causadas pelo acumular dos anos.

Já descobriram quem é? Eu dou umas dicas: é cota e costuma apanhar uns pensos valentes nas campanhas eleitorais.

segunda-feira, dezembro 26, 2005

Então, como foi?

Quando as pessoas me perguntam: então, o teu Natal, foi bom? Estão-se a referir, basicamente, ao quê?

Se o bacalhau tinha alho? Se ninguém apanhou nenhuma intoxicação alimentar? Se atingimos o break-even na relação prendas ofertadas/prendas recebidas? Se a miúda não adoeceu? Se bebemos uma pinga boa? É isso?

Se realmente for, portanto as pessoas procuram saber da qualidade organizacional dos eventos, certo? Ah, ok. Entendido.

Então foooooooiiiiii.

sexta-feira, dezembro 23, 2005

Alanis

Vi nesta semana a Alanis Morissette no Jay Leno. Está gira cumó caraças.

Uma miúda com aquela voz não podia continuar com aquele visual de "Escola António Arroio - rodinhas de pessoal à volta da fogueira na praia, a cantarem músicas que falem de coisas como roendo uma laranja na falésia e afins - trancinhas com laçarotes". Foi ao cabeleireiro, cortou o cabelo, fez uma franja, deu-lhe volume e está finalmente um ganda naco.

E está com muita pinta.

A continuar assim acredito que entre na onda de uma Chrissie Hynde's - porque é infinitamente mais bonita, mas tem menos tesão -, quando chegar lá para os 40/45 anos.

Quem sabe, tenhamos fé!

E pra mim a melhor musica de Natal de sempre é

... é uma porra (sem acento, ok. eu posso me distrair com o raio dos agás nos ouves, mas aqui espero não me enganar outra vez). Eu odeio profundamente músicas de Natal. Odeio, odeio, odeio.

E não é pelo facto de serem músicas de Natal, é mesmo pelo facto de se ouvirem os cabrões do guizozinhos e das badaladas ritmadas dos sinos. Para mim, a conjugação desses dois instrumentos, só está ao nível do som do acordeão, das pianadas do Richard Clayderman, dos volinos dos Corvos ou das colectâneas "Sucessos dos Dire Straits em Flautas de Pan".

Uhhhhhhghhhh! Que arrepio!

Bola, primeira metade

Bem sei que falta uma jornada para acabar a primeira volta, mas posso desde já fazer as minhas primeiras impressões da coisa:

1) assim como no ano passado, faz-me impressão como é que o meu clube vai ganhando jogos. A equipa tem momentos fantásticos (coisas bonitas, cenas com fintas e tal) e depois comete aqueles erros que só acontecem nos jogos dos juvenis (nos iniciados os miúdos não jogam à bola, brincam);

2) fazer-me-à impressão se o meu clube for campeão com aquela defesa. como é que eu explico um dia a um filho meu que o Porto foi campeão com o César Peixoto, o Ricardo Costa e o Pepe na defesa? Ainda por cima sendo titulares na maior parte dos jogos;

3) o Anderson (o do Benfas) é uma coisa assombrosa. Pai Natal, se realmente existes, faz com que haja uma merda qualquer no Benfica, para que o rapaz seja relegado para a equipa B a fim do Pinto da Costa o ir buscar para jogar lá no Dragão;

4) porque é que não avisaram há mais tempo que o Paulo Assunção era tão bom jogador?;

5) porque é que o Barcelona deu 3 milhões e meio de contos pelo Geovanni (sim, aquele do Benfica) e vendeu o Quaresma ao Porto por menos de 2 milhões?;

6) já repararam na quantidade de grandes golos que já se marcaram neste campeonato? O Quaresma já marcou aí uns 3, o Nuno Gomes marcou, pelo menos uns 4 fantásticos, há aquele Marcel da Académica que não sabe marcar golos maus, os golos do Liedson de terça-feira contra o Rio-Ave foram uma coisa assombrosa, há também um golo do Deivid ao ângulo que é de ver e chorar por mais, aquele polaco do Guimarães também já macou um golaço dos diabos, etc...;

7) então o Nélson (o que parece o Predador) já não é melhor que o Miguel? Ou só se falou na coisa enquanto a transferência para o Valência ainda estava a quente? (atenção Pai Natal, se houver porcaria com o Nélson de forma a que ele seja também renegado para a equipa B, lá para os lados da Luz, a gente também agradece);

8) O César Peixoto comete, sensivelmente, um penalti por jogo;

9) O Pepe comete, sensivelmente, 3 erros crassos por jogo. Dois deles, dão, geralmente, golos aos adversários;

10) com os argentinos do Porto a jogar tão bem, estranho que ainda não se tenham feito títulos parvos nos jornais como, Lucho de Luxo desaguou na Foz do Lisandro (ou será que já se fizeram e eu estava distraído?);

11) será que se o Pinto da Costa não pagar o ordenado ao Jorginho ele passa a jogar tão bem como os seus ex-colegas lá do Vitórrria?;

12) já repararam que mesmo que o Co fique cá os tais 3 anos de contrato e em todos eles for campeão, ninguém vai ficar com saudades dele?;

13) será que o Scolari foi contratado apenas porque tem sorte? Hã? O quê? nâo entendi? estão a dizer-me que o senhor merece respeito porque foi campeão do mundo? Meus amigos, alguém ainda se lembra das arbitragens dos jogos do Brasil, nesse campeonato? Tenham juízo!;

14) porque é que o Louçã não fala sobre os jogadores de futebol que têm os salários em atraso?;

15) quando é que, de uma vez por todas, se deixam de elogiar avançados porque são "bons a bater-se contra os centrais" ou a "mexerem-se sem bola" quando, na realidade, falham golos atrás de golos (vide Hélder Postiga, Hugo Almeida, etc...)?;

16) o Beto (o do Benfica) afinal é ou não é jogador para o Benfica? Será que um par de golos na pré-época e um golo ao Manchester valem uma contratação daquelas? Parece-me manifestamente pouco;

17) apesar de ser o melhor presidente que o Benfica já teve nos últimos 15 anos, estarão realmente os benfiquistas contentes com o presidente que têm?;

18) porque raio é que a Liga obriga que um treinador principal da primeira divisão - desculpem lá mas há coisas que ainda não consigo dizer como super-liga e árbitro auxiliar - tenha de ter um curso de nível não sei quê, mesmo que perceba à brava de bola e não obriga que os dirigentes das sad's tenham um curso de gestão?;

19) porque é que a TVI não mete no olho da rua aquele gajo de óculos de fundo de garrafa (um tal de qualquer Martins, acho eu) que faz os relatos da bola?;

20) a ganhar assim, o Mourinho não dura muito tempo naquela equipa. Cheira-me que mais cedo ou mais tarde, mete-se no avião e arranca para o Inter;

21) será que o Anderson (o puto que o Porto contratou no ano passado e que vai agora para o clube) já é bom, vai ser bom, ou mesmo que o seja, o Co vai dar um jeitinho e acaba por dispensá-lo?;

E pronto, no final do campeonato venho aqui outra vez.

Na Tal do gostinho especial

O meu Natal sempre foi muito mais uma coisa de Menino Jesus do que do Pai Natal. E não foi só o meu como praticamente o de toda a minha geração (ou talvez não, talvez não.)

Nos dias que antecediam a data festiva, o meu pai oferecia-me desde logo uma prenda antecipada: levava-me com ele à Baixa, aquando das suas voltas de trabalho e, de caminho, mostrava-me as montras do Grandela, onde havia sempre grandes bonecos construídos em peças de Lego. E aquilo era fantástico. Eu tinha aí uns 5 ou 6 anos e ficava maravilhado com as iluminações, com o Metropolitano, com os autocarros de 2 andares, com as escadas rolantes lá do Grandela e, claro, com aqueles brinquedos fantásticos.

Na noite de consoada, havia sempre bacalhau, coisa que eu odiava de morte: peixe, blaghrr!!!! (Como as coisas mudaram, ai ai...) E então, se nos tivessemos portado bem, o Menino Jesus, e não o velho jarreta do Pai Natal, dar-nos-ia, no final do jantar, qualquer coisinha.

A primeira vez que tive noção da existência de um ser paranormal que nos entregava prendas, foi para aí em 1973 ou coisa parecida. Tinha passado da meia noite, fomos à cozinha e, em cima do fogão (continuo à espera que o Pai Natal me dê uma lareira), no bico mais pequeno - aquele onde se aquecem os púcaros - repousava então, uma prenda do Menino Jesus. E atenção, eu disse prenda, não eram prendas como agora.

Recebi pois, um puzzle de cubos que formava 6 imagens diferentes da história dos 3 porquinhos. Confesso que a princípio a coisa até me agradou, andei a li durante uns tempos todo contente a brincar com aquilo e tal mas, mais tarde, quando utilizei um deles para atirar à mona da minha irmã, em retaliação pelo facto dela me ter espetado uma bic cristal na bochecha, fiquei realmente com dúvidas se o Menino Jesus me tinha oferecido um objecto lúdico ou uma peça bélica.

Mais lixado ainda fiquei, porque, apesar de ter alegado legítima defesa, comi um enxerto de porrada valente dos meus pais que, ao mesmo tempo que me deixou meio combalido, teve também o condão de me encher de miúfa, já desconfiado que o Menino Jesus faria algum género de retaliações, boicotando a prenda do ano seguinte.

quinta-feira, dezembro 22, 2005

Desert

Almoço de Natal em minha casa, a minha sobrinha de 8 anos - a grande Inês - vê uns auscultadores sem fio, pega neles e pergunta-me:

- Sócio, posso ouvir coisas com isto?
- Ó Inês, claro que sim. O que é que queres ouvir? Queres que eu te ponha um filme? Queres ver televisão? Se quiseres ponho o Noddy, o que é que achas?
- Ó sócio, não, deixa lá, põe uma coisa qualquer.
- Vá lá, a sério, se quiseres ponho-te as Músicas da Carochinha.
- Ó sócio, e não tens cá em casa D'Zrt?
- Pronto, caga nisso, ouves rádio, 'tá a dar o relato da bola e tudo. Toma lá, vá!

Há 10 anos atrás...

.... mais coisa menos coisa, eu era profundamente chato (não quer dizer que já deixei de o ser, ok?) ao ponto de ir pedinchar ao DJ amigo duma discoteca que eu frequentava (normalmente, em avançado estado de destilamento), o So in love with you (Duke) e mais o These sounds fall into my mind (Bucketheads).

Hoje, infelizmente para o resto do pessoal do meu escritório, vou passar o tempo a ouvi-las. Hoje isto vai ser sempre a bombar, de butes em cima das colunas e garrafinha de água na mão.

Que som do caneco!!

(Hélder, isto está ao níbel do Shined on me (Praise Cats), pá!)

quarta-feira, dezembro 21, 2005

Há lá coisas piores

que perceber que a unha do nosso dedo indicador está quase sempre suja de Halibut.

Há lá coisas melhores

que aquele abraço que ela nos dá quando, no final do dia, a vamos buscar à Escola?

"Solinho a bater no mar"



De há uns 4 ou 5 dias para cá, a viagem matinal a caminho do trabalho tem sido feita pela Marginal, assim devagarinho, com o Sol a refletir no mar, 7 ou 8 graus lá fora, cá dentro a chouffage já começou a aquecer, o trânsito, estranhamente, tem estado calmo e, nos cd's, toca o Beautifull Child dos Fleetwood Mac. Que maravilha!

E no fim da música, ali já para os lados de Carcavelos, não resisto e vou buscar o cd que tem o Storms. E fico para ali a pensar que realmente estes gajos sabiam fazer músicas para este tipo de viagens.

Encavacado

Ontem, na RTP, o Cavaco Silva fez precisamente o mesmo que o Mário Soares fez quando andava em campanha eleitoral, lá para os lados de Barcelos.

Ou seja, não deu grandes ouvidos ao histerismo de um velhote ressabiado, a falar sobre o seu passado.

terça-feira, dezembro 20, 2005

Presidênciais - O Guia

As pessoas votam nos candidatos presidênciais, somente, por causa das seguintes razões:

Manuel Alegre
Então, não é? o gajo, coitado, foi traído pelo PS e mais o bochechas e tal... e é um poeta e tal, e fez aqueles versinhos para o Figo, e gosta da bola e tem aquela voz de trovão e tal... e declama cenas de poesia... e vê-se que é culto... e coitadinho, nem tem dinheiro para a campanha eleitoral.

Mário Soares
Então, não é? O gajo é que livrou Portugal dos comunistas mandarem nesta coisa toda e fazerem disto, assim, como a Cuba, mas sem ser uma ilha, não é? E é um gajo fixe. E já sabe o que tem de fazer para ser presidente e gosta de viajar e tal.... e aquelas cenas das presidências abertas que foi muito bom, que a gente até o podia lhe dar um bacalhau e um abraço e tal...

Cavaco Silva
Então o gajo é que pôs isto em condições, Então não é? A cena das auto-estradas e tal, e os canais de televisão e o gajo é que sabe daquela cena de fazer contas e dos recibos verdes e das finanças e tal. E a inflação que era trinta e tal e o gajo baixou os preços, não é? E isto está muito mal e só ele é que pode endireitar isto. E até aquela fadista é a gaja que é a mandatária que é quem manda na juventude dele e o caneco.

Jerónimo de Sousa
Então não está visto que ele é que defendo o povo e tal, e os movimentos revolutivos ou coisa parecida e o proletariado e são mazé todos uns gandas fachos que se agarram aos tachos e tal... e este não, este é que é... que até dança nos bailaricos, e joga ao sobe-e-desce lá no clube.

Francisco Louça
Então não é? Este é que diz as verdades todas, este não se cala e tal. Este é que os põe em sentido. E está com os jovens e é um dos jovens. E não se está mesmo a ver que ele é que vai para os debates a estudar aquela cena das pastas e tal e dos deveres que o presidente deve fazer quando vem das reuniões do governo, não é?



E as pessoas, não votam nos candidatos presidênciais, somente, por causa das seguintes razões:

Manuel Alegre
Olha-me este, quer armar-se em Calimero. O gajo quer é ir para o poleiro e tal, então o gajo até perdeu com o Sócrates e tal, lá nas eleições do partido da mãozinha do ar e agora quer é vingar-se e mandar no gajo. Eu é que tenho olho e topo o gajo e tal...

Mário Soares
Então, não é? O gajo está velho e ser presidente e tal um gajo tem de ser mais novo, não é? e o gajo é que não deixou o Alegre que eu até acho que eles eram assim como irmãos e tal e ele não deixou o Alegre ir, assim, ser presidente, assim de aparecer lá nos papelinhos dos votos apoiado pelos socialistas, não é?... e ele é que tirou as Colónias aos Portugueses e pôs os retornados cá em Portugal e tal e vieram todos em caixotes, não é? Ele quer é ir às festas e comer croquetes e andar de avião, é o que é.

Cavaco Silva
As pessoas parece que não se lembram que o gajo queria era que a gente pagasse a ponte toda outra vez... e aquela cena do feriado do Carnaval e tal... e o banho nos polícias, pá, então isso faz-se? e se ele for presidente e o caneco e a receber os gajos dos outros países e depois envergonha-nos porque não sabe comer de boca fechada e essas coisas depois aparecem nos jornais lá dos cámones, não é?

Jerónimo de Sousa
Então não está visto que os gajos depois comiam era as criancinhas da casa-pia ao pequeno almoço. Aos comunas, era mazé era metê-los a todos mazé na Sibéria, pá. Os gajos é sempre a mesma conversa, é como a cassete do Cunhal, que Deus tem, coitadinho.

Francisco Louça
Então não é? mas alguém ainda vota no gajo, pá? o gajo nem para delegado de turma vale, cum raio! o gajo tem aquele ar de santinho mas ele quer é fazer da gente mazé todos gueis e quer é dar a droga nas escolas, mazé... e fazer dos miúdos todos uns drógados e irem todos pró casal ventoso... e aqueles pulóveres já não se usam, pá. o gajo é mazé um caixa de óculos que tem a mania... eu a ele dava-lhe era um enxerto dos valentes que gajos como ele topo-os à distância. não querem nunca fazer nenhum. olha-me, olha-me, o betinho!!


E até agora ainda ninguém percebeu que um presidente serve é para pendurar medalhas no peito nas celebrações no dia de Portugal.

Cruzes, credo!

Apesar de ter crescido num ambiente católico apostólico romano, não me considero católico (essa coisa do católico praticante não existe. ou se é ou não se é). Guardo, no entanto, alguns hábitos, ensinamentos e boas recordações desses anos. Não abandonei os meus hábitos de grupo de jovens, catequista, acólito ou simples leigo, só porque o padre lá da paróquia não gostava dos sapatos que eu usava (argumento que ouvi duma ex-paroquiana) ou porque os padres tinham hálito de sacristia (outro dos argumentos). Nada disso. Continuo a manter todas as positivas opiniões que já tinha sobre a Igreja e sobre as pessoas que a constituem.

Contudo, passou-me um bocado ao lado (pronto, só um bocadinho) a história da retirada dos crucifixos das salas de aula das escolas. Se a Assembleia da República (eleita pelo povo e de uma forma democrática) aprovou, há 30 anos, uma Constituição que diz que nas escolas não deve haver crucifixos, então toca a retirá-los de lá. Juro, faz-me pouca impressão. E digo porquê:

- sem hipocrisias, a grande, grande maioria dos poucos católicos que ainda existem a frequentar as escolas, nunca repararam que haviam cruzes lá em cima, sobre os quadros pretos de ardósia;

- as associações católicas que se insurgiram contra a decisão da Ministra deveriam era preocupar-se, não com o que se passa nas escolas estatais, mas sim com a educação que é feita, por exemplo, nas escolas católicas portuguesas. Toda a gente sabe que a Universidade Católica Portuguesa é o local em Portugal onde existe mais Fé, as pessoas entram para lá cheias de Fé e deixam-na lá toda;

- os alunos e os professores católicos não precisam de ter lá na sala uma cruz para lhes lembrar (ou acudir, ou iluminar) que devem ter comportamentos exemplares perante os outros. Convém é ter Cristo cá dentro, no coração;

- a maior parte dos católicos, infelizmente, nem sequer sabe o significado dos crucifixos. Ou pior, há outros que o sabem mas não demonstram pela cruz (ou pelo seu significado) o respeito que ela merece;

- no dia de Sábado-Santo (para os menos informados, é o dia imediatamente anterior à Páscoa), as cruzes são retiradas das igrejas (não, não é por maldade, é porque a comunidade vela o Senhor no seu sepulcro) e os sacrários são deixados abertos. Ficam as igrejas, assim, pelo menos momentaneamente, mais ou menos como as salas de aulas depois de aplicada a lei dos crucifixos. Pois da mesma forma que as pessoas nunca reparam nessa ausência de símbolos (e não só), também não repararam na presença das cruzes lá nas aulas, durante toda a sua vida escolar.

Contudo, vamos lá ver uma coisa, eu preferia que as cruzes lá ficassem, desde que a sua presença não bulisse com a consciência das outras pessoas. Curiosamente, as cruzes assustam mais os laicos que os que professam outras religiões. Aliás, isso não tem é nada de curioso.

Resumindo e concluindo: o Estado exagerou? Sim, exagerou. As associações católicas foram um bocado hipócritas? Sim, foram. O Louçã foi, pela enésima vez, demagogo? Sim, foi!

Gamarra e Anderson

É raríssimo ver jogos de futebol em que não jogue o meu clube. Então do Benfica, meus amigos, isso nunca acontece mesmo. No entanto, tenho de abrir duas excepções: em 1997/1998 e, agora em 2005 (já que estou aqui, vejam lá se me ajudam a entender com quem é que o Nélson é parecido. o gajo faz-me lembrar alguém e não consigo ver quem é. não estão a ver?).

A razão é muito simples, tem a ver com o facto de nesses períodos, os dirigentes terem trazido para Portugal dois defesas centrais que eu simplesmente gramo cumó caneco. Estou a falar do paraguaio Carlos Gamarra e, agora, do também central, o brasileiro Anderson - não gosto do Luisão e muito menos do Alcides. Que maravilha de jogadores (não, não é o Gullit que o Nélson me faz lembrar. mas há ali qualquer coisa no cabelo que me liga a uma cena qualquer. Ó caraças, que não me lembro, gaita!). O Gamarra, voltei a matar saudades dele quando estive lá no Rio - foi inclusivamente eleito um dos dois melhores defesas centrais do campeonato brasileiro - e o Anderson é outro caso à parte.

Jogam, simples, limpo, raramente fazem faltas (aquelas recuperações de bola, quando vão a correr ao lado do adversário, assim, com o pézinho, a mandar a bola para o lado, num toque cheio de soupless, deixam-me de rastos) e não estão com grandes invenções.

E quanto mais eu vejo os centrais que o Co escolhe para a minha equipa jogar, mais inveja eu tenho de não ter o Anderson, lá ao lado do Pedro Emanuel. Grrrrrr!!!

(Ahhhhh, já sei. O Nélson faz-me lembrar o Predator. É isso, porra!!!).

quinta-feira, dezembro 15, 2005

Para lá do Equador - Quiosques



O que disse sobre as livrarias aplica-se igualmente aos quiosques de jornais e revistas. Quando chego ao estrangeiro - infelizmente, no meu caso, até agora somente no Brasil, em Espanha e em Inglaterra - compro logo um jornal. Pronto, gosto! Gosto de ficar ali a ler sobre as histórias deles, quais são as suas preocupações, como é que são os jornais, como é que é arranjado graficamente, se é de fácil leitura ou não, como é que são os suplementos de fim-de-semana, etc..

E depois há as revistas que no Brasil são fantásticas. Refiro-me unicamente às de viagens. Sim, lá as revistas de viagens são mesmo sobre viagens. Não é como cá em Portugal que são sobre fotografias de destinos. Lá não, lá há revistas que explicam o que é que devemos fazer desde que saímos de casa.

Revistas femininas então (para quem interessa, claro) são mato. Se nós cá temos umas 5 ou 6 (daquele grupo das máximas, e marie clare e afins) lá há seguramente 12 ou 15.

Já para não falar na Playboy (a brasileira, claro!) que é leitura obrigatória lá de casa. A minha mulher e a minha sogra gostam de ler as entrevistas e os artigos. Eu e o meu sogro, lemos também as entrevistas e dizemos a elas que gostamos de apreciar o cuidado das produções fotográficas: se o cu está bem iluminado, se a mama tem sombras ou não, se há trabalho de photoshop ao barulho, se a penugem púbica delas é escanhoada ou aparada à máquina, quais são as que se depilam, etc. É uma visão puramente técnica da coisa

Para lá do Equador - Livrarias



Há pessoas que vão ao Brasil comprar biquinis, outras vão comprar havaianas, outras vão para apanhar doenças venéreas, outras ainda, vão para se bronzear.

No meu caso, vou principalmente - estou mesmo a exagerar, ok? - para comprar livros (e discos, e discos...). Desta vez não foi excepção.

Eu passo à porta de uma livraria e há logo ali qualquer coisa que me magnetiza, que me puxa lá para dentro. Depois de passar a entrada fico doidinho. Assim, mais ou menos como as mulheres no Ikea (mas sem andar aos encontrões com os outros clientes, como elas fazem, ok?). E depois, pronto, lá se vai o 13º mês. Mas é dinheiro bem aplicado. Normalmente, o acervo dura-me por dois anos. Além disso, os livros são geralmente mais baratos. Quer dizer, não são tão assim mais baratos. O que se passa é que enquanto um livro lá pode custar 4 contos, quando chega cá a Portugal, as livrarias vendem-no por 7. E isto é quando temos a felicidade de ele aparecer nas lojas. Acrescente-se o facto de, quando os encomendamos via net, os portes de correio para Portugal serem caros pr'á caramba!

Eu faço aqui um apelo a uma leitora que eu cá sei e que trabalha numa grande editora portuguesa: minha querida Cavaquita, quando fores a rainha dessa gaita toda, vê se editas - ou importas a preços decentes - mais livros brasileiros. Se quiseres eu dou-te depois umas dicas sobre os melhores títulos para escolheres. Combinado?

quarta-feira, dezembro 14, 2005

Para lá do Equador - Ipanema



Este imagem foi tirada no coração de Ipanema. É um dos meus lugares favoritos do Rio de Janeiro. Quem, como eu, cresceu a apaixonar-se por aquelas músicas da bossa-nova, da mpb e afins, encontra ali o palco de uma série de acontecimentos históricos.

Andamos por ali e sabemos que naquele canto havia o Zeppelin, um bar onde se reuniam grandes nomes do cinema brasileiro, naquela outra esquina havia o Veloso, onde o Vinicius de Moraes mamava uns canecos com o Tom Jobim e de onde controlavam a boazuda da Heloísa Pinheiro a regressar da praia, inspirando-os a compor Garota de Ipanema, etc..

A coisa está, obviamente, muito diferente do que era nas décadas de 60 e 70, mas ainda assim dá para perceber como era o cheiro da bossa-nova, lá naquela altura.

Chega de saudade.

Para lá do Equador - Gatões



Lá no Brasiú, os Três Dukes chamam-se "Gatões".

Legal à beça!

Para lá do Equador - Toca do Vinícius



Esta loja, em Ipanema, é uma das minhas perdições. Chama-se Toca do Vinícius, vende cd's, livros, dvd's e afins.

Ali, a bossa-nova, o chorinho, algum samba e alguma mpb reinam. Miguel, meu querido, tu se um dia lá fores, não caias no meu erro. Vê mas é se deixas o cartão de crédito em casa. É uma coisa por demais. Tu entras, e ouves o Pixinguinha a ambientar a casa, avanças e encontras um porradão de livros e discos do melhor que há.

Uma loucura, pá, uma loucura!


Olha-me só os song-books,



... e estas estatuetazinhas de algum do pessoal que a gente gosta.

Só uma curiosidade, a adoração pelo Vinicius ali é tão grande que a filha da dona tem o "Vinicius" tatuado no braço e o neto chama-se - adivinharam! - Vinicius.

Para lá do Equador - De pé, ó vítimas da fome...

Lá, como cá, os tempos de antena do PCP são do melhorio. Cuidado visual abaixo de cão, gente com aspecto de bombistas das FP's 25, o tal discurso com palavras como repressão, proletariado, alternativa democrática, políticas de coesão social e, maravilha das maravilhas, tinha esta senhora a dedilhar uma guitarrra e a fazer "hummm, hummmm, hummmm" ao som da Internacional.

Para lá do Equador - Actores

Um actor de novelas lá no Brasil, é uma star (lê-se, estár).

Este foi um que encontrámos numa loja de plantas de um amigo nosso. Viu a minha filha e quis tirar uma foto com ela (Quí mínína maix gostosa, olha lá, meu Deus!). É claro que o resto da famelga Cardador Jaime foi atrás, não é?

Publico-a aqui apenas porque o fotógrafo, meu querido Zé Luís, teve o cuidado supremo de conseguir colocar os nossos pés na foto, daí para cima o que coubesse ficava, o que não coubesse, cagarim cagou-se!

Quando vimos o resultado foi um fartote de rir. Não resisto a publicá-la. De maneiras que aparece a minha pança, a big pança do tal actor, a minha Cuca e a minha big princesa.

Jóínha, né!

Para lá do Equador - Haja saúde!

A minha sogra, que não tem idade para ser cota mas que tem a sabedoria das velhas, bem que nos avisou: tenho muito medo da saúde da tua filha nesta viagem.

E teve razão.

Ao segundo dia, a miúda já estava com vómitos e febres altíssimas. E lá fomos nós atrás de um Pediatra.

Começámos por um hospital público. Lá fomos avisando que éramos turistas, que não tínhamos cartão de saúde e tal, mas tudo bem, "sim senhô, visualizaremos á míniná com todo gosto". Felizmente, enquanto esperávamos por ser atendidos, a miúda teve uma melhora substancial e fomos mas é para casa com medo que ela apanhasse coisas piores naquela sala de espera.

No dia seguinte, procurámos um consultório de pediatria que então observasse a miúda com mais calma. Novamente a mesma lengalenga "olhe que somos turistas e não temos plano de saúde...", tudo bem, sem problemas. O preço, mais ou menos 5 contos (fez-nos o valor que faz habitualmente para os planos de saúde). Safa! O dobro do que nós pagamos pela Médis.

No dia seguinte, e como a coisa não melhorava de vez, procurámos um hospital particular. Apesar de sabermos que iríamos pagar bem carote, a senhora da recepção bem que nos avisou, atenção que os preços são x e y; se fizer raio x, será mais w; se for com medicamentação, mais outro z. Caguei para a conversa, naquele momento eu queria era ver a minha filha com saúde. Conclusão da coisa, arrotei com cerca de 20 contos. Ora toma!

Tudo bem, eu posso arcar com aquele custo (ou pelo menos, naquela altura pude suportar, não é?), mas agora pensem nos brasileiros que têm, na larguíssima percentagem, uma impossibilidade notória de pagar estes valores. Como é que é?

Haja saúde!!!

Ah, é verdade, a miúda ficou bem, felizmente!

Para lá do Equador - As minhas amiguinhas



Estes são duas mininas que me acompanham sempre nestas passeatas pelo Brasiú.

Para lá do Equador - Marius

Em mais nenhum lugar do mundo eu como da mesma forma como no Rio de Janeiro (isto dito assim, até dá ideia que sou um gajo viajadíssimo. Nah, nada disso. Mas dito assim, tem mais cachet, não é?)

Eu perco-me com botecos com aqueles sucos do outro mundo, feitos daquelas frutas com nomes exóticos como acerola, umbú, açaí, cupuaçu, graviola e outras que tais. E o mais incrível é que têm consistência, são grossos, e boooooons.

E depois há também aqueles aqueles restaurantes com serviço de buffet, onde comemos aquelas carnuchas, aqueles mariscos, aqueles queijos, aqueles doces, aquela fruta que parece que já vem com açucar, sei lá, tanta coisa. Aquilo anda mais ou menos a uma média de 3 a 4 quilos de engorda por semana. Não dá para segurar. Se um dia lá forem, caguem para o 13º mês e vão, uma vez que seja, ao Marius. Fica no Leme e é o melhor restaurante do mundo. Palavra de Pedro Jaime.


Para lá do Equador - andar de carro

Desta vez, pela primeira vez, conduzi no Rio de Janeiro. E meus amigos, depois desta epopeia, conduzo em qualquer cidade do mundo. Não há hipótese.

Nos dois primeiros dias ainda estranhamos, apontamos o dedo e rimo-nos daquele que está a vir em sentido proibido, aqueloutro que num cruzamento nos entra pela esquerda sem ver se vem alguém, ou as dezenas que, de noite, circulam com as luzes apagadas.

Nos dias seguintes já achamos a coisa muito "natural" e já fazemos da forma que eles fazem. Ou seja, entramos na onda. Mas de olho bem aberto, não é?

Aquilo é mais ou menos parecido com o jogo Nascar mas, felizmente, com muito menos acidentes.


Aqui estou eu, no meu italiano bombástico. De faróis baixos, para-choque duro, vidros fumados, terço no espelho reflector e a direcção mais rija do hemisfério sul.

Grande níbel!!!!!

Para lá do Equador - o voo



Tinham-nos avisado que uma avaria no avião iria atrasar a nossa partida. Afinal a coisa não foi bem assim, arranjou-se um outro avião que, maravilha das maravilhas, tinha mais lugares em executiva que o anterior. Conclusão, acabámos por ir bem instalados. Nós e mais umas quantas pessoas que também não estavam à espera de viajar à "la gardere" - nem nunca sonhariam que um dia pudessem voar assim. Resultado disso, a partir da 4ª hora de voo, a classe executiva parecia um espectáculo dantesco: pessoal em pé em cima das cadeiras, pessoas bêbedas e a gritar muito alto "mais whisky, pô!", um pivete a chulé dos diabos, etc.

A minha filha fez-nos a vida negra. Não queiram imaginar o que é tentar segurar um "máquina de correr" naquele espacinho, durante 10 horas seguidas. Fiquei completamente exausto. Ela corria, ela empoleirava-se nas costas das cadeiras, ela fugia, ela escondia-se debaixo dos assentos, ela pegava dos telefones do avião (aqueles que são utilizados pela tripulação), ..... ela cansou-nos muito, foda-se!!!!!

Não me venham com merdas que os pequenos são sempre uns amores e tal, naquele voo não! Naquele voo eu passei-me completamente. Depois de 10 horas de viagem, ao aterrarmos, aquela turba (com o tal grupo já bem mamado, a liderar a coisa) desatou a a bater palmas. A mim deu-me também vontade de bater palminhas por saber que aquele suplício tinha terminado.

A miúda é louca, pá. Só um pequeno exemplozinho: a viagem teve imensos períodos de forte turbulência e então o pessoal, muito acagaçado, agarrava-se o mais que podia aos braços dos assentos, não é? Ela não, ela batia palmas feliz da vida, depois levantava os braços, ria-se e dizia yehhhhhh!

Nossa senhora!!!

segunda-feira, dezembro 12, 2005

A todos um bom natahahahahal

Festa de Natal da escola da minha filha. Lá vou eu assistir pela primeira vez à minha Beatriz como diva do teatro (foi o que me disseram. não sei, não é?).

À porta, um monte de carros em segunda fila (que mais escolas têm Lamborghinis dos pais estacionados à porta? estarão já pagos?); lá dentro há mais adultos que o habitual.

Depois de meia hora de atraso lá entra a turminha da minha menina. Vêm vestidos de pai-natal. Que maravilha.

Na plateia improvisada lá no refeitório, estamos nós, os pais, de máquinas fotográfica e de video em punho, para registar aquele momento.

Às tantas começo a perceber que as fotos não estão a sair muito bem. Carago, mas o que é que se passa? Percebo depois que afinal estava tudo bem. Os cabrões dos olhos é que estavam todos turvados.

Que coisinhas mais giras.

Voltei



27 livros, 14 cd's, 13 dvd's e não sei quantas revistas depois, cá estou eu outra vez.

Pormenores (ou pormaiores) e outras histórias, nos posts seguintes.

sexta-feira, dezembro 02, 2005

Eu vou só ali e já venho, tá bem?

Se os meus 5 leitores diários estranharem a minha ausência, fiquem desde já descansados que não tive nenhuma micose ou coisa parecida.

Fui só ali à Fnac da Barra da Tijuca, comprar uns disquitos e uma pilha de livros.

Eu prometo que não demoro.

Ah, puma!

Volta e meia no meu escritório ouve-se fado. E eu que cresci rodeado de fadistas popularuchos, não tenho grande pachorra para esta trupe de Marizas, Camanés ou Arnauths (tem lá algum jeito uma fadista com th no nome?). Fadista que se preze tem de ter a anteceder o nome, os substantivos xôr ou xôdona. Assim como Xôr Jaquim "Garganta d'Anjo" Malaquias ou, por exemplo, Xôdona Ingrácia (é mesmo assim, ok?) "a Peituda" Abrantes.

Ainda assim, estou sempre à espera que no final do trinar das guitarradas, algum dos meus colegas grite um "Ah, fadista!". Ou então, como uma certa noite ouvi no Restaurante Andorinha dos Olivais, um valente, "Ah, Puma!".

O Best do Oeste



Morreu aqui há uns dias o grande George Best, o primeiro metrossexual do futebol.

Foi um jogador do caneco. Conseguia colar a bola ao seu pé esquerdo, quase da mesma forma como colava o habitual copo de whisky aos beiços.

Foi literalmente um gajo de putas e vinho verde.

É a esse propósito que deixo aqui uma das mais deliciosas tiradas que ele deu a um jornalista.

A cena passou-se há uns 3 anos. Por causa da bebida e dos enxertos de biqueiros e pensos com que habitualmente brindava a sua mulher - seguramente uns 80 anos mais nova que ele -, esta impediu-o de se aproximar lá de casa. Além do mais tinham uma filha com para aí uns dois aninhos e, inclusivamente, temia pela segurança da miúda.

Mas veio o Natal e tal, não é? E a gaja encheu-se de compaixão e, vai daí, lá teve pena dele e convidou-o a passar lá a consoada. No dia seguinte, depois de mais um enxerto de porrada e mais uma noitada na prisa, lá vieram as primeiras declarações aos jornalistas: "eu acho que a culpa é dela. o que é que ela estava à espera? que eu fosse lá passar o Natal e não bebesse nem um copinho? claro que bebi. depois claro irritei-me com uma coisa que ela disse e preguei-lhe uma solha nas trombas (não devem ter sido bem estas as palavras). a irresponsabilidade foi dela. quem é que vai convidar um alcoólico como eu para passar a consoada com ela e não tem sequer o cuidado de esconder as bebidas?

Maravilha.

terça-feira, novembro 29, 2005

Intimidades

Ouço dizer que a intidade máxima de um casal acontece, quando já conseguimos soltar umas serenas ao pé dela ou quando, em substituição das nossas mães, lhes confiamos as cuecas e as meias, na altura de serem colocadas na máquina da roupa.

Não concordo. Atingi o nirvana da intimidade conjugal quando deixei de ter vergonha de andar pela casa vestido unicamente de meias e cuecas.

segunda-feira, novembro 28, 2005

Não paguem!!!

E depois vemos o Setúbal com os mesmos pontos do Sporting e com mais 4 que o Benfica, e pensamos no esforço que o Vieira e o Franco fazem para pagar os ordenados dos jogadores e meditamos se não será melhor fazer como o Chumbita: não paguem!!!!

Fun-fun

E com um ano e oito meses, a minha filha deu-me finalmente o prazer de adormecer (e dormir uma bela soneca) no meu colo enquanto eu lhe fazia um fun-fun com o cabelo.

E esta gaita é muito melhor do que o que as pessoas contavam...

O Século

A trisavó da minha filha, a grande Ermerita Costa, fez 100 anos. E pronto, tinha aqui pano para mangas para fazer um postaço dos diabos, não é?

Mas sinto que não tenho pedal para lhe prestar a homenagem que ela (e que a ocasião) merece.

Pedal, pedal, tem ela. Sem dúvida alguma. Assitimos àquele soprar de velas (nunca tinha estado numa festa de aniversário cujo bolo tivesse 3 velas) e vemos que este centenário é, para ela, um reles patamar. É isso que mais nos deixa perplexos, é verificarmos que o seu fim não está cada vez mais próximo, o início é que já vai longo.

Tanto é que, quando cantámos os parabéns e ela soprou as velas, fez logo ali, uma declaração que soou a promessa para ser cumprida: "aviso já que ainda vou viver mais 2 ou 3 anos."

A esse propósito, relembro outra história ocorrida no seu 99º aniversário. Quando lá chegou a casa uma amiga (seguramente, uns 50 anos mais nova) para lhe dar os parabéns, disse de imediato: ó Amélia, tira aqui uma fotografia comigo, para eu depois a pôr aqui na prateleira e lembrar-me de ti quando morreres!

E o mais incrivel é que não diz estas coisas para que os presentes se riam. Não, di-lo com a convicção de quem gosta mesmo é de viver.

Maravilha!

sexta-feira, novembro 25, 2005

O querer

Que me lembre contam-se pelos dedos de uma mão os jogadores que respondiam, mais ou menos correctamente, às perguntas dos jornalistas. Estou a lembrar-me do Dani, do Baía, do Rui Esteves, do Paulo Sousa, do Sá Pinto e pouco mais.

Do lado oposto lembro-me de um caso fantástico que era o Hugo Porfírio. Eu adorava aquelas entrevistas. Primeiro o Porfírio era um gajo que não devia gostar muito de jogar futebol, ele gostava era de fazer fintas; segundo, era completamente desmazelado e gostava de ostentar essa desarrumação no vestuário e no cabelo (usou cabelo à moicano, 5 ou 6 anos antes do Beckham) e finalmente, estava-se a cagar literalmente para o que os jornalistas lhe perguntavam. Eu acho que ele fazia aquilo de uma forma deliberada, os gajos perguntavam-lhe sobre o adversário e ele respondia que a comida do hotel era muito boa e que isso os motivava para o jogo. E conseguia dizer isto sem se rir e com os olhos postos no chão. Fantástico.

Agora temos um novo Porfírio. Estou a falar do Quaresma. A diferença é que este, além de ser um craque do caneco, não deve saber fazer mais nada. As entrevistas dele são do que melhor se faz em portugal no campo do humor futebolístico. Eu dou um prémio a quem conseguir detectar uma resposta dele a uma pergunta do jornalista. Normalmente troca as respostas.

Neste último jogo do Porto a terceira resposta dele correspondeu à primeira pergunta que o jornalista lhe fez. Normalmente fala «do querer», do «trabalhar mais», «da motivação extra», etc, mas não consegue ligar uma coisa com a outra.

Adoro!!

Política à portuguesa

A mim faz-me impressão a política portuguesa. Incomoda-me por exemplo que os eleitores não saibam o que faz um Presidente da República ou um deputado ou um vereador.

O que eu quero dizer é mesmo o que fazem no dia a dia. Chegam de manhã lá ao gabinete, ligam o computador, veêm os mails e depois? Depois fazem o quê?

Pois é a resposta a estas questões que eu acho que a maior parte do povo português não sabe responder.

Vamos lá ver uma coisa: pode fazer alguma impressão, a um bom grupo de pessoas, assitir a novelas cujos actores são modelos e afins, não é? E eu até acho que sim.

Pois então, porque é que não há-de fazer impressão ver pessoas que foram eleitas para fazer e discutir leis, fazerem-no mal e ainda por cima candidatarem-se a gerir uma Câmara Municipal. E ganharem, imagine-se.

Faz-me impressão, não há nada a fazer. As pessoas crescem a colar cartazes e a distribuir autocolantes pelas associações de estudantes e quando damos por ela são políticos profissionais. Na realidade não sabem fazer mais nada.

Mas saberão fazer política? Tenho as minhas dúvidas.

Jogo de dedos



A coisa acontece normalmente à Quinta-feira, o Porto faz um resultado de cáca nas competições europeias, eu fico ali, no sofá a passar os canais da cabo e, invariavelmente, detenho-me no Fox Life a ver o L-World.

Convenhamos, um gajo que cresceu a ir ver concertos no Coliseu de cantoras da MPB, está habituado a apanhar com aquela turba de fessureiras (lésbicas à moda da minha terra) asquerosas, de cabelinho curto cheio de gel, cigarro ao canto da boca, blusão de cabedal, mangas arregaçadas e mãos nos bolsos.

É, pois, colírio para os olhos, assistir a uma série em que as gajas, além de se andarem a comer de dedos em riste, são todas giras e com muita pinta.

Não que me dê especial ponta, nem tenho nenhum fetiche pelo facto de ver mulheres a beijar outras mulheres. Não, não é por aí.

A coisa boa, é que em cada linguado que aparece no ecrã, em vez de estarmos preocupados em olhar para o lado onde está a gaja para apreciarmos a cena a nosso bel prazer, podemos escolher um lado qualquer. Vai dar tudo à mesma.

Maravilha!!

quinta-feira, novembro 24, 2005

Tecla 3

No parque de estacionamento do Centro de Saúde de Oeiras há um sinal de trânsito que informa que existe estacionamento autorizado para, e passo a citar, 2 DEFECIENTES.

Ora a minha dúvida é a seguinte, podem lá estacionar dois veículos, conduzidos por aquelas pessoas que têm dificuldades motoras ou podem lá estacionar os deficientes dos gajos do departamento de trânsito da Câmara, que nem sequer sabem consultar um dicionário para tirar uma dúvida ortográfica?

quarta-feira, novembro 23, 2005

Que bela pinga

Ó Hélder, tu já viste bem isto?

E não é que estavam também lá no vidrão garrafas de leite com chocolate e água das pedras e ela foi logo abocanhar a de cerveja?

Será que daqui a uns anos, quando for sair com o primeiro gajo, ele bebe um cafézinho e ela bota abaixo 11 imperiais (ou foram 13?)?

segunda-feira, novembro 21, 2005

Coroado

O Jorge Coroado, juntamente com os fotógrafos de casamentos, faz parte do grupo dos maiores cromos de Portugal. Ou melhor, não é bem um cromo, é um postal.

Já não bastava dizer xelsia, andérsón, ou midlesbrógue, não, agora foi mais longe.

Agora a nova dele, é pronunciar o nome do jogador bracarense Nem como Néme. Pronto, assim a rimar com leme.

Brioooooooooosa!

E eu que espero que a minha equipa ganhe sempre e que ganhe bem, fico sempre contente quando isso sucede logo com uma goleada.

Mas quando isso acontece contra a Académica, equipa do meu saudoso avô materno (uma das pessoas que me ensinou a ler), a alegria esfuma-se um bocadinho.

E desvanece-se completamente, quando é o árbitro que inventa o terceiro golo do Porto.

A Académica não fez nada de nada para ganhar este jogo, mas não merece nunca sofrer golos destes, muito menos do meu clube.

quinta-feira, novembro 17, 2005

Pisc - pisc - pisc

Eu não peço que me dêem prioridade, não exijo que me agradeçam quando lhes faço sinal com a mão para passarem, não preciso que me façam sinal de luzes a avisar que a bófia está ali à frente, não, eu não preciso que me façam essas coisas

Eu só peço, por favor, o mais encarecidamente possível, com a maior deferência do mundo que liguem os piscas quando necessitarem de virar, encostar, estacionar, sei lá, quando for necessário fazê-lo, foda-se!

Mas o que é que se passa com pessoal qua conduz? Cortaram-lhes os dedinhos, foi?

Pigmeus

Por causa do raio destes bonecos, passo a vida a assobiar o raio desta música (deixem-se estar um bocadinho no site, que a musica aparece logo). E assobio no carro, no trabalho, em casa, enquanto cago, no banho.... dasse!

Parece visco, fica-nos entranhada. Há algum remédio para isto?

Melhoras

A coisa positiva da minha filha já estar em razoável estado de saúde é isso mesmo, é já ter mais saúde.

A coisa negativa, não é uma são muitas: deixou de nos pedir colinho e ficar ali em cima de nós, quietinha e caladinha durante um porradão de tempo, a receber festinhas e fún-fún (ok, um dia explico o que é isto); passou a chorar, não por dores mas sim por birras; enquanto esteve em casa a convalescer, teve tempo suficiente para descobrir como é que se mudam os dvd's dos Little People; já não nos dá beijinhos e festinhas melosas, etc.

Eu não peço que a minha filha fique doente, mas porra, não dá para fazer um mix? Não dá para ficares boa e continuares a querer festinhas, fún-fún, beijinhos e afins? Custa-te muito?

Socorro, socorro, socorro!

O meu patrão descobriu o António e Os Filhos do João.

Por favor, alguém que o cale!!!

terça-feira, novembro 15, 2005

Éte náite

Às 5 da manha, já tive tempo de ler quase todas as revistas que estavam na mesinha de cabeceira.

Depois de mais umas quantas "visitas" à minha filha, finalmente acho que vou conseguir adormecer.

Parece que não. A minha filha chama-me para mais um carinho. É claro, não resisto. Mas digo-lhe que tenho a mãe lá na cama do pai, com gripe e a precisar também de festinhas.

Começa-me a doer também a merda das costas.

Estou num impasse. O que raio quer a miúda? Começo a lembrar-me do que habitualmente fazia a esta hora se andasse na night. É isso mesmo. Ia para o Poço dos Negros comer cachupa. Vou à cozinha, aqueço e dou-lhe meio biberão de leite. Parece que é desta que vamos adormecer todos.

E eu não preciso de comments comiseradores, eu quero é um Dinintel para me manter acordado, um Valium 5 (não não, um 10 é melhor) para ver se consigo adormecer e mais qualquer coisa que não consigo saber o que é. O impasse continua.

às 2 da manhã

A minha filha continua com febre. Chama-me. Quer, literalmente, um carinho. Depois de beber água e de lhe embeber a chucha em Aero-Om (e eu que não consigo deixar de chamar a isto Euro-ome?), faz sinal para eu ficar mais um bocadinho com ela. Diz "mão, mão" e pega na minha dita cuja e coloca-a na sua cabecita, a tapar a orelha.

Quase que adormeço em cima das grades da sua cama. Abana-me a mão e o braço, quer que lhe faça festinhas na cabeça até adormecer. Quer que lhe mexa nos cabelos e lhe dê pancadinhas no rabo (coisas de gajas, sem duvida).

E eu adoro aquele pedido. E ela é tão mariquinhas. E às vezes é tão pai.

Quando o sossego é demais...

Filha doente com febre, mãe doente com gripe, as duas na sala, uma ao colo da outra. Pai de faxina à cozinha.

A casa está em silêncio há já um porradão de minutos, vou à sala saber se está tudo bem. Parece que sim. A filha está sossegadinha, com olhos de carneiro mal morto quase a dormir, no colinho da mãe. Pergunto, "está tudo bem?". "Sim, sim", diz a mãe, e acrescenta "É que estou aqui a ver o VideoShow. Vai começar uma nova novela lá no Brasil e quem está a fazer as entrevistas é o Reynaldo Gianecchini. Ele também entra lá na novela"

À medida que olha para a televisão e vê o senhor a falar e a mandar-lhe beijinhos, a gripe parece deixar de a apoquentar. Solta um "ai meu Deus, quem me dera ser Marília". Eu encolho os ombros dividido entre ir ali à net, imprimir os documentos para pedir o divórcio ou dizer-lhe que também admiro muito o trabalho de umas actrizes búlgaras que aparecem nuns mails que recebo de uns amigos meus.

Que se lixe, vou continuar a fazer o jantar.

sexta-feira, novembro 11, 2005

Saudade

Touring the Angel

A american leg da tournee 2005/06 dos Depeche Mode já começou. Para os que estão a contar os dias pelos dedos, à espera que eles cheguem, fica aqui a set list:

A Pain That I'm Used To - Playing The Angel (2005)
John The Revelator - Playing The Angel (2005)
A Question Of Time - Black Celebration (1986)
Policy Of Truth - Violator (1990)
Precious - Playing The Angel (2005)
Walking In My Shoes - Songs of Faith and Devotion (1993)
Suffer Well - Playing The Angel (2005)
Damaged People - Playing The Angel (2005)
Home - Ultra (1997)
I Want It All - Playing The Angel (2005)
The Sinner In Me - Playing The Angel (2005)
I Feel You - Songs of Faith and Devotion (1993)
Behind The Wheel - Music For the Masses (1987)
World In My Eyes - Violator (1990)
Personal Jesus - Violator (1990)
Enjoy The Silence - Violator (1990)

Somebody - Some Great Reward (1984)
Just Can't Get Enough - Speak and Spell (1981)
Everything Counts - People are People (1984)

Never Let Me Down Again - Music For the Masses (1987)
Goodnight Lovers - Exciter (2001)

Parece-me um grande set. Muito bom, mesmo.
Só mais uma coisinha, à atenção da Karla, o gajo não vem com as Levi's 501 brancas.
Calma, não fiques triste. Traz umas pretas justíssimas. Continua a abanar a peidola e passa a maior parte do tempo em tronco nu. Ficaste mais feliz?

The Office

Perguntam-ne no escritório:

- Sabes do papel higiénico?
(mas porque é que vêm sempre ter comigo?) - Não há mais????
- Não, Preciso para limpar os pincéis.
- Pincéis? Tens mais que um?
- São mesmo de pintura.
- Ah, ok. Então e na outra casa-de-banho também não há?
- Não, já lá fui ver e também não há.

Mau, mau!....

Pergunto em voz alta:
- Quem é que acabou com o papel higiénico e não disse nada?

Ninguém se acusa.
De raiva, vou ao super e compro 4 contos de papel higiénico.

Cagões!!!!!

Iron Maiden



Como família burguesa da linha de Cascais que somos,
bom vamos lá a ver, burguesa burguesa não somos ainda, falta-me ser proprietário de uma empresa de construção civil falida, falta-me ter um volvo pago com um leasing lá da empresa falida, falta que a minha mulher tenha uma casa de pasto com um nome tipo "casinha da tia" e que venda quiches, tortas, salgadinhos e scones e, muito importante, falta-me conseguir proferir as palavras Sé Velha, da mesma maneira que as pessoas vulgares dizem Sevilha
temos todas as quintas-feiras lá em casa uma empregada (como a que a foto esclarece)
digo empregada, porque noutro dia encontrou-me no Paredão e apresentou-me ao seu irmão como sendo o seu patrão...
que nos faz (mal) as limpezas e que passa a roupa a ferro.

Por causa dessa referida menina, não há uma puta duma sexta-feira em que o cabrão do volume da aparelhagem/despertador lá do quarto não esteja no máximo - por causa da porra das limpezas - e que me faz saltar da cama de uma forma violenta - sujeito a vazar um olho da minha querida companheira de cama -, provocando um estrondo tão grande, que a minha filha desata num pranto de raiva.

Fica aqui prometido, perante os 14 leitores que habitualmente me visitam, se torno a ver a gaja no Paredão, seja com o irmão, seja com o pai, dito e feito, agarro-a pelos cabelos e atiro-a para o mar.

Dasse!!!!!

quinta-feira, novembro 03, 2005

quarta-feira, novembro 02, 2005

Beijos

Caguei para o facto dela só ter começado a andar aos não sei quantos meses, estou-me marimbando para o facto de só há pouco tempo ter começado a mastigar, nem quero saber com que tempo de vida nasceu o primeiro dente, estou-me nas tintas para o facto de ela fazer ou não desenhos ou empilhar peças de lego, o que realmente me deixa feliz - e até aqui me deixava transtornado - é o facto de finalmente ao 1 ano e 7 meses ter decidido começar a dar-me beijinhos.

Começou com um, depois mais um outro meio envergonhado, noutro dia enfiou-me quatro chochos de seguida..., pois é, finalmente esta coisa de ser pai, começa a ter algum interesse.

Marginal

Depois da mudança da hora, o regresso pela Marginal deixou de ser feito ao pôr-do-sol com aquele céu cheio de rosas e laranjas e passou a ser feito à noite.

Depois da mudança da hora, a Marginal passou a ter engarrafamentos farsolas. Antes da mudança da hora, os engarrafamentos da Marginal eram os mais bonitos do Mundo.

segunda-feira, outubro 31, 2005

Top 6

Em conversa com uma amiga (és minha amiga, não és?), decidimos, muito ao jeito do Nick Hornby, fazer um post com o Top 5 das nossas músicas favoritas de sempre. E eu, tudo bem, vou juntando esta e aquela, e tal, e começo a fazer uma lista.

Como não consigo dar uma ordem à coisa, vou escrevendo as que me vêm à cabeça.

- Thunder Road (Bruce Springsteen), na versão do “Live 75-85”
Ouvi-a a primeira vez na noite de 30 de Outubro de 1986, quando passei a noite a gravar uma emissão da Rádio Cidade que transmitiu integralmente, aquele quíntuplo LP. Recordo-me que o dia seguinte era um Sábado e foi a primeira vez que fui vender para a Feira da Ladra. E já nessa manhã, essa musica não me saía da cabeça. Mas tem de ser nesta versão. Na de 1975, ao vivo, só com o som da harmónica e com o piano do Roy Bittan. Maravilha!

- Heaven (The Rolling Stones)
É do Tattoo You. Para mim será sempre a terceira do lado B. O melhor lado de sempre de um disco dos Stones, um lado fantástico que tem também o Worried About You, o Tops, o Waiting on a Friend e o Ain’t no Use in Crying.

Apesar de muito trabalho de estúdio, a voz do Jagger, sempre naquele irrepreensível falsete, está soberba. E esta faixa tem uma letra que puxa logo um ganda pirafão. É sexo puro e duro. É muita língua, é muita saliva. É Stones, pronto!

- Boys of Summer (Don Henley)
Vinha numa cassette de que uma amiga me deu que tinha o Hotel Califórnia, o Wasted Time, o I Can’t Tell You Why, o Boys of Summer e terminava com o Broken Wings dos Mr. Mister. Mas aqueles acordes iniciais de guitarra, aquele ritmo das baquetas a baterem no rebordo dos tambores da baterias, aqueles sons a imitarem as gaivotas. Ui, passo-me completamente!

- Brass in Pocket (Pretenders)
Sou fã, da cabeça aos pés da Crissie Hynde. É das poucas gajas de jeito do rock. Tem muita pinta – sem ser gira -, é morena, fica bem de guitarra e de ténis Converse (apesar de com ténis daqueles cheirar de certeza a chulé) e diz asneiras. Adoro a parte em que ela diz: Gonna use my, my, my ‘magination…

- So Long (Fisher’s Z)
Recorda-me o programa da Comercial, apresentado pelo Júlio Isidro, a Febre de Sábado de Manhã (que era transmitido do cinema Nimas), o primeiro programa que me fez passar a ouvir rádio – mais ou menos na mesma altura do Pão com Manteiga.

E faz-me lembrar também o primeiro concerto que eu não pude ir ver. Precisamente um Febre de Sábado de Manhã especial, transmitido do Estádio de Alvalade, com a presença, além dos Fisher’s Z, dos UHF, dos Táxi, eventualmente dos Iodo, dos Grupo de Baile, provavelmente os CTT, os Salada de Frutas (ainda com a Lena de Água) quando ainda eram futuristas ou o António Variações e mais um porradão de gente boa. Lembro-me ainda que o bilhete para esse concerto custava 300$00.

Se estiverem, comigo no 2001 e passar esta música, é escusado falar comigo. Eu estou a fazer carreirinhas (como quem apanha ondas) ao som daquela batida.

- Bette Davis Eyes (Kim Carnes)
Fazia parte do Jackpot 81, o primeiro disco do resto da minha vida. Aquela voz, rouca, mas sem ser roufenha. Passo-me com esta música, passo-me mesmo a sério.


E facilmente chego às cinco, seis músicas.

Mas depois olho para esta lista e começo a pensar onde é que posso enfiar o Rock & Roll dos Led Zepellin (os melhores 3 minutos e 34 segundos da história do Rock); o Family Snapshot e o Here Comes the Flood do Peter Gabriel; o At My Most Beautiful e o Perfect Circle dos REM; O If Leaving Me is Easy e o Together Again do Phill Collins; o Left in the Dark da Barbra Streisend; o Landslide e o Beautifull Child dos Fleetwood Mac; o Love and Regret dos Deacon Blue; o Say What You Want dos Texas; o Taken In dos Mike and The Mechanics; o Shake the Desease dos Depeche Mode, o Total Eclipse of the Earth da Bonnie Tyler, o Natural Woman da Aretha Franklin, o Just the Way You Are do Billy Joel, o Two Out of Three Ain’t Bad do Meat Loaf; o Wasted Time e o Pretty Maids All in a Row dos Eagles; o That Was Yesterday dos Foreigner; o When Your Heart is Weak dos Cock Robin; o One of these nights dos Eagles (gonna find out, hum fa-fa-fa-find out); o Creep dos Radiohead; o Downstream dos Supertramp; o Everybody Wants to Rule the World dos Tears For Fears, o Lately do Stevie Wonder, o Tonight is What it Means to be Young dos Fire Inc.; o Lobo Hombre en Paris dos La Union; o Run Baby Run da Sheryl Crow ou o Send Her my Love e o Open Arms dos Journey, entre outras, entre muitas outras mesmo!

Pois, parece que Top 5 não é suficiente.

E isto sem contar com as musicas brasileiras que são realmente um mundo à parte.

Wild Thing



Se eu fosse gaja, não encontrava nada mais sexy e cool, do que ouvir o Jimmy Hendrix a cantar, naquela parte em que diz: wild thing, I think you mooooove me.

Si, cariño!

Quando o meu cunhado instalou a primeira parabólica em sua casa e me começou a mostrar os canais que conseguia sintonizar, apresentou-me um, da tv polaca, em que nos filmes, era sempre o mesmo gajo que fazia as dobragens para todos os personagens: quer fosse homem, mulher, crianças, velhotes, … tudo. Chegava ao ponto de dobrar as vozes dos animais.

Lembrei-me desta história enquanto fazia o meu zapping final antes de desligar a televisão para me deitar. No canal Viver já não está a dar o auto-negócios. Estão a dar aquelas cenas em que o pessoal fala em espanhol (mas no mundo inteiro, só se dão brelaitadas nas gajas a falar espanhol?) e reparo que o gajo que dobra os homens é sempre o mesmo (o tal que diz: Chupa-mé-lo, pequeña!) e tem sempre uma voz muito grave e grossa e, a gaja que faz as dobragens das meninas (a tal que diz: Vamos cambiar de postura, que me gusta valiente, cariño!) tem sempre a voz muito nasalada e sintonizada no som “êêêêhhhhhhhhhh”.

Devem ser modas…

Seportein

É uma 1h42 na noite, na RTP Memória, jogam Boavista contra o Sporting. O jogo é do ano de 1993.

Os leões são treinados pelo Bobby Robson (o melhor treinador que passou por Portugal, durante a década de 90), o Manuel Fernandes e o José Mourinho (o melhor treinador do Mundo, do século XXI) e têm nas suas fileiras Peixe e Paulo Torres (dois dos três melhores jogadores do Campeonato do Mundo de Sub-19 de Lisboa), Luís Figo, Paulo Sousa, Capucho, Cherbakov, Balakov, Iordanov, Valcks, Juskowiak, entre outros. Neste jogo do Bessa, perderam por 2-1.

Continuo a não perceber como é que esta equipa não foi campeã nacional.

Pedragulhos



A razão porque não fui ver os The Rolling Stones a Coimbra, prende-se com o facto de já os ter visto em 1990 e em 1995 (este último um dos concertos da minha vida, até deram o Gimme Shelter, porra!) e do Brigdes to Babylon ser mesmo, o pior disco deles.

Os The Rolling Stones (atenção que aquele artigo definido, o The é importantíssimo, ok?) são a minha banda favorita de sempre. Umas vezes com mais frequência, outras mais raramente, a verdade é que volta e meia pego na minha pastinha dos discos dos Stones (escolho assim uns 10 ou 12) e espeto com eles no carro, donde não saiem durante umas boas 2 ou 3 semanas.

Apesar de terem passado uma meia dúzia de anos sem darem uma prá caixa, quando eu menos esperava, aquela cambada de jimbras, lembra-se de ganhar juízo criativo, e mandam cá para fora um dos seus melhores discos das 3 últimas décadas. Mas, à confiança do amigo, ok? É mesmo bom. Confesso que a principio não estava com muita vontade de ouvi-lo, porém as críticas eram tão boas (imaginem, até os gajos da revista Blender gramaram o disco) que eu me vi na situação de comprar o cd. A verdade é que o meu cunhado se antecipou, comprou-o e, assim que tive oportunidade, pirateei logo a coisa.

E pronto, finalmente pus as orelhas a escutar o A Bigger Bang. Ouvi, ouvi e re-ouvi e não me cheirou lá muito bem. Mas a minha irmã, que tem a sabedoria dos velhos, disse-me logo: “Não gostaste? Toininho! É porque não estás a ver bem a coisa, mas vais ver que a seguir já gostas” E pronto uma semana depois voltei a ouvi-lo, assim como não quer a coisa, e realmente, bom, realmente a coisa é mesmo boa.

Os The Rolling Stones, são mesmo um caso à parte. Não se esqueçam que este é o trigésimo e tal álbum de originais. É muita música, é muito ano, é muita droga naquelas veias, é muita gaja comida (Bom, quer dizer, a Marianne Faithfull, foi a chamada geraldina. Deu numa de poupanças e para salvar a média, rodou por todos os 5).

Chegarem a este disco com esta qualidade não é para todos. Estes tipos ainda têm o melhor vocalista de rock da actualidade (já nem o Bono consegue fazer falsetes como o do Streets of Love) – porque o Robert Plant já perdeu a voz toda –, têm o melhor guitarrista de rock and roll/blues – porque o Jimmy Page não arranja uma banda decente para tocar desde aquela tournée com os Black Crowss - e têm aquela secção rítmica que não ficou nada abalada com a saída do Billy Wyman, porque o Daryl Jones é um baixista que se entende às mil maravilhas com o Chalie Watts.

Parece que nesta tournée o concerto em Portugal é no Estádio do Dragão. Pois, para ir ver o meu clube eu não tiro o cu do sofá, mas para ir curtir ao som dos velhotes, parece que vou ter de largar umas lecas valentes. Ainda por cima – já andei a cuscar na net – a set-list inclui o She’s so cold e o Live with me, imaginem só.

Vai ser sempre a rasgar.

My name is Mode, Depeche Mode



Demaneirasqueéassim, quanto mais eu ouço o Playing the Angel, mais eu sinto a falta do Alan Wilder nos Depeche Mode.

Mas tudo bem, eu sinto que o problema não é deste disco, o problema é mesmo meu.

Se for ver bem as coisas, quando o Vince Clark saiu em 1983, já eu apanhei uma decepção do caneco. Logo na altura que tinha aprendido a tocar, no órgão lá da igreja, o
tan-tantaram,
tan-tan-tan-tan tantaram,
tan-tan-tan-tan tantaram,
tan-tan-tan-tan-tan-tan-tan-tan
dos primeiros acordes do I just can’t get enough, o gajo dá de frosques?

Nah, cheirou-me logo a esturro. A coisa não podia ficar lá muito bem. Mas a verdade é que ficou, e até melhorou. Uns anos depois, fizeram o Some Great Reward que eu até considero um dos meus discos favoritos dos Depeche Mode. Porquê? Bom, todos nós sabemos que os DM são um grupo de sons, de barulhos. Barulho da respiração, do coração a bater, de pratos a rodar até cair no chão, de pessoas a fungar, de martelos a malhar no ferro, etc. E eu acho que esse disco é o que apresenta o melhor equilíbrio entre os tais barulhos e um bom conjunto de canções. Já o Playing the Angel tem barulhos do mais irritante possível.

Depois, qualquer bom disco que se preze dos DM, tem de ter pelo menos, duas musicas que possam passar na rádio (assim numa comercialona, tipo RFM) e numa discoteca para um gajo dançar, como o People are People ou o Master and Servent e pelo menos uma em que se acendam isqueiros durante o concerto, como o Somebody. Ora o Some Great Reward tem isso tudo. E tem muito mais. Pessoalmente, já o referi, é o disco dos DM que eu mais gramo.

E perguntam vocês, então e o Music for the Masses e o Violator? Pois, é que esses são tão bons que não precisam de defesa. Um disco que em 8 ou 9 músicas, tem aí umas 6 que deram (ou dariam) Top 10’s, não precisa de defesa. Aliás, o facto de eu ainda estar à espera que surja um Violator II, como quem espera pelo D. Sebastião, é um dos meus problemas para não conseguir gramar decentemente qualquer disco que tenha surgido depois de 1989. Enquanto o Dave Gahan teve aqueles RayBan à la Jack Nicholson, a coisa ainda se foi aguentando, mas depois, deixou crescer a guedelha, meteu-se a injectar droga naquelas partes do corpo onde anda o sangue e quase que lhe deu o badagaio.

O Songs of Faith and Devotion, ainda foi um bom disco (aquele Walking in my shoes, o Judas ou o Condemnation, jogavam em qualquer disco da Liga dos Campeões). Mas o Ultra, o Exciter e este agora, são francamente fraquinhos. Quero acreditar – e acredito – que é pela ausência do Alan Wilder. Mas isto sou eu que o digo. Para mim, era o elemento nivelador do grupo. E a sua saída foi a segunda forte decepção que estes gajos me deram. Ele era o Makelele da banda. Se o David Gahan é o gajo que está lá à frente a marcar os golaços e o Martin Gore é o Zidane que cria aquelas jogadas fabulosas, o Alan era o Makelele. Era o responsável por segurar as coisas lá atrás e fazer a transposição da bola lá para a frente. Mas isto sou eu a falar. Eu que sou parvo e gosto destes gajos à minha maneira.

A terceira e última decepção aconteceu em 1993, após o concerto, no bar 24 – actual Mão e ex-Gringo’s – onde vi o Martin Gore a mamar os canecos. Cheguei-me à sua beira, ele sorriu para mim e foi então que vi que tinha uma cremalheira tão suja (assim, tipo Miguel Portas) que dava a ideia que tinha acabado de se refastelar com uma pratada de chocos com tinta. Tive de fingir que fui cagar e saí dali a sete pés.

E demaneirasqueéassim, à pois é, eu estou-me para aqui a queixar, mas a verdade é que há já 2 meses que tenho o bilhete para o concerto, não é? E é certinho que vou estar mesmo lá à frente a abanar o capacete, a acender isqueiros no Freelove (agora acho que a moda é ligar os telemóveis), a abanar os braços no Never let me down e a amparar o rabinho das gajas que vão desfalecendo (com carinho, ok?) à medida que o David for abanando a peida, vestido com aquelas Levi’s 501 brancas, que usou no 101.

terça-feira, outubro 25, 2005

Sebastião come tudo, tudo, tudo

O Sebastian Loeb ganhou todos, repito todos os troços do Rallye da Córsega. Daaaaassse!!!!!

O Factor V.I.P.

A propósito de mais um "post de categoria" que só esta chavalita consegue fazer, pus-me a pensar nas famílias das minhas namoradas e na forma como me "acolheram".

Escolhi a palavra acolheram porque mais cedo ou mais tarde, acabamos por ir jantar em casa delas, por ir ao casamento dos seus irmãos, por ir ao baptizado dos seus sobrinhos, por ajudar nas mudanças dos cunhados, etc.

E passando em memória as famílias das meninas da minha vida, tenho de afirmar que não me posso queixar muito. O chamado Factor VIP (Vem Incluído no Pacote), à excepção de um ou outro caso, sempre me foi bastante favorável e sem grandes razões de queixa. Os pais delas sempre me trataram como se eu fosse filho deles.

Do meu lado, os meus pais sempre tiveram um sentimento uniforme em relação às catraias que apareceram lá em casa, atreladas à minha mão. Ou seja "coitadas das miúdas que o têm de aturar". Por isso os meus pais - mas principalmente a minha mãe que me aturou bem mais que o meu pai - sempre mostraram muito carinho e amizade por elas, sentimento esse que foi sempre preservado, para além dos finais dos namoros. Continuam(os) amigos, sem duvida.

A coisa funcionou sempre de uma forma pragmática e também muito prática. Por isso, quando eu fui viver com a minha mulher, não houve nunca aquela conversa, que eu julgava que iria ser contrangedora "mãe, pai, eu vou sair de casa!". Foi tudo muito mais simples. Quando levei a miúda a conhecer os meus pais, a minha mãe que topou que eu lhe iria dizer qualquer coisa, simplificou logo tudo e, à despedida, já prevendo o suplício de vida que a minha mulher iria ter dali para a frente, entrega-lhe 4 bifes e um pacote de Skip. Como quem diz, "Toma lá para aliviar as vossas despesas alimentares e tem lá paciência com as meias e as cuecas do gajo!"

segunda-feira, outubro 24, 2005

Bentinho

Não, não vou escrever sobre o nosso Santo Padre. Hoje vou mais uma vez ao baú das memórias, para recordar os meus tempos na Escola Secundária Rainha Dona Leonor.

O maior rival do Rainha era o Padre - ou seja a Escola Secundária Padre António Vieira - e por alturas do Carnaval, era habitual aparecerem lá à porta do Rainha, para uns lançamentos de ovos. Estas actividade era bastante lúdica e proporcionavam "alegres convinvências" entre as duas escolas. Tudo muito querido, portanto.

Noutras alturas, o pessoal do Padre aparecia lá pela escola para fazerem uns desafios de futebol contra a selecção do Rainha. Mais uma vez, o Rainha era pródigo em levar grandes arreais de futebol e pancada da selecção de futebol do Padre.

Lembro-me muito bem que havia nessa selecção do Padre, um miúdo bem mais novo que os outros jogadores que corria meio amarrecado e com os braços meio abertos, mas que tratava a bola mesmo por tu. Era um craque dos diabos e apesar do aspecto de chavalito, era o principal responsável pelas valentes goleadas que o Padre infligia à nossa escola.

Chamavam-lhe Bentinho, era odiado por todo o pessoal do Rainha, esta semana chegou a treinador principal do Sporting e eu espero profundamente que o meu clube me vingue e lhe aplique umas boas goleadas.

Estações



Definitivamente, eu não gosto do Outono nem da Primavera!

Não me venham cá com coisas que as folhas das árvores com as cores assim e assado, com os campos verdes e o caneco. Não, é escusado. É que um gajo não sabe nunca o que há-de vestir com um tempo destes, não é?

Que gaita, pá! Para mim, quer o Outono quer a Primavera são uns coninhas. Não se afirmam nem para o frio nem para o calor. Que gaita, mas então em que é que ficamos.

Ora está frio de manhã e depois fica um calor do caraças à tarde ou começamos com um sol radioso e acaba a tarde com uma chuvada diluvica. Nah, não tenho paciência para tempos destes.

Fique o Sol e o calor ou venha a chuva e o frio, mas porra, decidam-se tá bem?

Centros açucarados

Mau, mau! Eu já estava à espera.

Mas então os jornais de ontem falavam nos centros açucarados do Nélson e hoje não falam dos centros açucarados do Quaresma?

sexta-feira, outubro 21, 2005

Mandatários



Ontem apanhei uma desilusão do caneco.

É que pensei que o Cavaco Silva é que era o mandatário nacional da candidatura do João Lobo Antunes e não o contrário.

Oh, Diabo!

quinta-feira, outubro 20, 2005

Separados à nascença?

Para os meus amigos e amigas da Pluri:

O Córdoba do Inter de Milão está cada vez mais parecido com o Albano.

quarta-feira, outubro 19, 2005

Senhor doutor

No escritório, recebo uma chamada de uma senhora que quer apresentar a sua empresa:
- Boa tarde, estou a falar com o senhor Dr. Pedro Jaime?
- Mais ou menos. Está a falar com essa mesma pessoa, mas sem o Dr. no início.
- Ah, compreendo. Senhor Dr. Pedro Jaime eu gostaria de marcar uma entrevista consigo para fazer a apresentação da nossa empresa.
- Peço desculpa, mas gostaria que não me tratasse por doutor. Não sou doutor. Trate-me apenas por Pedro.
- Muito bem. Diga-me então, Dr. Pedro Jaime, em que dia e hora lhe daria mais jeito.
- Já lhe disse que não sou doutor. A sua empresa é de quê?
- É de artes gráficas, senhor doutor.
- Menina electricista, estamos bem servidos nessa área e não queremos mudar.
- Electricista? A nossa empresa é de artes gráficas, não é de electricidade.
- É como lhe digo, menina electricista. Estamos bem servidos. Não quero receber nenhuma visita vossa.
- Mas eu não sou electricista.
- E eu não sou doutor.
- Aaaah. Não?
......

Desliguei, quase com estrondo.

Cão Pino!

Sabem aquela cena Pintodacostiana de gostar de mostrar a todo o mundo que qualquer treinador (Robson, Mourinho) ou jogador (Kulkov, Maniche, Deco, etc.) rejeitado ou enjeitado pelos clubes da capital, podem ter sucesso no FCP? Sabem?

Pois eu tenho medo que o Pinto da Costa se lembre de ir buscar o Peseiro no final (ou no Natal, não é?) da época.

Ai, é melhor é estar calado.

Tadinho do menino!

Alguém me consegue explicar porque é que o Bruno Alves só apanhou dois jogos de suspensão?

Porque é que ele teve uma suspensão idêntica a quem é expulso, por discutir um lance com uma cotevelada, por exemplo?

Não tenho paciência para este nacional porreirismo. Este "não podemos crucificar os jogadores" ou o "não nos podemos esquecer que tudo aconteceu no calor do jogo", faz-me subir as paredes. Chamo a isto falta de tomates dos juízes.

É que não estamos a falar só da cabeçada. É preciso não esquecer do lance (ou lances) que antecederam a cabeçada). Aquilo é uma cena do mais «futebol distrital» possível. O gajo quis simplesmente foder uma perna (ou as três pernas, mesmo) ao Nuno Gomes. Como quem diz, marcaste-nos dois golos, toma lá que é para aprenderes! Se aquilo fosse num jogo de futebol lá da minha rua, acrdita, menino Bruno, que tinhas levado um enxerto de porrada do pessoal todo (ciganos incluído).

Bruno Alves, tu ,como o Amoreirinha aqui há uns anos ao serviço da nossa selecção, és um cabrão!

terça-feira, outubro 18, 2005

Ser anti qualquer coisa

Já o disse mais que uma vez, o meu clube é o Porto. E não sou de mais nenhum, Nem sou anti nada. Estou-me, mais ou menos, marimbando para os resultados de todoas as outras equipas.

Faço aqui um parêntesis para dizer que as minhas raízes clubísticas estão mais fixadas noutro clube, no Vitória Clube de Liboa. Agremiação (andei que tempos para conseguir utilizar esta palavra num post) do meu bairro natal, a Picheleira, onde cheguei a jogar (ao mais baixo nível, diga-se de passagem) e a única por quem sofri, gritei e vibrei com veemência, em dezenas de jogos quer em casa, quer fora.

No entanto, para as competições europeias e mundiais (desculpem, para estas últimas só tem jogado o FCP, he he) o meu clube é Portugal e todas as equipas portuguesas. Não me venham é pedir para aplaudir os golos do Benfica contra o Villareal ou contra o Lille. Não, isso não faço. Mas fico contente que ganhem, pôrra! O que não fico é triste se perderem. É para o lado que melhor durmo..

É pois por isso que me chateia saber que o Simão e o Petit andaram a gritar "Yes, yes!" no bar do hotel Solplay (local onde não se deve andar a gritar), quando o Porto encaixou o terceiro golo do Rangers (o tal do Prso sobre o Baía). E ainda por cima, como bons conhecedores das regras do desporto que praticam, diziam, novamente alto e em bom som, que o golo era mesmo válido.

O que mais me chateia ainda é que estes procedimentos não saõ exclusivos dos jogadores do Benfas, são apanágio dos jogadores de todos os clubes nacionais, sem excepção. Os mesmos jogadores que depois se abraçam cheios de "carinhos", antes e depois dos jogos de futebol.

Hipócritas!!!!