Em conversa com uma amiga (és minha amiga, não és?), decidimos, muito ao jeito do Nick Hornby, fazer um post com o Top 5 das nossas músicas favoritas de sempre. E eu, tudo bem, vou juntando esta e aquela, e tal, e começo a fazer uma lista.
Como não consigo dar uma ordem à coisa, vou escrevendo as que me vêm à cabeça.
- Thunder Road (Bruce Springsteen), na versão do “Live 75-85”
Ouvi-a a primeira vez na noite de 30 de Outubro de 1986, quando passei a noite a gravar uma emissão da Rádio Cidade que transmitiu integralmente, aquele quíntuplo LP. Recordo-me que o dia seguinte era um Sábado e foi a primeira vez que fui vender para a Feira da Ladra. E já nessa manhã, essa musica não me saía da cabeça. Mas tem de ser nesta versão. Na de 1975, ao vivo, só com o som da harmónica e com o piano do Roy Bittan. Maravilha!
- Heaven (The Rolling Stones)
É do Tattoo You. Para mim será sempre a terceira do lado B. O melhor lado de sempre de um disco dos Stones, um lado fantástico que tem também o Worried About You, o Tops, o Waiting on a Friend e o Ain’t no Use in Crying.
Apesar de muito trabalho de estúdio, a voz do Jagger, sempre naquele irrepreensível falsete, está soberba. E esta faixa tem uma letra que puxa logo um ganda pirafão. É sexo puro e duro. É muita língua, é muita saliva. É Stones, pronto!
- Boys of Summer (Don Henley)
Vinha numa cassette de que uma amiga me deu que tinha o Hotel Califórnia, o Wasted Time, o I Can’t Tell You Why, o Boys of Summer e terminava com o Broken Wings dos Mr. Mister. Mas aqueles acordes iniciais de guitarra, aquele ritmo das baquetas a baterem no rebordo dos tambores da baterias, aqueles sons a imitarem as gaivotas. Ui, passo-me completamente!
- Brass in Pocket (Pretenders)
Sou fã, da cabeça aos pés da Crissie Hynde. É das poucas gajas de jeito do rock. Tem muita pinta – sem ser gira -, é morena, fica bem de guitarra e de ténis Converse (apesar de com ténis daqueles cheirar de certeza a chulé) e diz asneiras. Adoro a parte em que ela diz: Gonna use my, my, my ‘magination…
- So Long (Fisher’s Z)
Recorda-me o programa da Comercial, apresentado pelo Júlio Isidro, a Febre de Sábado de Manhã (que era transmitido do cinema Nimas), o primeiro programa que me fez passar a ouvir rádio – mais ou menos na mesma altura do Pão com Manteiga.
E faz-me lembrar também o primeiro concerto que eu não pude ir ver. Precisamente um Febre de Sábado de Manhã especial, transmitido do Estádio de Alvalade, com a presença, além dos Fisher’s Z, dos UHF, dos Táxi, eventualmente dos Iodo, dos Grupo de Baile, provavelmente os CTT, os Salada de Frutas (ainda com a Lena de Água) quando ainda eram futuristas ou o António Variações e mais um porradão de gente boa. Lembro-me ainda que o bilhete para esse concerto custava 300$00.
Se estiverem, comigo no 2001 e passar esta música, é escusado falar comigo. Eu estou a fazer carreirinhas (como quem apanha ondas) ao som daquela batida.
- Bette Davis Eyes (Kim Carnes)
Fazia parte do Jackpot 81, o primeiro disco do resto da minha vida. Aquela voz, rouca, mas sem ser roufenha. Passo-me com esta música, passo-me mesmo a sério.
E facilmente chego às cinco, seis músicas.
Mas depois olho para esta lista e começo a pensar onde é que posso enfiar o Rock & Roll dos Led Zepellin (os melhores 3 minutos e 34 segundos da história do Rock); o Family Snapshot e o Here Comes the Flood do Peter Gabriel; o At My Most Beautiful e o Perfect Circle dos REM; O If Leaving Me is Easy e o Together Again do Phill Collins; o Left in the Dark da Barbra Streisend; o Landslide e o Beautifull Child dos Fleetwood Mac; o Love and Regret dos Deacon Blue; o Say What You Want dos Texas; o Taken In dos Mike and The Mechanics; o Shake the Desease dos Depeche Mode, o Total Eclipse of the Earth da Bonnie Tyler, o Natural Woman da Aretha Franklin, o Just the Way You Are do Billy Joel, o Two Out of Three Ain’t Bad do Meat Loaf; o Wasted Time e o Pretty Maids All in a Row dos Eagles; o That Was Yesterday dos Foreigner; o When Your Heart is Weak dos Cock Robin; o One of these nights dos Eagles (gonna find out, hum fa-fa-fa-find out); o Creep dos Radiohead; o Downstream dos Supertramp; o Everybody Wants to Rule the World dos Tears For Fears, o Lately do Stevie Wonder, o Tonight is What it Means to be Young dos Fire Inc.; o Lobo Hombre en Paris dos La Union; o Run Baby Run da Sheryl Crow ou o Send Her my Love e o Open Arms dos Journey, entre outras, entre muitas outras mesmo!
Pois, parece que Top 5 não é suficiente.
E isto sem contar com as musicas brasileiras que são realmente um mundo à parte.