terça-feira, outubro 30, 2007

e não tarda nada ainda vai comer outra

é justo afirmar que a seguir ao camarinha, o pinto da costa é o gajo que mais controla o mulherio, não é?

casa com uma, têm filhos, caga nela e junta-se com a secretária. casam, têm filhos, caga nela e vai comer uma tipa dum go-go bar. casa com ela. caga nela e vai comer outra, depois mais outra. entretanto vem a público que o gajo andou a afiambrar umas quantas quando ia a londres e afins.

anos depois, resgata a mena e casa com ela outra vez.

ele é mais ou menos para nós homens, assim, como o keith richards era para os punks, durante os anos setenta. todos o invejavam porque era rico, tinha gajas e consumia toda a droga que lhe apetecia e não morria.

nibel!

ó fáxavor

eu não sei qual é o ambiente e o espírito da academia. não sei que tipo de lições recebem os senhores polícias lá na escola

- caros cadetes, hoje vamos aprender uma palavra nova: cassação!

mas eu acho que saiu do currículo lá da escola, aquela cena de ajudar os senhores automobilistas com as manobras que permitam fazer fluir o tráfego. não sei, pronto, tenho cá a minha desconfiança. eles ficam ali a olhar e tal, o pessoal a apitar, os carros que não andam e eles nada... quase que me apetece pegar num telefone de brincadeirinha que tenho no carro, colocá-lo junto ao coirato, só para lhes chamar a atenção.

talvez eles assim olhem. talvez quando a coisa está apertada, quando estão dois carros a entalar uns trinta, talvez se alguém fizer uma transgressão qualquer, talvez assim, eles decidam fazer qualquer coisa.

talvez...

controversa maresia

a grande vieira escreveu um daqueles posts que só ela sabe fazer. sim, falo daquele das mães.

umas pessoas viram ali um desabafo, outras viram um texto irónico, algumas outras ainda, viram naquelas palavras uma crítica às mães, digamos, certinhas.

este último grupo, foi, pelo que tenho lido, o mais numeroso. viram ali uma espécie de tábua de salvação, assim como quem diz:

- eh pá, se ela está a dizer mal daquelas mães que são certinhas, se a vieira ataca as gajas que têm moleskines com florzinhas - imagine-se, com florzinhas! - então estou safa. pronto, assim, já posso desistir de ser melhorzinha. ora se o que interessa é que eles tenham amor, então para que é que eu hei-de deixar a cama feita de manhã? não é preciso, não é? porque raio hei-de saber as datas das reuniões? por que raio devo eu comprar-lhe uma touca rosa?

não sei o que vos diga! vocês são piores do que pensam. (quem diz mães, diz pais. somos todos a mesma gaita!)

segunda-feira, outubro 29, 2007

incompatibilidades

aiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii!

ter os nós dos dedos esfolados e vontade de andar com as mãos nos bolsos das calças de ganga é algo francamente incompatível.

presentemente, eu e a totalidade da população fressureira com os dedos nesta lástima, somos os principais prejudicados por este problema.

jornais

assim como as mulheres, também eu quando estou mais em baixo, desato a vingar-me nas compras.

a diferença é que em vez de roupa, malas ou botas, descargo as minha emoções na comunicação social.

sábado, vinha cansadérrimo pela auto-estrada, entro na bomba da galp e desato a comprar papel: o dê éne por causa do boucherie e a alexandra tavares-teles (a minha mulher aproveita o resto); o correio da manha (sim, assim, sem til) por causa do rui santos (não, não gosto muito dele. mas gosto de ler opiniões concertadas, ainda que diferentes das minhas); o sol porque apesar de tudo, é o semanário que mais gosto (mas tem muita merda, atenção), a blitz por causa dos led zeppelin (a blitz tem dois cronistas, os quais não sei o nome, que eu duvido haver alguém que os leia. e mesmo os que leram, não conseguem depois dizer sobre o que é que os senhores estavam a falar) e, pasme-se, deu-me a louca e gastei quinhentos e sessenta paus no expresso apenas para ler o freitas lobo e o sousa tavares antes de segunda-feira.

estou envergonhado.

mais saudades




ontem, dia de fazer uma biblioteca. não é a que eu sonhava
nunca é
mas tenho finalmente os livros todos no mesmo local.

os brasileiros, os portugueses, os de música, os de desporto, os de banda desenhada, os de humor....

à noite voltei ao meu quarto de solteiro (tive vários) para resgatar um ou outro que por lá foi ficando e que trouxe para perto dos outros. acabei por trazer um caixote daqueles de monitores de 17 polegadas cheio e mais a colecção das photo, religiosamente compradas entre 1989 e 1993.

dou mais uma vista de olhos às minhas velhas prateleiras: uma boina militar; um lancia delta integrale; frascos de perfumes da body shop vazios que usei no início da faculdade; um outro que me faz recordar uma passagem de ano na ade, bem no coração da beira-alta;
onde se ouviu o live dos acdc, e o dia de s. receber, seguramente umas 17 vezes
uma caixa vermelha com fotografias da viera da silva e do abel manta; cassetes (muitas)...

bolas, saudades.....

saudades de 1991, curiosamente. saudades de quando acordava naquele quarto
naquela casa, que me lembre, devo ter dormido em quatro - ia-lhe chamar quartos mas acho uma injustiça. digamos que eram um tanto ou quanto menores que quartos. eram compartimentos, pronto!
nos meses que antecederam a tropa, ao som da rádio energia.

quando acordava com o losing my religion, com o joão vaz ou com o highwire dos stones.

outros tempos.

quando usava uma camisa verde com volutas e que um maricas no sudoeste da rua da barroca me propôs trocar por uma t-shirt do sex da madonna.

ai..

saudades!

sono

sono é sem dúvida a palavra de ordem: doem-me as mãos, doem-me as pernas, doí-me muito aqui nas costas.

e sono. muito sono.

das duas três: ou me espeto ginásio dentro, com três quartos de hora em cima dum selim para cansar-me ainda mais ou vai corrido até à cama de casa com o despertador para dali a meia-hora.

imagino se não fosse a mudança da hora.

sexta-feira, outubro 26, 2007

ok, meninas...

... passem para o post seguinte que este é sobre bola.

eu, como qualquer pessoa que goste de bola, dou uma importância demasiadamente grande às nossas ideias.

uma coisa é falar-se sobre a qualidade defensiva dum distante e inócuo queens park rangers - não é coisa que traga muita discussão pelo menos aqui entre os meus amigos - ou se diz que é boa ou que é má; outra coisa é falar-se sobre equipas mais próximas ou mesmo sobre as nossas. aí sou inapelativo: é a minha opinião que conta e mais nada!

julgo - e espero - que somos todos, mais coisa menos coisa, assim.

por essas e por outras é que acho que a minha opinião é importante demais para ser partilhada com os outros.

(quem é da bola sabe que isto não é nenhum "armar-se aos cucos", é ser da bola, pronto).

noutro dia, estava em casa de amigos a ver um benfica-sporting. havia pois quatro tipos de adeptos: eu, portista, que passei o jogo descansadinho a comer e a beber; um sportinguista que sofria de vez em quando e depois tínhamos um benfiquista pró-nuno gomes e outro anti-nuno gomes. não há nada a fazer. isto é que eu gosto, isto é que é engraçado.

o que eu me ri.

apesar de tudo tenho os meus "private futebol discutidores" com quem me dou ao luxo de ouvir com atenção e dedicação as suas opiniões e que sei também ouvem as minhas da mesma forma. mas são poucos. os dedos duma mão chegam e sobram.

dos públicos há duas pessoas que estão acima de todos os outros: o vilas-boas e o freitas lobo (se bem que aquele cabelinho atrás "à lá santana lopes" não ajude muito a imagem do rapaz). o adjunto do mourinho, agora que está desempregado bem que podia mandar umas larachas nos jornais, agora o freitas, continua imparável.

com sua licença vou aqui citar o que ele diz sobre selecções, naturalizados e coisas similares:

Não sou um adepto dos naturalizados nas selecções. Por várias razões.
Porque põe em causa o que deve ser, para mim, uma verdadeira selecção nacional de futebol, porque desvirtua a identidade nacional, afecta a comunidade de cultura e emoções que ela deve ser e transmitir, adultera-lhe o estilo próprio (que, por exemplo, distingue, desde os infantis, um alemão de um brasileiro) porque compromete a formação no futebol juvenil, etc.
Mas, este é um mundo «globalizado». É impossível fugir disso. Por isso, penso que se devia definir regras até que ponto um jogador pode ser seleccionável sem colocar totalmente em causa os valores que atrás mencionei.
Não chega dizer que é cidadão português e tem igualdade de direitos. Isso é tão verdade, como o Tratado de Roma consagrar a especificidade da arte e da cultura em relação a outras actividades e colocar-lhes limitações particulares. Considero o futebol uma arte. E a selecção uma comunidade de cultura e emoções. Viver antes de jogar.
O local de formação do jogador seria um excelente meio para definir jogadores seleccionáveis. Makukula é um desses casos. Veio para Portugal aos 8 anos e fez cá toda a formação. Jogou nos Sub-21 nacionais. Por isso, o seu caso é diferente de outros que chegam já seniores a um país, sem qualquer ligação com ele, vida ou futebol. Como seria também natural Makukula, por razões de sangue, jogar pelo Congo. Tudo o que ultrapassar estes dois casos, é fugir à essência de uma selecção nacional.

e depois, tira-me do sério que escreva tão bem, porra! meu caro doutor freitas lobo, aqui me apresento de chapéu na mão!

maravilha!

só tu, pá



quando as outras pessoas nos perguntam sobre ti, dizemos que és uma peste, que tens um pedal do caneco, que tens um feitio complicado. atenuam depois, corrigindo o que lhes digo, informando-nos que o que tens é uma personalidade vincada. é normalmente nestas alturas que lhes tenho vontade de lhes espetar com um tubo de pvc pelos cornos abaixo (olha, olha, personalidade vincada!.... tá bem, tá!).

tu não tens nada dessas paneleirices da personalidade vincada, tu és é uma gaja lixada. apregoam que assim é que os miúdos devem ser. dizem que os sossegadinhos não têm piada nenhuma. sim, concordamos, até temos cá em casa uma ou outra boca sobre uma criança que só nós cá sabemos e com quem tu te dás porque, presumimos, gostas de "naturezas mortas".

mas gaita, tu exageras. tu és, desculpa o termo, fodida!

ontem ficámos em casa os dois sozinhos. julguei que sem a mãe a coisa iria ser mais fácil. sou tão estúpido, como fui eu acreditar que ainda eras aquela menina que se portava bem quando estávamos os dois juntos. nahh, nada disso. não há um cabrão dum dia - um unicozinho, porra! - em que não faças birra para o banho, em que não faças birra para lavar os dentes, em que não faças birra para comer, em que não exijas o filme, em que não exijas aquele determinado filme - que varia de dia para dia -, em que ...... em que seja lá o for.

armaste-te em esperta porque querias pôr a sopa de lado e só te apetecia o arroz de frango, assim frio, à temperatura do frigorífico. caguei para a temperatura com que querias comer, por mim tudo bem, mas a sopinha, ainda por cima uma coisa fina, feita naquela cena da bimby, pá. bolas, não me venham com coisas. nah, isso tinhas de comer.

começaste logo a estrebuchar: que não querias e tal. partimos então para a guerra. é claro que depois já não vias nada, desataste a abanar os braços e a cabeça
cagando obviamente com sopa verde aquelas pontas de cabelo que tens assim aqui de lado, sabes? aquelas como as da malvina da gabriela, a que gostava do rômulo, lembraste?
baldando o tapauér para cima do teu colo e parte da sopa para a mesa.

irritaste-te ainda mais porque eu mantive a calma - mas estava em broa por dentro, compreendes? - e continuei impassível a dar-te a sopa. é claro que percebeste mais tarde que a sopa era deliciosa. és tão má a disfarçar, minha tola. choravas, choravas, mas quando te punha a colher à frente da boca, às tantas já a procuravas, já ias aos seu encontro e não tinha de te a enfiar pelas goelas abaixo.

tola, pá!

no final do capítulo sopal tirei-te a roupa toda, sentei-te de castigo de frente para a parede e proibi-te de virares a cabeça. enquanto eu lavava a cozinha, quase toda, choravas desalmadamente mas não vergaste. nunca vergas:

- eu não gooooooosto do pai, só gostooooo da mamããããã!

depois foi a parte das abluções na casa de banho e de vestires um pijama lavadinho. e não paravas de chorar....

cortei relações contigo, depois de tudo limpinho (eu, tu, a mesa, a cozinha....) sentei-te na mesa com o arroz quentinho, um copo de água à frente, a colher, um guardanapo, ordenei:
- come e não esperes que te ajude em nada. hoje estás a ser feia, estás a ser mais feia que as bruxas - ai o que eu lhe fui dizer! - e no fim, é cama, sem filme e sem história da anita!

a cozinha estava silenciosa.

mas tu sabes controlar o esquema todo. enquanto eu comia a minha parte, tu vinhas de mansinho bater com o teu copo no meu copo e dizias:
- tchin, tchin, paizinho. bebe, bebe, vá!

e eu moita, ali calado e a comer.

e tu começavas a explanar, com essa tua forma pantomineira de contar as coisas, com os braços abertos, assim como o hermano saraiva, entendes?:
- sabes pai, eu estava a portar-me mal mas já não estou. agora estou bem. estou a comer tudo vês?......

e eu com vontade de rir, mas com ar zangado.

e tu:
- não fiques triste, pai. eu como tudo e depois tu contas a história. eu vou lavar a loiça e vou lavar os dentes....

e até comeste tudo, tendo o gosto em mostrar que estavas a comer de boca fechada ou que te inclinavas para a frente para não deixar cair comida. deixei-te lavar a loiça e, é verdade, também lavaste, sossegadinha, os dentes.

mas eu tive de arrumar uma coisas que chegaram do supermercado e deixei-te sozinha no teu quarto
filmes, nem pensar!
e quando lá voltei estava tudo em pantanas.

- beatriz, arruma isto tudo, se não pego nas tuas bonecas e nessa quinquilharia toda e levo amanhã para os teus coleguinhas da escola.

tu, egoísta como tudo
ai o que eu me chateio com isso, pá. és gaja de extremos: tanto és capaz de berrar para não emprestar nada a ninguém, como és menina, sem ninguém te dizer nada, para juntar meia dúzia de coisas que adoras e pôr num saco para dares a alguém
começaste-te a passar dos carretos com os gritos do costume e foste logo recambiada para o meio dos lençóis com a luz apagada e tudo.

minutos depois começaste a desbravar a via diplomática:
- paizinho, estás na sala?
nem te respondi.

depois, pé ante pé, assim de surra, apareceste-me à frente e sentenciaste:
- amo-te muito, paizinho. queres um abracinho?
continuei impávido mas não sereno.

vieste dar-me um abracinho, viraste costas, foste para a cama e no caminho ias ralhando comigo:
- ai, ai, ai, ai, ai ai, senhor paizinho, hoje esqueceste-te de me dar o leitinho quentinho e doce. ai, ai, ai, ai, ai, ai. isso não se faz, senhor paizinho.

e quando te deixei o leitinho lá na cama, voltaste a dizer: amo-te muito, paizito!

eu que sou um pouco - muito! - descrente destas coisas das hereditariedades, tenho de concordar que és realmente um produto mais que perfeito: tens essa colecção de ginetes indomáveis que eu tinha quando canuco mas soubeste adocicar a estirpe, adicionando-lhe o charme sedutor da tua mãe.

e por isso me apetece chamar-te tantos nomes, alguns mesmo feios. porque sabes bem que podes não me convencer, mas vais-me aos poucos - olha olha, aos poucos, aos muitos, é que é! - vencendo.

parva!

eu não sei...

... o que te diga, sabes? mas este disco é uma miríade de sensações, de cheiros, de emoções, de tanta coisa.

acho até que já falei aqui sobre ele e quanto mais me recordo, como tu agora me "obrigaste" a fazer, mais momentos
descubro associados a ele:

ele é a passagem de ano de 1985/86 na costa da caparica; ele é um carnaval - no teu técnico - presumo em 1986; ele é, imagina, uma frase - daquelas que nem sabemos que se vão instalar para sempre nas nossas cabeças. sabes quais são? dita pelo nosso piçarra (nunca soube se este cabrão é piçarra ou pissarra. mas convenhamos, um gajo - uma fofa, como diz o capristano - que ainda não tem telemóvel, tem tanto níbel que pode ser o que lhe apeteça) numa conversa a três com o gonçaladas:
- então e a um?
- a um?
- sim, a um, don't bang the drum. para mim é tão boa como a dois, a mais conhecida.;
ele é as namoradas que tínhamos - ok, pronto, que sonhávamos ter - e que elas nem sabiam que o eram; ele é uma viagem a évora, de mochila às costas, algures por volta de 89, sem alojamento programado nem nada, assim, sem rumo, apenas com o fito de tirarmos uma foto sob uma alfarrobeira; ele é tanta coisa.

já reparaste que os discos daquela altura tinham uma estimativa de vida bem mais longa que os de agora. olha este, por exemplo!

quarta-feira, outubro 24, 2007

fiu, fiuuuuuuuuuuuuuu

por muito que me custe admitir

sim, nalgumas coisas, custa-me admitir

dizem os entendidos que estou cada vez mais parecido com o meu pai. se as parecenças físicas não são de estranhar - gaita, afinal sou seu filho, né? - já as outras, mesmo aquelas que odiávamos quando éramos mais canucos, acabam por se nos entranhar do corpo. primeiro porque gozamos e brincamos com ele com imitações voluntárias e descaradas e, depois, porque às tantas já não sabemos se aquilo somos nós a gozar ou se afinal foi o bichinho que se acomodou e, castigando-nos, tornou-nos igual ao imitado.

uma vez o paulo fernando da praceta, estava a explicar-nos uma coisa mas o pedro china não parava de o interromper. às tantas sentencia:
- foda-se, pronto, conta lá tu. já que és o expérito!....

ponto um: expérito será com certeza uma mistura de expert com perito. não me parece mal pensado. há neologismos que são criados com uma pinta do catano. este seria certamente um deles.
ponto dois: gozei com o paulinho, anos a fio, até ao momento em que quis dizer expert e só me saia expérito e quis dizer perito e só me saia a mesma coisa. pior, deixei mesmo de saber de que forma é que se dizia bem e correctamente.

reparo nessas parecenças nas coisas mais simples que há. neste sábado por exemplo, dei por mim a assobiar enquanto, de aparafusadora em punho, montava as coisas do ikea. meus amigos, tal e qual o jaime sénior. mesmo a parte dos trinados, ok? estamos a falar duma coisa com categoria, atente-se! se ele estivesse ali comigo, ninguém distinguiria um do outro.

a única diferença, vamos lá a ver, é que ele, provavelmente estaria a assobiar o rosa tirana (que eu também volta e meia a ouço sair dos meus lábios) ou a marcha da várzea. eu, por outro lado, despacharia um mix, entremeando o walking in the shadow of the blues com o lady in red (sou muito foleirão, não é?) ou até o golden slumbers com o disco band dos scotch

centrismos

houve primeiro a teoria geocêntrica - aquelas cenas da terra estar no centro e mais a conversa do ptolomeu e tal.

depois o nicolau polaco veio com a ideia do heliocentrismo. parece que afinal era - e ainda é - à volta do sol que isto rodava.

descubro, de vez em quando, que há uma ou outra pessoa - sim, refiro-me a bloggers, por exemplo - que julgam que TUDO gira à volta deles.

é a vida!

reis

preciso de falar ao marido duma amiga, um gajo super ocupado, meu irmão, amigo do peito e meu ex-namorado (não perguntem, nunca entenderão). diz-me ela:
- já lhe ligaste? ele não te atendeu, foi?
- ainda não tentei. já lhe ligo.

momentos depois:
- falaste-lhe?
- claro!
- atendeu-te? teve tempo para ti? ena!
- ó minha amiga, quem um dia foi rei nunca deixa de ser tratado por sua majestade!

(há dúvidas?)

blue

isto deve ser da chuva.

ahhh, é com certeza.

chega a esta altura e há uns cheiros que pairam no ar que me fazem associar a outros cheiros com uns vinte e tal anos:

cheiros de sabonete seco no cabelo,
cheiro a cabedal molhado,
cheiro a mortalhas,
cheiro a gabardina ensopada
cheiro a samson,
cheiro ao café dos coruchéus (o melhor café do mundo? de caras!)

não acho piada nenhuma ao cheiro da erva molhada. é cheiro de "ficar em casa", cheiro de transferir as actividades do exterior para os ateliers. cheiro de frustração.

e não sei porquê, associo estas coisas a músicas de vanguarda

não tenho paciência para dizer música alternativa. dizer música alternativa, para mim é coisa de jovem culturalmente esclarecido.

e dentre essas músicas, a saudade surripia-me ao presente para duas canções do robert smith.

ainda há quem goste dos cure ou já toda gente se tratou desse problema?

e são as duas únicas que eu ainda tolero. minto, são duas que eu gosto mesmo.

esta



e esta



atenção: esta canção, a charlotte sometimes, é perfeita!

dois em um

uma pessoa que eu cá sei, no espaço de dois dias, viu a simone no casino e foi ao 2001.

quem já esteve na cama com duas gajas sabe que é mais ou menos a mesma coisa.

chuva tocada a vento

a travessia da alameda para o meu bairro, a pé pela rotunda das olaias, tornou-se um pesadelo bem pior do que quando o fazíamos através da extinta recta da veríssimo sarmento.

quer em dias de sol ou em dias de chuva, o facto de termos de efectuar o arco da rotunda, ali, desamparados, sob um calor do caneco, sem uma única sombra, ou sob aqueles temporais chuvosos, sem o muro da referida veríssimo sarmento para nos proteger dos ventos que circulavam pelo vale, era uma coisa do catano.

utilizei
sempre, nestes dois parágrafos, os verbos no pretérito porque, felizmente, já não faço aquele trajecto e, graças a deus, quando o faço é já recolhido dentro dum popó.

hoje, decidi ir, lampeiro, ao banco, convencido que o cabrão do outono e mais a filhadaputa da chuva não me iriam apoquentar. convenci-me e fodi-me. às tantas os pinguinhos tranformaram-se em torneiradas e apanhei uma molha daquelas, até conseguir me resguardar sob um toldo dum tasco das redondezas. para agravar a coisa, soprava uma daquelas brisas que nos fornicam o sistema.

foi, pois, nessa altura que recordando outros tempos, me apareceram na alma, as sábias palavras dum maduro, que por nós se cruzou, ali junto à paragem dos fotógrafos, numa manhã de temporal, vindo do eixo alameda-picheleira e que soltou as sábias palavras:
- foooooda-se! rotunda das olaias com chuva tocada a vento, é de caralho!

há aqui elementos nesta frase que me fazem ter um certo carinho por ela. para já a ausência do artigo definido antes de "rotunda". depois uma espécie de elipse, quando o autor, renega o subentendido "fazer a..." que possa classificar a acção efectuada na rotunda das olaias. no fim, outra elipse, quando deixa suspensa a exclamação "é de caralho!". os receptores presentes, habituados a esta linguagem e a este superior português, subentenderam também que na mente do emissor se encontrava registada a intenção de classificar aquele " de caralho" como sendo um "de caralho para cima!".

"de caralho para cima, é o último nível das dificuldades da vida. temos pois: o difícil, o custoso, o muita custoso, o lixado, o impossivel, o fodido, o é de caralho e por aí acima. resumindo e concluindo para quem ainda não entendeu a coisa: "foda-se! (pode ser substituído por "safa!" ou mesmo "livra!"), fazer a pé a rotunda das olaias levando com chuva
balançada a vento no esqueleto, é de caralho para cima!

terça-feira, outubro 23, 2007

m80 - queda do pocket

já vim aqui dizer mal deles

(ora bem, não é bem dizer mal deles. é mais uma espécie de intifada pelo marasmo de algumas músicas. são, pois, críticas de amor. vamos lá ver uma coisa: afinal é neles que eu tenho a telefonia da carro sintonizada, bolas!. chega, não chega?)

mas desta vez tenho de os parabenizar

o que eu adorava ouvir o marinho peres dizer esta palavra

porque no domingo passaram a queda e já hoje decidiram pôr a chrissie hynde a dizer que é especial. e eu não posso deixar de concordar com estas atitudes.



concordar e deitar foguetes.

dando razão ao coment de ontem: mais uma de merda

a minha filha peida-se como quem respira.

ora bem, não se peida sempre que respira. mas quando solta os seus traques, fá-lo com a elegância e a descontracção dum chefe de protocolo.

e eu adoro esta discrepância e esta ingenuidade das acções cometidas por ela (e pelo resto das crianças). ontem estava a caminhar na sala e .... prrrrrrrrrrep prrrrrrrrep prrrrrrrrrep. três, logo assim de seguida:

- cuca, o que foi isso?
- não sei?
- não sabes? então não deste uns punzinhos?
- dei, pai? ahhh pois dei.

meu deus, como a invejo!

os do meio

há um tipo de condutores que me faz uma confusão dos diabos, são os que circulam na faixa do meio.

não os entendo, há ali qualquer coisa que os torna, sei lá, insondáveis? isso, insondáveis!

aqueles que vão pela esquerda, tudo bem, já se sabe que das duas três: ou quer andar mais depressa que os outros, ou julga que anda mais depressa que os outros ou então ainda, não reparou que há pessoal a circular a uma velocidade superior nas duas faixas de rodagem à sua direita.

aqueles que circulam na faixa da direita, também, das duas uma: ou vão numa de cumprir, ou então têm as duas faixas à sua esquerda ocupadas por velozes condutores a circular a 60 ou 70 km/h.

já os que vão na faixa do meio... pois, esses não entendo. há ali qualquer coisa que não percebo, pá.

imaginemos a coisa: a ae limpinha. o pessoal vai ali e às tantas lá à frente vai um gajo isolado, na faixa do meio. o que raio lhe passa pela cabeça? será que a ideia é:
- bom, vou aqui nos meus 90, 100 km/h, não vou propriamente a abrir, se não ia para a faixa da esquerda. também não vou a pastar, se não ia para a da direita. e pronto, posiciono-me por aqui. além disso há espaço de sobra para quem me quiser ultrapassar e mesmo eu, caso por qualquer razão (?) queira mudar de faixa, tenho sempre duas opções?

será isto?

imaginemos outra coisa (esta bem pior e mais usual): a ae com um bom fluxo. pessoal na direita a andar nas calmas, ali na sua e pessoal na esquerda a andar mais depressa, ali também na sua. e depois há os do meio. eu não contesto os do meio, só por estarem no meio. o que me chateia é os do meio que andam menos que os da direita.

é que acabam por foder as três faixas. o pessoal que vai no meio tem de acabar por utilizar uma das outras duas para os ultrapassar.

não os conseguiremos extinguir?

estuchamentos

da colecção "eh pá, ó jaime, tens de ler este livro. é mesmo a tua cara.", há três títulos que sempre me deixaram embasbacado. primeiro porque se revelaram três valentes estuchas; depois porque são livros com os quais andei ali a patinar até chegar a "tal" altura em que, finalmente, eu vi neles, a minha cara; mais tarde porque cheguei então ao fim do livro e das duas uma, ou a minha cara é feia e maçadora - facto que eu nem sequer duvido - ou porque afinal a "tal" altura nunca chegou a surgir.

esses livros são - por ordem cronológica da leitura:

- o alquimista
disse-me um dia uma amiga: é um livro de encontro. aquilo é a tua cara.
francamente, um livro de encontro? como é que as pessoas se encontram nos livros? será assim do género:
- então, combinamos onde? no cauteleiro do largo da misericórdia?
- nahh, aquilo está sempre cheio de merda dos pombos. mais acima, combinamos no alquimista

quanto ao facto de ser a minha cara, hummm.... aceito. é um livro meio narigudo, é sim, senhor.

- o perfume
cum catano! seguramente o a coisa em papel mais sobrevalorizada desde que o gutemberg se lembrou de imprimir uma bíblias. eu não vejo lógica naquilo. é mau, mau, mau. desculpem, é muito mau, mesmo.

e era outro que também era a minha cara.

- cem anos de solidão.
uma única palavra: deserto.
minto, cinco palavras: deserto, mas muito bem escrito.

terminei ontem o segundo capítulo do filme - há filmes que aquilo tem de ser visto aos bochechos. não, não dá para mais - o perfume. meu deus, haja paciência.

(mas calma, não me derrotam assim tão facilmente. hei-de conseguir ver aquilo até ao fim. derrotado, derrotado, só fui pelo marie antoinette (blhaec!) e pelo sonhos do kurosawa, numa memorável sessão no londres, a qual foi vista até aos trinta e poucos minutos, terminando depois a noite numa valente bebedeira na casa da lina - se o respeitável leitor e nessa noite condutor se quiser acusar, terei todo gosto em recebê-lo ali em baixo nos meus comentários -. outros carnavais, outros carnavais...)

segunda-feira, outubro 22, 2007

esfíncter

a casa dos meus pais tinha não duas casas-de-banho mas sim uma casa-de-banho e um cubículo que por razões logísticas servia apenas para:
1) guardar uma velha armação de um bidé de plástico - que nunca foi utilizado,
2) para se beber água - e mesmo assim, tinha de colar os beiços numa torneira cheia de verdete
3) para utilizar a sua porta como suporte dum alvo de dardos.

éramos cinco lá em casa e quando o meu avô antónio e a minha avó trindade eram vivos chegámos a ser sete - houve alturas, não no meu tempo, em que moraram lá mais pessoas.
assim, o meu crescimento foi todo feito à base de esperas. esperava porque a água para tomar banho estava a aquecer - essas mordomias de esquentadores, duches e afins, só apareceram nos primórdios dos anos oitenta - esperava porque o meu pai estava a fazer a barba, esperava porque a minha tia estava a tomar banho, esperava... esperava.

na minha casa a coisa era feita à base de esperas. felizmente ainda sou do tempo dos penicos - palavra que adoro e prefiro ao modernaço bacio - por isso ainda aliviei a bexiga umas valentes vezes nesses adoráveis recipientes plásticos ou de louça.

a bexiga, essa malandra, atrapalhou-me a vida umas quantas vezes. primeiro porque mijei na cama até para aí aos 9 anos - coitada da minha mãe -, e depois, claro, porque estava sempre com vontade de ir à casa-de-banho. na escola primária, ainda vá que não vá, a dona zulmira lá me aparava os golpes e permitia que eu fosse lá aos urinóis uma ou outra vez a mais que a média escolar, mas na preparatória não iam em cantigas. o meu pai, chegou a escrever no verso do meu cartão da escola junto a "1- permito que o meu educando saia do recinto escolar quando os professores faltem e não haja mais aulas" uma segunda indicação "2 - devido a problemas urinários, este aluno tem necessidade de ir várias vezes à casa-de-banho". e aquilo servia como um salvo conduto quando a professoras se armavam em educadoras do esfíncter e recusavam a minha fuga em direcção aos wc.

que me lembre nunca tive problemas urinários. contudo, como a pele do coiso teimou, durante uns anos valentes, em não permitir que a tolinha saisse cá para fora, utilizou-se esse estratagema para titular isso como "problema urinário". e eu acho que tem lógica, não é: ora se apertarmos com força a ponta da mangueira a água escorre com mais dificuldade, certo?

adiante.

apesar de ser uma notícia que carece de confirmação oficial, tenho desde sábado, não uma mas duas casas-de-banho. e por muito incrível que vos pareça, isto é um mundo novo que se me abriu à frente dos olhos - e de outros orifícios cá do meu corpo.

quem sempre teve duas casas-de-banho - i.s. como diz a minha private arquitecta - não sabe o que custa esperar para dar aquela mijada depois de 4ª mine quando estamos a ver a bola; não sabe o que é entrar no wc e ver a mais canuca de livro da anita a servir literalmente de laptop - ou a mais graúda de revista em punho - enquanto empesta o ar e voltar para a sala dando mais um nó na pilinha, não sabe o que é ficar amarelo de tanto mijo acumulado na espera, não sabe rigorosamente nada. não sabe o que é andar ali dum lado para o outro a controlar os gases para evitar uma derrocada. nada, rigorosamente nada.

meus amigos, quem tem duas casas-de-banho não sabe o que significa a frase "controlar o esfíncter".

eu, de sábado em diante, tive uma conversa com a esfincterada e disse-lhes: pessoal de agora em diante, está tudo descontrolado. o mundo é vosso!


ahhhhhhhhhh............. uffff.............

hoje de manhã tive frio e liguei o aire forced para desembaciar os vidros do carro.

os oito meses que passei na miserável tropa, ofereceram-me uns momentos de arma em punho. fui uma mão cheia de vezes até ali aos arredores de espinho dar uns tirinhos com a gê três e também armar-me em déni glôver com uma walter.

rezam os números que era jeitoso na coisa. provavelmente pelo treino que adquiri com uma espingarda que o meu pai comprou em verin (ou em orense), a qual era munida duma rolhinha presa por um baraço e que servia para acertar nas moscas da casa da minha avó.

este fabuloso treino militar deixou-me habilitado a espetar com uns balázios no meio dos cornos de quem continua a ter a veleidade de afirmar coisas como:
- ai que bom, chegou o outono.
- ai o que eu gosto do outono.
- ai que já estava farta do calor.
- ai o outono, as folhas, as castanhas, os cachecóis...

à excepção dos coitados que não podem apanhar sol, meus amigos, meto esse grupo de pessoas no mesmo rol dos que diziam há coisa de 25/30 anos:
- ainda bem que chegou a escola, já estava farto de férias.

(imagine-se, farto de férias).

confesso, não consigo utilizar a palavra tolerância com pessoas assim.

ou então, como dizia um cigano ao valdemar a propósito de dois maduros que julgavam ser capazes de lhe dar um enxerto de porrada:
- dêxa, vardemar, dêxa. eles são dôdos, são dôdos!

sexta-feira, outubro 19, 2007

pai, perdoai-me....

se o sócrates continuar a ganhar eleições o santana nunca chegará a cargo nenhum, pois não? não corremos esse risco, certo?

então, deus me perdoe, mas, long live sócrates!

afastamento do cota

não é bem os cabelos brancos; não é também o facto dos polícias terem todos ar de chavalitos e não aquele aspecto de bigodaça à lá the edge no tempo do discothèque; não é ainda pelo facto de já haver um molho valente de jogadores de futebol, bem mais novos que eu, que já abandonaram a bola por velhice; não é também pelo facto de já ter tido namoradas que não sabiam o que eram maxi-singles; o que me anda a tramar estas 38 balas e meia que já carrego pelo corpo, é o facto de a mãe da anita - que para mim, quando abria lá os livros da minha irmã era uma gaja com idade de.... ora, com idade de mãe - ter um aspecto de pita do bauhaus, porra!

eu ontem fiquei a olhar para aquilo, enquanto tinha a minha cuca à espera das minhas palavras "conta a história, pai!" e fiquei deprimentemente pasmado!

e a tia lúcia? aquilo então tem ar de virgem, pá

eu se fosse apanhado com a mãe e com a tia da anita num valente regabofe, era preso por pedofilia. mas na certa

oh meu deus, trazei-me o catcher in the rey, por favor!

quinta-feira, outubro 18, 2007

o som da queda dos anjos

eu sabia que havia de conseguir pôr isto no tubo.

post novamente dedicado ao filho do aço.

ora aí está, a melhor canção de sempre dos táxi. a melhor canção, a melhor letra, o melhor ritmo. um show!




camelus

(para a ana rute)

enquanto fui um garboso soldado servidor da pátria sempre tive camaradas com uns nomes do belo. encontrei lá de tudo. era como na farmácia.

na recruta lá na ept da arca d'água nem tanto, mas em sapadores era um ver se te avias.

o primeiro rodrigues, um gajo que apesar de tudo era um porreiraço, tinha também o condão de ser um gajo com uns tomates no sítio. volta e meia pegava em mim e íamos até ao qg na duque de ávila dar uma voltita.

ora havia por lá um maduro, aí um tenente ou um capitão qualquer, que tinha o fantástico apelido de camelo. além de ser estúpido como o catano, tinha um trombil que eu consideraria como sendo uma mistura de odete santos com a ferreira leite. estão a ver a coisa?

e provocava um supremo prazer ao grande primeiro rodrigues, entrar lá no gabinete do senhor e dizer:
- meu camelo, dá licença?
e virava-se de imediato para mim, abonava um calduço na minha nuca, piscava-me o olho e exigia:
- ó nosso cabo, ponha-se em sentido, caralho. haja respeito com o nosso camelo!

3, também

antes da última prova do campeonato do mundo de fórmula um de 1981, havia três condutores com hipóteses de serem campeões: o reutmann com 49 pontos, o meu piquet com 48 pontos e o laffite com 44.

no próximo fim-de-semana, haverá também três pilotos com hipóteses de serem campeões: o preto, o espanhol e aquele gajo com nome esquisito da ferrari. a diferença para o campeonato de oitenta e um é que na altura eram três pilotos de três equipas distintas: a brabham, a williams e a ligier.

deixei-me dessas coisas das corridas de formula um em 1991 quando o piquet deixou de correr. ou seja - sim, é isso que vocês estão a pensar - eu não gostava de formula um, eu gostava do piquet. é uma observação um tanto ou quanto exagerada mas não muito longe da realidade.

já agora, o funeral da minha paixão por estas corridas, ocorreu em 1994, no dia em que fui ao autódromo ver a coisa ao vivo. foi das maiores secas da minha vida. e olhem que fiquei ali na bancada principal. que valente deserto que aquilo é.

lá no longínquo ano de 1981 - o meu ano de formula um, atente-se - o reutmann não foi campeão porque teve o azar de ter como companheiro de equipa, não só um adversário de peso - tinha sido campeão no ano anterior - mas também um nojento tapa-fodas que afirmou não ter interesse nenhum em ajudar o argentino a sagrar-se campeão porque ele, australiano, como membro da commonwelth era um desportista por natureza e não via por isso razão para tapar corredores que viessem atrás. pois, tretas!

assim, a minha espera em frente à tv grundig - não, calma lá, era uma ponto azul, pá - a preto e branco acabou por ser frutífera porque o meu piquet, depois de se aguentar à bronca com as dores no pescoço, acabou por ficar em quinto, arrecadando dois pontinhos que foram suficientes para deixar o carlitos a ver navios.

quanto ao laffite, bom o laffite para ser campeão tinha de comer muito bife. ou comer a princesa do mónaco.

mainada!

voltando aos nossos dias, eu diria que a coisa está bem diferente. eu cá para mim, será campeão não o que correr melhor, mas aquele que se desviar com mais categoria dos adversários. porque cheira-me que aquilo vai dar molho.

eu gostava de acreditar...

... que estou no trilho

esta de ter escolhido a palavra trilho em vez de caminho foi de mestre, não foi? na próxima espeto aqui vereda para dar um ar ainda mais "jovem culturalmente esclarecido" à coisa. a ver vamos.

correcto para ver se educo o menos mal possível

há ainda alguém que acredite que a eventual boa educação que o seu filho teve (ou tem), esteve (ou está) relacionada apenas - atenção aqui ao advérbiozinho - com a intervenção que os pais tiverem ao longo da vida? ou afinal uma criança calma e tranquila por vezes tem as suas vantagens. vá, vantagens não digo porque me parece desajustado, mas pronto, facilidades, digamos.

a minha filha, quando vejo a forma ternurenta como ela toma conta das bonecas ou a, por vezes necessária, rispidez com que os seus peluches são tratados quando não querem comer ou simplesmente se portam mal:

- ai, ai, ai, ai, ai, ai, xe não te potas bem, logo não vêx o filmi!

copcon

no sítio onde eu comprava tabaco, onde comprava jornais e onde meto semanalmente os papéis para a reforma (vulgo aeromilhões - nunca consegui dizer aero-om. sempre me saiu euróme), o seu proprietário trata-me, orgulhosamente por senhor comandante.

um comandante não manda, comanda!

eu, para estar à altura das suas palavras, bato os calcanhares, junto as mãos às pernas, fico ali hirto e despacho o cumprimento com um "à vontade".

não se deve bater a continência com a cabeça descoberta. e não se justifica a boina em lugares cobertos.

quando, hoje saia da loja, reparei que ele se dirigiu a um dos seus clientes por "é a bola do costume, meu coronel?"

e eu, que estava ainda a guardar os trocos dum fabuloso prémio de 2,33 euros, virei-me para ele e fiz-lhe o seguinte reparo:
- você tem cá na loja muitos militares, não é?
- aqui? nem imagina, vem a tropa toda.

(ri-me)

- ainda assim, agradeço-lhe por me tratar por comandante quando alguns não passam de reles sargentos ajudantes.
- o meu amigo, para mim, será sempre o topo da hierarquia. para mim, é um comandante, digamos.... vá lá... olhe, do copcon!

(para um posto, assim, tão otelista, não me parece um elogio por aí além. fica a intenção.)

cortinas

não era altura de se começar a construir uma cortinazita de ferro, vá lá, de alumínio ou de chapa de zinco, ali na américa do sul?

aquilo lá para a venezuela, bolívia e afins, está a ficar um tanto ou quanto pro brejnev*, não está?

e tenho para mim que já faltou mais para começar haver boicotes àquelas coisas dos olímpicos ou dos pan-americanos.... vocês sabem o que eu estou a dizer, não é?

* tenho saudades de ouvir anedotas com este personagem.

quarta-feira, outubro 17, 2007

o máiór! (sem dúvidas)

tenho algumas saudades do tempo em que havia discussões sérias sobre a grandiosidade dos clubes de futebol.

um dia, ao se discutir quem é que afinal era o melhor clube português, vi-me apanhado numa contenda entre o zé burrié e nuno pires. o primeiro não era bem benfiquista, era o galrinho em pessoa - ok, sem bigode. o segundo dizia-se a encarnação do keita mas em branco.

eu só queria ser o seninho

um gajo que tinha lugar no cosmos,
não me venham com merdas, tinha lugar em qualquer equipa do mundo!

andávamos ali os três num degladiamento, quando lancei para o ar um item que achava de maior importância:
- ah! mas o relvado das antas é maior que o da luz e que o de alvalade.
- olha-me este, olha. tás maluco, pá! o relvado das antas tem 90 metros e o de alvalade, que é o maior do mundo, tem 110. vem na colecção de cromos, pá. disse o pires
- o da luz tem 120! finalizou o burrias.

- mas o porto tem no estádio a melhor iluminação que há. - mandei eu, assim, para o ar.
- ah, ah, ah. o alvalade tem as torres de iluminação mais altas que há. essa é que é essa.

entretanto chega ali o rui, irmão do nuno, e é interpelado pelo burrié:

- ó rui, o estádio da luz não tem seis torres de iluminação?
- tem!
calámo-nos os dois enquanto o burrié impava o peito de orgulho.

no dia seguinte vi uma imagem do estádio da luz e descortinei que lhe faltavam duas das seis torres que o rui tinha afiançado haver lá junto à 2ª circular.
- ó zé, olha que o estádio da luz só tem quatro torres, porra.
- mas tem esticadores nas redes das balizas.

alto lá, que isso de ter esticadores nas redes era de suma importância. clube que tivesse esticadores nas balizas era clube com um nível europeu. não havia aquela desarrumação de malhas lá no fundo da baliza. nahh, nada disso. aquilo era uma autêntica capoeira. ali tudo direitinho.

- e para que queres tu um estádio com esticadores nas balizas?
- porque quando é golo, dá um efeito melhor porque a bola não enrola nas redes.
- mas assim, quando os outros marcam golos ao bento também o sofrimento é maior.
- tás parvo, pá. nunca ninguém marcou golos ao bento ou ao zé gato no estádio da luz!

terça-feira, outubro 16, 2007

das duas quatro

(em noite de tratamento de roupa*)

- ou é a mãe que é estupidamente boa de cu e magra ou é a filha que afinal não está assim tão canuca

- ou sou eu que não percebo mesmo nada de roupa feminina (também acho que não há necessidade rigorosamente nenhuma de perceber. sabendo onde está o fecho... sabe-se tudo, certo?)

a verdade é que eu tenho dificuldade em distinguir a roupa da minha mulher da da minha filha. (cuecas inclusive) (minto, por enquanto ainda sei que os soutiens - não faço a mínima ideia se é assim que se escreve - são da mais crescida)

* sim, essas merdas do passar a ferro e e dobrar e mais o caralho..... odeio isto.

sexta-feira, outubro 12, 2007

um óne láine

há qualquer coisa de curioso quando estou num blog com contador de visitas on line. normalmente olho para lá e vejo quantos estão naquele momento a ler o mesmo que eu.

e acho piada.

se vejo que estão trinta, imagino o pessoal todo num anfiteatro a ver o blog projectado em acetato. se são aí uns quinze, imagino já assim, do género quando está a dar bola ali na montra da singer do cascaishopping. se são seis, já reduzo a coisas assim, estilo, quando íamos ver os horários ou as notas à escola e estávamos meia dúzia a olhar para o quadro de cortiça.

gosto no entanto quando diz que sou o único on line. há qualquer coisa de misterioso naquele número: uma única pessoa, no meio de biliões de hipóteses possíveis, a ler sozinho aquelas palavras.

achei giro, só isso.

thunder road

ali entre os dezasseis e os vinte anos, havia uma dúzia de pessoas que me tratavam carinhosa e honrosamente por boss.

o mais giro é que vinte e tal anos depois, há ainda dois ou três que ainda se referem a mim dessa forma

não que eu estivesse devidamente inscrito nalguma associação empresarial, entenda-se. mas sim porque era francamente fanático pelo springsteen.

ali por volta de 1985, à excepção das canções do born in the usa, poucas pessoas conheciam muito mais discos do bruce. eu, claro, também não conhecia. a epifania surge num documentário que passou na televisão

é giro estar aqui a escrever o termo televisão. se fosse agora, se calhar, teria de fazer referência a sic ou tvi ou zee tv, etc.. naquela altura bastava dizer televisão. quanto muito dizíamos segundo canal para distinguir a aquilo. portanto a coisa resumia-se a: vi na televisão ou vi no segundo canal.

sobre o springsteen e onde o the river funcionou como interruptor para passar a tratar o senhor da voz grossa do usa for africa doutra forma.

no meu primeiro décimo ano
- sim, é verdade, tive vários -, uma achega à revelação acima referida, aconteceu através da ana gorda. a ana tinha dois ou três discos do bruce e fez-me o favor de me colocar quinze ou vinte canções numa cassete bê à ésse éfe de crómio que eu ouvi, seguramente, aí umas oitocentas e vinte vezes. eu sei lá, mas o state troooper - ai o que eu curtia aquele berro perto do fim, pá -, o jungleland e o atlantic city foram tocadas muitas, muitas vezes lá no meu velho leitor de cassetes grundig castanho.

o bigodes - agora é que eu estou a ver, pá. deves ser aí um arquitecto de renome, não? - que morava ali para as escadinhas da alameda, tinha os discos todos do springsteen e numa semana gravou tudo o que tinha em quatro cassetezitas - desta vez eram só de ferro. das mais baratas, portanto -. um espanto.

mais tarde, na madrugada de um de novembro de 1986, a rádio cidade lembrou-se de passar, assim de seguida, o live 75/86. é claro que eu passei a noite acordado, de gravador em punho, a registar todos aqueles cinco éle pês, para a posteridade.

e recordo-me que as partes do the river, do born in the usa e do nebraska eram as que eu mais gostava. os dois primeiros discos diziam-me pouco e mesmo o born to run só mesmo de vez em quando. nessa altura o que eu era mesmo, era no surrender, dancing in the dark, point blank e afins.

apesar de tudo, não sei porquê, uma premonição qualquer, dizia-me que aqueles dois primeiros discos ainda iriam servir para qualquer coisinha. e essa dedução estava baseada no facto de, cada vez mais, ir gostando dos discos dele da frente para trás. comecei pelo óbvio born in the usa, passei para o nebraska depois para o the river e assim sucessivamente até parar no born to run.

este disco de 1975 que muitos críticos consideram o segundo mais marcante de sempre a seguir ao sargent peppers, tem aquela que eu considero a minha música favorita - pronto, se não é a mais de todas, está seguramente no top 6 -. estou a falar do thunder road. meu deus, como eu gosto desta canção, desta letra... quantas vezes não pensei que haveria de haver um dia em que dissesse a uma gaja: well i've got this guitar anda i learned how to make it talk and my car is outback if you are ready to take that loooooooon walk from your front porch to my front seat.

(não, nunca disse!)

e quantas mais versões existem - devo conhecer aí umas dez, sem exagero - mais eu gosto das que foram tocadas ao vivo, por alturas de 1975 - vá, ok, aí até 1977 - acompanhadas apenas pelo piano do roy bittan.

depois há o grupo das versões com a malta da rua e toda a tocar - a original é assim, por exemplo -;há versões mais recentes também só com piano e harmónica, mas que eu já não gosto tanto porque ele baixa o tom da voz em frases importantes - e bonitas, na versão antiga - como o "as the radio plays" ou "hey that's me and i want you only"; há uma versão bestial com a melissa etheridge; há muitas.

ainda assim, a minha favorita é a do live 75/85. depois do ladies and gentleman bruce springsteen and the e street band, ouvem-se a gaita de beiços e a pianola e quando ele debita o the screen door slams há um arrepio qualquer que vai daqui da parte de cima do meu rabo até mais ou menos à nuca. uhhhhhhhh!

esta versão que eu pus aqui, eu tenho: em cd, em dvd, tenho na cabeça, tenho na alma, tenho no peito. e não sei se haverá imagem springsteeneana melhor que esta: harmónica, piano, voz, gorro, blusão justinho na cintura daqueles que fazem levantar a camisa das calças ali atrás no rego do cu, iluminação, som, tudooooo.


mais das obras

é curioso:

eu e a minha mulher estamos desejosos que as obras acabem. não para podermos gozar a casa mas sim para bazarmos e irmos curtir uns 3(0000) diazinhos de férias.

somos tão incongruentes.

quinta-feira, outubro 11, 2007

releio...

... aqui algumas coisas antigas sobre a minha filha
ando a escrever tão pouco sobre ela
e é nalguns desses post que vejo como ela vai crescendo. é giro ver isso.

muito estranho que possa parecer, olho, por exemplo, para algumas fotos dela, algumas com apenas meio ano de antiguidade, e não me lembro rigorosamente nada dela ser assim, assim como aparece na foto, entendem? recordo nitidamente o momento, tenho na cabeça toda a situação, mas não me lembro de nada sobre ela: o tom de voz, como andava, as coisas que ainda não fazia...

e confesso que não me posso queixar com a evolução. até se tem portado melhor: decresceu cerca de 1,45% - não mais que isso - a quantidade de birras; os foda-xe são mais espaçados;
ontem aconteceu com a mãe: num cruzamento "foda-xe mãe, abuzina para eles andarem!
se não lhe ligarmos peva até come tudo; gosta de lavar a louça, etc..

agora o meu xodó acontece ali por volta das 21h30,
ok, começa a fazer-se um esforço para que suceda após essa hora
quando me deito na sua cama
- ó papá, a tua almofada já está lá na minha cama de pinxesa! vá, vem!
e ela deita-se e pousa a cabeça na minha barriga e lemos umas histórias antes de dormir.

e eu adoro ver os pormenores que ela vai guardando dum dia para o outro, as coisas que não esquece, os nomes difíceis das personagens
o rafiki, o hades, a terk, o kerchak, cenas dessas.
as coisas que eu vou inventando,
há lá coisa mais mal escrita que as histórias infantis?
já para não falar do fun-fun que vou fazendo no seu cabelo, do cheiro que exala das suas costas, da puta da pele que é macia
mas com pelos
até mais não.

e não resisto, não resisto mesmo, quando me pede, normalmente já de luz apagada:
- pai, deita aqui e faz-me umas coceguinhas nas costas para eu adormecer.

porque és o avesso do avesso do avesso do avesso*

a culpa é minha. repito, minha. o mal está em mim: ando a considerar muito enfadonhas
anda-se a escrever muito mal, não anda? eu então nem se fala.
as voltas diárias pelos blogs.

eu já tinha dito, a culpa é minha, ponho-me a passear por blogs que "já deram" e depois é isto. para combater esta pasmaceira, torci o nariz à lógica e pus-me à descoberta dos comentários.

sim, agora faço assim: se vejo um post que não merece comentários, clico lá e ponho-me a ler o que as pessoas foram inventar para dizerem o que quer que seja sobre o assunto.

paralelamente, faço uma série de jogos na viagem
assim, como quando íamos de carro para a terra: vamos ver quem encontra mais carros com o número 77 na matrícula, bute? e tu, que número escolhes? .....e agora, a ver quem encontra mais carros azuis. ahh, eu escolho verdes. ..... e agora vamos-nos virar para trás - que saudades do tempo em que não havia cadeirinhas e cinto de segurança e... - e dizer adeus aos carros que vierem atrás de nós
tapo o ecrã com a mão e tento adivinhar se o autor do comment é masculino ou feminino (nível de jogo facílimo); ou leio o nome do autor, tapo o comment e imagino que tipo de comment está ali (nível mais fácil); ou tento encontrar pérolas no meio do lixo, ou lixo no meio de pérolas.

é um desporto como outro qualquer.

* do sampa, claro!

cráislâr

os chrysler (todos, sem excepção) são os carros mais feios do mundo.

mas é que são todos, mas todos mesmo. e o pior é que cada vez se vêem mais.

blhec!!!!

psicologia

a principal via de acesso à auto-estrada está em obras, a rua que eu faço à hora de almoço está em obras, a minha casa é o que se vê, o carpinteiro diz que vai há uma semana e depois..., os azulejos demoram semana e meia virem de fiães a massamá (e dois dias de villareal à amadora), o estuque demora a secar...

no fundo, o departamento "obras" é algo que estacionou lá para a idade média. compromissos? humm, tenham juízo - ahhh e tal, sabes, não depende só de nós... - comprometimento não existe na gramática das obras. falemos de talocha, de pontos de luz, de estuque, de tomadas, dessas merdas.

não pensemos é em data da conclusão das obras.

quero morrer! odeio pó.

quarta-feira, outubro 10, 2007

ipiranga

vem no record: os portugueses cristiano ronaldo e deco integram a lista de 30 nomeados para jogador do ano fifa'2007.

eu gostava, duma vez por todas, que as pessoas metessem no raio das suas cabecinhas o seguinte:

no dia 7 de setembro de 1822, o pedro deu um grito perto do rio ipiranga e decidiu que o brasil já não era mais português. é certo que falam uma língua parecida com a nossa, mas gaita, será que ainda ninguém percebeu que o brasil já não é de portugal?

então porque raio continuam a dizer que o deco é português? expliquem-me por favor, sim?

reigêbi

jantar de homens ontem à noite.

conversa principal? o maniqueísmo esdrúxulo na obra de frei bartolomeu dos mártires. e, estou-me a recordar agora, aflorámos duma forma sub-reptícia o tema "gajas"

ao meu lado, a conversa rolou ali à volta do campeonato do mundo de rugby. fiquei a saber que ele tinha sido um dos craques nacionais da modalidade.

não me ensinou as regras - nem eu tenho capacidade para entender a coisa - mas lá me foi explicando coisas que acontecem nestes mundiais. ele, um espectador ao vivo da coisa - lá estará novamente em frança para ver o 3º e 4º lugar e
também a final - lá me foi demonstrando por a mais b que a vitória da frança está a ser preparada com o maior dos cuidados e que a intervenção cirúrgica dos árbitros nesta gaita dos resultados não é nada inocente.

ainda assim, diz ele, os springboks vão limpar a taça.

(para mim, foi uma conversa de: ahhhh, não me digas!, jura!, olha, não sabia, etc... confesso, fiquei na mesma.

afinal, apesar

com estrelinha no i

a simone vem a portugal no dia 19

(yeahhhhhhhhh!)

para actuar no casino do estoril.

(ohhhhhhhhhhh!)


terça-feira, outubro 09, 2007

carnaval no fogo

aprendi a beijar o pão que tivesse caído ao chão. são coisas que ficam para o resto da vida: pegamos nele, sopramos e damos um beijinho. para o lixo é que não ia, nem pensar.

a comida do prato também era para se comer até ao fim. chateia-me profundamente deixar comida no prato. e quando não consigo combater esse problema, rapo os pratos dos outros. fico lixado quando temos de deitar comida para o lixo. arrepia-me o sistema todo.

o meu avô gonçalves tinha uma frase que define toda a cultura de humildade que caracterizou a educação da minha mãe e dos seus irmãos. dizia ele no final das refeições: que os pobres mais necessitados do mundo estejam como eu estou agora.

é incrível como depois da sua morte não voltei a comer bife como aquele que ele fazia - picado à mão, juntamente com batata esmigalhada e apresentado no prato em forma de bolo - nem bacalhau cozido com batatas, que eram comidas a garfo e pão. pão este que era partido, assim, rasgado, como cristo na ceia, só que em 28 bocados - nunca me hei-de esquecer disto, 28 bocados sempre! - e que servia para se empurrar a comida para o prato.

ora com os livros tenho uma relação parecida. sempre me custou abandonar um a meio ou gastar dinheiro num ou noutro que depois se venha a revelar uma valente trampa. com as devidas diferenças, também se me meto a ler um livro e se passo as vinte, trinta páginas tenho de o levar até ao fim. é certo que agora há alguns martírios: deixei de ler o lobo antunes porque... ora, porque sim!

estou-me a recordar que os cem anos de solidão foram uma seca horrivel e agora acabei de ler uma coisa que também se arrumou na prateleira das estuchas: as mulheres do meu pai do agualusa.

tenho pena deste tipo de livros, esta onda de se escrever sem princípio e sem fim, só na onda do escrever a parte do meio. é uma barraca do catano. e depois tornam-se também muito compridos.*

além disto, tira-me do sério aquele tipo de escrita muito à africana: se se escreve sobre áfrica então temos de falar em colonialismo, em repressão, nessas coisas. é mais ou menos como no cinema americano, os pretos bons ou são polícias incorruptos ou juízes sérios. nunca são, sei lá, ceo's ou coisa parecida. já não há pachorra.

tenho saudades de ler coisas com nexo, romances decentes, imaculados. ou até mesmo daqueles assim, com princípio, meio e fim. com história, sem invenções. sem se armarem aos cucos. até lá, parti para um porto seguro: ruy castro e o carnaval no fogo.



* estou obviamente a exagerar. é escrito num português que amei. é escrito numa linguagem muito meiga e calma. e tem trechos, aqui e acolá que são sublimes. repito, sublimes e superiores. e além disso, adoro ouvir o escritor a falar. são bons preconceitos, pronto.

jesualdo e os outros*

espero, juro, espero francamente que no dia em que o clube for francamente roubado pelos árbitros** (pelos conselhos de disciplina, pelos conselhos sei lá de quê...) deste nosso campeonato - e acreditem que isso vai suceder - que ninguém diga nada em voz alta. faz-me impressão esta falta de coerência.

por outro lado, apetece-me dizer mal do jesualdo mas não consigo. não tenho autoridade moral para fazer isso. sete vitórias sem tirar o menino lá de dentro, ainda por cima no início do campeonato, é francamente muita fruta. mas apetece-me, juro, apetece-me. nós somos uns adeptos muito parvos. a exigência faz de nós uns gajos tramados. se por um lado batemos palminhas quando alguém cede um fora (lance ultimamente conhecido por lançamento da linha lateral) - que coisa mais ridícula - também somos capazes de apupar o pessoal de equipamento azul e branco vestido quando o tarik unifinta continua a titutar e faz aqueles falhanços do catano.

* os outros de que falo são os que já passaram por aquele banco. não comparo com os outros que treinam outras equipas.

** o lance do tonel na supertaça, e isto não tem uma ponta de ironia, são cenas que acontecem. tivemos azar dessa vez. só isso. roubalheira são cenas como as do campomaiorense terra do valadas que deus tem)-porto. isso sim.

segunda-feira, outubro 08, 2007

fiscais

um amigo encontra-me a sair do duche:
- de barba????? eh pá, ganda nível. gostei. imagino, devem ser as gajas todas a cairem-te aos pés...
- nahhh, não deve ser nada comparado com as que olham para ti quando vais no teu carro.
- amigo, acredita, não olham assim tanto.
- deixa-te de merdas. até eu olho, vais me tu dizer que não olham...
- olham mais os fiscais das finanças, sabes.
- pronto, aceito.

mais interjeições

ontem, à mesa, quando lhe falámos na comida que iria ter ao jantar, ela disse:

maravilha!

(mais palavras para quê)

fornique-se!

começou finalmente a coboiada com o asneiredo.

já aqui há tempos lhe tinha saído um foda-xe!
disfarçámos o riso e tal, mas nem demos parte fraca. talvez aquilo fosse apenas algo que tivesse ouvido algures (lá em casa inclusive, apesar de todos os nossos cuidados) e que passasse com o tempo.

dias depois saiu-lhe outro foda-xe!
passámos então à análise da coisa. verificámos que a miúda tinha uma atenuante, não utilizava a interjeição duma forma gratuita: ou como forma de expulsar a dor "foda-xe papá, aleijei as costas!"; ou quando passava uma mota "foda-xe, axustei-me!"

este fim-de-semana, estava numa de se portar bem - tem dias, tem dias - acabou de comer, ia para o quarto, bateu com a mão na cabeça e disse: "ai foda-xe, tenho de ir lavar a louxa!".

como se percebeu que a coisa pelos vistos não iria ser passageira, lá lhe dei umas palavrinhas... assim ao de leve, para ver se não deixava mossa:
- ó cuca, essa palavra não se diz, pá.
- tá bem, papá.

pronto, admirei-me com a coisa mas lá se seguiu em frente.

sábado já disse:
- oh meu deus, tenho de ir lavar a louça.
e a coisa pareceu ficar nos carretos.


ontem, contudo, voltou à palavra mágica:
- ai foda-xe, não conxigo subir p'á cadeirinha.
- ó filha, não se diz foda-xe. sabes é uma palavra que só as bruxas dizem - chamar-lhe bruxa é a pior ofensa que se lhe pode fazer - por isso não podes dizer.
- só a bruxas é que dizem foda-xe?
- só.
- então é blhec. é como os cocós dos cães.

e quando julgava estar tudo resolvido, momentos depois começa a falar sozinha:
- não se pode dizer foda-xe. só a bruxas é que dizem foda-xe. e eu não sou bruxa. eu não digo foda-xe. não se pode dizer foda-xe.....

estou lixado! perdão, fodido!

quinta-feira, outubro 04, 2007

interjeições

e porque volta e meia me perguntam:

uma noite, na terra, estava o grupo na esplanada do café. eram aí umas duas da matina e já estava tudo fechado. às tantas há um que se lembra de atirar para o ar: vamos ao pão quente?

siga!

uns foram ao pão quente outros foram ao bagaço. os que foram ao bagaço trouxeram também manteiguinha e tintol. comeu-se o pão, bebeu-se o tintol e acabámos a noite, quatro de nós, em casa dum deles, a acabar o garrafão do tinto e a mamar bagacinhos.


ora, para putos tenrinhos como nós, estava-se mesmo a ver que o bagacito chegou ao estômago, esfregou as mãos a rir-se de contentamento e desatou a subir esófago acima a cantar: gregóóóóóriooooooooooo!

o primeiro a ir ao greg foi o dono da casa. era (é, espero!) gordo que nem um texugo. um figuraço, irmão até à quinta casa do caralho, gente boa, sangue bom. amparado pelos braços por cada um de nós, expelia aqueles líquidos para a sanita, inclinando e subindo ritmadamente aquela cabeça loira. após cada jorradela dizia uma interjeição:

na primeira vez - jóinha!!!!!
na segunda - catita!!!!!
na terceira - marabilha!!!!!!!!!!!!!!

depois sentou-se no chão e adormeceu.

besículas

há pouca coisa mais revigorante do que chegar a um balcão do bes e dizer no meio da discussão com o homem-caixa

há tempos, um amigo tinha uma relação privilegiada com um caixa do bnu que lhe dizia apanagiando o futuro: "nos tempos próximos a figura do homem-caixa tende a desaparecer.". e de lá para cá, sempre que posso, substituo caixa por homem-caixa. mesmo que a pessoa que esteja do lado de lá seja do género feminino


o seguinte:
- .... ai é, não me quer fazer isso? então trate lá de me trazer aqui os impressos devidos para encerrarmos já a conta.

e quando o homem-caixa se põe com
"- mas.... sabe...."
sabe tão bem rematar com:
- não há mas, nem meios mas, é passar para cá o carcanhol e bicuáiate!


eu disse no início que não havia "pouca coisa tão revigorante" porque tinha na mente que 17 minutos depois da cena descrita, estava eu defronte do homem-caixa do santander com o mesmíssimo diálogo:
- porque é que eu quero encerrar a conta? ó meu caro, por incompetência. porque vocês são um banco de cáca.
- mas refere-se a pessoas aqui do balcão?
- principalmente do balcão!
- havia aí gente estranha mas já foi despedida....
- ahhhhhhhhhhhhhh, pois, são sempre os outros. eu compreendo. tadinhos.


eu sei - e defendo - que as empresas são as pessoas. nalguns casos, são as pessoas e as máquinas informáticas que estão lá à frente delas. noutros casos ainda é tudo a mesma trampa - como por exemplo no sector bancário - e há uma ou outra pessoa que manda as máquinas informáticas para o caneco e trata então de resolver ou afastar os problemas dos clientes. ainda assim, é um imenso prazer acabar relação com o bes - o banco mais caro, sei lá, dentre aqueles que têm dependências bancárias entre os planetas mercúrio e saturno - e com os talegos dos espanhóis do santander, proprietários do pior serviço de banca telefónica que eu conheço. operadores de merda, porra!

apre!!!!

sopra a filha e sopra o pai.

no meu tempo de discotecas (que ainda não terminou, atenção) havia duas ou três músicas que ninguém, mas rigorosamente ninguém, sabia a letra mas que toda a gente cantava:

- estou-me a lembrar dos primeiros versos do give it away dos chili peppers que sempre foram cantados como:

uótáigát iugátu givi tu ió mama
uótáigát iugátu givi tu ió papa
uótáigát iugátu givi tu ió e era nesta parte que o pessoal já não ia ao daughter. daqui para a frente já era mama e papa e qualquer coisa parecida com róter.

mais à frente, no refrão, era tudo corrido a
givrauei,
givrauei, givrauei náu
givrauei, givrauei, givrauei náu
givrauei, givrauei, givrauei náu
etc.

- uma cena que acontecia muito no velhinho e mítico bba (talvez a melhor disco de lisboa pré-docas e pré santos) era com o thunderstruck. a coisa era mais ou menos:
a-a ia a-iaá
sandra!
a-a ia a-iaá
sandra!
a-a ia a-iaá
sandra!

por aí fora. uma coisa que eu nunca lá ouvi cantar foi thunder. nunca mesmo.

- outra coisa que eu até acho pior é o midlife crisis dos faith no more (dava muito no rockline). digo que é pior porque ninguém, mas mesmo ninguém canta rigorosamente parte alguma da letra. a única coisa que se ouvia (valha-nos o título) era mesmo midlife crisis.

- deixo para o fim a minha favorita. um dia destes quando estiver a dar o enter sandman (no plateau ainda dá) ouçam com atenção o último verso do refrão. se encontrarem alguém a dizer o off to never never land, paguem-lhe uma bebida. esse(a) é do(a)s bons(as).

- ia terminar com o enter sandman mas lembrei-me de mais outra, o la grange. é fantástico tentar perceber o que as pessoas (eu, obviamente incluído. aliás eu sou membro honorário deste grupo de malta aqui retratado. ouçam-me a cantar, sei lá, o jump, ao vivo e a cores no refúgio das freiras - quem esteve viu, quem não esteve estivesse - isto já para não falar da meici grei, não é?) dizem até ao senhor dizer, have mercy. é lindo.

lembrei-me destas coisas porque neste fim-de-semana a minha filha foi sair com a mãe e ouviu a música do shareque. a mãe, excitada, contou-me a história sem, contudo, identificar a música em questão. lá tive eu que ter uma conversa com a minha piquena:
- cuca, canta lá ao pai a música que ouviste, com a mãe, hoje de manhã.
- ti ti ti ti-ti, ti ti ti-ti-ti.... sopr'ó pai,
sopr'ó pai, sopr'ó pai sóóóóprópai.
- sopr'ó pai?
- xim, pái. é a música do só-pró-pai.
- canta lá outra vez, filha.
- ti ti ti ti-ti, ti ti ti-ti-ti.... sopr'ó pai, sopr'ó pai, sopr'ó pai sóóóóprópai.

descobri logo na hora. é esta aqui. não é bem sopr'ó pai mas é mais talk about it.

maravilha!


besiktas

o meu futebol é definitivamente o inglês: bola do guarda-redes lá para a frente, cabeçada do gajo do meio campo para a lateral, centro do extremo e cabeçada dum dos avançados. simples.

e depois os cânticos e tal.

ontem, ao ver o jogo do clube (que jogo de merda. que exibição de merda. que tarik de cáca) reparei que os senhores das bancadas faziam uma festa do catano. e não se calavam. mas nada de festejos como aqueles farsolas que se ouvem no estádio engº rui alves. nah nada disso.

ponham os olhinhos e as orelhinhas neste video. e depois digam o que é que acham. principalmente depois dos ssssssssssssssssssss, ok?

o gajo foi ganhar mais, é uma das estrelas da equipa, tem uma claque que envergonha a juve leo, ainda queriam que o tello andasse por cá? tá bem tá.



p.s.: para um clube que tem adeptos com fama de bárbaros, é de estranhar o facto de aplaudirem um jogador que lhes fornica o jogo no último minuto. além de exigirem a camisola do quaresma, a mesma foi feita em farrapos, depois de galhardamente disputada entre soco e pancada.

quarta-feira, outubro 03, 2007

post exclusivo...

...para quem sabe como é que eu sou a ver bola:

eu hoje gritei golo, em voz alta (muito alta, mesmo) e por três vezes seguidas. depois, ainda fui dar um beijo na minha filha.

conseguem imaginar a coisa?

não, não tinha bebido. bom... quer dizer, só meio copo (sim, daqueles grandes). mas mesmo assim...

depois digam que eu ando a exagerar. digam, digam...


a revista sábado de amanhã trará esta foto. vejam com atenção ali a ausência da tampa da boca de água do edifício.

eu já tinha avisado mas pelos vistos ninguém repara que o verdadeiro escândalo deste caso é aquela portazinha (ou a ausência dela).

56

e porque o sting fez 56 anos esta semana e porque eu odeio o money for nothing e porque a linha i want my, i want my, i want my mtv cantada por ele é igual à don't stand so, don't stand so, don't stand so close to me.

porque sim, pronto!

a queda dos anjos


(para o meu amigo filho do aço)

a coisa sucede perto do final do mês de junho de 1981,
eu apostava que teria sido no dia 27, um sábado quentíssimo
a defunta, extinta e demolida cesário verde tinha uma manhã cheia de actividades que coincidiam com o fecho das aulas.

o stôr chico organizou umas estafetas, houve umas corridas de carrinhos de esferas,
não sou capaz de chamar carros de rolamentos àquilo
umas exposições na sala de desenho (sala 7)
onde apresentei projectos para um relógio bondeano (vem de james bond, ok?) com teclado e televisão (era um visionário, não há dúvidas)
uma venda de cerâmicas e outras peças artesanais na biblioteca
ai se aquela parede das traseiras falasse...
jogos de futebol, claro! coisas assim.

e, recordo-me, às tantas reparo que a turma n, estava a fazer uma festança na sala de ciências.
sabes qual é a sala zé? aquela lá no canto, acho que era a sala 12. ou será que era a 13? sabes qual é a sala, não sabes? onde o jorge ganhou a alcunha que o celebrizou para a vida. quem diria que a palavra gasoso associada a um enigmático peido poderia catalogar uma pessoa até à eternidade. foste tu que o alcunhaste, não foste? ou foi o dias? terá sido o vovô? nahh, foste tu que eu sei. posso-te passar a chamar de zé baptista?
aquilo ia para lá um reboliço do caneco. muitas tortas dan cake, muita gelatina, muito salame, muita batata frita, muito suor no ar
quando somos putos suamos tanto, pá!
algumas miúdas até de outras turmas e música, muita música. alguém deve ter levado para lá um gira-discos
quem é que se lembra de chamar prato a um gira-discos, pá?
umas colunas e claro pessoal a dançar.

mas nada de slows que ainda não dava para aquilo. estamos a falar de pessoal aos pulos. melhor, gente aos pulinhos que era assim que se dançava a coisa.

a música era do que mais moderno havia: street kids, iodo, ctt, uhf, adelaide ferreira, rui veloso, police e, claro, os táxi.

eu tenho para mim que os táxi eram na altura o grupo mais desejado do pessoal. principalmente porque editaram aquele que se calhar foi o melhor éle pê de rock português de sempre. não foi à toa que eles fizeram a primeira parte dos clash em cascais.
o ar de rock é outra loiça, pessoal. é um caso à parte.
aquilo era tudo de seguida: chiclete, tvwc, o ás dos flippers - aqui saltávamos o é-me igual porque era meio lenta - vida de cão - agora parávamos para virar o disco e ía-se directamente à segunda do lado b.

e a segunda do lado b é que era. queda dos anjos era o seu nome. a letra conta a história da visita dum grupo de amigos a um bordel. a letra é sublime. a música infelizmente não a posso mostrar aqui
ai o iu tub ainda tem tanto para nos dar
mas não resisto a mostrar esta letra que é do melhor que portugal já viu
.

siga a dança!!!

era novo a noite estava fria
e ninguém sabia o que fazer
ir p'ra casa com alguns amigos
ou exp'rimentar prazer

tudo foi muito bem pensado
até tomámos uma decisão

ir tentar a casa da rosete
é o tira e mete que boa diversão


é o melhor p'ra quebrar a tensão
é o melhor p'ra quebrar a tensão

eu vou exp'rimentar, eu vou exp'rimentar.


eu vou à rosete
eu vou à rosete

eu vou à rosete

é uma tentação, mas que tentação.


o transporte era o mais difícil
mas com sorte consegui resolver

o manel, o quim e eu à frente
e os outros foram lá ter


deparámos com uma casa antiga

mas ninguém queria ir bater

ao todo éramos uns sete
foi a rosete que veio receber


a malta toda estava a tremer
a malta toda estava a tremer

mas eu vou entrar

mas eu vou entrar

eu vou à rosete

eu vou à rosete

eu vou à rosete

é uma tentação, mas que tentação.


depois disso já por muito passei

o que lembro não me interessa contar

só sei que foi tudo tão bom
eu hei-de lá voltar


dessa noite não me esqueço mais

só que disso não podemos falar

foi na casa da dona rosete

o tira e mete é de chorar por mais


o mete e tira
e outras coisas que tais
o mete e tira
e outras coisas que tais
eu hei-de lá voltar
eu hei-de lá voltar

eu fui à rosete

eu fui à rosete
eu fui à rosete

eu hei-de lá voltar
hei-de lá voltar

eu fui à rosete

eu fui à rosete

eu fui à rosete

eu hei-de lá voltar
eu vou exp'rimentar

eu fui à rosete
eu fui à rosete
eu fui à rosete
é uma tentação mas que curtição

segunda-feira, outubro 01, 2007

gallardo

a frase "aos quarenta os homens tendem a comprar grandes carrões para compensar a falta de força na verga" - uma estupidez, notem bem - é normalmente dita com algum ar de autoridade, ou por gajas, por pessoas parvas ou por pessoas que simplesmente não pescam nada de carros.

se um gajo aos 18 anos tiver pilim para comprar, sei lá, um nsx (para que não venham já as críticas, não liguem aos desfasamentos cronológicos) e o comprar, isso significa o quê? que o gajo já só mija para os joelhos? é isso? ou simplesmente gosta de carros?

afinal que mal tem gostar de carros? será assim pior que gostar de carteiras, malas ou sapatos?

eu não sou um graaaaaande amante de carros. mas gaita quando em 98, em bond street vi o primeiro countach ao vivo - lindo, azulinho - , não me fiquei e fui falar com o condutor:
- excuse.... olha lá, tu és menino para fazer o quê na vida?
- sou armador.
- porra, mas olha que tens de ter uns barquitos valentes.
- tenho.
- és assim como o onasssis, não?
- sou grego, curisamente, mas se fosse o onassis não tinha este, tinha um melhor.

por isso, quando na sexta-feira vi um gallardo, caneeeeeco, não descansei enquanto não me cruzei com alguém que comigo pudesse partilhar a emoção de ter visto um v10, assim, ao vivo.

venham agora falar em substitutos da força na verga que eu vos digo!

portman storms

e pronto, duma assentada, limpo duas questões: mostro uma resenha de imagens da portman (repito, a gaja mais interessante do cinema na classe "sem mamas") no rots e mostro também o storms, mais uma daquelas músicas assim, deste género.

é proibido...

... apaixonarmos-nos aos 30 anos por uma miúda de 15?

- não.

- não?

- não. não se a miúda em questão for a natalie portman no beautiful girls.



o beautiful girls é um dos segredos mais bem guardados do cinema dos anos noventa: porque tem o matt dillon, porque tem a annabeth gish (filha do potus no west wing), porque tem o timothy hutton em grande forma, porque tem a rosie o'donnell em muita grande forma, porque tem a natalie portman, porque a mira sorvino não incomoda, porque tem a uma thurman (alguém se lembra de chamar a uma filha um artigo indefinido?) em muuuuuita grande forma, porque tem um fantástico sweet caroline, porque o graduation day ali não irrita, porque tem o fool to cry (quantos filmes têm o fool to cry, hein?), porque tem o i got you e porque tem o break up song. e tendo o break up song se calhar não precisava de ter mais nada, não era?