quinta-feira, outubro 18, 2007

copcon

no sítio onde eu comprava tabaco, onde comprava jornais e onde meto semanalmente os papéis para a reforma (vulgo aeromilhões - nunca consegui dizer aero-om. sempre me saiu euróme), o seu proprietário trata-me, orgulhosamente por senhor comandante.

um comandante não manda, comanda!

eu, para estar à altura das suas palavras, bato os calcanhares, junto as mãos às pernas, fico ali hirto e despacho o cumprimento com um "à vontade".

não se deve bater a continência com a cabeça descoberta. e não se justifica a boina em lugares cobertos.

quando, hoje saia da loja, reparei que ele se dirigiu a um dos seus clientes por "é a bola do costume, meu coronel?"

e eu, que estava ainda a guardar os trocos dum fabuloso prémio de 2,33 euros, virei-me para ele e fiz-lhe o seguinte reparo:
- você tem cá na loja muitos militares, não é?
- aqui? nem imagina, vem a tropa toda.

(ri-me)

- ainda assim, agradeço-lhe por me tratar por comandante quando alguns não passam de reles sargentos ajudantes.
- o meu amigo, para mim, será sempre o topo da hierarquia. para mim, é um comandante, digamos.... vá lá... olhe, do copcon!

(para um posto, assim, tão otelista, não me parece um elogio por aí além. fica a intenção.)

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